Cuidados pré analíticos em hemostasia

Cuidados pré analíticos em hemostasia

Para entregar um resultado laboratorial preciso e confiável, um laboratório clínico deve implementar um sistema adequado de gerenciamento de qualidade. Cerca de 60% dos erros laboratoriais ocorrem na fase pré-analítica, e em nenhuma outra área do laboratório o pré-analítico é tão crítico quanto na hemostasia. Nesse informativo iremos discorrer sobre os erros e suas implicações nos variados processos pré-analíticos (Coleta, Manuseio, Transporte e Preparo).

Condições pré-analíticas que afetam os testes de coagulação:

Preparo do Paciente:
– Exercício físico: A alteração da coagulação e da fibrinólise depende da intensidade do exercício;
A atividade moderada pode aumentar a agregação plaquetária, aumento de níveis de serotonina plasmática e beta tireoglobulina. Aumento de até 2,5x de Fator VIII, Von Willebrand e Ristocetina.

– Stress emocional: Aumenta os níveis de Fator VIII, Von Willebrand, Ristocetina, Fibrinogênio e Tempo de Protrombina.

– Níveis hormonais:
A gestação é um estado pró-trombótico, aumenta os níveis de Fator VIII, Von Willebrand e a Proteína S total e livre é diminuída de 2 a 3 vezes. No ciclo menstrual o fibrinogênio diminui no período menstrual e aumenta na fase lútea. Menopausa aumenta os níveis de vários fatores, principalmente fator VIII e fibrinogênio.

– Variação circadiana:
Na manhã tem maiores níveis de agregação plaquetária, atividade de fator VIII, níveis de Proteína C e Proteína S. A tarde a antitrombina atinge o valor máximo.

– Medicamentos:
Além da conhecida warfarina que altera principalmente o TP, hoje com avanço dos medicamentos anticoagulantes temos a nova geração abaixo.

Cuidados com a coleta:
– Garroteamento: Fonte considerável de variabilidade e alterações nas proteínas plasmáticas da coagulação e agregação plaquetária. Garroteamento de 1-3 minutos leva a diferenças significativas em todos os testes de rotina da coagulação, principalmente tempo de protrombina, fibrinogênio e Dimero D.
– Sequência dos tubos: As amostras devem ser colhidas de maneira a preservar a integridade das proteínas, enzimas e cofatores. A punção traumática acarreta a liberação de tromboplastina tecidual e ativação plaquetária, encurtando o TP e TTPA, consumo do fibrinogênio e outros fatores. Deve se observar a sequência dos tubos de coleta, volume de preenchimento dos tubos de citrato de sódio 3,2 % (proporção 9/1).

Homogeneização: Inverter suavemente os tubos entre 4 e 8 vezes, a homogeneização excessiva pode causar hemólise e agregação plaquetária.

Preparo da amostra
ꞏ Transporte: As amostras devem ser enviadas o mais rápido possível para o laboratório e podem ser transportadas nas seguintes condições:
1.Sangue total (citrato de sódio);
2. Centrifugadas, porém mantidas em tubo primário;
3.Centrifugadas e aliquotadas.

As amostras em tubo primário sem centrifugação ou centrifugadas devem ser mantidas tampadas e em temperatura ambiente. Amostras em sangue total não devem ser refrigeradas, armazenadas em gelo ou banho de gelo. O transporte não deve ultrapassar 1 hora, deve ser feito em temperatura ambiente com os tubos na posição vertical. Para transporte externo, congelar logo após a separação do plasma e transportar em container com gelo seco.

– Centrifugação: Padronizar a velocidade de centrifugação em 1500 G, centrifugar os tubos fechados e em temperatura ambiente por 15 minutos.

– Amostras congeladas: Descongelar a 37° por 5 a 10 minutos, não descongelar em temperatura ambiente nem em geladeira. Homogeneizar adequadamente após descongelamento.

– Manipulação: Utilizar somente material plástico.

– Armazenamento: Após a centrifugação o plasma pode permanecer no tubo primário ou pode ser aliquotado para tubo secundário. No preparo das alíquotas, tomar cuidado para não aspirar a camada onde se encontram os leucócitos e plaquetas. Durante o armazenamento os tubos devem permanecer tampados.

Amostra Ideal
– Coleta atraumática e com garroteamento mínimo;
– Volume de preenchimento adequado;
– Homogeneização adequada com o anticoagulante;
– Transporte de amostra em temperatura ambiente;
– Centrifugação em até 1hora após a coleta.

A Centerlab possui linha completa de Coagulação com equipamentos e reagentes de primeira linha. Além de contar com a melhor rede de assessores científicos capacitados a orientar o analista sobre as boas práticas de execução dos testes em hemostasia.

Elite Pro
Metodologia: Ótico Nefelométrico;
Velocidade: 175 TP/hora; 110 TTPA/hora;
Capacidade: 40 amostras, 22 reagentes (14 ambiente, 8 refrigerados).

ACL TOP350
Metodologia: Ótico LED
Velocidade 110 TP/hora; 110 TTPA/hora
Capacidade: 40 amostras (4 racks), 26 Reagentes refrigerados
HIL: Detecção de Hemólise, Icterícia e Lipemia
Detecção de coágulos e amostra insuficiente.
Referências:
– M.Blomback. J Tromb Haemost 2007; 5: 855-8
– CLSI: www.clsi.org – Clinical and Laboratory Stantards Institute
– Testes de Hemostasia: Documento H21 – A5 – 2008, Coleta Transporte, processamento e Armazenamento de Amostra
– 2005: Anvisa – Resolução da Diretoria Colegiada RDC302

Importância da vitamina D no diagnóstico laboratorial

Importância da vitamina D no diagnóstico laboratorial

A Vitamina D é muito importante para a nossa saúde, sobretudo para o tecido musculoesquelético. Apesar de ser conhecida como uma vitamina, é considerada um pré-hormônio que é principalmente produzido pela pele, em resposta à exposição solar.

A dosagem da vitamina D no sangue é feita mais frequentemente pela avaliação dos níveis de 25-hidroxicolecalciferol (25-OHD), a forma mais abundante na circulação. Tal análise laboratorial permite identificar se sua concentração está dentro do esperado para um organismo saudável ou se existe alguma deficiência em sua concentração.

A vitamina D está associada ao metabolismo do cálcio e portanto, quando deficiente, pode se associar a distúrbios ósseos, a exemplo da osteoporose.

A hipovitaminose D é altamente prevalente e constitui um problema de saúde pública em todo o mundo. Estudos mostram uma elevada prevalência dessa doença em várias regiões geográficas, incluindo o Brasil. Pode acometer mais de 90% dos indivíduos, dependendo da população estudada.

A vitamina D é essencial em funções relacionadas ao metabolismo ósseo, porém parece também estar relacionada na fisiopatogênese de diversas doenças. Em crianças, a deficiência de vitamina D leva ao retardo do crescimento e ao raquitismo. Em adultos, a hipovitaminose D leva à osteomalácia, ao hiperparatiroidismo secundário e, consequentemente, ao aumento da reabsorção óssea, favorecendo a perda de massa óssea e o desenvolvimento de osteopenia e osteoporose. Fraqueza muscular também pode ocorrer, o que contribui para elevar ainda mais o risco de quedas e de fraturas ósseas em pacientes com baixa massa óssea.

O diagnóstico correto dessa condição e a identificação de fatores de melhora ou piora podem colaborar para a elaboração de estratégias mais eficazes para o tratamento das populações de risco, como idosos e mulheres na pós-menopausa.

Como é feito o exame de dosagem de vitamina D?

A coleta é feita como em um exame de sangue comum. É retirada uma pequena amostra de sangue do paciente, preferencialmente da veia do antebraço e o material é enviado para análise em laboratório.

Em geral, recomenda-se ao paciente que informe qualquer medicamento, suplemento ou vitamina em uso antes de realizar a dosagem da vitamina D.

O exame também é conhecido como 25-hidroxivitamina D, 25-hidroxi-colecalciferol ou 25(OH)D.

Quais são os valores normais para os níveis de vitamina D no sangue?

Os valores de vitamina D no sangue recomendados para os diferentes grupos são:
– População saudável (até 60 anos): acima de 20 ng/mL;
– Grupos de risco para perda óssea: 30 a 60 ng/mL;
– Risco de toxicidade e hipercalcemia: acima de 100 ng/mL.

O que é a vitamina D: nutriente ou pré-hormônio?

Embora seja denominada vitamina, conceitualmente se trata de um pré-hormônio. Juntamente com o paratormônio (PTH), ambos atuam como importantes reguladores da homeostase do cálcio e do metabolismo ósseo.

Fontes de vitamina D

A vitamina D pode ser obtida a partir de fontes alimentares, por exemplo, óleo de fígado de bacalhau e peixes gordurosos (salmão, atum, cavala), ou por meio da síntese cutânea endógena, que representa a principal fonte dessa “vitamina” para a maioria dos seres humanos. A tabela abaixo mostra algumas fontes alimentares de vitamina D.


Diagnóstico, como definir uma hipovitaminose D?

Há o consenso de que a 25(OH)D (calcidiol) é o metabólito mais abundante e o melhor indicador para a avaliação do status de vitamina D, classificando-se os indivíduos como: deficientes, insuficientes ou suficientes em vitamina D. Em contrapartida, não há um consenso quanto ao valor de corte para a definição de “suficiência em vitamina D”.

Os valores discutidos na literatura médica, baseados em estudos populacionais com ênfase na homeostase do cálcio e na saúde óssea, variam de 20 a 32 ng/mL (50 a 80 nmol/L). Vários especialistas concordam que, para correção do hiperparatiroidismo secundário, redução do risco de quedas e fraturas e a máxima absorção de cálcio, o melhor ponto de corte de 25(OH)D é de 30 ng/mL (75 nmol/L). Dessa maneira, concentrações séricas abaixo de 20 ng/mL (50 nmol/L) são classificadas como deficiência, entre 20 e 29 ng/mL (50 e 74 nmol/L) como insuficiência e entre 30 e 100 ng/mL (75 e 250 nmol/L) como suficiência. Portanto, concentrações séricas de 25(OH)D abaixo de 30 ng/mL (75 nmol/L) são consideradas por muitos como hipovitaminose D. Esses valores foram reconhecidos pela diretriz da Endocrine Society, porém diferem daqueles aceitos (20 ng/mL) pelo Institute of Medicine (IOM). Na população geral, não há evidência de benefício na mensuração da 25(OH)D devido ao alto custo, porém, segundo a Endocrine Society, para alcançar a melhor saúde óssea, é recomendável a suplementação de crianças até 1 ano com pelo menos 400 UI/dia; entre 1 e 70 anos, pelo menos 600 UI/dia, enquanto, acima dos 70 anos, 800 UI/dia.

A Labtest lança esse produto para que possa atender a demanda atual de cada laboratório, sua metodologia imunoturbidimetria permite que o reagente 1 promove a dissociação da vitamina D das proteínas ligadoras da vitamina D(DBP), presente da amostra, que se ligam nas partículas revestidas com anticorpos anti-vitamina D (Reagente 2), causando aglutinação, que é medido nos equipamentos automatizados em forma de absorbância.

Intervalo Operacional:
O ensaio foi dado como linear entre 7.6 – 147.8 ng/mL

Características de Desempenho
A comparação do método do ensaio foi avaliada seguindo as diretriz CLSI EP9-A3. Um total de 171 amostras de soro foram testadas em comparação com um kit enzimático específico para a quantificação de 25-OH vitamina D. Os resultados para 171 amostras de soro são mostrados na tabela abaixo:

Contribuindo para o sucesso dos negócios de nossos clientes, a Centerlab e juntamente com a Labtest, uma parceria de sucesso, comercializando soluções em produtos e serviços para diagnóstico e pesquisa, tem a satisfação de comercializar equipamentos de bioquímica da linha Labmax e também kits para diagnósticos in vitro com amplo menu de testes, principalmente com o novo produto de lançamento para diagnóstico de Vitamina D.

Referencias:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2016/12/Endcrino-Hipovitaminose-D.pdf
https://www.scielo.br/j/abem/a/fddSYzjLXGxMnNHVbj68rYr/#
https://www.sbp.com.br/src/uploads/2015/02/vitamina_d_dcnutrologia2014-2.pdf.
https://consultas.anvisa.gov.br/#/saude/25351839915202353/?nomeProduto=vitamina%20d%20turbiquest
https://labtest.com.br/.
https://www.centerlab.com/.

 

Influenza e suas tendências para 2024

Influenza e suas tendências para 2024

A gripe, conhecida popularmente como influenza, é uma infecção viral que afeta o sistema respiratório, notável pela sua alta capacidade de transmissão e pelo impacto significativo na ocupação hospitalar. O agente etiológico é o vírus da família Orthomyxoviridae, pertencente ao gênero Influenzavirus. No contexto da saúde humana global, os tipos A e B são os mais relevantes. O tipo A se subdivide em duas linhagens principais, H1N1 e H3N2, enquanto o tipo B divide-se em linhagens Victoria e Yamagata.

A influenza A é a mais comum, capaz de infectar tanto humanos quanto outros animais. Sua classificação baseiase em duas proteínas na superfície do vírus: hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Existem diversas cepas de influenza A, mas as linhagens H1N1 e H3N2 são predominantes em humanos. A influenza B também pode causar quadros graves e é exclusiva dos seres humanos, embora seja menos comum que a influenza A, podendo causar surtos significativos.

Esses vírus têm potencial para gerar variantes devido à sua natureza, com genoma composto por uma fita de RNA de sentido negativo. Durante a infecção das células epiteliais do trato respiratório, incluindo os pulmões, a replicação viral se baseia na síntese de RNA positivo por meio de uma RNA polimerase dependente de RNA, presente no pacote viral. Embora funcional na iniciação dos processos de tradução das proteínas virais, essa RNA polimerase não possui mecanismos eficientes de correção de síntese de RNA, resultando ocasionalmente em mutações que geram partículas virais não funcionais. No entanto, algumas mutações podem aprimorar o mecanismo de infecção viral, originando novas linhagens com maior capacidade de infectar as células hospedeiras.

A influenza é facilmente transmitida entre pessoas através de gotículas liberadas no ar quando a pessoa gripada tosse ou espirra. Os sintomas comuns incluem febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômitos, dores articulares, tosse, mal-estar e diarréia, principalmente em crianças.

Em grande parte dos infectados, a doença pode durar de uma a duas semanas, mas fatores de risco e condições individuais podem prolongar o tempo de recuperação e aumentar a gravidade da doença.

Quando os sintomas exigem assistência médica, é crucial identificar a doença por meio de exames clínicos para orientar decisões médicas, como a internação.

De acordo com o InfoGripe (http://info.gripe.fiocruz.br/), que monitora os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no SINAN, Sistema de Informação de Agravos de Notificação (https://www.gov.br/saude/pt-br), os dados recentes indicam alta probabilidade de aumento no número de casos graves em 2024.

Boletins anteriores também destacam a sazonalidade da doença, observando que a queda das temperaturas no outono e inverno está associada ao aumento dos casos.

No atual contexto, em que a COVID-19 continua circulando e apresenta sintomas semelhantes à influenza, embora com abordagens sanitárias distintas, a solicitação de exames clínicos para identificar as diferentes infecções respiratórias pode contribuir significativamente para a saúde pública.

A Centerlab oferece diversas soluções rápidas para detecção direta dos antígenos presentes nos vírus da influenza por meio de kits de teste rápido de alta qualidade analítica, como:

– INFLUENZA A/B (H1N1) – ECO:

– COVID/FLU A/B Ag Combo – ECO:

– INFLUENZA A/B/H1N1 AG RAPID – LABTEST:

É crucial enfatizar a importância da vacinação como medida preventiva fundamental. A vacinação anual desempenha papel crucial na redução da propagação da gripe na comunidade, contribuindo para a proteção coletiva. Portanto, é essencial que as pessoas se vacinem anualmente, seguindo as orientações das autoridades de saúde locais, para ajudar a proteger a si mesmas e aos outros contra a influenza.

Além disso, outras medidas importantes para evitar a contaminação e a propagação do vírus são o uso de máscara, principalmente se você tiver algum sintoma e lavar as mãos com frequência, vamos evitar a propagação do vírus.

REFERÊNCIAS:
– Forleo-Neto, E., Halker, E., Santos, V. J., Paiva, T. M., & Toniolo-Neto, J.. (2003). Influenza. Revista Da Sociedade Brasileira De Medicina Tropical, 36(2), 267–274. https://doi.org/10.1590/S0037-86822003000200011
– https://bdm.unb.br/bitstream/10483/32876/1/2021_LailaEmanuelySantosOliveira_tcc.pdf
– https://butantan.gov.br/bubutantan/quatro-tipos-de-virus-diversos-subtipos-possiveis-proteinas-ligadas-umas-as-outras-conhecaum- pouco-mais-sobre-o-virus-influenza
– https://bvsms.saude.gov.br/h3n2-novo-virus-influenza-em-circulacao-nopais/#:~: text=Atualmente%2C%20s%C3%A3o%20conhecidos%20tr%C3%AAs%20tipos,e%20o%20A%20(H3N2).
– http://info.gripe.fiocruz.br/

Profilaxia pós-exposição (PEP) com materiais perfurocortantes

Profilaxia pós-exposição (PEP) com materiais perfurocortantes

De acordo com a Portaria nº 1.748/2011, os materiais perfurocortantes “são aqueles utilizados na assistência à saúde, que têm ponta ou gume, ou que possam perfurar ou cortar”, como por exemplo, agulhas e lâminas de bisturi. Um acidente com perfurocortante provoca uma exposição percutânea (ou seja, atravessa a pele), podendo expor o acidentado a um material biológico (como o sangue), que apresenta capacidade de carregar consigo vários tipos de patógenos. Os três mais envolvidos nesse tipo de acidente são HIV, hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV).

No setor de saúde, acidentes provocados por materiais perfurocortantes é a maior causa da transmissão de doenças infecciosas, sendo os acidentes causados por agulhas os de maior risco. Mais de 50% de todos os casos registrados são relativos à equipe de enfermagem, seguidos por médicos e equipe de laboratório. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que dos 35 milhões de profissionais da saúde em todo o mundo, quase 3 milhões passam por exposições percutâneas a patógenos sanguíneos a cada ano. Dois milhões dessas exposições são ao Vírus da Hepatite B (HBV), 0,9 milhões ao Vírus da Hepatite C (HCV) e 170.000 ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esses acidentes podem potencialmente resultar em 15.000 infecções por HCV, 70.000 por HBV e 1000 por HIV. Além disso, sabe-se ainda que as punções acidentais por agulha transmitem outros tipos de patógenos sanguíneos, incluindo vírus, bactérias, fungos e outros micro-organismos responsáveis por doenças como difteria, gonorreia, herpes, malária, sífilis, tuberculose, etc.

Além disso, o risco ocupacional após exposições a materiais biológicos é variável e depende do tipo de acidente e de outros fatores, como gravidade, tamanho da lesão, presença e volume de sangue envolvido, além das condições clínicas do paciente-fonte e uso correto da profilaxia pós-exposição. O risco de infecção por HIV pós-exposição ocupacional percutânea com sangue contaminado é de aproximadamente 0,3%, após exposição de mucosa, aproximadamente 0,09%. No caso de exposição ocupacional ao vírus da hepatite B (HBV), o risco de infecção varia de seis a 30%, podendo chegar até a 60%, dependendo do estado do paciente-fonte, entre outros fatores. Quanto ao vírus da hepatite C (HCV), o risco de transmissão ocupacional após um acidente percutâneo com paciente-fonte HCV positivo é de aproximadamente 1,8% (variando de 0 a 7%). Apesar de todos estes riscos, a falta de registro e notificação destes acidentes é um fato concreto. Alguns trabalhos demonstram aproximadamente 50% de sub-notificação das exposições de um conjunto estimado em aproximadamente 600 mil a 800 mil exposições ocupacionais, anualmente, nos Estados Unidos, por exemplo. Mais recentemente, esta estimativa foi reavaliada e se mostrou ser da ordem aproximada de 385 mil acidentes percutâneos por ano. No Brasil, de acordo com dados publicados em anais de congressos, o cenário dos acidentes ocupacionais envolvendo material biológico é semelhante aos observados em outros países, quando comparamos a incidência de acidentes e de subnotificação.

Após, devemos avaliar o acidente quanto ao potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV. Isso é visto através do tipo de exposição, volume/tipo de material biológico, status sorológico da fonte (se possível) e status sorológico/susceptibilidade do exposto. A profilaxia dependerá do conjunto dessas informações, além do tempo transcorrido desde a exposição. Além disso, o acidente com perfurocortante já se enquadra como um tipo de exposição com potencial de transmissão. O volume/tipo de material biológico deve ser avaliado em cada caso. Se o material biológico não tiver risco potencial de transmissão dessas doenças, realizam-se apenas os cuidados locais da ferida. O tempo transcorrido após a exposição deve sempre ser perguntado, pois é um dos determinantes para início da profilaxia, sendo de até 72 horas para iniciar a profilaxia do HIV com antirretrovirais (ARV) e até 7 dias para da HBV (com vacina da Imunoglobulina Hiperimune contra Hepatite B (IGHAB) em caso de exposição percutânea). Para avaliação do status sorológico, é realizado teste rápido de HIV (detecta o anti-HIV), HCV (detecta o anti-HCV) e HBV (detecta o HBsAg) na pessoa exposta, além de verificar o status vacinal para HBV, necessitando da comprovação de imunidade através do anti HBs.

Se possível, a pessoa-fonte também deve realizar os mesmo testes rápidos, sem condicionar ou retardar o atendimento do acidentado à presença da fonte. Quanto à hepatite C, não há profilaxia. Deve-se realizar o acompanhamento, para que, caso venha a ocorrer o desenvolvimento da doença, seja feito um diagnóstico oportuno. O tratamento antiviral é muito eficaz e, quando realizado no início da doença, evita complicações mais graves.

Como devo conduzir um paciente que sofreu um acidente com material perfurocortante?
Quando ocorre um acidente com perfurocortante, a profilaxia pós-exposição (PEP) é a primeira coisa que pensamos, mas não podemos esquecer que a conduta imediata é o cuidado com a área exposta. Deve-se realizar uma lavagem exaustiva do local, com água e sabão, sendo o uso de soluções antissépticas degermantes uma opção adicional ao sabão. Não há evidência de que a expressão local reduza o risco de transmissão. Está contra-indicado procedimentos que aumentem a área exposta (como cortes e injeções locais) e o uso de soluções irritantes (como éter e hipoclorito de sódio).


A Centerlab possui em seu portfólio testes rápidos imunocromatográficos (HIV, HBV e HCV) que utilizam antígenos ou anticorpos como moléculas de captura e detecção com alta sensibilidade e especificidade. Muito práticos e rápidos, são realizados em uma única etapa, assegurando resultados mais precisos.

Ensaio imunocromatográfico para detecção qualitativa de anticorpos específicos de todos os isotipos (1, 2 e grupo O) do vírus HIV:
– Sensibilidade: 100% (166/166);
– Especificidade: 100% (715/715);
– Armazenamento: 2 a 30ºC;
– Amostra: soro, plasma e sangue total;
– Volume de Amostra: 20μL (Sangue total) e 10μL (Soro e plasma);
– Tempo do Teste: 10 minutos (não ler após 20 minutos);
– Validade: 24 meses.

Kit para determinação qualitativa do antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg), por método imunocromatográfico, usando anticorpos mono e policlonais imobilizados na membrana para identificação seletiva de HBsAg em amostras de soro:
– Sensibilidade: 100%;
– Especificidade: 99%;
– Armazenamento: 2 a 30ºC;
– Amostra: soro;
– Volume de Amostra: 100μL (Soro);
– Tempo do Teste: 10 a 20 minutos (não ler após 20 minutos).

Ensaio imunocromatográfico para detecção qualitativa dos anticorpos IgG, IgM, IgA antivirus da Hepatite C
– Sensibilidade: 100%;
– Especificidade: 99,7%;
– Armazenamento: 2 a 30°C;
– Amostra: sangue total, soro ou plasma;
– Volume de Amostra: 20uL (sangue total) e 10uL de soro/plasma;
– Tempo do Teste: 5 minutos (não ler após 20 minutos);
– Validade: 24 meses.

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REFERÊNCIAS:
– https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_expos_mat_biologicos.pdf Acesso em: 18/03/2024;
– https://www.medway.com.br/conteudos/acidente-com-material-perfurocortante-como-e-o-protocolo/ Acesso em: 18/03/2024;
– https://aps-repo.bvs.br/aps/quais-acoes-devem-ser-realizadas-apos-um-acidente-com-perfurocortantes/ Acesso em: 18/03/2024;
– https://goldanalisa.com.br/produtos/10/228/hiv/#. Acesso em: 18/03/2024;
– https://www.wamadiagnostica.com.br/bulas/imuno-rapido/hbsag-1.pdf. Acesso em: 18/03/2024;
– https://ecodiagnostica.com.br/diagnostico-rapido/hiv-4-line-eco-teste/.Acesso em: 18/03/2024;
– https://ecodiagnostica.com.br/diagnostico-rapido/hcv-ab-eco-teste/. Acesso em: 18/03/2024.

Conheça os exames de rotina mais comuns feito por mulheres

Conheça os exames de rotina mais comuns feito por mulheres

Quando se fala em exames de rotina, as mulheres são mais cuidadosas que os homens em relação à sua saúde. Entretanto, vivemos em um mundo onde a jornada de trabalho, a vida pessoal e familiar da mulher está cada vez mais intensa, fazendo com que elas negligenciem a sua saúde. A correria do dia a dia, pode impactar na realização de exames de rotina que são extremamente necessários para o bom funcionamento do nosso corpo.

Embora seja fundamental o acompanhamento da saúde da mulher com exames básicos, nem todas conseguem manter essa rotina de forma adequada. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgada pelo Instituto de Geografia Estatística e publicada pela Agência Brasil, nas regiões Norte e Nordeste menos de 50% das mulheres, entre 50 a 69 anos, fizeram mamografia em um intervalo menor que dois anos. As entrevistas foram realizadas entre 6 de agosto de 2019 e 13 de março de 2020.

A prevenção é fundamental para auxiliar na identificação de doenças e distúrbios que ainda estão em fase inicial. Com um diagnóstico precoce, podemos realizar o tratamento adequado, aumentando muito as chances de cura em inúmeras doenças.

Seguindo essa linha de raciocínio, listamos abaixo os exames mais realizados por mulheres, afim de lembrá-las de que cuidar da saúde deve vir sempre em primeiro lugar.

Alguns exames mais comuns para mulheres:

  • Hemoglobina glicada: Avalia o controle do diabetes.
  • Hemograma completo: Avalia os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
  • Perfil lipídico: Avalia os níveis de colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos.
  • Ureia e creatinina: Avaliam a função renal.
  • TGO (AST) e TGP (ALT): Avaliam a função hepática.
  • Gama GT: Avalia a função hepática e a saúde dos ossos.
  • TSH: Avalia a função da tireoide.
  • Eletroforese de proteínas: Avalia os níveis de proteínas no sangue.
  • Urina EAS: Avalia a presença de sangue, glicose, proteínas e outras substâncias na urina.
  • Papanicolau: Exame preventivo para o câncer de colo do útero.
  • Mamografia: Exame de imagem para o câncer de mama.
  • Densitometria óssea: Exame para avaliar a densidade mineral óssea e o risco de osteoporose.

É importante ressaltar que para saber quais exames devem ser feitos anualmente é necessário procurar um médico.  Cada mulher é única e precisa de um determinado exame de acordo com a sua realidade e suas queixas. Portanto, aproveite esse mês das mulheres para cuidar de quem realmente importa. Tire um tempo para cuidar de você, da sua saúde. Faça os exames preventivos e garanta uma vida mais feliz e saudável.

Referências:
– blog – Clínica Ceu Diagnósticos
– blog – Memed+