Relatório Mundial sobre Drogas 2021 avalia que pandemia potencializou riscos de dependência

Relatório Mundial sobre Drogas 2021 avalia que pandemia potencializou riscos de dependência

RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE DROGAS 2021 AVALIA QUE PANDEMIA POTENCIALIZOU RISCOS DE DEPENDÊNCIA

Cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no mundo no último ano, enquanto mais de 36 milhões sofreram de transtornos associados ao uso de drogas, de acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2021. O documento foi dia 24/06, pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

O Relatório aponta que, durante os últimos 24 anos, a potência da cannabis aumentou em até quatro vezes em algumas partes do mundo. Apesar de a porcentagem de adolescentes que perceberam a droga como prejudicial ter caído em até 40%, persistem evidências de que o uso da cannabis está associado a uma variedade de danos à saúde. Os mais afetados são os usuários regulares a longo prazo.

“A menor percepção dos riscos do uso de drogas tem sido associada a maiores taxas de consumo de drogas. As descobertas do Relatório Mundial sobre Drogas 2021 do UNODC destacam a necessidade de fechar a lacuna entre percepção e realidade para educar os jovens e salvaguardar a saúde pública”, disse a diretora-executiva do UNODC, Ghada Waly.

Campanha – O tema do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas deste ano é “Partilhe Fatos Sobre Drogas. Salve Vidas.”, enfatizando a importância de fortalecer a base de evidências e aumentar a conscientização pública para que a comunidade internacional, governos, sociedade civil, famílias e jovens possam tomar decisões informadas, direcionar melhor os esforços para prevenir e tratar o uso de drogas, além de enfrentar os desafios mundiais das drogas”.

Novos desdobramentos – A COVID-19 desencadeou inovação e adaptação em serviços de prevenção e tratamento de drogas por meio de modelos mais flexíveis de prestação de serviços. Muitos países introduziram ou expandiram os serviços de telemedicina devido à pandemia, o que para os usuários de drogas significa que os profissionais de saúde podem agora oferecer aconselhamento ou avaliações iniciais por telefone e usar sistemas eletrônicos para prescrever substâncias controladas.

Embora o impacto da COVID-19 nos desafios das drogas ainda não seja totalmente conhecido, a análise sugere que a pandemia trouxe dificuldades econômicas crescentes que provavelmente tornarão o cultivo de drogas ilícitas mais atraente para as frágeis comunidades rurais. O impacto social da pandemia — que provoca um aumento da desigualdade, da pobreza e das condições de saúde mental, sobretudo entre populações já vulneráveis — representa fatores que podem levar mais pessoas a consumir drogas.

Conheça os testes da ECO Diagnóstica para drogas de abuso:

COCAINA DOA COC 150 ECO 20 TESTES ECO – CÓD. 30163

MACONHA DOA THC 20 TESTES ECO – CÓD. 30164

 

Fonte: Eco Diagnóstica

Hemograma e Covid-19

Hemograma e Covid-19

A pandemia em curso de Covid-19 (Sars-Cov-2) acarreta principalmente uma infecção do trato respiratório das pessoas infectadas. No entanto, cada vez mais a Covid-19 vem sendo considerada uma doença sistêmica que envolve vários sistemas, incluindo cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, neurológico, hematopoiético e imunológico.

Através de estudos realizados em várias partes do mundo, o laboratório de hematologia clínica vem sendo um parceiro importante no diagnóstico, monitoramento e manejo dos pacientes infectados.

Cronograma

Alterações no Hemograma
– Linfopenia
Durante a fase inicial da doença, geralmente de 1 a 14 dias, sintomas inespecíficos estão presentes, e a contagem de leucócitos e linfócitos no sangue periférico são normais ou ligeiramente reduzidas. Após a viremia, o Sars-Cov-2 afeta principalmente tecidos com alta expressão de ACE2 (Enzima Conversora de Angiotensina 2), entre eles: Pulmões, coração e trato gastrointestinal.

Aproximadamente 7 a 14 dias do início dos sintomas, ocorre um aumento das manifestações clínicas da doença. Nesse ponto se evidencia uma linfopenia significativa. Estudos mostram que os linfócitos expressam o receptor ACE2 em sua superfície, assim o Sars-Cov-2 pode infectar diretamente essas células e, por fim, levar à sua lise. Outros fatores, como o aumento pronunciado de citocinas também apresentam mecanismos que podem promover a apoptose de linfócitos.

Diversos estudos tiveram os leucócitos como objetivo, e demonstraram que a grande maioria dos pacientes apresentavam linfocitopenia. Essas anormalidades foram mais proeminentes entre os casos graves da doença, onde pacientes que tiveram desfecho fatal apresentaram uma diminuição da proporção de linfócitos/leucócitos na admissão durante a hospitalização. Alguns estudos relataram uma associação entre linfopenia e a necessidade de cuidados na UTI. A lesão miocárdica também está associada ao aumento da mortalidade em pacientes hospitalizados com Covid-19. Estudos demonstraram que pacientes com lesão miocárdica tinham leucócitos mais elevados e menores contagens de plaquetas. Pacientes com altos níveis de Troponina T apresentavam leucocitose, neutrófilos aumentados e diminuição de linfócitos.

– Trombocitopenia
O mecanismo de trombocitopenia em pacientes com Covid-19 é provavelmente multifatorial.
Na SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) foi sugerido que a combinação de infecção viral e ventilação mecânica levam a dano endotelial desencadeando ativação plaquetária, agregação e trombose no pulmão, causando grande consumo de plaquetas. Além disso, como o pulmão pode ser um sítio de liberação de plaquetas de megacariócitos maduros, uma diminuição ou alternância morfológica do leito capilar pulmonar pode levar a uma desfragmentação plaquetária desarranjada. Os Coronavírus também podem diretamente infectar elementos da medula óssea resultando em hematopoiese anormal ou desencadear uma resposta auto imune contra células sanguíneas. Estudos também sugerem que uma CID (Coagulação Intravascular Disseminada) de baixo grau consistentemente presente pode propagar uma baixa contagem de plaquetas na SARS.

Um estudo realizado em um hospital na China demonstrou que pacientes mais graves de Covid-19 apresentavam inicialmente uma elevação da contagem de plaquetas, seguida de brusca diminuição. Esse estudo demonstrou também que pacientes mais idosos que tiveram aumento significativo de plaquetas, tiveram internações hospitalares mais longas.

Embora com heterogeneidade muito alta, estudos mostraram que pacientes não sobreviventes à Covid-19 apresentaram uma queda mais significativa na contagem de plaquetas.

ꞏNeutrofilia
Os dados sobre Neutrofilia ainda não são amplamente abordados na literatura. Alguns relatos indicam que a neutrofilia é comum em pacientes de UTI, provavelmente relacionado à infecção bacteriana associada, sendo esta um quadro que aumenta o índice de morte.

Um número maior de neutrófilos e um número menor de linfócitos foi observado em pacientes que tiveram evolução mais grave da doença. Tal fato indica distúrbios importantes e condição crítica nos casos mais graves de Covid-19.

Desta forma, uma avaliação cuidadosa dos índices laboratoriais na linha de base e durante o curso da doençapode ajudar os médicos a formular uma melhor abordagem e o tratamento mais adequado, além de fornecer tratamento intensivo para aqueles que têm maior necessidade.

A Centerlab, em parceria com a Nihon Khoden, disponibiliza aos seus clientes as plataformas Celltac, que atendem às mais diversas demandas laboratoriais. Todos os modelos humanos possuem possibilidade de leitura em tubo fechado, proporcionando maior segurança ao operador, além de contar com modos de medição selecionáveis (prédiluição, alto WBC, baixo WBC, amostra capilar). Os analisadores com diferencial de leucócitos em 5 partes possuem um sistema de contagem avançada, que consiste em uma análise adicional automática quando valores baixos de WBC e Plaquetas são detectados. Já o Celltac G é o único no mercado com contagem de bastonetes!

Tabela

Celltac Alpha Celltac ES Celltac G

 

Bibliografia:
– Terpos et al. Hematological findings and complications of COVID-19. Am J Hematol. 2020;95(7):834-847.
– Qu et al. Platelet-to-lymphocyte ratio is associated with prognosis in patients with coronavirus disease-19. J Med Virol. 2020; 1-9.
– Lippi G, Plebani M, Henry BM. Thrombocytopenia is associated with severe coronavirus disease 2019 (COVID-19) infections: A meta-analysis. Clin Chim Acta. 2020;506:145-148.
– Fan et al. Hematologic parameters in patients with COVID-19 infection. Am J Hematol. 2020;95:E131–E153.
– Fleury, Marcos. A COVID-19 e o laboratório de hematologia: uma revisão da literatura recente. Revista brasieira de análises Clínicas. 2020. Vol. 52 – nº 4
– Folder Nihon Kohden Celltac Alpha, Celltac ES e Celltac G. 2020

Crescem os casos de pessoas e profissionais de saúde com depressão na pandemia

Crescem os casos de pessoas e profissionais de saúde com depressão na pandemia

Casos de pessoas com depressão na pandemia foram intensificados e aumentaram no país, conforme veremos ao longo deste artigo. Mas é importante esclarecer: antes da crise de saúde pública que estamos passando, o Brasil já estava entre os países com os maiores índices desta enfermidade.

A doença é um transtorno mental ocasionado por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos, que afetam o cotidiano das pessoas no trabalho, estudo, alimentação, descanso e lazer. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com essa doença, como podemos visualizar na página da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia declarado o Brasil como o país com mais deprimidos na América Latina, com 5,8% da população atingida pela doença. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, mostra que o percentual de brasileiros que declaram ter recebido diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental aumentou 34,2% em seis anos, totalizando 16,9 milhões de pessoas.

Variáveis para o aumento de casos de depressão na pandemia

O isolamento social fez com que familiares e amigos se afastassem uns dos outros, para evitar a proliferação do vírus e o aumento de casos. Este distanciamento contribuiu para que as pessoas se sentissem sozinhas e se preocupassem mais com os familiares que estavam longe e aqueles que precisam de cuidados especiais, durante o período de quarentena.

Além dessa separação, não podemos esquecer das famílias afetadas financeiramente pelo fechamento de empreendimentos, estabelecimentos comerciais e outros tipos de negócio. O desemprego e a falta de renda contribuem para o surgimento de sintomas depressivos, devido à incerteza de não conseguir cumprir com as responsabilidades mensais e as necessidades dos familiares.

A terceira circunstância é o medo de ser infectado pelo vírus SARS-CoV-2, sofrer com os sintomas e colocar os grupos mais vulneráveis em risco. Este sentimento de alerta é dobrado quando se trata daqueles que precisam sair de suas residências diariamente para trabalhar. Por fim, mas não menos importante, os amigos e familiares que convivem com o luto estão entre os mais suscetíveis a desenvolver a doença em razão da dor da perda.

Comportamentos correlacionados com o aumento de casos de depressão na pandemia

Uma pesquisa do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) aponta que os casos de depressão saltaram de 4,2% para 8,0% entre março e abril de 2020, pico da pandemia. Outro estudo da mesma instituição, cujo artigo foi publicado na revista The Lancet, mostra que os casos de depressão aumentaram 90%.

Todas as mudanças de convivência e os impactos econômicos provocados pela pandemia são catalisadores para desenvolver comportamentos que indicam quadros depressivos, como aumento de consumo de cigarros, bebidas alcoólicas, comidas ultraprocessadas, internet e televisão. Em contrapartida, observa-se menos atividades físicas, horas de sono e alimentação saudável.

A pesquisa ConVid Comportamentos, com participações diretas de três das maiores instituições brasileiras da área de pesquisa (Fiocruz, Unicamp e UFMG), aponta que, dos 45.161 brasileiros entrevistados, 40,4% alegaram ter sentimentos de tristeza ou depressão. Veja alguns números de comportamentos que estão correlacionados com este quadro:

  • 34% dos fumantes aumentaram o número de cigarros consumidos por dia.
  • 17,6% das pessoas aumentaram o consumo de álcool.
  • O índice de pessoas que praticavam exercícios físicos semanais caiu de 30,4% para 12,6%.
  • Aumento médio diário de 1h45 de consumo de TV e 1h30 de consumo de computador e tablet.

Profissionais de saúde apresentam sintomas depressivos

Os profissionais de saúde estão na linha de frente no combate e na contenção do vírus. Com alguns estados novamente na fase crítica, alguns especialistas acreditam que a “segunda onda” da doença complicará ainda mais as condições de trabalho desses profissionais, que estão mais vulneráveis a desenvolver a síndrome de burnout.

Na 4ª edição da pesquisa “Os médicos e a pandemia de Covid-19”, da Associação Paulista de Medicina (APM), em conjunto com a Associação Médica Brasileira (AMB) e apoio da FGV EAESP, mostra que de 3.882 médicos ouvidos, 80,8% acreditam que a segunda onda da pandemia da COVID-19 é tão ou mais grave do que a primeira, 91,5% indicaram que há um aumento de casos e 69,1% disseram ser possível observar o crescimento de óbitos motivados pela doença.

No artigo “Segurança e Saúde no trabalho: síndrome de burnout”, explicamos que este distúrbio emocional e psíquico é mais comum em profissionais da área da saúde, que atuam sob pressão e com responsabilidades constantes em que o contato humano é contínuo, semelhante ao momento que estamos passando.

A responsabilidade de salvar vidas, somada ao cansaço, estresse, superlotação do sistema de saúde, falta de leitos e insumos, além da sobrecarga de serviços (haja vista que alguns profissionais também foram acometidos ou estão deixando os postos de trabalho em razão da pressão), são determinantes para desenvolver quadros depressivos. Segundo a APM, mais de 80% dos médicos indicam haver uma ocupação maior do que o habitual e 17,7% relatam superlotação.

Este cenário médico atual é propício para quem está na contenção do vírus desenvolver a síndrome de Burnout ou quadros depressivos, em razão das variáveis mencionadas no segundo tópico e que são intensificadas quando se deparam com os casos no local de trabalho. De acordo com a APM, 92,1% dos entrevistados apontaram que há, onde trabalham, médicos com algum sintoma mental ou físico que pode indicar quadros mais graves de exaustão e sobrecarga. Veja por quais situações os médicos estão passando:

  • Ansiedade (64%).
  • Estresse (62%).
  • Sensação de sobrecarga (58%).
  • Exaustão física e emocional (54,1%).
  • Mudanças bruscas de humor (34,4%).
  • Dificuldade de concentração (27%).

Interrupção de serviços essenciais de saúde mental e principais reclamações

É importante que os gestores da área acompanhem sua equipe, para afastar e tratar os profissionais que estejam apresentando os sintomas da síndrome de Burnout ou quadros depressivos. A pesquisa da OMS “O impacto da COVID-19 nos serviços mentais, neurológicos e de uso de substâncias”, realizada em 130 nações entre junho e agosto de 2020, mostra que a pandemia interrompeu os serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países, 67% confirmaram o impacto no atendimento psicoterapêutico e 60% reportaram interrupções nos serviços de atendimento à saúde mental para a população mais vulnerável, incluindo crianças e adolescentes (72%) e idosos (70%).

A falta de estrutura e insumos inibem o trabalho desses profissionais nas unidades de saúde. Entre as principais reclamações dos médicos, segundo a pesquisa da APM, estão a falta de profissionais de saúde (32,5%), seguido por diretrizes, orientação ou programa para atendimento (27,2%), leitos de internação nas unidades ou em UTI (20,3%), materiais hospitalares diversos (16,7%), medicamentos (11%) e respiradores (5,9%).

Pessoas com sintomas depressivos podem procurar tratamento na atenção primária, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou em ambulatórios especializados. Além do atendimento psicoterápico, o médico avaliará qual antidepressivo receitar, com base nos antecedentes pessoais e familiares e em doenças clínicas.

Fonte: Labtest

Sedentarismo e tensão da pandemia aumentam problemas ortopédicos

Sedentarismo e tensão da pandemia aumentam problemas ortopédicos

Dor lombar, torcicolo e tendinite são os mais frequentes; condições inadequadas para trabalho em casa também contribuem para agravar dores

Problemas ortopédicos como dores nas costas, tensões musculares, tendinites e torcicolos aumentaram na quarentena, afirma o ortopedista Giancarlo Polesello, presidente da Sociedade Brasileira de Quadril.

“Com certeza o que mais aumentou foi a dor nas costas, mais especificamente na lombar.”

O aumento desses problemas se deve ao sedentarismo, à má postura, à não adequação do ambiente da casa para o trabalho, ao maior tempo de telas, ao estresse e outros problemas psicológicos.

Para ajudar a evitar esses problemas, a prática de exercício físico é essencial. Polesello recomenda no mínimo 30 minutos por dia, durante 5 dias na semana e explica que o exercício é cumulativo.

“Você pode, por exemplo, fazer uma caminhada de 10 minutos pela manhã, subir as escadas a tarde por mais 10 minutos, fazer um alongamento a noite durante 10 minutos. Não precisa ser tudo de uma vez.”

Outra questão apontada pelo ortopedista são os problemas de postura no home-office. “Já existiam problemas de postura nos escritórios, mas se tinha uma preocupação com a ergonomia dos equipamentos. Nossa casa não está preparada para isso, além disso se achou que seriam apenas 15, 20 dias de quarentena, quando estamos quase 6 meses assim.”

O médico recomenda fazer adaptações caseiras para melhorar a postura no período de trabalho, adequando a altura da cadeira, utilizando almofadas para encostar, apoio para os pés e almofadas para o mouse e teclado do computador.

“Uma doença muito comum para quem trabalha muito no computador é a tendinite, uma inflamação dos tendões, por um excesso de movimento sem preparo físico.”

A doença causa dor na região afetada, normalmente pulso, e alteração física funcional, como dificuldade para segurar objetos e para escrever. Outra maneira de evitar o quadro é fazer o fortalecimento muscular da região com orientação de um profissional da área.

Para o tratamento, é recomendada a fisioterapia e o uso de órteses. Polesello alerta que as órteses devem ser utilizadas apenas sob orientação médica.

O ortopedista explica que outro quadro que tem aumentado são as tensões musculares e torcicolos. “A tensão é, na maioria das vezes, por conta do estresse e aí cada pessoa vai sentir em um local diferente, algumas sentem no pescoço, outras na região lombar, outras na cabeça.”

O médico explica que o torcicolo pode ser tratado com medidas caseiras simples, mas que se os sintomas não passarem dentro de dois dias é necessário ir ao médico, pois pode indicar um problema mais sério.

“Pode fazer uma compressa quente, tomar um relaxante muscular e analgésico. A massagem é complicada por que se a pessoa fizer movimentos errados de massagem pode piorar a situação.”

O torcicolo que persiste por mais que dois dias pode ter uma série de causas, como uma hérnia de disco na cervical ou até um tumor na região, que pode estar nos ossos, no músculo, nos ligamentos ou nos vasos sanguíneos.

Polesello explica entre as vértebras da coluna existe uma espécie de almofada chamada de disco intervertebral, composto por uma parte externa fibrosa e mais dura e um núcleo pulposo, mais mole. A hérnia ocorre quando o núcleo escapa ou cria uma deformação na parte externa, pressionando nervos próximos.

Para evitar os torcicolos, o médico recomenda manter o controle do estresse e da ansiedade e o condicionamento físico. “Nos dias de hoje é difícil viver totalmente sem estresse, se você mantém o corpo físico fortificado, dificilmente essas pequenas tensões do dia a dia vão te causar um torcicolo.”

Segundo o ortopedista, algumas pessoas possuem predisposição genética para a hérnia de disco, mas quanto mais fortificados estiverem os músculos, menos sobrecarga os discos vão receber e, portanto, menor a chance da hérnia se desenvolver.

O tratamento da hérnia de disco é feito com fisioterapia e medicação, mas em casos mais graves, em que existe comprometimento da força física e a fisioterapia não é efetiva, é necessário fazer cirurgia.

O problema que mais aumentou durante a quarentena foi a dor na região lombar das costas, segundo Polesello, 80% da população possui esse quadro. As principais causas são a má postura e a falta de condicionamento físico.

“A lombar é a principal área de sobrecarga, ela precisa manter o indivíduo ereto. Se ela não estiver preparada, esse sistema vai cedendo ao longo dos anos.”

Para evitar, é importante corrigir a postura, manter as condições adequadas no trabalho, controlar o peso e praticar atividade física. O médico alerta que existem inúmeras complicações dessa dor e a principal delas é a hérnia de disco na região lombar.

Fonte: r7

Dificuldades que os pacientes com leucemia enfrentam durante a pandemia

Dificuldades que os pacientes com leucemia enfrentam durante a pandemia

Um médico conta como esse câncer no sangue aumenta o risco de complicações por coronavírus e ressalta que abandonar o tratamento é uma péssima ideia

Por Paulo Henrique A. Soares, hematologista* – Atualizado em 25 May 2020, 16h20 – Publicado em 25 May 2020, 10h13

Portadores de cânceres hematológicos, como leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia linfocítica crônica (LLC) estão com dificuldades em ter acesso ao seu tratamento — ou prosseguir com ele — por causa da pandemia de coronavírus.

A leucemia é um dos tipos de câncer de sangue mais conhecidos. Ela surge quando os glóbulos brancos perdem a função de defesa e passam a se reproduzir de maneira descontrolada.

A leucemia mieloide aguda é uma doença agressiva, em que a medula óssea é tomada por células cancerosas, inibindo, entre outras funções, sua habilidade de proteger o organismo contra infecções por bactérias e vírus. Já a leucemia linfoide crônica é a mais comum em pacientes acima de 60 anos. Ela tem progressão lenta e geralmente assintomática no momento do diagnóstico.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2020 a incidência anual por 100 mil habitantes no Brasil será de 10 810 novos casos de leucemia, sendo 5 920 em homens e 4 890 em mulheres.

No presente momento, os pacientes com leucemias e outros cânceres hematológicos enfrentam dificuldades para encontrar leitos de internação e para agendar a sua quimioterapia. Eles também sofrem com a falta de sangue doado nos hospitais. Como há menos pessoas circulando, há menos pessoas doando.

Portadores de leucemias ficam mais propensos a pegar infecções por estarem com déficit de imunidade, o que pode acarretar complicações clínicas maiores. Tal incremento de risco é particularmente evidente em indivíduos com leucemias agudas, pois a agressividade dessas doenças exige quimioterapia intensiva. Isso, por sua vez, tem potencial de agravar temporariamente o déficit de imunidade.

Aqui no Brasil, ele foi aprovado em 2018 pela Anvisa para LLC e, em 2019, para o tratamento da LMA. O venetoclax é o primeiro de uma classe de medicações que seletivamente inibe a proteína BCL-2. Em alguns tipos de câncer no sangue, a proteína BCL-2 impede a morte natural das células (um mecanismo chamado de apoptose). A droga, ao bloquear a proteína BCL-2, restaura esse processo, permitindo a eliminação das células da leucemia.

Por enquanto, o venetoclax não está disponível no SUS, embora seja amplamente prescrito para pacientes atendidos na rede privada. No final de abril de 2020, foi aberta uma consulta pública no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para a avaliação da incorporação pelo SUS do venetoclax em combinação com outras medicações não quimioterápicas (azacitidina ou decitabina) para o tratamento de pacientes recém-diagnosticados com LMA e que não podem receber quimioterapia intensiva. Estamos aguardando a decisão final da Conitec sobre o assunto.

Discutir essas novas terapias durante a pandemia de coronavírus é especialmente relevante. Ora, elas não necessitam que o paciente saia com tanta frequência de casa para fazer o acompanhamento e evitam internações hospitalares. Artigos científicos atuais (veja aqui e aqui) inclusive corroboram essa estratégia de substituição da quimioterapia convencional intensa por novas alternativas com menor potencial de causar efeitos colaterais.

Paralelo a esses avanços, é importante que o paciente não deixe de procurar o médico responsável pelo seu acompanhamento durante o período de isolamento. Abandonar o tratamento pode comprometer o quadro geral de saúde, algo bastante negativo em face de uma pandemia.

Essa recomendação vale para todas as pessoas que estão com tratamento em curso em qualquer tipo de doença hematológica. Já há vários relatos de pacientes que, com medo de sair de casa, abandonaram o acompanhamento médico e tiveram uma significativa piora.

Apesar de estarmos atravessando um período difícil pela pandemia de Covid-19, as outras doenças não desapareceram. É necessário ter atenção redobrada.

*Paulo Henrique Soares é hematologista do Hospital DF Star

Fonte:Veja Saúde