Hemoglobina Glicada – HBA1C

Hemoglobina Glicada – HBA1C

Hemoglobina Glicada – HBA1C

Atualmente, o diabetes mellitus (DM) atinge 180 milhões de pessoas em todo o mundo. Com o aumento da prevalência de obesidade e o sedentarismo, estima-se que em 2025 mais de 300 milhões de pessoas venham ter diabetes. Nos países em desenvolvimento, o aumento esperado é de 170% (de 84 milhões para 228 milhões de pessoas afetadas). Essa projeção é de especial importância nesses países, onde o diabetes se encaminha para a aparição em fases mais precoces da vida (entre 40-64 anos) em comparação com os países desenvolvidos, onde a doença normalmente acontece aos 65 anos de idade ou mais.

O DM é caracterizado por um distúrbio metabólico complexo, resultante da destruição imunomediada de células produtoras de insulina nas ilhotas de Langerhans (Diabetes Mellitus 1) ou da combinação de resistência à insulina e deficiência relativa de insulina (Diabete Mellitus 2). Ambos os tipos estão associados a complicações graves consequentes das flutuações agudas da hiperglicemia crônica, característicos da doença. As complicações decorrentes do descontrole glicêmico (disglicemia) são representadas pelas doenças macrovasculares e microvasculares e, quando presentes, contribuem para o aumento da mortalidade, redução da qualidade de vida e aumento dos custos no tratamento da doença.

Glicose

O objetivo do tratamento do paciente com diabetes mellitus (DM) é o bom controle metabólico, diminuindo, assim, os riscos de complicações micro e macrovasculares. Dentre o arsenal disponível à avaliação do controle glicêmico, encontram-se a hemoglobina glicada (HbA1c).

A determinação da HbA1c possibilita estimar quão elevadas as glicemias estiveram nos últimos 3 a 4 meses. Tal estimativa torna-se possível pelo fato da glicose sanguínea ligar-se de maneira irreversível à hemoglobina durante o período de vida da hemácia, que tem essa duração. A porcentagem da hemoglobina que sofreu glicação será tanto maior quanto maior a concentração de glicose sanguínea. Esse resultado expresso em porcentagem refere-se à média das glicemias diárias, sendo 50% correspondente ao mês que precedeu o exame, 25% ao mês anterior à coleta e 25% ao terceiro e quarto meses anteriores. Assim, o valor de HbA1c obtido corresponderá, sobretudo, ao controle glicêmico do último mês e, secundariamente, dos 2 a 3 meses precedentes.

Desde o Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), a HbA1c é considerada o exame padrão-ouro para avaliar o controle metabólico por exemplo em indivíduo com DM1, já que ficou consistentemente demonstrada a relação entre níveis aumentados e risco de complicação microvascular. Aqueles que apresentaram os valores mais baixos de HbA1c, próximos de 7%, também mensuraram mais vezes a glicemia capilar (sete vezes ao dia) e apresentaram glicemia média de 163 mg/dL, confirmando a necessidade de monitorização mais intensiva para alcance dos objetivos glicêmicos.

Durante anos, acreditou-se que os alvos da HbA1c deveriam variar conforme a faixa etária, especialmente para crianças, sendo maiores para lactentes e progressivamente menores para crianças em idade escolar e na adolescência. No entanto, em 2009, o consenso da Sociedade Internacional de Diabetes para Pediatria e Adolescência (ISPAD) recomendou que o alvo de HbA1c para qualquer criança ou adolescente com idade inferior a 18 anos fosse menor (7,5%); a partir de 2014, a Associação Americana de Diabetes (ADA) passou a utilizar os mesmos critérios. Vale ressaltar que ambas as associações permitem o aumento temporário do alvo, na vigência de hipoglicemia assintomática, até que os sintomas sejam restaurados.

Para adultos, as recomendações de HbA1c variam de 6,5 a 7,0%, dependendo da sociedade científica, mas sempre é importante individualizar o tratamento. A Tabela 1 resume as principais metas de controle glicêmico e de HbA1c adotadas por diferentes sociedades científicas para adultos com DM.

Vale ressaltar que, atualmente, o valor de HbA1c igual a 7% interpreta-se como correspondente a uma glicemia média estimada de 154 mg/dL, e não 163 mg/dL, como já fora previamente interpretado. De qualquer modo, é importante frisar que uma HbA1c de 7% corresponde a uma glicemia que varia de 122 a 184 mg/dl e, portanto, outras ferramentas que não só a HbA1c devem servir de parâmetro para o controle metabólico, como o tempo no alvo e o coeficiente de variação.

Recomenda-se que a HbA1c seja realizada a cada 3 a 4 meses em crianças e adolescentes, com no mínimo duas medidas anuais. Para adultos, com controles estáveis, sugerem-se duas medidas de HbA1c ao ano, embora estudo recente com mais de 15 mil adultos com DM1 tenha mostrado benefícios da medida trimestral da HbA1c e da automonitorização da glicemia capilar no controle metabólico. Os pacientes com HbA1c mais baixa foram aqueles que monitoravam mais vezes a glicemia (seis vezes ao dia) e realizavam exame de HbA1c com mais frequência (três a quatro vezes ao ano).

É importante, também, considerar a técnica laboratorial utilizada na realização do exame. Os valores de referência podem variar conforme os métodos laboratoriais. O ideal é que o laboratório utilize apenas os métodos certificados pelo National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP), que garante a comparabilidade com  empregado no Diabetes Control and Complications Trial (DCCT). Métodos certificados pelo NGSP identificacam fração de  hemoglobina glicada definida como HbA1c, cuja faixa de normalidade varia de 4 a 6%. Os laboratórios clínicos devem estar preparados para fornecer resultados exatos e precisos de HbA1c, para ajudar o clínico a prevenir e manejar as complicações do DM.

Tabela

Contribuindo para o sucesso dos negócios de nossos clientes, a Centerlab e juntamente com a Labtest, uma parceria de sucesso, comercializando soluções em produtos e serviços para diagnóstico e pesquisa, tem a satisfação de apresentar os equipamentos de bioquímica da linha – Audmax com hemólise on-board de glicohemoglobina.

Audmax360Referencias
– Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira de- Diabetes-2019-2020.pdf. Acesso em 22/04/2023.
– Disponível em: https://www.scielo.br/j/abem/a/gz4QFDvhqKCwL95LyrbDT6z/. Acesso em 22/04/2023.

Arboviroses e seus sintomas

Arboviroses e seus sintomas

Arboviroses e seus sintomas
As arboviroses que são doenças causadas por vírus chamados Arbovírus, termo esse que deriva da expressão inglesa ARthropod BOrne VIRUSES, adotada em 1942 para designar grupo de infecções virais cujos agentes foram isolados de animais que tinham participação na etiologia das encefalites, têm sido motivo de grande preocupação em saúde pública em todo o mundo. Esse conjunto é composto por centenas de vírus que compartilham a característica de serem transmitidos por artrópodes, em sua maioria mosquitos hematófagos, embora não tenham necessariamente relação filogenética. Os vírus mais importantes para a saúde humana são os transmitidos por culicídeos, principalmente dos gêneros Culex e Aedes (figura 1), embora existam arbovírus transmitidos por outros artrópodes, como flebotomíneos e também por carrapatos. Esses em geral, circulam entre os animais silvestres, com alguma especificidade por hospedeiros e mantendo-se em ciclos enzoóticos em poucas espécies de vertebrados e invertebrados. O homem ou animais domésticos, geralmente, são hospedeiros acidentais.

Os arbovírus são encontrados em todo o mundo e atualmente existem aproximadamente 545 espécies conhecidas, entre as quais mais de 200 são veiculadas por mosquitos sendo que 150 delas causam doenças em seres humanos. A maior parte desses vírus pertence aos gêneros Alphavirus (família Togaviridae) e Flavivirus (família Flaviviridae); outros membros de importância para a saúde humana são das famílias Bunyaviridae, Reoviridae e Rhabdovirida. Esse grupo de RNA vírus apresenta grande plasticidade genética e alta frequência de mutações, o que permite adaptações a hospedeiros vertebrados e invertebrados.

Foto Mosquito

 

No atual contexto epidemiológico brasileiro, os arbovírus pertencentes da família Flavivirus de maior circulação são DENV (Dengue), ZIKV (Zika) e da família Togavirus, CHIKV (Chikungunya), tendo eles como principal transmissor o mosquito Aedes aegypti.

Já está bem documentada a dramática disseminação de dengue no Brasil nos últimos anos, com aproximadamente um milhão e meio de casos prováveis em 2022, com 1016 óbitos e com taxa de incidência de 679,9 casos por 100 mil habitantes. Outro arbovírus emergente é o CHIKV, que iniciou expansão pandêmica a partir de 2004. No Brasil, detectou-se sua transmissão autóctone em setembro de 2014 no Amapá, disseminando-se por outros estados
brasileiros. Além disso, em 2022 ocorreram 174.517 casos prováveis de Chikungunya com taxa de incidência de 81,8 casos por 100 mil hab.

Com relação aos dados de ZIKV, identificado pela primeira vez em Uganda em 1947, e que partir de abril de 2015foi confirmado sua transmissão autóctone no Brasil, ocorreram 9.600 casos prováveis em 2022, correspondendo a umataxa de incidência de 4,3 casos por 100 mil habitantes no País.

Sintomas de Arboviroses
Os sintomas das arboviroses variam muito, já que sua única característica m comum é o fato de serem transmitidos por artrópodes. No entanto, dentro das subclassificações das arboviroses, algumas costumam ter sintomas semelhantes. Por exemplo, são os sintomas da Dengue, Zika Vírus e Febre Chikungunya (figura 2):

tabela sintomas

 

A perplexidade diante da disseminação de ZIKV e CHIKV e seu impacto no Brasil foram suficientes para se estabelecer situação de emergência em saúde pública pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, quase dois anos após a entrada dos vírus no País. Esse quadro implicou em intensa mobilização de recursos e articulações entre estados e municípios para enfrentar a circulação viral, que tomou grandes proporções. Nesse contexto, a investigação e a suspeita de outros arbovírus devem fazer parte das rotinas da vigilância epidemiológica e das preocupações da saúde pública nacional para prever novas emergências. Por outro lado, são essenciais os esforços para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de exames diagnósticos ágeis, sensíveis e com pequena reação cruzada com outras arboviroses; imunobiológicos específicos e síntese de medicamentos antivirais, principalmente diante da infecção de gestantes pelo ZIKV. Ações conjuntas em pesquisa e o combate aos vetores podem ter impacto na expansão de vírus emergentes, como a infecção por DENV, CHIKV e ZIKV, as maiores preocupações do momento no País.

A centerlab disponibiliza em seu portfólio uma completa linha de produtos para diagnóstico de Arboviroses. Os testes sorológicos (Teste Rápido) e sistema de imunoensaio fluorescência quantitativo e qualitativo linha F Line da eco diagnóstico.

 

Testes

Arbovirose por Fluorescência – ECO F-Line

A linha F-Line da Eco Diagnóstico possui uma gama completa de testes por fluorescência para diagnóstico de arboviroses causadas pelo vírus da Dengue, Zika ou Chikungunya. Utilizando a linha F-Line da Eco Diagnóstica você tem:

– Exames mais sensíveis e específicos do que os testes rápidos;
– Metodologia confirmatória;
– Resultado em poucos minutos;
– Dispensa necessidade de terceirização dos exames;
– Linha exclusiva;
– Diferencial para o seu laboratório.

 

F Line

 

Referencias Bibliográficas:
– Infectologista Helena Brígido (CRM-PA: 4.374), membro do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia.
– Infectologista Otelo Rigato Jr. (CRM-SP: 57.775), doutor em infectologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e médico infecto do Sirio LibanêsMinistério da Saúde
– Eco Diagnóstico.
– D i s p o n í v e l e m : h t t p s : / / w w w . s c i e l o . b r / j / r s p / a / N y m 8 D K d v f L 8 B 3 X z m W Z B 7 h J H / ?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 17/04/2023.
– Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arbov%C3%ADrus. Acesso em: 17/04/2023. D i s p o n í v e l e m : h t t p s : / / w w w . g o v . b r / s a u d e / p t – b r / c e n t r a i s – d e – c o n t e u d o / p u b l i c a c o e s / b o l e t i n s / e p i d e m i o l ó g i c o s / e d i c o e s / 2 0 2 3 / b o l e t i m – e p i d e m i o l o g i c o – v o l u m e – 5 4 – n o 0 1 / # : ~ : t e x t =Com%20rela%C3%A7%C3%A3o%20aos%20dados%20de,Figura%205%2C%20Figura%207C). Acesso em: 17/04/2023.

Coagulograma TP e TTPa

Coagulograma TP e TTPa

Atualizações em Coagulograma
O sangue é composto por várias substâncias, onde cada uma delas tem uma função. Algumas dessas substâncias são as proteínas denominadas fatores da coagulação, que ajudam a estancar as hemorragias quando ocorre o rompimento de vasos sanguíneos. Existem 13 tipos diferentes de fatores de coagulação e os seus nomes são expressos em algarismos romanos. Assim, existe desde o Fator I até o Fator XIII. Esses fatores são ativados por exemplo, quando ocorre o rompimento do vaso sanguíneo, onde a ativação do primeiro leva à ativação do seguinte até que ocorra a formação do coágulo pela ação dos 13 fatores.

Homeostase
A Hemostase é o equilíbrio entre as proteínas pró-coagulantes e anticoagulantes, que mantém a fluidez do sangue pelos vasos, incluindo o controle da hemorragia e dissolução de coágulos. Alterações neste equilíbrio caracterizam algumas patologias, entre elas a hemofilia e a trombofilia.
Tromboplastinas: As fontes mais importantes de tromboplastinas são os tecidos orgânicos em geral, mas também são advindas das plaquetas. A tromboplastina tecidual extrínseca é uma substância lipoproteica inativa, que para ser ativada é necessário que sua cadeia molecular seja aumentada por mais três componentes do plasma que são cofatores da atividade tromboplástica. A tromboplastina intrínseca é formada pela união de uma substância lipoproteica da plaqueta com outros fatores, mas ainda é inativa, e para ser ativada na coagulação, sua cadeia precisa ser aumentada por outros cofatores do plasma (fator V e X). Ao final de ambos os processos, se formam protrombinases que, atuando sobre a protrombina, converte-a em trombina. A trombina então tem ação sobre as moléculas de fibrinogênio, dessa ação resultam produtos que se polimerizam num novo arranjo molecular formando a fibrina.

Fibrinólise: A fragmentação da fibrina resulta da ação proteolítica da plasmina que existe no organismo sob a forma de um precursor inativo, o plasminogênio. Por ação de ativadores endógenos ou exógenos ocorre alteração na estrutura molecular do plasminogênio que se converte em plasmina, cuja a ação é maior no substrato da fibrina e menor no fibrinogênio. A estreptoquinase e a uroquinase são ativadores do plasminogênio e o ácido epsilonaminocapróico e os inibidores das proteases inativam a formação de plasmina ou, simplesmente bloqueiam sua ação, funcionando como anti-plasminas. Supõe-se atualmente que coagulação e fibrinólise são dois mecanismos que se desenvolvem concomitantemente existindo um equilíbrio dinâmico contínuo entre ambos.

Logo, para monitorização de tratamentos visando o controle da hemostasia, algumas medidas laboratoriais são utilizadas, entre elas o TP (Tempo de Protrombina) e o TTPA (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada) onde os resultados serão utilizados para determinar o estado clínico de pacientes em tratamento com anticoagulantes orais.

Os testes de TP e TTPA são considerados testes de triagem da coagulação. É importante conhecer a sensibilidade destes testes na identificação da deficiência de diferentes fatores da coagulação. Um teste com pouca sensibilidade, ou seja, incapaz de identificar anormalidades pode gerar resultados inadequados que prejudicam a investigação das coagulopatias. A sensibilidade de um determinado reagente pode ser especifica para uso em um determinado equipamento ou para uso combinado com outros reagentes.

Tempo de Protrombina (TP)
O TP é um procedimento laboratorial que avalia os fatores da coagulação II, V, VII e X (via extrínseca), sendo que, destes, os fatores II, VII e X são vitamina K-dependentes. A determinação de TP é imprescindível na avaliação, no acompanhamento e na evolução de pacientes portadores de patologias variadas e também no monitoramento de pacientes que estão em terapia com anticoagulantes orais. Logo, resultados expressos erroneamente irão levar à condutas clínicas inadequadas, que podem levar o paciente a distúrbios hemorrágicos de graves dimensões.
O TP pode se apresentar aumentado em algumas situações, entre elas:
– Deficiência de fibrinogênio;
– Deficiência de protrombina;
– Deficiência de um dos fatores de coagulação (II,V,VII ou X);
– Deficiência associada de vários fatores, por insuficiência hepática, deficiência de vitamina K (alteração na absorção digestiva, antibioticoterapia prolongada, tratamento com dicumarínicos).

O TP pode se apresentar diminuído em:
– Terapia de reposição hormonal;
– Uso de contraceptivos orais;
– Terapia com barbitúricos (sedativos);
– Administração de multivitamínicos ou suplementos alimentares contendo vitamina K.

ISI e RNI
Os pacientes em terapia com anticoagulantes orais necessitam de monitorização rigorosa, envolvendo tanto fatores inerentes a ele quanto a fatores relacionados à determinação do teste, tais como a coleta, a separação, o acondicionamento da amostra, o reagente e a realização do ensaio.

Por avaliar a via extrínseca da coagulação (relacionado à lesão vascular), o TP foi muito utilizado para monitorização da terapia com antiacoagulantes orais, no entanto a adoção universal do TP com esta finalidade, não trouxe uma uniformidade nesta monitorização.

Os reagentes utilizados (tromboplastinas) inicialmente eram produzidos a partir de um tecido humano, e foram posteriormente sendo substituídos por reagentes de tecido animal, o que gerou enorme variação intra e interlaboratorial, ou seja, a sensibilidade dos reagentes variava de acordo com a origem da tromboplastina. Fato que ocasionou sérios problemas para os pacientes, visto que os resultados obtidos por laboratórios que utilizavam reagentes menos sensíveis, ocasionavam erroneamente em uso de doses mais altas de anticoagulantes.

Diante deste problema foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a RNI (Relação Normatizada Internacional), que expressa a uniformização dos resultados, pois leva em consideração a sensibilidade do reagente utilizado. Os fabricantes dos reagentes foram orientados a comparar as tromboplastinas produzidas com a tromboplastina de referência mundial da OMS, através da construção de uma curva de calibração, onde será verificada a atividade enzimática a partir da diluição seriada de um plasma calibrador, e calcular o Índice de Sensibilidade Internacional (ISI), diminuindo assim, as discrepâncias entre os resultados do tempo de protrombina, dando mais confiabilidade ao teste.

TP TESTE

O ISI é considerado 1,00 quando a tromboplastina utilizada é a padrão (OMS). A cada mudança de lote o fabricante realiza uma curva de calibração, para se calcular a atividade enzimática a partir de uma diluição seriada de um plasma calibrador. Essa curva é relacionada com a tromboplastina padrão, e se é obtido o valor de ISI para aquele lote.

O cálculo do RNI só é necessário para pacientes com tempo de protrombina alterada pelo uso de anticoagulantes orais. Atualmente o RNI é utilizado mundialmente pelos laboratórios que monitoram a anticoagulação oral, e isto melhorou substancialmente a qualidade da monitorização.

Cascata de Coagulação

Cascata_de_coagulacao

Vantagens do uso do RNI no controle da anticoagulação oral:
– Permite melhor padronização, maior reprodutibilidade e menor variação interlaboratorial do TP em relação aos resultados expressos em segundos.
– Redução de custos, devido a menor necessidade de solicitação de exames.
– Indica a condição clínica do paciente, de maneira mais eficaz, reduzindo os possíveis efeitos colaterais da super ou subdosagem, ajustando a dose sempre que necessário.

Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA)
O TTPA é um procedimento laboratorial que avalia a via intrínseca (fatores VIII, IX, XI e XII) e comum (fibrinogênio, protrombina, fatores V e X) da cascata da coagulação. O TTPA é relativamente mais sensível às deficiências dos fatores VIII e IX do que às deficiências dos fatores XI e XII ou fatores da via comum, mas, na maioria das técnicas, níveis de fatores entre 15% e 30% do normal prolongam o TTPA.

Distúrbios da via intrínseca da cascata da coagulação são
caracterizados pelo TTPA prolongado e o tempo de protrombina (TP) normal.Formas hereditárias incluem a deficiência dos fatores VIII ou IX (hemofilias A ou B respectivamente), fator XI pré-calicreína, cininogênio de alto peso molecular e fator XII. A deficiência dos três últimos fatores não está associada com quadro de manifestação hemorrágica, constituindo-se apenas uma anormalidade laboratorial. A Distúrbios adquiridos que cursam com TP normal e TTPA prolongado incluem o inibidor lúpico ou inibidores dos fatores VIII,IX e XI, além do uso da heparina.

Teste da Mistura
O teste de mistura é muito utilizado para investigação inicial de exames de triagem de hemostasia com resultados anormais: TP ou TTPA “prolongados”. O teste de mistura consiste na repetição do teste (TP e/ou TTPA) em uma mistura, em iguais proporções, do plasma do paciente com “pool” de plasmas normais.

Um TP ou TTPA prolongados podem indicar duas possibilidades:
a) deficiência de um ou mais fatores da coagulação necessários para a normalidade do teste;
b) presença de inibidor(es) que impede a formação do coágulo medida pelo teste. Em cada uma destas situações o teste de mistura mostrará um comportamento diferente.

No caso das deficiências de fatores, o teste de mistura revelará “normalização do resultado”. O fator que está deficiente será suprido pelo “pool” de plasmas normais e desta forma haverá correção do teste (TP ou TTPA).

Na presença de inibidores da coagulação, o teste de mistura revelará manutenção do prolongamento do teste. Isto se dá, pois os inibidores (em geral anticorpos) presentes no plasma do paciente também interferem com o “pool” de plasmas normais e o teste permanece prolongado.

Conheça as linhas de coagulação que a Centerlab oferece!
Alta confiabilidade na avaliação laboratorial da hemostasia!


Tromboplastina (TP) 5X4ML - 100 TESTES - CÓD. 01570 Cefalina Ativada TTPa (APTT) 80 TESTES - CÓD. 03462 

 HEMOSIL RECOMBIPLASTIN 2G 5X8ML - CÓD. 02311 Cefalina APTT SP 5X 9ML - HEMOSIL - CÓD. 12151

 


Referências:
– FRANCO, Rendrik. Fisiologia da coagulação, anticoagulação e fibrinólise. Medicina, Ribeirão Preto, v.34, p.229-237, jul/dez 2001.
– LANGER, B; WOLOSKER, M. Coagulação e fibrinólise: idéias atuais e suas aplicações clínicas. Rev Med, São Paulo, ed.15764, p.157-264, out/dez 2006.

Análise laboratorial da Hemostasia

Análise laboratorial da Hemostasia

O TAP (RNI) e o TTPA são exames que se destacam entre os inúmeros testes laboratoriais para análise da hemostasia, pois através deles é possível avaliar as vias extrínseca e intrínseca da coagulação.

O coagulograma (grupo de exames para análise da hemostasia) é solicitado principalmente antes de cirurgias, para que seja avaliado o risco do paciente sofrer hemorragias durante o procedimento. No entanto, também pode ser solicitado pelo médico em outras situações, como: Risco de trombose, picada de animais peçonhentos e no acompanhamento de pessoas que fazem uso de anticoagulantes como Heparina e Varfarina.

Embora alguns dos exames para análise da hemostasia possam ser realizados manualmente ou com uso de aparelhos semiautomáticos, a automação total nessa área vem se tornando cada vez mais importante. Além de melhorar a qualidade, no que se diz respeito à precisão e velocidade dos resultados, outros pontos vêm se tornando cada vez mais essenciais na rotina laboratorial, tais como: aumento da capacidade operacional, menor volume de amostra a ser coletada, eliminação de atividades desnecessárias e a combinação das atividades em processos únicos. Todas essas melhorias contribuem muito para simplificação e padronização dos processos laboratoriais.

Existem condições do paciente que podem interferir tecnicamente na realização dos testes de hemostasia bem como na interpretação dos resultados, dentre elas pode-se citar a dieta alimentar, atividade física, influência hormonal, variação circadiana, medicamentos e estresse mental.

Ainda sobre condições que podem interferir nos resultados dos exames de hemostasia, é importante elucidar sobre influências pré-analíticas tais como: uso inadequado do material de coleta, proporção sangue/anticoagulante não respeitada, homogeneização da amostra, lipemia, icterícia, hemólise entre outras.

Coleta da amostra
O anticoagulante apropriado para a maioria dos testes de hemostasia é o citrato de sódio dihidratado 3,2% ou 0.109M na proporção de 1:9 (anticoagulante:sangue). Observar o volume correto de sangue nos tubos após a coleta, a maioria dos tubos tem marcas indicado o volume mínimo e máximo de sangue.

 

Coleta

 

Ordem da coleta

Estudos demonstram que os resultados do tempo de protrombina (TAP), International Normalized Ratio (RNI), e o tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) não sofrem interferência se avaliados no primeiro tubo coletado, sem a necessidade da coleta prévia de um tubo de descarte. Esses estudos não comprovaram a hipótese de que amostras para os ensaios rotineiros de coagulação deveriam ser obtidas após a coleta do tubo de descarte. No entanto, se na solicitação for necessário a coleta de um tubo de descarte antes do tubo de citrato, se este for o primeiro tubo, para evitar interferências da tromboplastina tecidual.

Ao realizar a coleta com sistema de escalpe, sendo o tubo para testes de coagulação o primeiro a ser coletado, deve-se utilizar o tubo de descarte. O uso do tubo de descarte tem por finalidade preencher o espaço “morto” do escalpe, para garantir a proporção adequada do anticoagulante em relação ao sangue total. Para fins de descarte, utilize um tubo para coagulação ou sem qualquer aditivo.

Sequência de coleta para tubos plásticos pela CLSI H3-A6
1. Frascos para hemocultura;
2. Tubos com citrato de sódio (tampa azul);
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador para obtenção de soro (tampa amarela e/ou vermelha);
4. Tubos com heparina (tampa verde);
5. Tubos com EDTA (tampa roxa);
6. Tubos com fluoreto/EDTA (tampa cinza).

Diante desse cenário, a Centerlab em parceria com a Werfen apresenta uma revolução nos testes de hemostasia.

Os sistemas ACL TOP Family Série 50 oferecem o gerenciamento de automação e qualidade mais avançado em testes de hemostase. Ideal para testes de hemostasia de rotina e especialidade, incluindo ensaios de coagulação, cromogênicos e imunológicos em laboratórios clínicos de médio a alto volume.

Automação do analisador
– Reagentes com código de barras;
– Monitoramento onboard contínuo de estabilidade dos reagentes;
– Execução automática de frequência QC.
– Capacidade de repetição e de testes reflexivos;
– Relatório totalmente automatizado de ensaios de fatores com paralelismo;
– Auto-verificação e upload dos resultados;
– Trabalha com tubo fechado perfurando a tampa (modelos CTS).

Operação Contínua
– Carregamento e descarregamento contínuos de amostras e reagentes através de racks sem interrupção de sistema;
– Carregamento de cuveta e eliminação de resíduos ininterruptos.

Manutenção Simples
– Manutenção diária, solicitada pelo sistema, em menos de 5 minutos;
– Notificação de “manutenção em atraso” para alertar o usuário;
– Solução de problemas e diagnósticos de instrumento remotos via web em tempo real (opcional).

Parada programada rápida
– Até 360 TP/h;
– Resultados de TP em standby dentro de aproximadamente 3 minutos;
– Amostras carregadas em qualquer rack, em qualquer posição, a qualquer momento, incluindo STAT.

Verificação automatizada pré-analítica de integridade de amostra
– Detecta interferência de Hemólise, Icterícia e Lipemia (HIL);
– Valores que ultrapassam o limite específico do ensaio são sinalizados;
– Pré-configurado para limites pré-validados com personalização opcional;
– Detecta problemas com volume de amostra do tubo;
– Sinaliza aspiração anormal de amostra, solicitando ao usuário que verifique a curva de formação de coágulos.

Ferramentas avançadas de suporte para acreditação e qualidade
– O conjunto mais abrangente de ferramentas de rastreamento de auditoria disponível;
– Informação disponível de hora, data e operador para todas as funções e atividades do analisador;
– Manutenção, controle de qualidade, calibração e relatório de temperatura;
– Relatórios de auditoria abrangentes e seguros com um clique.

Verdadeira Padronização
Todos os modelos oferecem resultados de mesma qualidade, portfólio de reagentes abrangente, software intuitivo, recursos e usabilidade, além das mesmas verificações pré-analíticas automatizadas para desempenho e flexibilidade superiores em todo o processo de teste.

ACL ELITE PRO
Processamento de Rotinas e Testes especiais com opção de urgência, em sistemas compactos, convenientes e fáceis de usar. Oferece uma combinação única de processos automatizados para laboratório de médio volume.

– Bandeja com capacidade para 40 amostras em tubo primário ou cups;
– Acomoda até 22 reagentes;
– Velocidade/Teste:

  • TP – Acima de 175/h
  •  TTPa – Acima de 125/h

– Todas as posições dos reagentes são monitoradas para o volume e estabilidade “on board”;
– Acesso randômico para minimizar o tempo de obtenção de resultados;
– Área de análises – 2 canais: 660 nm para provas coagulométricas e 405 nm para provas cromogênicas e imunológicas.
– Probe de amostras e sensores
– 2 pipetas para aspiração /dispensão com sensores líquidos.

ACL ELITE PRO

 

Referências:
– Laboratório de Hemostasia – Gestão da fase pré-analítica: Minimizando erros – Ministério da Saúde.
– Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso – 2. ed. Barueri, SP : Editora Manole, 2010.
– Exames Laboratoriais para Análise da Hemostasia.
– Portal educação. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/exames-laboratoriais-para-analise-da-hemostasia/11334> acesso em 22/07/2019.
– Folder ACL Top –Família série 50. Werfen Medical.
– Avaliação laboratorial da hemostasia. Dayse Maria Lourenço. Tratado de hematologia. Cap. 60. Pág 583-590.
– Automação Laboratorial em Coagulação. Centerlab News – informativo técnico-científico. Nº 109. Setembro 2018.
– https://newslab.com.br/conheca-o-que-ha-de-mais-novo-e-eficiente-no-segmento-pre-analitico/ (Acesso 22/10).

CHOQUE

CHOQUE

 Choque

Atualmente, o choque, é definido como um desequilíbrio grave entre a entrega de oxigénio e nutrientes às células e o seu consumo por parte destas, devido a uma perfusão tecidual diminuída e à remoção inadequada de produtos tóxicos, originando deficiências no metabolismo oxidativo que pode relacionar-se: com a entrega inadequada de oxigénio, do seu transporte, da sua utilização ou a combinação das três. Portanto, o choque pode ser qualquer síndrome ou doença que dê origem a uma diminuição grave do fluxo sanguíneo efetivo.

Esta síndrome pode ocorrer por: diminuição da circulação efetiva do volume sanguíneo; capacidade do sangue em distribuir oxigénio até às células; capacidade de bombeamento sanguíneo pelo coração e capacidade do sistema vascular em manter um tónus vasomotor apropriado. Todos os tipos de choque envolvem processos metabólicos que culminam em lesão celular, deficiência orgânica e morte.

A perfusão sanguínea inadequada desempenha o maior papel na lesão celular na maioria das formas de choque. A isquemia celular deve-se à hipoperfusão, com diminuição da entrega de nutrientes e oxigénio às células com consequente diminuição da produção de ATP.

O progresso do choque é normalmente dividido em três fases:
 Choque inicial ou compensado, onde, a entrega de oxigénio ao coração, ao cérebro e aos rins é mantida em prejuízo de outros órgãos menos vitais como a pele e o aparelho digestivo;
– Choque descompensado em que existe uma redução substancial da perfusão sanguínea ou uma má distribuição aos órgãos como pele, músculos e aparelho digestivo de modo a manter a perfusão cerebral, cardíaca e renal;
– Choque tardio ou irreversível que implica lesão orgânica irreversível de órgãos vitais como cérebro, coração e rins.
Além disso, existem três classificações funcionais para o choque:
– O choque hipovolêmico como consequência de défice de volume circulante;
– O choque cardiogênico como consequência de insuficiência cardíaca primária;
– O choque distributivo como consequência de uma alteração do tónus vascular.

Dentre os diagnósticos para essa síndrome, uma das medidas muito utilizadas são a gasometria arterial e venosa. Visto que, à análise de gases arteriais pode desempenhar um importante papel na avaliação clínica de pacientesem choque, fornecendo informações importantes e objetivas acerca da oxigenação, ventilação e estado ácido-básico do organismo.

Geralmente, o estado de choque é acompanhado de acidose metabólica, cuja gravidade está diretamente relacionada com a extensão e duração da hipoperfusão tecidual. Pode também estar associada acidose respiratória pela ventilação pulmonar inadequada. Mesmo quadros em que há hiperventilação, como o hemorrágico e o séptico, esta não é suficiente para neutralizar a acidose tecidual, principalmente se considerarmos que a hiperventilação desaparece nas fases avançadas do choque. Quando a restauração da perfusão tecidual é feita precocemente, o desequilíbrio ácido/básico é revertido com facilidade pela eliminação pulmonar do CO2 e metabolismo hepático do lactato tecidual. Porém, se a acidose atingir níveis perigosos (pH menor que 7,28) a correção com NaHCO3 deve ser feita; a dose pode
ser estipulada a partir da determinação do pH e pCO2 arterial, concentração de HCO3 circulante e déficit de base e usando a seguinte fórmula: Bicarbonato necessário (mEq/kg) = déficit de bases x 0.3 x peso corporal.

Já a medição dos níveis de oxigénio arterial deve ser sempre interpretada tendo em conta a quantidade de oxigénio inspirado pelo paciente. Esta quantidade é dependente da fracção inspirada de oxigénio (FiO2), da pressão barométrica e da pressão parcial de dióxido de carbono (PaO2).

Os instrumentos mais modernos para a medição dos gases sanguíneos, apesar de altamente sofisticados, são fáceis de operar, com uma manutenção e controlo de qualidade meticulosa e são capazes de proporcionar resultados rápidos e muito confiáveis.

A gasometria é uma aliada importante na realização de exames e no auxilio médico, para a proposição de diagnóstico rápido e seguro, possibilitando a tomada de decisão no tempo adequado e, em muitos casos, salvando vidas. Pensando nisso, a Centerlab em parceria com a Werfen, empresa pioneira e líder mundial no segmento de equipamentos e produtos para diagnósticos laboratoriais, oferecem o que há de mais moderno de equipamento de gasometria, a linha GEM Premier.

 

GEM3500 GEM5000

 

 

REFERENCIA
– https://www.efdeportes.com/efd141/equilibrio-acido-basico-e-gasometria-arterial.htm
file:///C:/Users/helton.faria/Downloads/arterial%20and%20central%20venous%20pH,%20bicarb,%20BE%20and%20Lactate%202006.pdf
– https://www.werfen.com/br/pt-pt/v2/about-werfen
– https://www.centerlab.com/

Prevenção de acidentes por material perfurocortante no laboratório clínico

Prevenção de acidentes por material perfurocortante no laboratório clínico

Prevenção de acidentes por material perfurocortante no laboratório clínico

No setor de saúde, acidentes provocados por materiais perfurocortantes é a maior causa da transmissão de doenças infecciosas, sendo os acidentes causados por agulhas os de maior risco. Mais de 50% de todos os casos registrados são relativos à equipe de enfermagem, seguidos por médicos e equipe de laboratório. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que dos 35 milhões de profissionais da saúde em todo o mundo, quase 3 milhões passam por exposições percutâneas a patógenos sanguíneos a cada ano. Dois milhões dessas exposições são ao Vírus da Hepatite B (HBV), 0,9 milhões ao Vírus da Hepatite C (HCV) e 170.000 ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esses acidentes podem potencialmente resultar em 15.000 infecções por HCV, 70.000 por HBV e 1000 por HIV. Além disso, sabe-se ainda que as punções acidentais por agulha transmitem outros tipos de patógenos sanguíneos, incluindo vírus, bactérias, fungos e outros micro-organismos responsáveis por doenças como difteria, gonorreia, herpes, malária, sífilis, tuberculose, etc.

A OMS observa que a maioria desses acidentes dentro do ambiente de saúde, é passiva de prevenção. A prevenção requer dentre outros a proteção pessoal para a equipe, incluindo dispositivos de segurança na agulha, sendo que no Brasil está de acordo com a Norma Regulamentadora NR32 que tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral e pela PORTARIA N.° 939, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2008, que deverá ser assegurado ao profissional de saúde o uso de dispositivos de segurança acoplados nos perfurocortantes pelas instituições a partir de 18 de Novembro de 2010, tento o prazo de 2 anos para adequação a partir da data de publicação desta Portaria.

Os profissionais da saúde não percebem e não acreditam no perigo ocupacional de contrair infecções transmitidas pelo sangue, devido a sua exposição diária a ele e a outros fluídos corporais. O risco de infecção depende do predomínio dessas doenças na população de pacientes com os quais lidam, e ainda, da natureza e frequência das exposições. Punções acidentais por agulhas, em que a pele foi rompida, implicam altos riscos de transmitir infecções.

Pesquisa feita com 75 hospitais no Reino Unido em 2009 revelou em quais momentos o acidente acontece (figura 1), e quais os profissionais que estavam envolvidos no mesmo, observando-se a coleta de sangue como um dos principais procedimentos de risco: Para prevenir acidentes, agulhas, seringas e dispositivos médicos devem ser manuseados com cautela. Agulhas não devem nunca serem re-encapadas, re-utilizadas, entortadas propositalmente, quebradas com a mão, compartilhadas, reesterilizadas, removidas de uma seringa descartável ou mesmo adaptadores para coleta de sangue a vácuo. Depois de usadas, as agulhas devem ser descartadas em descartadores para perfurocortante claramente identificados e resistentes á perfuração, para o transporte aos locais de descarte. A OSHA, Occupational Safety and Health Administration dos Estados Unidos, define “objetos perfurocortantes com dispositivos de segurança que protegem contra acidentes” como: um objeto perfurocortante sem agulha ou um dispositivo com agulha, utilizado para coleta de sangue, acessando uma veia ou artéria, ou administrando medicamentos ou outros fluídos, com um dispositivo de segurança acoplado que reduza efetivamente o risco de um acidente ocupacional. Esta categoria de dispositivos abrange um amplo conjunto de produtos  médicos que incorporam dispositivos de segurança que reduzem a chance de acidentes envolvendo objetos perfurocortantes. Esses recursos de segurança incluem travas ou tampas que protegem os materiais perfurocortantes, superfícies ou pontos retráteis, capas de proteção, tubos capilares plásticos etc.

Gráfico

 

Hoje as agulhas hipodérmicas devem possuir dispositivos de segurança (figura 2a) para evitar acidentes com o profissional de saúde. Etambém, novas recomendações do CLSI onde seringa e agulha são usadas para coletar sangue, preconizam o uso de um dispositivo de transferência (Figura 2b). Trata-se de um adaptador de coleta de sangue a vácuo, com agulha distal acoplada para a transferência do sangue da seringa diretamente  para o tubo (figura 2c), sem a necessidade de manuseio do sangue e abertura do tubo (NCCLS/CLSI H3- A6, Vol.27 No26, Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipuncture; Approved Standard – Sixth edition, 2007). Existem ainda seringas com dispositivos de segurança acoplados que, além de prevenir o acidente perfurocortante, também evita a reutilização da seringa com a quebra do êmbolo, após o procedimento técnico (figura 2d).

 

Figura 2

 

Dispositivos de segurança em coleta de sangue a vácuo (figura 3): O dispositivo de segurança deve ser parte integral da agulha; Fornecer uma cobertura/tampa/superfície rígida que permita que as mãos permaneçam atrás do elemento perfurante ou cortante.

 

Figura 3

 

Procedimento de coleta usando agulha para coleta de sangue a vácuo (figura 4), com dispositivo de segurança: Nos casos de pacientes com acessos difíceis, deve-se utilizar escalpes, por possuírem agulhas mais compactas que proporcionam maior mobilidade e facilidade no manuseio pelo flebotomista e os mesmos também devem conter estes dispositivos de segurança:

 

Figura 4

 

Abaixo (figura 5 e 6) dois exemplos de dispositivos acoplados em escalpes:

 

Figura 5

 

Figura 6

 

Lancetas para punção digital e de calcanhar têm dispositivos de segurança que podem ser passivos (figura7) ou ativos (figura 8):

 

Figura 7

Figura 8

 

Escalpes com Trava de Segurança VACUETTE® – A trava de segurança com mecanismo manual permite total controle no momento da retirada do dispositivo, pois a agulha desliza delicadamente junto a cânula de proteção e um clique audível confirma que a trava foi acionada. O escalpe possui uma antecâmara pela qual é possível visualizar o fluxo sanguíneo assim que a punção é realizada. O resultado é mais segurança para o profissional e paciente cada vez mais satisfeito.

 

Produtos

 

REFERENCIAS
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR E SERVIÇOS DE SAÚDE. Prevenção de Acidentes por Material Perfurocortante. Gestão da Fase Analítica: Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial. Disponível em: http://www.sbrafh.org.br/site/public/temp/4f7baaa733121.pdf. Acesso em: 12/01/2022.

GREINER BIO-ONE. Disponível em: https://www.gbo.com/pt-br/. Acesso em 12/01/2022