5 passos para aumentar a lucratividade dos laboratórios clínicos

5 passos para aumentar a lucratividade dos laboratórios clínicos

5 passos para aumentar a lucratividade dos laboratórios clínicos

Nossa, nunca realizei tantos exames como nesse mês, e o meu chefe continua reclamando que o financeiro vai mal; como pode isso?

A percepção muitas vezes é a inimiga número um da gestão financeira em laboratórios clínicos, quando os colaboradores não são apresentados aos números do seu setor.

O fluxo de dinheiro em um setor técnico como o da bioquímica, por exemplo, é o responsável por uma boa parte da solvência do laboratório clínico, ou seja, a capacidade que a empresa tem de quitar os seus compromissos de curto prazo.

Que tal verificar como anda a produtividade financeira dos setores do seu Laboratório?
Veja os cinco passos par aumentar sua lucratividade:

1.    Estabeleça a relação entre a produtividade esperada x produtividade realizada para cada kit ou insumo.

Produtividade esperada é aquela informada pelo fabricante do kit, conforme o equipamento utilizado pelo laboratório e a programação específica para esse kit, produtividade realizada é o quanto o kit realmente produziu.

Sabemos que durante o processo produtivo, alguns testes são consumidos para realização de calibração e controles. Até aí, tudo bem! Entretanto, quando a diferença entre o que se espera produzir e o que realmente é produzido for maior, já descontando o consumo com calibrações e controles, aí o gestor tem que investigar onde está sendo perdida a produtividade.
É o famoso “ralo” da área técnica.

 

Negócios

 

Exemplo:

Um kit de colesterol tem produtividade esperada de 500 testes; foram vendidos 300 testes cujo valor financeiro arrecadado foi de R$ 3.000,00. Foram gastos 100 testes com calibrações e controles. Portanto, houve uma “quebra” de 100 testes que merecem ser investigadas, pois representam 20% da produtividade esperada.
Provavelmente, essa perda está na repetição e no desperdício que alguns sistemas analíticos impõem aos insumos reagentes.

2.    Estabeleça o índice de produtividade dos setores.

É muito importante que o Gestor do laboratório se habitue a gerir o seu negócio através de indicadores. Uma vez estabelecida a relação produtividade esperada x produtividade realizada, o resultado dessa relação deverá ser utilizado como um índice a ser acompanhado com uma periodicidade definida.

Exemplo:

  • Produtividade esperada para o setor de bioquímica = 10.000 testes;
  • Produtividade realizada pelo setor de bioquímica = 6.000 testes;
  • Índice de produtividade: realizada/esperada – 6.000/10.000 = 0,6.

Ter metas claras e objetivas é essencial para uma gestão eficiente.

3.    Conscientize sua equipe. Dinheiro não aceita desaforo!

Enxergar o fluxo financeiro dentro da área técnica proporciona aos executores dos processos de análise, uma dimensão de valor reconhecidamente importante. Na hora de repetir um exame ou desperdiçar um reagente, se estiver claro quanto custa para o setor, provavelmente o analista pensará melhor, ou no mínimo sentirá um mal-estar; afinal ninguém rasga dinheiro, não é mesmo?

Exemplo:

  • Produtividade esperada para o setor bioquímica:
    10.000 testes x R$ 6,00 por teste (média) = R$ 60.000,00
  • Produtividade realizada para o setor bioquímica:
    6.000 testes x R$ 6,00 por teste (média) = R$ 36.000,00
  • Desperdício / perda = R$ 24.000,00.

4.    Dedique-se a melhorar seu índice de produtividade.

O índice ideal deve aproximar-se de 1; como melhorá-lo?

  • Melhorando a taxa de repetição de exames e a taxa de desperdício;
  • Pesquisando automações mais econômicas e produtivas.

Mesmo laboratórios com rígidos programas de controle de qualidade, equipamentos modernos e profissionais qualificados insistem na prática inadvertida de repetição de exames. Esta prática, obviamente sem critérios bem definidos, aliada ao desperdício de insumos e reagentes, muitas vezes reconstituídas e não aproveitadas ou não utilizadas em sua plenitude, devido à obsolescência da automação utilizada, são as responsáveis por um percentual considerável de perda de lucratividade.

5.    Faça Gestão a Vista.

 

Gestao a Vista

 

Divulgue os números da empresa entre os colaboradores.

Requer certa dose de coragem promover essa cultura, pois alguns paradigmas deverão ser quebrados, principalmente aqueles relacionados à divulgação de informações financeiras da empresa, saindo do campo fértil das percepções e transitando para o campo seguro dos dados e informações.

A divulgação periódica de indicadores financeiros associados a outros indicadores de gestão empresarial denomina-se Gestão a Vista.

O propósito é tornar clara e acessível a todos os colaboradores da organização, quais são os resultados alcançados individualmente, pela equipe e pela empresa.
Colaboradores que se sentem incluídos nas decisões das empresas se tornam mais participativos e produtivos.

Pratique essas ideias e veja a lucratividade de seu laboratório aumentar!

Paulo Ribeiro


Paulo Ribeiro é consultor sênior na empresa 
LABCONSULTORIA e no Sistema SEBRAE.

Para maiores informações: [email protected] – (32) 98872-7263 – www.labconsultoria.org

Automação Laboratorial em Coagulação

Automação Laboratorial em Coagulação

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Automação Laboratorial em Coagulação

Nas últimas décadas, a automação na medicina laboratorial tem sido destacada como um passo importante na busca de eficiência e viabilidade das empresas atuantes nesse setor, e expandiu-se para todas as fases dos processos no laboratório clínico (pré-analítica, analítica e pós-analítica), além da tecnologia e de sua evolução permitirem que laboratórios de diferentes portes e quantidades de exames implementassem algum tipo de automação em seus processos.

A exigência de altos padrões de qualidade e a expectativa dos clientes em relação aos serviços prestados tem sido fatores
motivadores para que seja implementada a automação de um processo analítico ou até mesmo a automação total do laboratório.

Já na parte operacional, destacamos fatores internos como a pressão relacionada aos colaboradores e outros associados a
planejamento da capacidade de produção, por meio da eliminação de atividades desnecessárias e da combinação das atividades em processos únicos, buscando a simplificação e a padronização dos processos.

Além dos objetivos que motivam a busca por esse tipo de processo, algumas necessidades operacionais devem ser atingidas, com foco principal na viabilização da empresa.

Principais expectativas na implementação de um processo automatizado:

 

categorias_expectativas

 

A maior evolução da tecnologia na medicina laboratorial ocorreu na etapa analítica. A maioria dos equipamentos analíticos iniciou com desenhos de ensaios em cubetas, geralmente dispostos em um fluxo contínuo. A necessidade da implementação de diferentes detectores de sinais e da adsorção de moléculas em fases sólidas trouxe ao mercado novas gerações de equipamentos.

Os fatores que são impactados pelas considerações de configuração são relacionados principalmente com espaço físico e o tempo gasto para repetições de exames, diluições e testes reflexos, visto que, dependendo da conformação da linha, existem formações de filas de amostras, além da necessidade de fácil acesso aos equipamentos para manutenções e operação.

O modelo de automação escolhido deve ser o que melhor se alinha à estratégia da instituição, não só em termos de investimentos, mas nas escolhas conflitantes na busca pelos benefícios esperados.

Resumo dos benefícios de um processo de automação em medicina laboratorial:

processo de automação em medicina laboratorial

 

Automação em Coagulação

Opções de equipamentos que a Centerlab oferece para linha de coagulação

Coagmaster

Coagmaster – WAMA
Equipamento Semi-automático com metodologia aprovada mundialmente para testes de coagulação, oferece maior agilidade e padronização nos resultados. Por meio da variação no movimento de esfera magnética, seu sistema mecânico de medição permite calcular com precisão, o tempo de coagulação do plasma.

-Detecção rápida da coagulação plasmática;
– Armazenamento de curva de calibração;
– 4 cronômetros com acionamentos independentes;
– Sistema aberto;
– 5 posições de incubações para reagentes a 37 °C;
– 8 posições de incubações para amostras;
– Calculo do RNI;
– Permite interfaceamento com sistemas;
– Impressora interna.


ACL Elite Pro – IL

ACL Elite Pro

Equipamento totalmente automatizado que utiliza metodologia de nefelometria, que é a técnica que mede a quantdade de luz dispersa ou espalhada pela amostra. As medidas são feitas em um ângulo de 90 graus, com relação à dieção do feixe de radiação que passa através da amostra.

No processo de medição, o conjunto de partículas que estiver passando na frente do sensor no momento da leitura, será registrado para o cálculo da média de sinal. A natureza das partículas, como: tamanho, cor, formato, origem (orgânica/inorgânica) e até mesmo posição, no momento da leitura, geram oscilações.

– Acesso randômico para minimizar o tempo de obtenção de resultados;
– TP e TTPA de amostras urgentes disponíveis em menos de 8 minutos;
– Reagentes com código de barras (padrão no ACL Elite Pro);
– Capacidade ‘’ walk-away’’ para 40 amostras e até 260 cubetas ‘’on board’’;
– Modo ‘’STAT’’ para entrada de amostras sem interromper a rotina;
– Tela ‘’touch screen’’ integrada e colorida;
– Número mínimo de componentes mecânicos garantindo robustez no design, com mínima manutenção.


Família ACL TOP – IL

ACL Top

Linha padronizada de equipamentos totalmente automatizados que utilizam metodologia de leitura óptica e mecânica, garantindo a mesma qualidade dos resultados em todos os aparelhos da linha (ACL TOP 350, 550 e 700). Com o diferencial de executar avaliações específicas préanalíticas das amostras (Hemólise, bilirrubina e lipemia), além do sistema Cap-piercing que possibilita a inserção de tubo fechado no equipamento, gerando uma máxima segurança para os operadores.

Todos analisadores da família ACL TOP funcionam com os mesmos reagentes, os mesmos consumíveis e o mesmo software intuitivo.

Automação do Analisador
– Reagentes com código de barras;
– Monitoramento onboard contínuo de estabilidade dos reagentes;
– Execução automática de frequência QC;
– Capacidade de repetição e de testes reflexivos;
– Relatório totalmente automatizado de ensaios de fatores com paralelismo;
– Auto-verificação e upload dos resultados;
– Trabalha com tubo fechado perfurando a tampa (modelos CTS).

Operação contínua
– Carregamento e descarregamento contínuos de amostras e reagentes através de racks sem interrupção de sistema;
– Carregamento de cubeta e eliminação de resíduos ininterruptos.

Manutenção simples
– Manutenção diária, solicitada pelo usuário e realizada pelo sistema, em menos de 5 minutos;
– Notificação de ‘’manutenção em atraso’’ para alertar o usuário;
– Solução de problemas e diagnósticos de instrumento remotos via web em tempo real* (opcional).

Automação laboratorial
– Segue diretrizes CLSI (AUTO1-5) como referência;
– Sistema aberto compatível com a maioria dos sistemas de linha de automação laboratoriais;
– Elimina a necessidade da interface robótica lenta e de alto custo.

Produtividade
– Até 360 TP/h;
– Resultados de TP em stand by dentro de aproximadamente 3 minutos;
– Amostras carregadas em qualquer rack, em qualquer posição, a qualquer momento, incluindo STAT.


Referências:
CAMPANA , G. A.; OPLUSTIL, C. P. Conceitos de automação na medicina laboratorial: revisão de literatura J Bras Patol Med Lab v. 47 n. 2 p. 119-127 abril 2011. WAMA DIAGNÓSTICA. Manual do usuário coagulômetro Coagmaster Br . WERFEN. ACL Elite/ACL TOP – Sistemas de testes em hemostasia.

Coagulação Intravascular Disseminada

Coagulação Intravascular Disseminada

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Coagulação Intravascular Disseminada
A coagulação intravascular disseminada (CIVD) é definida como uma síndrome adquirida, caracterizada pela ativação difusa da coagulação intravascular, levando a formação e deposição de fibrina na microvasculatura. O sistema fibrinolítico está, em geral, amplamente inativado durante a fase de maior ativação da coagulação, o que contribui para deposição de fibrina. Porém em algumas situações a fibrinólise pode estar acelerada, contribuindo, assim, para quadros de sangramento grave.

A deposição de fibrina pode levar à oclusão dos vasos e consequente comprometimento da irrigação sanguínea de diversos órgãos, o que, em conjunto com alterações metabólicas e hemodinâmicas, contribui para a falência de múltiplos órgãos. O consumo e consequente depleção dos fatores da coagulação e plaquetas, resultantes da contínua atividade pró-cuagulante, pode levar a sangramento difuso, o que frequentemente é a primeira manifestação notada.

Importante ressaltar que a CIVD é sempre secundária a uma doença de base, e a identificação e tratamento da condição predisponente são fundamentais para resolução da síndrome.

 

Doença de base

 

Condições clínicas associadas à CIVD
A CIVD pode ocorrer em associação a uma grande variedade de condições clínicas:
– Medicina Interna: Sepse/infecções, leucemia, transplante, insuficiência hepática aguda, reações alérgicas, acidente ofídico, hipotermia, deficiência homozigótica de proteína C, tumores sólidos, cirrose, vasculite, síndrome Kasabach- Merrit, SARA (síndrome da angústia respiratória do adulto).

– Cirurgia: Trauma, grandes operações, lesões no sistema nervoso central, embolia gordurosa, queimaduras, cirurgia cardíaca bypass, transplante de órgãos, aneurisma aorta, tumores vasculares.

– Obstetrícia: Embolia do líquido amniótico, descolamento de placenta, aborto séptico, rutura uterina, pré-eclâmpsia, sepse, síndrome de HELLP, feto morto retido.

– Medicina transfusional: Reação hemolítica transfusional aguda, transfusão maciça.

Fases da CIVD

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As doenças infecciosas, em particular a septicemia, são as mais comumente associadas à CIVD. Apesar de virtualmente qualquer microorganismo (como vírus e parasitas) desencadear a síndrome, as infecções bacterianas são as mais freqüentemente associadas à CIVD. Cerca de 30% a 50% dos pacientes em septicemia cursam com CIVD em fase II (ativação descompensada da coagulação) ou III (CIVD plenamente manifesta) e virtualmente todos apresentam CIVD em fase I (ativação compensada da coagulação). Vale salientar que a ocorrência de CIVD em septicemia por germes Grampositivos é tão comum quanto na septicemia por Gram-negativos. Diversos fatores, como componentes de membrana dos microorganismos (lipopolissacarídeos ou endotoxinas) e exotoxinas de bactérias (por exemplo, a-toxina estafilocócica), estão envolvidos, e resultam em resposta inflamatória generalizada com liberação sistêmica de citocinas, as quais estão diretamente envolvidas no distúrbio hemostático que caracteriza o quadro de CIVD.

Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas da CIVD dependem da sua causa e de a condição ser aguda ou crônica. Em alguns casos, a forma crônica da doença pode não apresentar sinais ou sintomas. A doença aguda se desenvolve rapidamente e é muito grave. A condição crônica se desenvolve ao longo de semanas ou meses, dura um tempo maior e geralmente não é reconhecida tão prontamente como a condição aguda. Na CIVD aguda, a coagulação sanguínea nos vasos normalmente ocorre antes que o sangramento. No entanto o sangramento pode ser o primeiro sinal óbvio. A coagulação do sangue também ocorre com a CIVD crônica, mas geralmente não leva à hemorragia. Os sinais e sintomas devidos aos coágulos ou hemorragias nos vasos sanguíneos, dependem da localização e da extensão deles.

 

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Diagnóstico

O diagnóstico baseia-se na clínica associada com os exames complementares indicativos de coagulopatia. Não existe um só teste laboratorial que inclua ou exclua o diagnóstico de CIVD. Diante do risco de morte, o diagnóstico preliminar pode ser feito sem a necessidade de exames complementares.

Diante da suspeita de CIVD, os seguintes exames devem ser realizados: Contagem de plaquetas e visualização de sangue periférico, Tempo de Protrombina (TP), Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPa), Tempo de Trombina (TT), dosagem de Fibrinogênio, Dosagem de fatores da coagulação e anticoagulantes naturais (Proteína C e antitrombina), Produtos da Degradação da Fibrina (PDF’s) e Dímeros-D.

O diagnóstico de CIVD pode ser ajudado pela quantificação de dados clínicos por intermédio de uma escala proposta pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia. A presença de uma doença de base associada à CIVD é o primeiro passo do algoritmo e condição indispensável para sua execução. O diagnóstico é confirmado quando o resultado do algoritmo é igual ou maior que 5, no entanto, uma pontuação menor que 5 não exclui a possibilidade de CIVD. Portanto a escala deve ser calculada diariamente para caracterizar a gravidade e a evolução da CIVD.

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Tratamento

Os fundamentos do tratamento da CIVD ainda carecem de evidências seguras. É fundamental o tratamento da doença de base, enquanto são constituídas estratégias de suporte visando especificamente abordar as alterações da coagulação. A administração de fluidos, antibioticoterapia, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos, suporte ventilatório e cardiocirculatório, devem ser realizados caso seja necessário. Podem ser implementadas também medidas anticoagulantes, de reposição de plasma e de plaquetas, além de inibidores fisiológicos da coagulação.

– Tratamento da doença de base
– Medidas de ‘’Suporte’’
– Transfusão de plaquetas
– Transfusão de plasma e crioprecipitado
– Concentrados de inibidores (AT, PC, TFPI)
– Antifibrinolíticos: contra-indicados
– Anticoagulantes Heparina, LMWH: dose inibidores de trombina Anti-TF (rNAPc2)
Produtos Referências:
– PINTÃO MCT & FRANCO RF. Coagulação intravascular disseminada. Medicina, Ribeirão Preto, 34: 282-291, jul./dez. 2001.
– PORTO LAB. et al. Coagulação intravascular disseminada na gravidez – considerações, diagnóstico e manejo. Medicina, Minas Gerais, 20: 15-19. 2010.
– STIEF TW. The Laboratory Diagnosis of the Pre-Phase of Pathologic Disseminated Intravascular Coagulation. Hemostasis Laboratory, Nova Science Publishers, 1: 3-19. 2008.

Diabetes Mellitus (DM)

Diabetes Mellitus (DM)

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O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente (aumento da glicose sanguínea), decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo. Estima-se que haja cerca de 415 milhões de portadores da doença em todo mundo. A classificação do DM tem sido baseada em sua etiologia. Os fatores causais dos principais tipos de DM são fatores genéticos, biológicos e ambientais, os quais ainda não são completamente conhecidos.

Controle da Glicemia

Controle da glicemia
A Insulina e o glucagon são dois hormônios produzidos pelo pâncreas, que são fundamentais e tem funções inversas entre si. Dependendo da necessidade, o pâncreas secreta insulina ou glucagon, e assim controla de modo natural a glicemia.

Diabetes mellitus tipo 1
O diabetes mellitus tipo 1 (DM1), também conhecido como insulinodependente é uma doença autoimune, decorrente da destruição das células β pancreáticas, ocasionando deficiência na produção de insulina. Estima-se que mais de 30 mil brasileiros sejam portadores de DM1 e que o Brasil ocupe o terceiro lugar em prevalência de DM1 no mundo. Embora a prevalência de DM1 esteja aumentando, corresponde apenas 5 a 10% de todos os casos de DM. É mais frequentemente diagnosticada em crianças, adolescentes e, em alguns casos, em adultos jovens, afetando igualmente homens e mulheres.

Diabetes mellitus tipo 2
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2), não insulino dependente, caracteriza-se pela hiperglicemia devido à resistência à insulina e relativa falta de insulina. Possui etiologia complexa e multifatorial, envolvendo componentes genéticos e ambientais. Trata-se de uma doença poligênica, com forte herança familiar, ainda não completamente esclarecida, cuja ocorrência tem contribuição significativa de fatores ambientais. São destacados como principais fatores de risco: hábitos dietéticos e inatividade física. Sua fisiopatologia, diferentemente dos marcadores presentes no DM1, não apresenta indicadores específicos da doença. Em pelo menos 80 a 90% dos casos, associa-se ao excesso de peso e a outros componentes da síndrome metabólica. Corresponde 90 a 95% de todos os casos de DM. Geralmente o DM2 acomete indivíduos a partir da quarta década de vida, embora se descreva, aumento de sua incidência em crianças e jovens.

Quadro_diabetes

Fonte: http://simplicidade.net/diabetes-tipo-1-ou-2-compreenda-as-diferencas/

Epidemiologia
O DM é um importante e crescente problema de saúde para todos os países, independentemente do seu grau de desenvolvimento.Em 2015 a Federação Internacional de Diabetes estimou que 8,8% da população mundial com 29 a 79 anos de idade, cerca de 415 milhões de pessoas, viviam com diabetes. Se as tendências atuais persistirem, o número de pessoas com diabetes foi projetado para ser superior a 642 milhões em 2040. O aumento da prevalência do diabetes está associado a diversos fatores, entre eles, maior frequência do estilo de vida sedentário e maior frequência de excesso de peso. A preocupação com a situação atual do diabetes e do problema que ele representa para todos os países foi suficiente para que se tornasse um tema de uma Assembleia das Nações Unidas, em setembro de 2011, fato que chama a atenção, pois pela segunda vez na história um assunto da área da saúde evidenciou essa necessidade.
No Brasil, em 2015, haviam cerca de 14,3 milhões de pessoas com diabetes. Em 2040 a projeção da OMS é que 23,3 milhões de pessoas tenham a doença.

Sintomas
Em indivíduos com DM1, os sintomas se instalam rapidamente, especialmente, urinar de maneira excessiva (poliúria), sede
excessiva (polidipsia), e emagrecimento. Quando o diagnóstico não é feito aos primeiros sintomas, os portadores de DM1 podem até entrar em coma. No DM2, metade dos portadores desconhecem sua condição, uma vez que a doença é pouco sintomática, e apresentam sintomas clássicos de hiperglicemia, além de poliúria, polidipsia, polifagia (fome excessiva, aumento de apetite) e emagrecimento inexplicado. Embora a cetoacidose diabética seja rara na manifestação inicial do DM2, tem-se observado aumento no número desses casos na abertura do quadro. O diagnóstico precoce é importante pois o tratamento evita suas complicações.

Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial do DM pode ser realizado por meio de glicemia de jejum, glicemia 2 horas após teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e hemoglobina glicada (HbA1c). Não existem outros testes laboratoriais validados e recomendados para essa finalidade. Os valores adotados pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) para cada um desses parâmetros são os mesmos recomendados pela Associação Americana de Diabetes (American Diabetes Association – ADA). A necessidade de realizar o diagnóstico de DM com esses testes advém de sua validação clínica por meio de desfechos clínicos. Nas últimas quatro décadas, os critério diagnósticos passaram por diversas modificações, exatamente devido ao surgimento de novas evidências referentes à associação de valores cada vez menores de glicemia a risco de complicações micro e macrovasculares.

Critérios laboratoriais para diagnóstico de normoglicemia, pré-diabetes e DM, adotados pela SBD.

Quadro Glicose

Glicemia
A glicemia tem sido utilizada por muitas décadas como critério de definição para o DM. A glicose é geralmente determinada por métodos enzimáticos, como glicose-oxidase e hexoquinase. Um dos mais aplicados atualmente é o método da hexoquinase, no qual a glicose é fosforilada por essa enzima na presença de trifosfato de adenosina – ATP. Além disso, a especificidade da reação da hexoquinase possibilita a determinação de glicose urinária com um grau elevado de exatidão, o que não é possível com metodologias que utilizam outras enzimas.
Após a coleta de sangue, a glicose é metabolizada pelos eritrócitos, o que ocasiona queda dos seus níveis em torno de 10% por hora. Se forem utilizados tubos de soro, é preciso atenção especial ao processamento rápido da amostra após a coleta. Se for utilizado um inibidor de metabolização, como o fluoreto de sódio (NaF), ainda assim ocorre glicólise dentro do tubo, porém de forma mais lenta (cerca de 10% a cada 3 horas).

TOTG
O teste oral de tolerância à glicose (TOTG) é simples e amplamente utilizado na prática clínica para diagnóstico de diabetes. Após 8 a 12 horas de jejum, são coletadas amostras de sangue antes e depois da ingestão oral, em 5 minutos, de uma solução contendo 75g de glicose diluída em 300 mL de água. O protocolo mais tradicional inclui coletas de sangue nos tempos 0, 30, 60, 90 e 120 minutos, para determinações de glicose. O TOTG reflete a eficiência com que o organismo metaboliza a glicose após uma carga oral.

HbA1c
O termo hemoglobina glicada é utilizado para designar a hemoglobina conjugada à glicose, processo que ocorre de forma lenta, não enzimática (glicada) e é diretamente proporcional à glicose no ambiente. Como as hemácias são livremente permeáveis à glicose, a medida de HbA1c reflete o histórico da glicemia ao longo dos 120 dias prévios, tempo de vida médio dos eritrócitos (amostra sangue total).
Um dos métodos disponíveis para dosagem de HbA1c é o imunoturbidimétrico que utiliza anticorpos específicos, ligando-se à região da cadeia β da hemoglobina próxima ao sítio de ligação. Como as variantes de hemoglobina de maior prevalência na população encontram-se em regiões mais afastadas da cadeia, não interferem no ensaio. Além disso, os métodos imunoturbidimétricos possuem baixo custo e podem ser realizados em analisadores bioquímicos automatizados.
É importante que o método seja certificado pelo National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP), com rastreabilidade ao método de cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC) utilizado no estudo Diabetes Control and Complications Trial (DCCT).

Tratamento
Como o DM1 se caracteriza por produção insuficiente de insulina, o tratamento medicamentoso depende da reposição desse
hormônio, utilizando-se de esquemas e preparações variados e estabelecendo-se “alvos glicêmicos” pré e pós-prandiais para serem alcançados.
Já no DM2, a prevenção e tratamento envolvem intervenções farmacológicas (glitazonas, acarbose, orlistate e metformina) e não farmacológicas (modificações da dieta alimentar e atividade física); as últimas devem ser implementadas sempre e podem ser eventualmente, associadas a terapias farmacológicas, principalmente nos casos de maior risco.

Conheça os principais produtos para avaliação da função glicêmica!

– Glicose Liquiform – REF. 133-2/500ML – CÓD. 06815

– Glicose HK Liquiform – REF. 137-2/100ML – CÓD. 03534

– HBA1C Turbiquest – REF. 385 1X4 – CÓD. 02277

– Frutosamina Liquiform – REF. 97-6/15ML – CÓD. 01069

Referências:
Diretrizes – Sociedade Brasileira de Diabetes – 2017-2018. | Saúde na comida. Insulina e Glucagon: Como funciona o controle da glicemia. Disponível em: http://saudenacomida.com.br/insulina-glucagon-controle-da-glicemia/ Acesso em 23 de junho de 2018 | Instruções de Uso – Glicose HK Liquiform Ref.: 127 Labtest.

 

IX Congresso Sul Mineiro de Análises Clínicas

IX Congresso Sul Mineiro de Análises Clínicas

Acontecerá nos dias 03, 04 e 05 de Agosto de 2018 o IX Congresso Sul Mineiro de Laboratórios Clínicos, em São Lourenço/MG.

Mantendo a tradição, preparamos para você, profissional e estudante da área clínico laboratorial, um evento repleto de opções em atividades científicas e sociais.

Cursos, palestras, workshops ministrados por profissionais renomados, voltados exclusivamente para o público dos laboratórios de pequeno e médio porte.

Contamos também com a presença das mais renomadas empresas, fabricantes e fornecedores de serviços da área, que estarão presentes com seus stands na Área de Exposição, onde você terá a oportunidade conhecer as novidades em equipamentos, produtos e serviços e fazer grandes negócios.

Indo além das questões técnicas e científicas, preparamos nossa Programação Social, para que possamos ter momentos de descontração e confraternização.

Inscrições com desconto especial podem ser realizadas até 15/05.

Mais Informações: [email protected] – (35) 99934-2725

Esperamos você em São Lourenço.
Faça já sua inscrição e concorra a sorteio de prêmios.

 

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