Teste, teste, teste: os três testes do coronavírus

Teste, teste, teste: os três testes do coronavírus

Dr. Ignacio López-Goñi.

Como funcionam os testes de diagnóstico de coronavírus e para que servem: sensibilidade, especificidade, falsos positivos, falsos negativos.

A OMS disse isso há algumas semanas: Teste, teste, teste!
Durante uma infecção, o vírus se multiplica ativamente. Quando começa, o vírus pode ser detectado em amostras biológicas (esfregaço da faringe ou nasofaringe, aspirado traqueal ou lavado broncoalveolar). Primeiro, há um período de latência em que ainda não é possível detectar a resposta do seu sistema imunológico. Mas depois de alguns dias, você começa a produzir anticorpos. Os anticorpos do tipo IgM são produzidos primeiro até atingir o máximo em 7 a 10 dias e depois quase desaparecem. Essa resposta primária é indicativa de uma infecção aguda. Posteriormente, ocorrerá a resposta imune secundária, mais rápida, mais intensa e prolongada. Anticorpos do tipo IgG serão produzidos e durarão mais tempo no sangue. Além disso, ao nível das secreções mucosas, como as secreções respiratórias, a IgA desempenha um papel predominante.

Para detectar a presença do vírus (detecção direta), podemos usar dois tipos de testes: PCR, que detecta o genoma do vírus, ou testes imunológicos, que detectam proteínas do vírus (Ag – antígenos). O terceiro tipo de teste é o que detecta os anticorpos que você produz em resposta à infecção; são os testes sorológicos para detecção indireta do vírus. Embora existam várias modalidades de cada um desses tipos de testes, explicaremos brevemente como eles funcionam.

Coronavírus

Detectar o genoma do vírus: RT-PCR
O genoma do coronavírus SARS-Cov-2 é uma molécula de RNA de fita simples de cerca de 30 kilobases. Depois que a amostra é coletada (o esfregaço nasofaríngeo ou aspirado mais profundamente), a primeira coisa a fazer é extrair o genoma do vírus. Isso normalmente é feito usando um kit de extração de ácido nucleico. Assim, além de inativar o vírus, obtemos seu genoma de RNA. Em seguida, você deve copiar esse RNA na forma de DNA. Isso é feito com outro kit que usa uma enzima chamada transcriptase reversa ou Retro Transcriptase (daí o “RT”, do nome RT-PCR). Então, o genoma do vírus na forma de DNA é amplificado pela reação em cadeia da polimerase (PCR, em inglês. Observe que aqui PCR não significa “Proteína C Reativa”). Essa amplificação consiste em fazer milhões de cópias de um fragmento do DNA, para que possamos “visualizá-lo” ou detectá-lo usando um sistema específico. O sistema de PCR em tempo real ainda permite quantificar a amostra, ou seja, saber quantas cópias do vírus temos por mL.

Se a reação for positiva, isso mostra que havia RNA do vírus, ou seja, que a pessoa estava infectada.

 

Detecção Coronavírus

 

Como a primeira coisa que obtivemos do vírus foi seu genoma, esse tipo de teste é o primeiro a ser desenvolvido. De fato, desde 13 de janeiro, a OMS já publicou o primeiro protocolo. Normalmente, geralmente são realizados dois testes: um para triagem e um segundo confirmatório. Você pode até fazer uma confirmação adicional de terceiros. Estes três ensaios de RT-PCR são projetados para detectar três genes diferentes do vírus.

Estes testes de PCR são muito específicos e sensíveis. Eles geralmente levam algumas horas para serem concluídos. Eles exigem equipamentos especializados e pessoal técnico. Eles podem ser positivos nas pessoas antes mesmo de mostrarem sintomas, mas já têm o vírus. Durante toda a doença, eles podem acompanhar como está indo a infecção, porque quando a pessoa já está curada e não possui o vírus ativo, em princípio deve ser negativa. Não se pode excluir que pacientes convalescentes “sem sintomas” possam ser positivos na RT-PCR e continuar sendo portadores do vírus.

Detectar proteínas de vírus: Testes de Antígenos – Ag
Outra maneira de confirmar a presença do vírus é detectar suas proteínas ou antígenos. Existem diferentes técnicas ou suportes para realizar esse tipo de teste, mas no final mais ou menos todos têm a mesma base. Anticorpos específicos são fixados em um suporte que reagirá contra algumas proteínas do vírus. Nesse caso, é contra as proteínas na superfície do envelope (proteína S), aquelas que se projetam para fora e formam aquelas espículas que dão nome a esse tipo de vírus, o coronavírus. Se houver partículas virais na amostra (a mesma que para RT-PCR), elas serão fixadas ao anticorpo. É como se o vírus tivesse sido capturado pelo anticorpo. Em seguida, um segundo anticorpo ao vírus é adicionado para formar um sanduíche: anticorpo-vírus-anticorpo. Este segundo anticorpo será marcado de alguma maneira para revelar a reação.

Se a reação for positiva, isso mostra que havia proteínas virais, ou seja, que a pessoa estava infectada.

 

Detecção direta de antígenos do vírus

Esse tipo de teste baseado na detecção de moléculas é muito comum no diagnóstico clínico. Sua fundação é a mesma que testes de drogas tradicionais ou testes de gravidez. No caso em questão, demorou a aparecer em cena porque é necessário o uso de anticorpos de captura específicos contra esse vírus específico. A vantagem é que eles são muito mais rápidos e, dependendo do tipo de suporte, podem ser feitos em alguns minutos. Eles podem não precisar de equipamentos específicos ou de pessoal técnico altamente qualificado. Eles são mais baratos. A desvantagem é que eles são muito menos específicos e sensíveis que o RT-PCR.

Um comentário adicional a ambos os testes para detecção direta do genoma ou das proteínas do vírus: que a reação é positiva não implica que o vírus seja ativo e infeccioso. Ou seja, podemos detectar seu genoma ou suas proteínas, mas o vírus não está completo, ou seja, podemos detectar “restos” do vírus.

Detectar anticorpos contra o vírus: Testes Sorológicos

A terceira abordagem é detectar a resposta imune contra o vírus, os anticorpos. É uma detecção indireta, não detectamos o vírus, mas mostramos a resposta imune contra ele. Nesse caso, a amostra que vamos usar é uma gota de sangue, porque vamos detectar os anticorpos que você gerou contra o vírus.

Novamente, existem diferentes técnicas ou suportes para realizar esse tipo de teste, mas mais ou menos todos têm a mesma base. Nesse caso, as proteínas virais são fixadas no suporte, geralmente as proteínas mais expostas ao exterior, como a proteína S do envelope. Isso ocorre porque a primeira coisa que nosso sistema imunológico reconhece é o que está mais distante do vírus. Como neste teste queremos detectar os anticorpos que produzimos, a amostra será uma simples gota de sangue. Se houver anticorpos contra o vírus na amostra, eles grudam e se ligam às proteínas do vírus. Em seguida, é adicionado um segundo anticorpo ao anticorpo humano: geralmente são anticorpos de outro animal que reagem contra nossos próprios anticorpos, porque os anticorpos humanos realmente agem como antígenos em outros animais. Assim, um trio é formado: vírus proteínas-anticorpo humano-anticorpo de outro animal. Este segundo anticorpo será marcado de alguma maneira para revelar a reação.

Se a reação for positiva, isso mostra que havia anticorpos contra o vírus, ou seja, que a pessoa já esteve em algum momento com o vírus e seu sistema imunológico reagiu produzindo anticorpos. Isso não implica necessariamente que você está infectado, talvez tenha sido curado ou simplesmente tenha estado em contato com o vírus e não tenha tido sintomas.

Esse tipo de teste também foi desenvolvido após os testes de RT-PCR, quando já possuíamos soro de pacientes que passaram pela doença. Eles também têm a vantagem de serem muito mais rápidos que a PCR e, dependendo do tipo de suporte, podem ser realizados em apenas alguns minutos. Eles não precisam de equipamentos específicos ou de pessoal técnico altamente qualificado. Eles são mais baratos. A desvantagem é que eles são muito menos específicos que o RT-PCR. Outra desvantagem importante desse tipo de teste é que o organismo leva vários dias para produzir anticorpos detectáveis. Em outras palavras, uma pessoa pode estar infectada, mas durante os primeiros dias não fornece um resultado positivo nesse tipo de teste.

Alguns testes de anticorpos podem distinguir o tipo de imunoglobulina: se é IgM, indicativa de uma infecção recente, ou IgG, indicativa de uma resposta secundária e, portanto, mais prolongada.

Sensibilidade e especificidade
Quando queremos estudar o desempenho ou a eficácia de um teste de diagnóstico, o que fazemos é comparar o resultado desse teste em um grupo de controle de indivíduos que sabemos com certeza que estão saudáveis ​​ou infectados. Normalmente, isso é feito comparando nosso teste com outro que é considerado o “padrão-ouro”. Com esses resultados, a tabela que mostra a distribuição de saudáveis ​​e doentes e o resultado do teste é construída.

Sensibilidade e Especificidade

Assim, podemos classificar os pacientes como verdadeiros positivos, verdadeiros negativos, falsos positivos (eles não estão infectados, mas o teste é positivo) e falsos negativos (eles estão infectados, mas o teste é negativo). Com esses dados, poderemos calcular a sensibilidade e a especificidade do nosso teste.

sensibilidade do teste representa a probabilidade de classificar corretamente os infectados, ou seja, a proporção de verdadeiros positivos. É uma proporção na qual o número total de pessoas infectadas está localizado no denominador e os verdadeiros positivos estão no numerador:

Sensibilidade = positivos verdadeiros / total de infectados
Já a especificidade de um teste representa a probabilidade de classificar corretamente os saudáveis, ​​ou seja, a proporção de verdadeiros negativos. É uma proporção em que no denominador aparece o total de pessoas saudáveis ​​e no numerador os verdadeiros negativos:

Especificidade = negativos verdadeiros / total de saudáveis
Para entender melhor, vamos dar um exemplo. Suponha que tenhamos uma população de 100 indivíduos e desejemos avaliar a utilidade da RT-PCR para diagnosticar a doença por coronavírus. Nesse caso, selecionamos a história clínica (analítica, radiológica etc.) como padrão de referência (supondo que esses dados nunca deixem de classificar corretamente os saudáveis ​​e infectados para COVID-19) e realizamos RT-PCR em 100 indivíduos. Dados clínicos indicam que 30 dos 100 têm doença de COVID-19: há 70 saudáveis ​​e 30 doentes.

Ao realizar o RT-PCR nos 100 indivíduos, pudemos obter os seguintes resultados (insisto que é um exemplo fictício):

 

Resultados RT-PCR

Consequentemente, a sensibilidade do nosso teste de RT-PCR é de 93% (28/30) e a especificidade de 96% (67/70).

Um dos problemas com esses parâmetros é que a sensibilidade nos diz a probabilidade de classificar corretamente o paciente quando sabemos que ele está doente. Por outro lado, a especificidade nos diz a probabilidade de classificar corretamente os saudáveis, uma vez que sabemos que ele é saudável. Mas isso na prática, muitas vezes, não sabemos. Quando um teste de diagnóstico tem sensibilidade e especificidade perto de 100%, ele se comporta como um teste de referência e, portanto, seus resultados quase sempre serão válidos. No entanto, essa circunstância é excepcional, muito raramente é um teste 100% sensível e específico. Portanto, vários testes de diagnóstico são geralmente usados ​​ao mesmo tempo, porque nos fornecerão mais informações sobre a situação real.

Uma pergunta que podemos fazer é: por que os testes às vezes dão resultados falsos? As causas são múltiplas. Os falsos negativos podem ser devidos à liberação intermitente do vírus, o genoma do vírus não ter sido extraído corretamente, sendo a amostra obtida durante o período de janela em que os anticorpos ainda não foram produzidos, falha dos reagentes de teste, … Os falsos positivos podem ser causados ​​por contaminação no processamento das amostras, reação cruzada com outros vírus, …

Que informações a combinação de RT-PCR e detecção de anticorpos nos fornece?
O teste RT-PCR indica a presença do vírus que está infectado no momento. Os testes de detecção de anticorpos nos dizem quem foi infectado e pode ter sido imunizado, pelo menos por um tempo, contra o coronavírus. De acordo com isso, e com todas as reservas de acordo com a sensibilidade e especificidade de cada teste, se combinarmos os resultados de RT-PCR, com detecção de anticorpos (IgM e IgG), podemos considerar o seguinte:

 

Detecção IgM IgG

No entanto, essa abordagem é uma simplificação e tem suas limitações. A falha na detecção de anticorpos pode não significar que você não está imunizado. No caso de infecções por vírus, imunidade celular intracelular não mediada por anticorpos é tão importante ou mais importante quanto a mediada por anticorpos. Ou seja, às vezes não há anticorpos, mas o indivíduo pode ser “imunizado”.

Apesar disso, tudo isso pode nos ajudar a controlar e monitorar a epidemia nas próximas semanas, saber quantas pessoas entraram em contato com o vírus e são imunizadas, definir com mais precisão as taxas de mortalidade do vírus, prever o que será capaz de acontecer se houver um segundo “surto” do vírus e decidir as medidas e a velocidade das decisões que desejamos.

NOTA: Outro anticorpo que tem papel predominante nas secreções mucosas, como as secreções respiratórias, é a IgA. Nesse sentido, já existem testes para detectar IgA que parecem ter uma sensibilidade mais alta que os testes para IgM ou IgG.

Texto gentilmente cedido pelo Dr. Ignacio López-Goñi (@microbioblog)

Catedrático de Microbiología, Departamento de Microbiología y Parasitología, Director del Museo de Ciencias, Universidad de Navarra.

A Centerlab comercializa diversos testes para o coronavírus como:

TESTE POR FLUORESCÊNCIA ANTÍGENO F COVID-19 AG 20 TESTES ECO F-LINE - CÓD. 02798  ANTI COVID-19 IGG/IGM RAPID TEST REF. 732 LABTEST - CÓD. 02795 KIT PCR PARA COVID-19 SARS-COV-2 ECO DETECT COD. 02905

 

 

Texto original:: https://microbioun.blogspot.com/2020/04/test-diagnostico-coronavirus.html

Covid-19

Covid-19

Introdução

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente (SARS-CoV-2) foi descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China, e provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19). Os coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, apenas em 1965, o vírus foi descrito com o nome atual, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

Os sinais e sintomas provocados pela doença, são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o coronavírus (SARSCoV- 2) ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sinais e sintomas da doença.

Os principais sintomas até o momento são:


Sintomas

Se você apresentar sintomas gripais e/ou febre, permaneça em casa em observação por no mínimo 7 dias. Se os sintomas persistirem e/ou agravarem (febre alta, dificuldade para respirar) deve procurar atendimento médico imediatamente. Ao retornar para o domicílio prolongue o isolamento para até 14 dias.

Se entrou em contato com pacientes confirmados ou retornou de viagem nos últimos dias, permaneça em casa em observação por no mínimo 7 dias. Havendo sintomas (tosse, febre até 37.8, coriza) permaneça em isolamento por até 14 dias. Caso apresente dificuldades respiratórias procure o hospital de referência mais próximo.

Transmissão

As formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em processo de investigação,mas já se sabe que acontece de pessoa para pessoa. Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1 metro) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção.

Alguns vírus são altamente contagiosos, enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o coronavírus se espalha de pessoa para pessoa, mas já se sabe que a transmissão é menos intensa do que o vírus da gripe. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:

– Gotículas de saliva;
– Espirro;
– Tosse;
– Catarro;
– Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

O período médio de incubação por coronavírus é de 5 dias, com intervalos que chegam a 12 dias, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.

A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARSCoV é, em média, de 7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do coronavírus (SARS-CoV-2) sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há informações suficientes de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus.

A Centerlab juntamente com seus parceiros estão disponibilizando a pré-venda dos testes rápidos e Imunofluorescentes para diagnóstico do covid-19, procure um de nossos vendedores!

Diagnóstico

Os testes para diagnóstico que disponibilizaremos no mercado são divididos em dois grupos: Os testesImunocromatográficos e os testes Imunofluorescentes. Os testes são pensados para atender uma necessidade de urgência da doença sob seu potencial risco em âmbito nacional: os resultados mais rápidos irão permitir agilidade na tomada de decisões, auxiliando diretamente no direcionamento do tratamento e prognóstico do paciente, além do controle da disseminação do COVID-19 no país.

– Testes Imunofluorescentes
O COVID-19 Ag é um imunoensaio fluorescente para identificação da presença de antígeno do virus, utilizando amostras de swab de nasofaringe e/ou orofaringe pela metodologia de imunofluorescencia, com resultados em até 30 minutos, que permite agilidade na tomada de decisões, auxiliando diretamente no direcionamento do tratamento e prognóstico do paciente, além do controle da disseminação do COVID-19 no país. Para esse temos a Linha Fline da ECO Diagnóstica.

 

Linha F-Line
Sistema de imunoensaio Fluorescente
Confira o menu completo de testes respiratórios:
– ECO F Influenza A/B;
– ECO F Strep A Ag;
– ECO F RSV Ag;
– ECO F S. pneumoniae Ag;
– ECO F Legionella Ag
– ECO F Adenovírus
– ECO F Covid-19 Ag
Eco_F-Line

 

-Testes Imunocromatográficos
O COVID-19 Imunocromatográfico detecta a presenta de Anticorpos IgG e IgM em amostras de sangue total, plasma e soro. O teste poderá auxiliar na triagem de indivíduos assintomáticos, fornecendo dados clínicoepidemiológicos de importância, além do auxílio no diagnóstico daqueles pacientes que já não estão na janela de detecção do vírus.

 

Covid-19 Covid-19 Labtest

 

O Coronavírus tem mobilizado o mundo inteiro. Desde as primeiras notícias até a atualidade, preocupamos em redobrar os cuidados não só com a nossa saúde, como também a saúde dos nossos familiares, colaboradores, clientes, amigos e com os profissionais da saúde de forma geral.

A Centerlab procura contribuir durante esse período fornecendo um serviço de qualidade a fim de prestar suporte aos laboratórios e hospitais. Seguimos trabalhando para atender o seu laboratório, comercializando soluções em produtos e serviços para diagnóstico e pesquisa.

Vamos manter a tranquilidade e seguir as recomendações para inibir a propagação do vírus. Dessa forma iremos superar este momento difícil que estamos atravessando.

Referência:
– Newslab.
– Saude.br.gov.br/temasdeSaude/coronavírus.

Doação de Sangue: Descubra a importância de ser um doador

Doação de Sangue: Descubra a importância de ser um doador

Doar sangue é um ato solidário que pode salvar vidas de pessoas que precisam de tratamentos, intervenções médicas complexas, como transplantes, transfusões, cirurgias e doenças hematológicas variadas. Segundo o Ministério da Saúde, cada bolsa de sangue doada pode salvar 4 vidas, por isso, a doação de sangue regular é de extrema importância para manter os bancos sempre abastecidos para os hospitais.

Ainda de acordo com o Ministério, cerca de 3,3 milhões de pessoas são doadoras de sangue no Brasil. Esse gesto é celebrado em 25 de novembro, Dia Nacional do Doador de Sangue. A data tem o objetivo de agradecer e reconhecer a importância de todos os doadores, principalmente os regulares, e sensibilizar a população para a importância da doação.

A escolha pela data no mês de novembro também busca aumentar o estoque nos bancos de sangue de todo o país, já que os estoques dos hospitais ficam abaixo da necessidade no último trimestre do ano em boa parte do Brasil.

Quem pode doar sangue?

Pessoas entre 16 e 69 anos que estejam pesando mais de 50kg podem doar sangue, segundo o Ministério da Saúde. Para menores (entre 16 e 18 anos) é necessário o consentimento dos responsáveis, e entre 60 e 69 anos a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar temporariamente.

O procedimento para doação de sangue é simples, rápido e seguro. É preciso apresentar documento oficial com foto em um dos pontos de coleta.

A quantidade de sangue retirada não afeta a saúde do doador porque a recuperação acontece 24 horas após a doação. Uma pessoa adulta e saudável tem, em média, 5 litros de sangue. A doação permitida é de apenas 450ml por doador.

Todo o sangue doado é separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas e plasma) e assim poderá beneficiar mais de um paciente com apenas uma unidade coletada.

O website do Ministério da Saúde esclarece mitos no endereço http://saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-sangue

 

Doar sangue é um ato de amor à vida. Doe você também!

Diabetes: Uma doença silenciosa

Diabetes: Uma doença silenciosa

Caracterizada pela elevação de glicose no sangue, a diabetes mellitus causa um conjunto heterogêneo de distúrbios metabólicos. No mundo, existem pelo menos 380 milhões de diabéticos, entre os quais 13 milhões são brasileiros. A tendência é que este número suba nos próximos anos. Informações do Atlas do Diabetes mostraram que, até 2035, a taxa de pessoas com diabetes pode aumentar mais de 150%.

A diabetes pode ocorrer devido a dois fatores: deficiência na secreção ou na ação do hormônio insulina. Este hormônio é produzido pelo pâncreas sua função é permitir a utilização da glicose pelas células para a produção de energia. Quando estas deficiências ocorrem, a glicose se acumula na corrente sanguínea, o que gera o quadro de hiperlipemia podendo assim, desencadear o desenvolvimento da diabetes.

A diabetes tipo 1 é caracterizada pela destruição das células beta, levando  usualmente a uma deficiência absoluta de insulina. Já a do tipo 2 é causada por deficiência relativa de insulina, sendo característico dos indivíduos com resistência à insulina.

Para conscientizar o mundo sobre os problemas associados à doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Federação Internacional de Diabetes (IDF) criou, em 1991, o Dia Mundial da Diabetes, celebrado em 14 de novembro.

Diagnóstico precoce é essencial para conter sintomas

A diabetes, sobretudo a do tipo 2, é uma doença silenciosa. Seu desenvolvimento é lento, e os sintomas podem demorar mais tempo para ocorrerem. Trata-se de uma doença incurável, que pode gerar muitas complicações para o paciente.

Isso porque, ao longo dos anos, a hiperglicemia prolongada ocasiona o aparecimento de lesões graves, como cegueira, nefropatia, neuropatia, hipercoagulabilidade, amputação, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Os fatores de causa mais comuns associados à doença são: obesidade, sedentarismo, hereditariedade, hipertensão, entre outros.

O diagnóstico precoce da doença é fundamental para que os sintomas não avancem e gerem grandes prejuízos para os pacientes. Em quadros de pré-diabetes é possível, inclusive, que o quadro seja revertido por completo.

Determinação de glicose e HbA1c

O diagnóstico da diabetes é feito por meio da determinação sanguínea da glicose e HbA1c, ou hemoglobina glicada. Segundo Andreza Belo, pesquisadora pleno da Labtest Diagnóstica, existem níveis pré-estabelecidos de glicose e HbA1c para identificar indivíduos normais, com pré-diabetes e com diabetes.

Os valores indicados pela Associação Americana de Diabetes indicam que o diagnóstico de diabetes é dado pelas seguintes determinações:

  • glicemia de jejum alterada (≥ 126 mg/dL)
  • glicemia após sobrecarga de glicose ou glicemia ao acaso (≥ 200 mg/dL)
  • hemoglobina glicada ou HbA1c (≥ 6,5%)”.

Andreza Belo explica ainda que, além de ser usada no diagnóstico, a HbA1c é utilizada, também, como medida do risco de desenvolvimento das complicações crônicas da diabetes.

“A HbA1c deve ser medida rotineiramente em todos os pacientes com diabetes, por pelo menos duas vezes ao ano. Em pacientes que se submeteram a alterações do esquema terapêutico, ou que não estejam atingindo os objetivos recomendados com o tratamento, deve ser medida quatro vezes ao ano, a cada três meses”, informa.

Fonte:  Labtest

Sepse: O que é e como monitorá-la?

Sepse: O que é e como monitorá-la?

Popularmente conhecida como infecção generalizada, a sepse é um conjunto de manifestações graves em todo organismo. Trata-se de um estado em que o sistema circulatório se torna incapaz de fornecer fluxo sanguíneo adequado para os tecidos e órgãos. Este quadro é, ainda, uma resposta inflamatória que altera o funcionamento do organismo.

Apesar disso, a sepse nem sempre acomete todos os órgãos do paciente. Muitas vezes, ela pode estar localizada apenas em um órgão, mas é capaz de impactar todo o organismo que tenta combater a infecção. Febre, diminuição da temperatura corporal, aumento da frequência cardíaca, confusão mental e dificuldade para respirar são só alguns sintomas relacionados à sepse, que deve ser diagnosticada o quanto antes para ter chances de ser revertida.

Sepse e mortalidade

Segundo o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), a sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Ela é também uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer.

No Brasil, a taxa de mortalidade em UTIs causada pela sepse é de até 65%, enquanto a média mundial está abaixo de 40%. São esses dados que levam este quadro clínico a ser cada vez mais discutida entre a comunidade médica.

DIAGNÓSTICO VIA DETERMINAÇÃO DE LACTATO

O diagnóstico precoce da evolução do quadro de sepse é o que resulta na possibilidade de reversão deste. Recentemente, estudos mostraram que a determinação de lactato é uma excelente ferramenta para auxiliar os médicos na avaliação da gravidade da sepse.

“Os níveis de lactato na corrente sanguínea estão relacionados à eficiência de oxigenação dos órgãos e dos tecidos no organismo. Contudo, o lactato tem sido considerado mais que um produto da glicólise anaeróbica (na ausência de oxigênio). Desta maneira, ele vem sendo empregado como marcador de triagem para avaliação da sepse. Níveis de lactato acima de 2 mmol/L estão relacionados à sepse e, ao serem identificados, podem auxiliar o médico na avaliação da gravidade e evolução deste quadro clínico”, explica Bárbara de Morais, especialista de produtos da Labtest.

Fonte: Labtest

Sífilis congênita: como evitar que a doença passe de mãe para filho

Sífilis congênita: como evitar que a doença passe de mãe para filho

Sífilis é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo, porque apresente aproximadamente 6 milhões de novos casos a cada ano. Desde 2016, o Ministério da Saúde decretou epidemia da doença, sendo estes os números da sífilis no Brasil, de acordo com o último boletim divulgado em outubro de 2019 (dados referentes ao ano de 2018):

Sífilis - Gestação

O QUE É A SÍFILIS

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida por meio de relação sexual (vaginal, anal e oral) ou ainda pode ser transmitida para a criança durante a gestação ou o parto.

Ela pode se apresentar das mais variadas formas clínicas e é classificada em diferentes estágios: sífilis primária, secundária, latente e terciária.

Sífilis primária
No primeiro estágio, aparecem pequenas feridas no local de entrada da bactéria, mas que não trazem dor ou coceira, e desaparecem espontaneamente.

Sífilis secundáriaNo primeiro estágio, aparecem pequenas feridas no local de entrada da bactéria, mas que não trazem dor ou coceira, e desaparecem espontaneamente.

Sífilis latente
A forma latente é ainda mais silenciosa, sendo detectada apenas por exames imunológicos. Geralmente, nesta fase o indivíduo já está com a infecção há mais de 2 anos.

Sífilis terciária
A última fase da doença é a mais grave, pois o paciente pode apresentar lesões na pele, nos ossos, problemas cardiovasculares e neurológicas, que podem levar à morte. Este estágio pode surgir décadas depois da infecção.

Sífilis congênita
Nos bebês, a sífilis congênita é fatal em 40% dos casos. Além disso, a doença também pode trazer nascidos com baixo peso, prematuridade e outras deformidades congênitas.

No entanto, é importante ressaltar que a infecção tem cura, em adultos pode ser tratada com injeções de penicilina. A quantidade de injeções varia de acordo com o estágio da doença.

Os bebês precisam ser acompanhados de perto desde o nascimento para que possa se fazer o tratamento adequado e descobrir possíveis sequelas que terá no futuro.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Mesmo que não haja nenhum sintoma, é importante fazer o teste de sífilis, que está disponível em qualquer unidade de saúde do Brasil. Principalmente pais e mães que esperam por um bebê precisam diagnosticar a doença o quanto antes para que o tratamento seja o mais rápido possível, preferencialmente nos primeiros 3 meses de gestação.

Depois de diagnosticado, caso o resultado dê positivo para mãe ou pai, o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS.

Fonte: Kasvi

Sífilis: Uma doença tabu com aumento de casos no Brasil

Sífilis: Uma doença tabu com aumento de casos no Brasil

sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. É um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, devido ao aumento significativo de casos registrados. As principais formas de transmissão desta IST são via sexual, vertical e transfusão sanguínea, embora essa seja mais rara.

Quando a transmissão ocorre devido às relações sexuais desprotegidas, a sífilis é classificada como sífilis adquirida. Quando ocorre da mãe para a criança (transmissão vertical) durante a gestação ou parto, é denominada sífilis congênita. Outra classificação importante ocorre quando a sífilis é diagnosticada em mulheres durante a gestação e, neste caso, é chamada de sífilis em gestante. Estes três casos devem ser notificados obrigatoriamente ao Ministério da Saúde, conforme portaria vigente.

As ações do dezembro vermelho no combate ao HIV/AIDS também impulsionaram as discussões sobre outras IST´s, incluindo a sífilis. Consideradas doenças tabus, muitas pessoas são desinformadas em relação às IST´s e, quando expostas às situações de suspeita da infecção, não procuram ou demoram muito para buscar ajuda médica para realizar o diagnóstico.

A sífilis é uma IST facilmente tratável quando diagnosticada precocemente. Quando não tratada, pode gerar sequelas irreversíveis em longo prazo, além de facilitar a infecção pelo vírus do HIV. Alguns especialistas afirmam que as chances de um indivíduo com sífilis ser infectado por esse vírus podem aumentar em até 18 vezes. No caso da sífilis congênita, a preocupação ocorre devido à alta taxa de aborto, óbito fetal e morte neonatal, que pode chegar a 40%.

Aumento do número de casos de sífilis no Brasil nos últimos oito anos

De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado no final de 2019, o número de casos de sífilis no Brasil é alarmante em decorrência do seu crescimento significativo.

Nos últimos oito anos (2010 – 2018), o país vivenciou um aumento de 4.157% no número de casos. Somente em 2018, foram registrados mais de 246 mil casos, dos quais a sífilis congênita representou uma parcela de 26,3 mil casos, com 241 mortes de bebês.
Gráfico -  Sífilis
Foto retirada do site da Labtest

Os sintomas em adultos podem incluir feridas genitais, manchas no corpo, febre, mal-estar, lesões na pele, ossos, sistema nervoso e cardiovascular, demência e depressão. As lesões em fetos e neonatos são mais graves e podem causar malformações, microcefalia, afetar o sistema nervoso, visão, músculos, coração e fígado, até provocar aborto involuntário ou óbito ao nascer.

Procurar ajuda especializada é o primeiro passo para diagnóstico da sífilis

A partir do momento em que o indivíduo está com suspeita de sífilis, ele deve procurar o serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) que disponibiliza todos os testes gratuitamente ou um laboratório clínico para realizar os exames de diagnóstico da infecção.

“Além dos exames realizados para identificação da bactéria Treponema pallidum, denominados como exames diretos, são solicitados testes imunológicos para detectar anticorpos antitreponêmicos presentes na amostra do paciente”, explica Bárbara de Morais, especialista de produtos da Labtest.

“Estes anticorpos surgem em aproximadamente 10 dias, após o aparecimento da lesão primária da sífilis, também chamada de cancro duro, e auxiliam o médico nas demais etapas clínicas, a fim de realizar o diagnóstico e conduzir o paciente para o tratamento adequado”, complementa Bárbara.

Dentro dos testes imunológicos, há uma separação entre aqueles considerados testes treponêmicos e não treponêmicos, tema do próximo tópico deste artigo.

Entenda a diferença entre os testes treponêmicos e não treponêmicos

Os testes treponêmicos detectam anticorpos específicos anti-Treponema pallidum, enquanto os testes não treponêmicos detectam anticorpos anticardiolipina, que surgem devido ao material lipídico liberado da célula que apresenta lesão ou à cardiolipina liberada pelas bactérias.

Os anticorpos anticardiolipina são produzidos no organismo devido a outras situações clínicas. Sendo assim, os testes não treponêmicos não são específicos para os antígenos do Treponema pallidum. Cabe ainda ressaltar que os testes não treponêmicos, apesar de não específicos, tem grande relevância para o diagnóstico e monitoramento do tratamento da sífilis, como será mostrado a seguir neste artigo.

Entre os testes treponêmicos, os testes rápidos, ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) e FTA-ABS (Fluorescent Treponemal Antibody Absorption Test) são enquadrados nesta categoria. Para os testes não treponêmicos, podemos mencionar os testes com as metodologias VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e RPR (Rapid Plasmatic Reagin).

Saiba porque os testes não treponêmicos são indicados para acompanhar o tratamento da sífilis

“Os testes não treponêmicos utilizam a metodologia de floculação, ocorrendo a aglutinação em amostras reagentes, que pode ser observada a olho nu ou por meio de microscópio, dependendo das recomendações do produto utilizado”, diz Bárbara.

Os testes não treponêmicos podem ser qualitativos e/ou semiquantitativos. Quando utilizados de maneira semiquantitativa, é possível dosar o título da amostra, o que auxilia a determinação da fase da infecção: primária, secundária ou terciária.

Esse tipo de teste também é recomendado para acompanhamento da resposta ao tratamento. “O título da amostra deve diminuir se o tratamento for efetivo”, destaca Bárbara.

Os testes treponêmicos não podem ser utilizados para acompanhamento do tratamento, uma vez que permanecerão apresentando resultado reagente ao longo de toda vida do paciente infectado pela bactéria, impedindo saber se o tratamento foi eficaz.

De acordo com o Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis do Ministério da Saúde, os testes não treponêmicos podem ser utilizados como triagem e, em seguida, devem ser confirmados com o teste treponêmico ou utilizados na sequência dos testes treponêmicos, explica a especialista.

Fonte: Labtest

Infarto Agudo do Miocárdio na população jovem

Infarto Agudo do Miocárdio na população jovem

Danilo Feliciano de Moraes, filho do ex-lateral direito e capitão da Seleção Brasileira Cafu, sofreu um infarto aos 30 anos de idade, enquanto jogava bola com os familiares na sua residência em São Paulo, em setembro de 2019. Outro episódio triste no mesmo ano foi o de Tales Costa, modelo de 25 anos, que teve um mal súbito enquanto desfilava na passarela da 47ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW).

Ambos os casos chamam a atenção por um motivo em comum: a idade precoce dos garotos. Segundo o Ministério da Saúde, desde 2013 houve no Brasil um aumento de 13% no número de infarto entre adultos com até 30 anos de idade.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) aponta as doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação como principais causas de morte no Brasil, sendo responsáveis por mais de 30% dos óbitos registrados. A cada um minuto e meio, uma pessoa morre em decorrência de problemas cardiovasculares.

Neste artigo, você entenderá do que se trata, quais os motivos, sintomas e, por fim, a importância dos biomarcadores para o diagnóstico do infarto agudo do miocárdio.

O que é um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)?

O miocárdio é o músculo do coração responsável pelo processo de contração e relaxamento e auxilia o processo de bombeamento do sangue para o nosso corpo.

O infarto agudo do miocárdio ocorre quando as células do músculo morrem devido à falta de fluxo sanguíneo em decorrência da obstrução de algumas artérias que alimentam o miocárdio.

Como a artéria está obstruída, o sangue não consegue chegar até o músculo e pode ocorrer o IAM. Os sintomas nos jovens são mais proeminentes e diferentes daqueles apresentados pela população mais velha, como dores no peito, com ou sem irradiação para os membros superiores, suor frio, falta de ar ou náusea.

As causas que levam os jovens a desenvolver doenças cardíacas estão vinculadas com o sedentarismo, estresse, diabetes, tabagismo, entre outras. Por isso, a importância de ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas.

Entenda quais são os biomarcadores para o diagnóstico do infarto agudo do miocárdio

Os biomarcadores cardíacos são macromoléculas, proteínas ou enzimas, que auxiliam no diagnóstico de diversas doenças cardíacas, incluindo o infarto agudo do miocárdio. Saiba mais sobre alguns destes biomarcadores e qual a relevância no diagnóstico:

A enzima creatina quinase (CK) e sua fração MB (CK-MB)

A enzima creatina quinase e sua fração MB (CK e CK-MB) são biomarcadores estabelecidos dentro da comunidade médica para o diagnóstico do IAM. A CK possui duas subunidades B e M (Brain e Muscle, respectivamente) e é responsável por regular a produção e o uso dos íons fosfato (PO42-) nos tecidos que se contraem.

A CK-MB é denominada miocárdica e os ensaios podem dosar sua atividade ou sua concentração. O teste que determina a concentração é chamado de CK-MB massa.

Esses testes são sensíveis e confiáveis. A atividade da CK-MB aumenta entre 4 e 6 horas, após a lesão do músculo cardíaco, com um pico em torno de 18 horas depois do infarto. Os níveis normais serão restabelecidos em 48 horas. Portanto, trata-se de um biomarcador de “meia vida curta”, explica a especialista de produtos da Labtest, Bárbara de Morais.

Troponinas (TnI, TnT e TnC)

As troponinas são complexos de proteínas que auxiliam o processo de regulação de interação entre actina e miosina, que participam do processo de contração muscular.

As troponinas têm três subunidades: Troponina I (TnI), Troponina T (TnT) e Troponina C (TnC) e são classificadas desta forma, dependendo ao que estão ligadas. Normalmente, estão ausentes na corrente sanguínea, sendo encontradas apenas no tecido cardíaco. Quando ocorre a lesão, as troponinas são liberadas para a corrente sanguínea e podem ser detectadas.

As Troponinas I e T têm relevância para o diagnóstico do infarto agudo do miocárdio, sendo consideradas biomarcadores cardíacos, uma vez que possuem sequência de aminoácidos específicos para o músculo cardíaco.

A TnI e a TnT podem ser detectadas em cerca de 2 a 4 horas após o início da lesão, com pico em torno de 12 horas e podem permanecer elevadas por dias. São “padrão ouro” e consideradas como marcadores tardios.

“Os produtos que dosam ambas podem ser qualitativos ou quantitativos. Entre os quantitativos, tem-se os que são considerados ultrassensíveis e capazes de detectar quantidades pequenas desses dois analíticos na amostra”, complementa Bárbara.

Mioglobina

O terceiro biomarcador é a mioglobina, uma metaloproteína com núcleo porfirínico de ferro, semelhante à hemoglobina, cuja função é realizar o transporte intracelular de oxigênio.

É uma proteína presente no citoplasma, que está localizado entre o núcleo e a membrana celular, responsável pela captura do oxigênio e por levá-lo às mitocôndrias, auxiliando no processo de respiração celular.

A concentração da mioglobina se eleva entre 1 e 2 horas após a isquemia, o pico ocorre entre 6 e 9 horas e as concentrações se normalizam entre 12 e 24 horas. “Portanto, é considerado um marcador precoce”, destaca Bárbara.

Gráfico - Infarto


Outros biomarcadores

Além do biomarcadores mencionados, outros também são relevantes para o diagnóstico do IAM, como o hormônio BNP e o D-dímero. O hormônio peptídeo naurético cerebral (BNP) é um excelente marcador de estresse mecânico e sua dosagem auxilia na avaliação da disfunção ventricular sistólica esquerda. Já o D-dímero é um fragmento de proteína resultante do processo de coagulação e níveis elevados deste analito estão associados ao aumento de risco de IAM.

Recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomenda que o diagnóstico não seja feito com apenas um marcador, mas com pelo menos dois. Um que seja precoce (mioglobina e CK-MB) e um tardio (CK-MB e troponinas).

“Os biomarcadores cardíacos são importantes para auxiliar no diagnóstico do infarto agudo do miocárdio. A escolha do biomarcador mais adequado deve ser considerada de acordo com o tempo de aparecimento ou elevação da sua atividade ou concentração na corrente sanguínea”, afirma Bárbara.

“É importante realizar o diagnóstico de maneira adequada. O resultado precoce possibilita que as medidas médicas sejam efetivas, evitando sequelas graves que possam comprometer a qualidade de vida do paciente e a evolução do quadro para o óbito”, finaliza Bárbara.

Fonte:Labtest

 

Má gestão e ingerência política comprometem todo o setor da saúde, pública e privada, do país

Má gestão e ingerência política comprometem todo o setor da saúde, pública e privada, do país

Especialista aponta que defasagem antiga em tabelas de remuneração de serviços na área de saúde pública e ainda a falta de coordenação e gerenciamento obrigam a que se reduza o atendimento ao SUS por questão de sobrevivência. Roberto Madid é Diretor Executivo no Setor de Saúde com 32 anos de atuação no segmento, com passagens por banco de sangue, hospitais públicos e privados, santas casas, medicina diagnóstica, operadoras de saúde e cooperativas médicas. Atualmente participa de vários conselhos de administração e está à frente do projeto Unique Medical Center em Maringá/PR. Para ele, o futuro depende de gerenciamento competente e coordenado e foco na Atenção Primária.

Por: Regina Prado

Labornews – Nos últimos cinco anos, 3 milhões de pessoas perderam seus planos de saúde no Brasil. Em grande parte devido ao desemprego, já que 70% dos planos são empresariais, e em outros casos por opção, devido ao aumento das anuidades, bem acima da inflação, e ainda pela novidade da coparticipação nos custos do tratamento. Sem uma perspectiva concreta de mudanças a médio prazo no volume de desempregados no país, por exemplo, como o setor de saúde deveria se organizar para receber esta nova demanda no SUS?

Madid – A saúde pública nunca foi priorizada como deveria em nenhum dos últimos governos no Brasil. A divisão em hospitais federalizados, estaduais e municipais é muito prejudicial para organização do sistema atual. A divisão de verbas, que já é escassa, fica injusta e desigual. A atuação não é ordenada e priorizada. Falta gestão em todos os níveis da administração pública de saúde do país. Governança e compliance zero. A preocupação sempre foi direcionada para parte técnica e médica de atuação e muito pouco na estratégia de organização, gestão e administração do modelo de saúde. Com a retomada da economia que se vislumbra com a nova gestão do país, com os indicadores econômicos apontando crescimento, o número de beneficiários na saúde suplementar deve crescer na mesma medida pois é diretamente proporcional ao volume de empregados. Acredito que devemos fechar 2020 com acréscimo entre 750 mil a 1 milhão de novos beneficiários, mesmo porque as operadoras estão modelando e oferecendo produtos mais acessíveis.
Lab – Segundo especialistas, a segmentação entre setores público e privado (24% da população ainda é coberta por planos de saúde), sem uma coordenação estabelecida, pode comprometer a qualidade do atendimento em saúde no país. A parceria com as Organizações Sociais de Saúde (OSS) é uma boa alternativa para o SUS? Segundo a legislação, elas podem “quarteirizar” o serviço prestado. Como pode ser avaliada a qualidade deste trabalho?

Madid – Por que existe a quarteirização? Exatamente pela ineficiência da gestão pública. Gastar mais para contratar empresas para que façam o que o ente público não faz. É um círculo vicioso e que abre margens para má aplicação do recurso público. A tendência é aumentar a abrangência do setor de saúde suplementar pela ineficiência do setor público. Não sou contra OSS, mas não é isso que vai resolver o problema. Se fizermos uma peneira fina nas centenas que existem, acredito que poucas realmente tem expertise, experiência e capacidade técnica comprovada. Muitas foram criadas para fins e “objetivos específicos”.

Lab – Como foi sua experiência na superintendência da Santa Casa de Campo Grande (MS)? Já há alguns anos vemos as enormes dificuldades econômicas de hospitais filantrópicos em todo o país. Por que é difícil equilibrar estas finanças?

Madid – Fomos contratados para um projeto de “turnaround” no intuito de equilibrar as contas da entidade. Fizemos. O problema é que o ente público não cumpre o acordado. Não paga em dia, ou simplesmente não paga. Em Campo Grande/MS veja o histórico político: estiveram presos governador e dois prefeitos, fora vários deputados federais e estaduais denunciados e respondendo a processos, e isso apenas nos últimos cinco anos. As Santas Casas são essenciais para manter de pé o atendimento à população carente no país. Apesar disso, são muito mal remuneradas pelos serviços de complexidade que prestam. A conta não fecha. Os valores não são reajustados há mais de quinze anos! Na sua grande maioria estão em situação financeira desesperadora. Não adianta novas linhas de crédito como faz o governo atual. É necessário remunerar condizentemente pelos serviços prestados.

Lab – Segundo recente artigo de Leandro Fonseca da Silva, Diretor-Presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), “mais de 50% do total despendido no país com saúde é feito por entes privados, sendo que 52,8% dos gastos privados realizados por meio de operadoras de planos de saúde. Esse padrão é diferente dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por exemplo, nos quais a despesa pública com saúde, em média, é de 73,4%”. Com estes dados em mãos, o que o Brasil deve reformular para otimizar os gastos aplicados na saúde?

Madid – O Brasil gasta pouco com saúde e gasta mal. A proporção reflete a pouca abrangência que o serviço público tem. O setor suplementar vem crescendo cada vez mais e continuará assim. O nosso atual modelo de saúde pública é reativo e não proativo e preventivo.

Lab – Como o senhor avalia as demandas do setor de análises clínicas, que tem a remuneração pelo SUS defasada em mais de duas décadas de prestação de serviços?

Madid – A remuneração do SUS não sustenta nenhum dos players do segmento. A remuneração está defasada não apenas para análises clínicas, mas para tudo. Quem depende ser remunerado pelo sistema SUS não consegue sobreviver. Na maioria dos casos reduz o atendimento ao SUS para menor proporção possível e passa a atender convênios e particulares para poder equilibrar suas contas.

Fonte: Labornews
05 DE FEVEREIRO DE 2020

Período de chuva e leptospirose

Período de chuva e leptospirose

Os dados são alarmantes: em Minas Gerais, a chuva está próxima de atingir o triplo da média e já deixou 59 mortos com mais de 53 mil pessoas fora de casa, somente em 2020.  No Espírito Santo a chuva já deixou mais de 12 mil pessoas fora de casa em 27 municípios, com 23 cidades em alerta máximo e 10 mortes registradas.

Outro estado afetado pela chuva é São Paulo, que está em estado de atenção para alagamentos segundo a prefeitura de São Paulo.

Temporais e chuvas de grande volume acumulado (acima de 100mm em 24 horas) estão sendo observados, também, nos últimos dias em vários estados da região Norte do Brasil.

Temporais mais recentes ocorreram no Pará e no Amazonas. Entre 9hs do dia 27/01/2020 e 9hs do dia 28/01/2020, foram registrados 91,2mm sobre Manaus e 107mm em Tefé, no Amazonas. Entre os dias 26 e 27 de janeiro, no estado do Pará foram registrados 103,4mm sobre Rondon do Pará, 88,6mm em Paragominas e 81,4mm em Novo Repartimento.

Janeiro de 2020 foi o janeiro mais chuvoso em Manaus em 24 anos, desde 1996, quando janeiro acumulou 571,3mm.

Já não basta todos os problemas decorrentes da chuva nas cidades, o aumento do volume de chuva, enchentes e inundações, eleva o número de casos de Leptospirose.

Durante esse período, a urina dos ratos e de outros animais (boi, porco, cavalo, cabra e ovelhas) mistura-se à água e à lama. A bactéria do gênero Leptospira penetra no corpo humano pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e também pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama contaminada.

A leptospirose é uma doença infecciosa febril que provoca impactos sociais e econômicos negativos. A doença apresenta elevada incidência, alto custo hospitalar, perdas de dias de trabalho, além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves.

O período de incubação da doença dura, em média, de 5 a 14 dias. Em alguns casos, pode ser assintomática. Quando ocorre, os sintomas podem ser confundidos com sinais da gripe ou dengue, como febre, mal-estar, dores de cabeça e muscular.

Os sintomas, em geral, desaparecem após 3 ou 4 dias da manifestação. Dependendo do caso, porém, a doença pode evoluir para a Síndrome de Weil, uma forma grave. Nessa fase, as taxas de mortalidade são elevadas.

Por apresentar sintomas semelhantes à gripe, dengue, malária e hepatite, o diagnóstico diferencial para confirmação do quadro é de extrema importância.

Fonte: Eco Diagnóstica