Gasometria em tempos de SARS-CoV-2

Gasometria em tempos de SARS-CoV-2

A medicina laboratorial é uma especialidade direcionada à realização de exames complementares no auxílio ao diagnóstico, com impacto nos diferentes estágios da cadeia de saúde: prevenção, diagnóstico, prognóstico e acompanhamento terapêutico.

Estudos revelam que, aproximadamente 70% das decisões médicas se baseiam em resultados de exames laboratoriais, procedimento minimamente invasivo e que constituem uma ferramenta de elevada relação custo/efetividade para se obter informações sobre o estado de saúde do paciente.

Em épocas de pandemia como a que estamos vivendo atualmente pelo SARS-CoV-2, cada vez mais verificamos a importância de se ter um diagnóstico ágil e acima de tudo com qualidade satisfatória para as condutas clínicas, seja no momento do diagnóstico da doença ou mesmo no acompanhamento da evolução dos pacientes.

O SARS-CoV-2 ainda é um vírus muito recente e vários estudos precisam ser realizados para caracterizar melhor a doença, no entanto, sinais e sintomas respiratórios semelhantes a um resfriado são comuns, podendo inclusive evoluir para infecções do trato respiratório inferior, como as pneumonias/síndrome da angustia respiratória aguda (SARA), necessitando de cuidados especiais e cerca de 2/3 dos pacientes podem necessitar de suporte ventilatório.

 

Figura 1

Relatórios inicias mostraram que até 5% dos pacientes infectados podem requerer cuidados em CTI. Embora a mortalidade dos pacientes infectados esteja na faixa de 0,5% a 4%, entre os que necessitam de hospitalização, esse número pode aumentar para 5% a 15% para aqueles que se tornam gravemente doente.

 

Síndromes Clínicas Associadas à Infecção por SARS-CoV-2
– Síndrome da Angustia Respiratória Aguda (SARA):
A Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) é definida, de acordo com a Conferência de Consenso Europeia-Americana, como uma síndrome de insuficiência respiratória de instalação aguda, caracterizada por infiltrado pulmonar bilateral à radiografia de tórax, compatível com edema pulmonar (acúmulo de líquidos no pulmão); hipoxemia grave (insuficiência de oxigênio no sangue), definida como relação PaO2/FIO2 ≤ 200; pressão de oclusão da artéria pulmonar ≤ 18 mmHg ou ausência de sinais clínicos ou ecocardiográficos de hipertensão atrial esquerda; presença de um fator de risco para lesão pulmonar.

Figura 2

Além dos exames de imagem e das alterações clínicas, também são observadas alterações nos valores das gasometrias no pH, pO2, pCO2 e Saturação de Oxigênio (SO2).

– Sepse
Segundo o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS) a sepse pode ser definida como uma síndrome da resposta inflamatória sistémica com disfunção orgânica na presença de infecção presumida ou confirmada. São sinais frequentes de disfunção orgânica: alteração do nível de consciência, oligúria, taquicardia e/ou dispneia, baixa saturação de oxigênio, taquicardia, pulso débil, extremidades frias, coagulopatias, trombocitopenia, acidose, elevação do lactato sérico ou da bilirrubina.

A Gasometria:

A ventilação mecânica é a base do tratamento intensivo da pneumonia causada pelo SARS-CoV-2. Embora seja vital para dar suporte à função respiratória , este tratamento pode também promover danos aos pulmões (Lesão Pulmonar induzida pela Ventilação Mecânica).

O Controle de pH, pO2 e pCO2 e Saturação de Oxigênio (SO2) dos pacientes auxiliam os profissionais de saúde a realizarem as configurações e ajustes adequados aos ventiladores mecânicos.

Existem alguns protocolos de suplementação de Oxigênio (O2) ou brocoespasmos utilizados no manejo de pacientes com suspeita ou confirmação de SARS-CoV-2 como da AMB (Associção Médico Brasileira) em parcerias com AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e ABRAMEDE (Associação Brasileira de Medicina de Emergência) ou ainda Prevent Senior, porém trata-se de condutas medicas importantes e críticas para os pacientes, apenas citaremos sem maiores detalhes.

Neste momento preocupado com a Pandemia enfrentada em todo mundo e principalmente no Brasil a Centerlab em parceria com os mais renomados fornecedores tem o prazer de apresentar tecnologia de ponta para realização de Gasometria: a já renomada Família de equipamento GemPremier da Werfen, bem como os equipamentos de Point of Care da Labtest e Celer Biotecnologia, cada um possuí características peculiares para atender a todas as rotinas.

GemPremier
Celer
Labtest

Referências:
– Atualização da aplicação da Gasometria para uso prognóstico na SARS-CoV-2. Conference Call. Werfen Medical. Abril/2020.
– Lippi G. and Plebani M. Laboratory abnormalities in patients with COVID-19 infection. Clin Chem Med. 24 February 2020.
– Wang et al. Clinical Characteristicsof 138 Hospitalized Patients With 2019 Novel Coronavirus Infected Pneumonia in Wuhan, China. Jama Network. 17 March 2020; Vol323
– https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/13/Diretrizes-COVID-13-4.pdf
– https://static.poder360.com.br/2020/04/protocolo-Prevent-Senior-tratamento-covid-19.pdf
– https://pebmed.com.br/coronavirus-em-terapia-intensiva-orientacoes-de-abordagem-do-covid-19/
– http://www.sbpc.org.br/noticias-e-comunicacao/artigo-analisa-importancia-dos-exames-laboratoriais/
-https://www.saude.gov.br/o-ministro/746-saude-de-a-a-z/46490-novo-coronavirus-o-que-e-causas-sintomas-tratamento-e-prevencao-3

Não programamos o isolamento, mas podemos pensar em como sair melhor dele

Não programamos o isolamento, mas podemos pensar em como sair melhor dele

O coronavírus jogou luz sobre certos hábitos que podemos adotar após o fim do isolamento e que contribuiriam para o emagrecimento e a boa forma física.

Por Antonio Lancha Jr. – 6 Maio 2020, 18h07

Quando a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) começou, não tínhamos ideia da mudança que estava reservada para nossas vidas. Em poucos dias, muitos brasileiros se transformaram em tele-trabalhadores, ou tele-professores, ou tele-alunos. Ou mesmo tele-amigos e tele-familiares. Tudo em nome do distanciamento social, que é realmente importante.

Estamos com essa situação instalada há mais de dois meses — e vendo os europeus começando a programar a saída do isolamento. Para nós, latinos, esse momento representará um desafio acima do comum. Não acredito que o término do isolamento será como fim de uma Copa do Mundo, em que todos saem correndo pelas ruas abraçando os outros. O retorno à normalidade será vagaroso, com eventuais recuos — e compreender isso é a primeira lição que podemos tomar para manejarmos as expectativas e preservarmos o bem-estar mental.

Mas vamos falar da forma física. Há velhos chavões que atribuem a obesidade a um ou outro inimigo. “A culpa é da indústria dos alimentos”; “A culpa é dos almoços fora de casa”; “A culpa é do lanche da cantina da escola”. Em tempos de isolamento, essas situações deixaram de ocorrer para várias pessoas. E mesmo assim elas engordaram.

O interessante é que muita gente reservou tempo para atividades físicas programadas durante o isolamento. Diferentes amigos que seguiram se exercitando me confidenciaram que, ainda assim, viram a barriga se avolumar, o sono piorar de qualidade e por aí vai.

Se esse pessoal está comendo em casa e reservando tempo na agenda para exercícios físicos, onde então se encontram os fatores que determinam o ganho de peso? Sem medo de errar, está na sobra de energia.

Por mais que a gente separe momentos para exercícios programados durante o período de distanciamento social, no restante do dia ficamos sentados, trabalhando em casa. Ou deitados mesmo. Sequer fazemos mais aqueles deslocamentos de casa para o ponto de ônibus ou para a padaria, da mesa do trabalho para a de um restaurante self-service

Nesse sentido, vale se mexer mais em casa, caminhar pela sala enquanto fala no celular, brincar mais com o cachorro, levantar mais para conversar. Ainda assim, é possível que a gente não alcance o grau de movimentação adequado.

Mas esse cenário pelo menos pode servir para que valorizemos mais a movimentação diária. Deixei abaixo alguns aprendizados do período de isolamento que podem contribuir para que, uma vez superado esse momento de crise, você consiga ajustar sua rotina em nome de bons hábitos e da forma física desejada:

1) A atividade física programada é fundamental, mas não resolve todos os nossos problemas. Precisamos estabelecer uma rotina ativa;

2) Realizar deslocamentos frequentes de cinco minutos a cada hora sentada é uma prática mais poderosa do que você imagina;

3) Aproveite os horários das refeições para fazer deslocamentos maiores, que ponham o corpo em movimento;

4) Quando possível, preparar as refeições ajuda a saborear os alimentos, o que torna nosso corpo mais satisfeito com menos comida;

5) Evitar as monotonias alimentares garante o acervo dos nutrientes e a riqueza de sabor, contribuindo para o controle do consumo;

6) Estar presente integralmente nas refeições tornará a experiência única, auxiliando a sensação de saciedade;

Que a gente saia dessa situação com uma versão melhor de nós mesmos.

Fonte: Veja Saúde

O exercício físico mexe profundamente no metabolismo

O exercício físico mexe profundamente no metabolismo

Cientistas se surpreendem com o tamanho da influência do esforço físico nas funções corporais.

Por Theo Ruprecht – Atualizado em 16 Maio 2020, 19h17 – Publicado em 15 Maio 2020, 14h01

Há um mar de minúsculas moléculas que trafegam por nossas veias e artérias, cada qual com suas tarefas. Imagine então quão complicado é compreender o papel das atividades físicas na produção e na interação delas com o organismo. Mas essa missão não assustou pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália.

Em um empreendimento sem precedentes, eles recrutaram 52 soldados e avaliaram aproximadamente 200 substâncias diferentes no sangue de cada um antes e depois de um regime de treinos. “Escolhemos esses voluntários porque eles vivem no mesmo lugar [no quartel], têm os mesmos hábitos de sono, exercem o mesmo trabalho e comem a mesma comida”, explica o cardiologista John O’Sullivan, orientador da investigação.

Em situações controladas como essa, é possível descartar a influência de outros hábitos e verificar a real magnitude do efeito dos exercícios. E, pelo visto, ela é enorme. Segundo a investigação, 80 dias de musculação e práticas aeróbicas interferiram na capacidade de queima de gordura, na saúde dos vasos sanguíneos, na população de bactérias benéficas que habitam o intestino, na regulação de neurotransmissores por trás da sensação de bem-estar…

“Os resultados mostram que as adaptações do metabolismo promovidas pela atividade física são muito mais intensas do que reportado anteriormente”, conclui O’Sullivan.

Múltiplos benefícios

Investigações como essa deixam claro quão inadequado é comparar o potencial do exercício com o de um ou outro medicamento. “A influência da atividade física no metabolismo vai além de só regular a pressão ou só ajudar a emagrecer”, afirma O’Sullivan. “Ela tem um papel central na prevenção de diversas doenças cardiovasculares”, arremata.

Em outras palavras, a ideia de termos um comprimido que reúna todas as vantagens de uma vida ativa não passa de brincadeira. A malhação vem ganhando protagonismo mesmo no tratamento de várias enfermidades. Sabe-se, por exemplo, que mexer o corpo é um dos jeitos mais eficazes de combater a fadiga decorrente do câncer e da quimioterapia, ao mesmo tempo que parece reduzir o risco do surgimento de um segundo tumor lá na frente.

Pois é: para manter o organismo em pleno funcionamento, você precisa sair do sofá.

Fonte: Veja Saúde

Dificuldades que os pacientes com leucemia enfrentam durante a pandemia

Dificuldades que os pacientes com leucemia enfrentam durante a pandemia

Um médico conta como esse câncer no sangue aumenta o risco de complicações por coronavírus e ressalta que abandonar o tratamento é uma péssima ideia

Por Paulo Henrique A. Soares, hematologista* – Atualizado em 25 May 2020, 16h20 – Publicado em 25 May 2020, 10h13

Portadores de cânceres hematológicos, como leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia linfocítica crônica (LLC) estão com dificuldades em ter acesso ao seu tratamento — ou prosseguir com ele — por causa da pandemia de coronavírus.

A leucemia é um dos tipos de câncer de sangue mais conhecidos. Ela surge quando os glóbulos brancos perdem a função de defesa e passam a se reproduzir de maneira descontrolada.

A leucemia mieloide aguda é uma doença agressiva, em que a medula óssea é tomada por células cancerosas, inibindo, entre outras funções, sua habilidade de proteger o organismo contra infecções por bactérias e vírus. Já a leucemia linfoide crônica é a mais comum em pacientes acima de 60 anos. Ela tem progressão lenta e geralmente assintomática no momento do diagnóstico.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2020 a incidência anual por 100 mil habitantes no Brasil será de 10 810 novos casos de leucemia, sendo 5 920 em homens e 4 890 em mulheres.

No presente momento, os pacientes com leucemias e outros cânceres hematológicos enfrentam dificuldades para encontrar leitos de internação e para agendar a sua quimioterapia. Eles também sofrem com a falta de sangue doado nos hospitais. Como há menos pessoas circulando, há menos pessoas doando.

Portadores de leucemias ficam mais propensos a pegar infecções por estarem com déficit de imunidade, o que pode acarretar complicações clínicas maiores. Tal incremento de risco é particularmente evidente em indivíduos com leucemias agudas, pois a agressividade dessas doenças exige quimioterapia intensiva. Isso, por sua vez, tem potencial de agravar temporariamente o déficit de imunidade.

Aqui no Brasil, ele foi aprovado em 2018 pela Anvisa para LLC e, em 2019, para o tratamento da LMA. O venetoclax é o primeiro de uma classe de medicações que seletivamente inibe a proteína BCL-2. Em alguns tipos de câncer no sangue, a proteína BCL-2 impede a morte natural das células (um mecanismo chamado de apoptose). A droga, ao bloquear a proteína BCL-2, restaura esse processo, permitindo a eliminação das células da leucemia.

Por enquanto, o venetoclax não está disponível no SUS, embora seja amplamente prescrito para pacientes atendidos na rede privada. No final de abril de 2020, foi aberta uma consulta pública no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para a avaliação da incorporação pelo SUS do venetoclax em combinação com outras medicações não quimioterápicas (azacitidina ou decitabina) para o tratamento de pacientes recém-diagnosticados com LMA e que não podem receber quimioterapia intensiva. Estamos aguardando a decisão final da Conitec sobre o assunto.

Discutir essas novas terapias durante a pandemia de coronavírus é especialmente relevante. Ora, elas não necessitam que o paciente saia com tanta frequência de casa para fazer o acompanhamento e evitam internações hospitalares. Artigos científicos atuais (veja aqui e aqui) inclusive corroboram essa estratégia de substituição da quimioterapia convencional intensa por novas alternativas com menor potencial de causar efeitos colaterais.

Paralelo a esses avanços, é importante que o paciente não deixe de procurar o médico responsável pelo seu acompanhamento durante o período de isolamento. Abandonar o tratamento pode comprometer o quadro geral de saúde, algo bastante negativo em face de uma pandemia.

Essa recomendação vale para todas as pessoas que estão com tratamento em curso em qualquer tipo de doença hematológica. Já há vários relatos de pacientes que, com medo de sair de casa, abandonaram o acompanhamento médico e tiveram uma significativa piora.

Apesar de estarmos atravessando um período difícil pela pandemia de Covid-19, as outras doenças não desapareceram. É necessário ter atenção redobrada.

*Paulo Henrique Soares é hematologista do Hospital DF Star

Fonte:Veja Saúde

O papel de vitaminas e minerais na imunidade diante do coronavírus

O papel de vitaminas e minerais na imunidade diante do coronavírus

Professora explica como a inclusão de alguns nutrientes em uma dieta equilibrada reforça as defesas do corpo contra infecções como a Covid-19.

Por Dra. Silvia Cozzolino, nutricionista* – Atualizado em 17 May 2020, 10h47 – Publicado em 27 Apr 2020, 13h39

O sistema imunológico é um conjunto de células que tem a função de proteger nosso corpo de qualquer substância ou micro-organismo que não for por ele reconhecido. Nesse sentido, o papel da alimentação é também manter esse sistema atuante, fornecendo a ele os nutrientes capazes de ajudar a modular suas respostas.

Os minerais e as vitaminas fazem parte desse grupo de nutrientes. E, embora ainda não sejam considerados nutrientes em si, os compostos bioativos encontrados nos alimentos, assim como os pré e os probióticos que influenciam a microbiota intestinal, também são elementos que participam da proteção do organismo.

Entre os micronutrientes mais estudados por seu papel no sistema imunológico estão o zinco, o selênio e as vitaminas A, C e D.

Atingir os níveis preconizados dessas substâncias com a dieta é ainda mais desafiador na população idosa, que é justamente o grupo de maior risco para a Covid-19.

Alguns fatores contribuem com isso: consumo de dietas desbalanceadas devido a dificuldades de renda, isolamento e aquisição e preparo da comida; sensação de sede diminuída e menor ingestão de líquidos; próteses dentais mal ajustadas, que dificultam a mastigação; redução na capacidade de digerir os alimentos; diminuição da absorção de minerais e vitaminas pelo organismo…

Todos esses fatores aumentam o risco de esse público em particular sofrer com déficits nutricionais capazes de impactar na imunidade — o que exige um maior olhar da família ou dos cuidadores para a dieta dos idosos.

Os nutrientes aliados da imunidade

Mas não é só quem tem mais de 60 anos que deve dar atenção à escolha dos alimentos e buscar adequar com eles os níveis de micronutrientes. Por isso aponto, a seguir, as vitaminas e os minerais mais estudados por exercerem um papel nas defesas do nosso corpo.

Zinco
É o mineral que possui maior importância para o sistema imune. Em geral, idosos possuem deficiência de zinco, que tantas vezes é observada pela sensação de diminuição do paladar. Ele é encontrado em carnes, frutos do mar como ostras e mariscos, fígado e vísceras, peixes, ovos e cereais integrais. Pessoas que seguem dietas vegetarianas estritas também podem ter carência da substância.

Vitamina A
Entre suas propriedades, ajuda a modular a imunidade. É encontrada na natureza em sua forma ativa pré-formada (o retinol) em alimentos de origem animal, bem como nos seus precursores, os carotenoides, que aparecem em vegetais — o corpo tende a aproveitar melhor a versão de origem animal. As principais fontes de vitamina A são o fígado e os óleos de fígado de peixe. Já os carotenoides se encontram em vegetais de cor alaranjada ou verde escura.

Vitamina D
Famosa por sua ação nos ossos, também tem um papel relevante no sistema imune. A principal forma de obtê-la é pela exposição aos raios solares, que tornam possível sua síntese pela pele. Mas pescados, óleos naturais de fígado de peixes, alimentos fortificados e suplementos podem contribuir para alcançar e manter os níveis ideais. Na Europa, a deficiência da vitamina foi observada em pessoas infectadas pelo novo coronavírus, mas isso já podia ser esperado, uma vez que os pacientes contraíram a doença em pleno inverno, quando há uma diminuição à exposição solar. No entanto, embora o Brasil seja um país tropical e mais quente, sabemos que grande parcela da população não está com concentrações adequadas da vitamina, muito provavelmente devido ao uso do protetor solar.

Selênio
É um mineral de alto poder antioxidante, mas que também tem função imunológica. Participa, portanto, do controle de radicais livres, moléculas que se formam naturalmente, inclusive com a resposta do sistema imune a infecções, mas cujo excesso causa danos em células e nos órgãos. O alimento mais rico em selênio do mundo é a castanha-do-brasil (ou do Pará) — e basta uma unidade (5 gramas) para alcançar a recomendação diária. O teor do mineral na castanha depende da quantidade do elemento no solo de cultivo.

Vitamina C
Importante nutriente antioxidante, é estudada há muito tempo pelo seu possível papel preventivo e terapêutico em doenças como as do sistema respiratório. Entretanto, apesar de muito consumida, ainda não temos dados científicos robustos a respeito desse efeito. Em relação a resfriados comuns e gripes, já foi observado que pode auxiliar reduzindo o tempo de duração dos episódios. Ainda assim, o corpo tira bom proveito da ingestão regular de fontes de vitamina C, caso de acerola, goiaba e frutos cítricos.

Uma palavra sobre a suplementação

Os dados expostos reforçam que uma alimentação balanceada e saudável contribui para a melhor resistência do corpo a infecções, entre elas a Covid-19. Mas isso, claro, não ocorrerá de um dia para o outro. Falamos de um cuidado que deve acontecer na rotina e, se necessário, contar com orientação profissional.

Da mesma forma, diante de uma avaliação por nutricionista ou médico, podemos recomendar a suplementação de minerais e vitaminas, especialmente para os idosos, que têm maior dificuldade de obtê-los via dieta.

* Dra. Silvia Cozzolino é nutricionista, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Comitê Científico e de Administração do ILSI Brasil

Fonte: Veja Saúde