Covid-19: atualizada norma de dispositivos médicos

Covid-19: atualizada norma de dispositivos médicos

COVID-19: ATUALIZADA NORMA DE DISPOSITIVOS MÉDICOS

Norma trata de produtos como máscaras cirúrgicas, óculos de proteção, protetores faciais, respiradores e vestimentas hospitalares descartáveis, entre outros.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 04/05/2020 17:18
Última Modificação: 04/05/2020 17:22

Foi atualizada a norma da Anvisa que dispõe, de forma extraordinária e temporária, sobre os requisitos para a fabricação, a importação e a aquisição de dispositivos médicos identificados como prioritários para uso em serviços de saúde, em virtude da emergência de saúde pública internacional relacionada ao novo coronavírus. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 379/2020 foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União da última quinta-feira (30/4).

Em março, a Anvisa já havia simplificado os requisitos para fabricação, importação e aquisição de dispositivos médicos prioritários para uso em serviços de saúde. De acordo com as regras, fabricantes e importadores ficaram excepcionalmente e temporariamente dispensados de Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) e da notificação das atividades à Anvisa, bem como de outras autorizações sanitárias.

A RDC 379/2020 é uma atualização da norma de março. De acordo com o ato normativo, a importação de máscaras cirúrgicas, óculos de proteção, protetores faciais, respiradores N95, PFF2 ou equivalentes e vestimentas hospitalares descartáveis (aventais/capotes impermeáveis e não impermeáveis) terá o deferimento automático do licenciamento de importação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).

Responsabilidade

A Anvisa informa que as regras não eximem as empresas de outras obrigações. Os fabricantes e importadores de produtos deverão cumprir as demais exigências aplicáveis ao controle de dispositivos médicos, bem como as normas técnicas relacionadas aos produtos. As empresas também deverão realizar controle pós-mercado (monitoramento após a comercialização).

A Agência reforça que o fabricante ou importador é responsável por garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos produtos fabricados, em conformidade com o regulamento brasileiro.

Fonte: Anvisa

D-Dímero e Covid-19

D-Dímero e Covid-19

A característica principal da Covid-19 grave é a coagulopatia, com 71,4% dos pacientes que vem a óbito atendendo aos critérios da sociedade internacional de trombose e hemostasia (ISTH) para coagulação intravascular disseminada (CID), enquanto apenas 0,6% dos pacientes sobreviventes atendem a esses critérios. Além disso, ficou claro que essa não é uma doença hemorrágica, mas sim uma CID predominantemente pró-trombótica com altas taxas de tromboembolismo venoso, níveis elevados de D-Dímero, altos níveis de fibrinogênio em conjunto com baixos níveis de antitrombina e congestão pulmonar com trombose microvascular e oclusão.

Estudos recentes realizados em pacientes com Covid-19 apresentaram que o D-Dímero, um marcador da geração de trombina e fibrinólise, estabelece um índice prognóstico relevante de evolução e mortalidade da doença. Esses estudos, realizados em Wuhan na China, indicam que altos níveis de D-Dímero estão associados a um risco de morte elevado em até 18 vezes, daí a importância de se incluir essa dosagem em todos os pacientes sintomáticos com Covid-19 positivo.

Cerca de 90% dos pacientes internados com pneumonia tiveram aumento da atividade da coagulação, marcada principalmente por aumento nas concentrações de D-Dímero.

Uma comparação entre sobreviventes e não sobreviventes mostrou que os pacientes que vieram a óbito apresentaram, na admissão, níveis de D-Dímero e produto de degradação da fibrina (PDF) significativamente mais altos e tempo de protrombina mais longo em comparação aos sobreviventes.

Dias desde o início da doença

Em alguns estudos foi utilizado o índice de SOFA, que é um escore de avaliação sequencial de falência de órgãos que permite o cálculo numérico da gravidade da disfunção orgânica em seis sistemas (respiratório, hemostático, hepático, cardiovascular, renal e neurológico), esse índice é um bom marcador diagnóstico para sepse e choque séptico. Embora infecções bacterianas sejam geralmente consideradas como uma das principais causas da sepse, uma infecção viral também pode desencadear essa complicação. No estudo realizado por Fei Zhou mais da metade dos pacientes com Covid-19 desenvolveu sepse.

Tabela 1 - Parâmetros de coagulação de pacientes com PNC na admissão

Avaliação sequencial de falhas de órgãos SOFA



Avaliação sequencial de falhas de órgãos SOFA

Um modelo de regressão logística multivariável mostrou uma crescente chance de morte hospitalar associada à idade avançada, maior valor no índice de SOFA e D-Dímero maior de 1000 ng/mL na admissão.

A CID apareceu na maioria das mortes. A sepse está bem estabelecida como uma das mais comuns causas de CID. Nos estágios finais da doença os níveis de marcadores relacionados à fibrina (D-Dímero e PDF) estavam moderadamente ou acentuadamente elevados em todas as mortes, o que sugeriu uma condição de ativação comum da coagulação e hiperfibrinólise secundária nesses pacientes.

Diante do cenário atual a ISTH publicou recentemente uma orientação provisória, esse documento tem como objetivo fornecer uma estratificação de risco na admissão de pacientes com Covid-19 e gerenciamento de coagulopatia que pode se desenvolver em alguns desses pacientes, com base em parâmetros laboratoriais facilmente disponíveis.

Sendo assim, um algoritmo simples e de fácil acompanhamento para o gerenciamento de coagulopatia por Covid-19 seria útil em unidades providas e desprovidas de recursos como um guia para gerenciar essa complicação.

Essa afirmação pragmática deve ser claramente considerada uma orientação provisória, pois a experiência clínica de lidar com essa pandemia está aumentando.

Algoritmo para o manejo da coagulopatia no Covid-19 com base em marcadores laboratoriais simples:

Algoritmo para o manejo da coagulopatia no Covid-19

A lista de marcadores é apresentada em ordem decrescente de importância.

** A realização de ensaios de fibrinogênio pode não ser viável em muitos laboratórios, mas o monitoramento dos níveis pode ser útil após a admissão do paciente.

*** Embora um ponto de corte específico não possa ser definido, um aumento de 3-4 vezes nos valores do D-Dímero pode ser considerado significativo. Qualquer um dos valores nesta tabela pode ser considerado significativo.

É imprescindível acompanhar as diretrizes dos órgãos de referência médica (ISTH, OMS, Ministério da Saúde), pois os documentos são interinos e acompanham a rápida dinâmica da pandemia de Covid 19.

Nesse contexto é de suma importância dispor de sistemas de automação precisos para obtenção dos resultados de Dímero-D e outros marcadores.

Diante desse cenário, a Centerlab em parceria com seus parceiros apresenta produtos para controle da hemostasia e infecção:

 

D-Dímero D-Dímero D-Dímero Procalcitonina Procalcitonina

 

Referências:

– Atualização da aplicação do Dímero-D para uso prognóstico na COVID-19. Conference Call. Werfen Medical. Abril/2020.
– Jones et al. The Sequential Organ Failure Assessment score for predicting outcome in patients with severe sepsis and evidence of hypoperfusion at the time of emergency department presentation. Crit Care Med. Maio 2009 ; 37(5): 1649–1654.
– Tang N, Li D, Wang X, Sun Z. Abnormal coagulation parameters are associated with poor prognosis in patients with novel coronavirus pneumonia. J Thromb Haemost. 2020;18:844–847.
– Fei Zhou et al. Clinical course and risk factors for mortality of adult inpatients with COVID-19 in Wuhan, China: a retrospective cohort study. The Lancet; Março 2020. 395: 1054–62.
– Wang J et al. Tissue Plasminogen Activator (tPA) Treatment for COVID-19 Associated Acute Respiratory Distress Syndrome (ARDS): A Case Series. J Thromb Haemost. 8 Abril 2020. doi: 10.1111/jth.14828.
– Thachil J et al. ISTH interim guidance on recognition and management of coagulopathy in COVID-19. J Thromb Haemost 25 Março 2020; doi: 10.1111/jth.14810.

Limpeza e desinfecção da sua casa

Limpeza e desinfecção da sua casa

Limpar
– Use luvas reutilizáveis ​​ou descartáveis ​​para limpeza e desinfecção de rotina;
– Limpe as superfícies com água e sabão e use desinfetante;
– Limpar com água e sabão reduz o número de germes , sujeira e impurezas na superfície. Desinfetar mata os germes;
– Pratique a limpeza de rotina em superfícies frequentemente tocadas, isso incluí: mesas, maçanetas, interruptores de luz, bancadas, telefones, teclados, vasos sanitários, torneiras, pias, entre outros.

Desinfetar
– Siga as instruções na etiqueta para garantir o uso seguro e eficaz do produto;
– Muitos produtos recomendam:
– Manter a superfície molhada por um período de tempo (consulte o rótulo do produto);
– Precauções como usar luvas e garantir uma boa ventilação durante o uso do produto.

– Soluções diluídas de alvejante doméstico também podem ser usadas, se apropriado. As soluções de lixívia serão eficazes para desinfecção por até 24 horas.

– Verifique o rótulo para ver se o alvejante se destina à desinfecção e verifique se o produto não passou da data de validade. Alguns alvejantes, como os projetados para uso seguro em roupas coloridas ou para clareamento, podem não ser adequados para desinfecção.
– O alvejante doméstico não vencido será eficaz contra os coronavírus quando adequadamente diluído. Siga as instruções do fabricante para aplicação e ventilação adequada. Nunca misture alvejante doméstico com amônia ou qualquer outro limpador. Deixe a solução na superfície por pelo menos 1 minuto. Para fazer uma solução de água sanitária, misture:
– 5 colheres de sopa (1/3 de xícara) de água sanitária por galão de água ou 4 colheres de chá de água sanitária por litro de água;
– As soluções de lixívia serão eficazes para desinfecção por até 24 horas;
– Também podem ser usadas soluções alcoólicas com pelo menos 70% de álcool.

Superfícies macias
– Para superfícies macias, como piso com carpete, tapetes e cortinas.
– Limpe a superfície usando água e sabão ou com produtos de limpeza apropriados para uso nessas superfícies;
– Lave os itens (se possível) de acordo com as instruções do fabricante. Use a configuração de água mais quente apropriada e seque os itens completamente.

Eletrônicos
Para eletrônicos, como tablets, telas sensíveis ao toque, teclados e controles remotos.
– Considere colocar uma cobertura flexível nos eletrônicos;
– Siga as instruções do fabricante para limpeza e desinfecção;
– Se não houver orientação, use lenços ou sprays à base de álcool que contenham pelo menos 70% de álcool. Seque bem a superfície.

Lavanderia
Para roupas, toalhas, lençóis e outros itens.
– Lave os itens de acordo com as instruções do fabricante. Use a configuração de água mais quente apropriada e seque os itens completamente;
– Use luvas descartáveis ao manusear roupas sujas de uma pessoa doente;
– A roupa suja de uma pessoa doente pode ser lavada com os itens de outras pessoas;
– Não sacuda a roupa suja;
– Retire as luvas e lave as mãos imediatamente.

Mãos limpas frequentemente
– Lave as mãos frequentemente com água e sabão por 20 segundos.Se água e sabão não estiverem prontamente disponíveis e as mãos não estiverem visivelmente sujas, use álcool 70%. No entanto, se as mãos estiverem visivelmente sujas, sempre lave as mãos com água e sabão.
– Sempre lave imediatamente após remover as luvas e após o contato com uma pessoa doente.
– Evite tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.

Quando alguém está doente
– Quarto e banheiro:

Mantenha quarto e banheiro separados para uma pessoa doente (se possível).
– A pessoa que está doente deve ficar separada das outras pessoas da casa (o máximo possível);
– Se você tiver um quarto e um banheiro separados : use luvas descartáveis ​​e limpe apenas a área ao redor da pessoa doente quando necessário, como quando a área estiver suja. Isso ajudará a limitar seu contato com a pessoa que está doente.
– Se banheiro for compartilhado, a pessoa doente deve limpar e desinfetar após o uso.

Comida
     – Fique separado: a pessoa que estiver doente deve comer (ou ser alimentada) no quarto, se possível;
– Lave a louça e os utensílios usando luvas descartáveis ​​e água quente: manuseie as louças, xícaras / copos ou talheres usados ​​com luvas. Lave-os com sabão e água quente;
– Limpe as mãos após tirar as luvas ou manusear itens usados.

Lixo
 – A lixeira deve conter um saco de lixo descartável. Se possível, dedique uma lixeira exclusiva para a pessoa que está doente. Use luvas descartáveis ​​ao remover sacos de lixo e ao manusear e descartar o lixo. Lave as mãos depois.

Fonte: CDC

Sangue Oculto nas Fezes e o câncer de Colorretal

Sangue Oculto nas Fezes e o câncer de Colorretal

Parte dos tumores deste tipo de câncer inicia-se a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.

O câncer colorretal diz respeito ao crescimento desordenado de células na região do intestino grosso (o cólon) e no reto. Como a maioria dos cânceres, se tratado precocemente, é curável, pois não há a propensão de não ter se espalhado para outros órgãos.

Portanto, recomenda-se atenção a sintomas como mudança no hábito intestinal, desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, entre outros fatores.

Idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), além de obesidade e inatividade física são algumas condições de risco à doença.

A tecnologia avançou muito nesse sentido, provendo exames não invasivos e com índices de diagnósticos muito mais precisos. No artigo que segue, é possível compreender mais sobre esta evolução.

Métodos de triagem não invasivos ajudam no diagnóstico precoce
A determinação de sangue oculto nas fezes é um método eficaz de triagem, não invasivo ao paciente e de menor custo. A determinação da hemoglobina em amostras de fezes é empregada nestes exames.  A hemoglobina é uma metaloproteína de ferro e está presente nas hemácias que são componentes do sangue, que circulam dentro dos vasos sanguíneos com a função de transportar oxigênio entre os pulmões e os tecidos.

As lesões no cólon e reto podem acarretar o extravasamento do sangue para as fezes e aparecimento da hemoglobina nesse tipo de amostra.  Geralmente, a quantidade de sangue será pequena, na escala de ng/mL ou µg/g, não podendo ser detectada a olho nu. Por esta razão, diz-se “sangue oculto”. Quando o sangue puder ser detectado visualmente nas fezes, recomenda-se ir imediatamente ao médico.

Evolução dos métodos de triagem e diagnóstico
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que pessoas acima de 50 anos devem realizar o exame de sangue oculto nas fezes. Para resultados reagentes (positivos), o paciente deve ser encaminhado para colonoscopia ou retossigmoidoscopia que são os exames confirmatórios, entretanto, complexos, invasivos e de alto custo.

É notável a evolução dos produtos para determinação de sangue oculto nas fezes. Durante muito tempo, os utilizados para este fim empregavam o método guaiáco, que tem a sigla gFOBT. Este método se baseia na oxidação do ácido guaiacônico, catalisado pela ação da peroxidase. Para este teste, é necessário que o paciente realize dieta restritiva de alguns alimentos durante três dias, antes da realização da coleta de amostra.

Mais recentemente, produtos com método imunológico, que tem a sigla iFOBT, têm sido empregados para a determinação de sangue oculto nas fezes. Estes produtos utilizam anticorpos específicos anti-hemoglobina humana, o que faz com que possam ser utilizados sem a necessidade de dieta restritiva. A utilização destes anticorpos específicos garante a ausência de reação cruzada com outras hemoglobinas de origem animal, melhorando a capacidade do teste de reconhecer especificamente a hemoglobina humana.

Entre os métodos imunológicos para pesquisa de sangue oculto nas fezes estão os testes rápidos, que empregam metodologia imunocromatográfica e apresentam resultado em até 30 minutos.

A Labtest disponibiliza em seu portfólio o teste rápido Sangue Oculto iFOBT, que emprega anticorpos monoclonais específicos anti-hemoglobina humana, o que garante a alta especificidade. Esse reagente tem sensibilidade metodológica de 0,04 µg/mL ou 40 ng/mL detectando a presença de hemoglobina nas fezes a partir desta concentração.

Além da avaliação deste produto com amostras de fezes, estudos evidenciaram que a verificação da recuperação do valor especificado de sensibilidade metodológica em amostras artificiais poderia sofrer interferência da composição da matriz do tampão, assim como a da origem da fonte de hemoglobina utilizada.

O produto Sangue Oculto iFOBT é composto por placa de reação (cassete) e tampão, e apresenta resultados após 5 minutos. Ele está disponível em kit para realização de 20 testes.

Fonte: Labtest

Erros pré-analíticos na Análise Laboratórial Veterinária

Erros pré-analíticos na Análise Laboratórial Veterinária

Os resultados de exames laboratoriais sofrem influência de três fases distintas: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Qualquer erro em uma dessas fases gera resultados incoerentes, que podem prejudicar o diagnóstico e ter consequências graves, como o direcionamento terapêutico inadequado ao paciente.

Os erros na fase pré-analítica são responsáveis por aproximadamente 70% dos resultados de exames incoerentes. Esta é a fase que antecede a análise propriamente dita e compreende as etapas de: pedido de exame, preparação do paciente, coleta, identificação, armazenamento e envio da amostra.

A manutenção da integridade e funcionalidade das amostras é essencial para obtenção de resultados adequados e cabe ao médico veterinário a execução correta na fase pré-analítica, preservando as características das amostras.

Listamos algumas das principais dificuldades encontradas na fase pré-analítica em amostras animais:

  • Coletas difíceis e tempo elevado de garroteamento.
  • Movimentação brusca do animal durante a coleta.
  • O estado de agitação do animal.
  • Atividade física recente.
  • Jejum para coleta das amostras.

Entre as maiores alterações encontradas nas amostras, devido a erros na fase pré-analítica estão: lipemia, hemólise e presença de coágulos. Uma amostra lipêmica afeta os resultados dos exames, em razão da turbidez apresentada como consequência da alta concentração de lipídeos. A hemólise ocorre devido ao rompimento das hemácias e extravasamento da hemoglobina. Já a presença de coágulos ocorre, principalmente, pela homogeneização inadequada da amostra.

Cabe ao médico veterinário executar a fase pré-analítica com responsabilidade e excelência. Desta maneira, os resultados obtidos devem sempre ser avaliados em conjunto ao exame clínico do animal.

Fonte: Labtest 

Biossegurança aplicada aos laboratórios durante Pandemia da COVID-19

Biossegurança aplicada aos laboratórios durante Pandemia da COVID-19

Biossegurança consiste em um conjunto de medidas e procedimentos técnicos necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos, capaz de prevenir, reduzir, controlar e eliminar os riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal, bem como o meio ambiente. Entre estes agentes, podemos citar o vírus responsável pela atual pandemia mundial, o SARS-CoV-2, reconhecido pela Organização Mundial (OMS) como o novo coronavírus, causador da doença COVID-19.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define estas ações como um conjunto de medidas técnicas que são de suma importância durante a manipulação de agentes e materiais biológicos. Todo profissional que atua com manipulação destes materiais em laboratórios deve se ater a cuidados relacionados à biossegurança.

Este artigo tem o objetivo de esclarecer algumas regras preventivas, sejam elas praticadas em suas residências ou no laboratório, assim como sanar dúvidas relevantes à categoria em relação a esta nova situação de crise global.

Cuidados diários para a prevenção da COVID-19
O isolamento social é a medida indicada pelos especialistas em saúde pública para evitar a transmissão e a proliferação da COVID-19. Durante este período de alastramento dos números de casos notificados da doença, aos profissionais dos laboratórios, que se expõem diariamente ao exercer um serviço essencial, é indicado manter cuidados de higiene específicos para impedir a proliferação do vírus ao chegar em suas casas, como os listados abaixo:

  1. Não tocar em nada antes da higienização minuciosa das mãos.
  2. Deixar os sapatos em um local separado, para posterior desinfecção.
  3. Tirar a roupa e colocá-la em uma sacola plástica.
  4. Deixar objetos usados externamente em uma caixa, logo na entrada.
  5. Se possível, tomar banho. Caso contrário, lavar bem todas as áreas expostas.
  6. Limpar celular, óculos e embalagens, antes de guardá-los.

O ato da desinfecção age no sentido de reduzir os riscos de contágio com o vírus. O álcool gel ou líquido, com concentração entre 62 e 71% (v/v), é válido neste sentido. A utilização do álcool líquido deve ser reservada para a desinfecção de superfícies. Em casa, a melhor opção é lavar as mãos com água e sabão. O uso do álcool gel é indicado em razão do seu poder de hidratação e para aqueles que precisam sair de suas residências. Importante salientar que o vinagre não substitui o álcool gel e age somente contra bactérias, protozoários e parasitas. A clorexidina pode ser utilizada como antisséptico, porém não é recomendada para uso frequente, pois ataca a microbiota residente.

Cuidados para o ambiente laboratorial
Alguns estudos apontam que o vírus SARS-CoV-2 pode sobreviver em superfícies por vários dias, dependendo do tipo, temperatura ou umidade do ambiente. Os laboratórios, enquanto serviços essenciais, devem ter o cuidado excepcional para evitar a contaminação dos equipamentos, pacientes e profissionais.

Pois, além de ser transmitido por partículas, estudos (ainda incipientes) indicam que há a possibilidade do novo coronavírus ser transmitido por aerossol, durante os procedimentos de laboratório que envolvem aspiração, alta rotação e força mecânica.

Todos os profissionais da área técnica em um laboratório devem utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Já para os profissionais que atuam na recepção, é imprescindível, pelo menos, o uso da máscara e jaleco, no intuito de diminuir minimamente a possibilidade de contágio.

O Dr. Jorge Luiz Araujo Filho, formado em Biologia, Mestre em Patologia e Doutor em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e conhecido nas redes sociais como Dr. Biossegurança,  indica algumas recomendações de biossegurança para a atenção destes profissionais. São elas:

  1. Não usar adornos.
  2. Higienizar frequentemente as mãos.
  3. Utilizar Equipamentos de Proteção Individual – EPIs (máscara, protetor facial, jaleco, traje, calçado fechado, luvas, touca e óculos de proteção).
  4. Remover a barba e manter cabelos protegidos e presos.
  5. Cuidado com as luvas.
  6. Traje de proteção corporal.
  7. Jalecos abotoados até em cima.

“Os cuidados de biossegurança devem ser seguidos sempre, independentemente da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. Durante uma coleta de amostra para exames deste vírus, é importante estar atento aos Equipamentos de Proteção individual (EPIs), óculos de proteção, máscaras, protetor facial, touca e jaleco abotoado”, reforçou o especialista.

A questão da logística no ambiente de laboratório
Segundo a Organização Feminina de Análises Clínicas (OFAC), o melhor procedimento quanto ao uso de máscaras neste ambiente é controlar a entrada do atendimento, priorizando de 2 a 3 pacientes por vez, com recepcionistas usando máscaras e distribuindo álcool em gel para os pacientes. Além da oferta de máscaras de TNT, elas devem informar a distância ou desagrupamento entre as pessoas.

Como o serviço de coleta é de extrema importância no momento em que vivemos, a rotina do laboratório deve ocorrer na normalidade possível, com o envio de resultados por e-mail ou site. Após o atendimento do paciente, as mãos dos profissionais devem ser higienizadas com álcool gel e eles devem substituir a máscara utilizada.

Ainda sobre a máscara, por ser um material descartável, a esterilização, por meio de lavagem após seu uso, é inadequado. Este processo de lavagem e esterilização fragiliza o tecido, provocando aberturas na estrutura, aumentando a porosidade e fazendo com que ela não retenha os micro-organismos, sua missão primordial.

Diferenças entre tipos de máscaras de proteção
Estes itens de proteção respiratória servem para inibir a entrada de poeira ou névoas (P1), fumos ou agentes biológicos (P2) e particulados altamente tóxicos ou de toxidez desconhecida (P3). Elas são chamadas de Peça Facial Filtrante (PFF). Saiba a seguir quais são as diferenças entre as classes de PFFs:

  • PFF1: manipulação de ácido crômico ácido pícrico, ácido sulfúrico, ácido fosfórico, estearatos, sódio e potássio, uréia, sílica, sais solúveis de ferro, hidróxidos de cálcio. Sem similar nos EUA.
  • PFF2: manipulação de fumos metálicos, óxido de ferro, fumos de parafina. Manipulação de quimioterápicos na forma de pó liofilizado. Equivale a N95 – parâmetros de teste idênticos.
  • PFF3: manipulação de compostos inorgânicos de mercúrio, radionuclídeos. Manipulação de quimioterápicos na forma de pó liofilizado. Manipulação de agentes altamente patogênicos e para trabalhos de campo, com manipulação de animais de captura. Equivale às classes N99, N100, R99 e R100 – com pequenas diferenças nos parâmetros de teste.

Para o Dr. Jorge Luiz, “a máscara N-95 ou PFF 2 (equivalente a N95) é a ideal na segurança contra o novo coronavírus, pois este micro-organismo tem 0,14 micrômetros (µm) de tamanho e a gotícula em que se dispersa tem aproximadamente 12 micrômetros (µm)”.

Alguns países estão indicando a PFF 3 (equivalente a N99), cuja capacidade de retenção de partículas é ainda maior do que a N95 e PFF 2. “O ideal é que essa máscara seja utilizada até ficar úmida (aproximadamente 4 horas de uso)”, completa o Dr. Biossegurança.

Produtos para a desinfecção de superfícies no laboratório
A desinfecção em superfícies precisa ser feita com produtos que inviabilizam o vírus, a exemplo do álcool líquido (concentração entre 62% e 71%), cuja função desnaturante e dissolve a membrana lipídica externa, matando o vírus e outros micro-organismos.

“A água sanitária também é utilizada para desinfetar superfícies. Para seu uso em limpeza de locais, para cada 1 litro de água, acrescente 10 ml de água sanitária, com concentração final de 1% (v/v). O cloro é outra opção. Existem produtos para uso profissional, com capacidade de fazer uma desinfecção ainda mais eficiente”, finaliza o Dr. Biossegurança.

Fonte: Labtest

Candida: a importância da análise microbiológica no ambiente hospitalar

Candida: a importância da análise microbiológica no ambiente hospitalar

Atualmente, as leveduras do gênero Candida são um dos maiores agentes de infecção hospitalar e representam um desafio para a sobrevida de pacientes internados em estado grave. Estas leveduras são consideradas o principal grupo de fungos patogênicos oportunistas, representando cerca de 8-10% das causas de infecções sanguíneas nosocomiais em UTIs.

FATORES QUE INFLUENCIAM A INFECÇÃO POR CANDIDA

Candida é uma levedura que faz parte da microbiota do corpo humano e animais, colonizando a pele e mucosas dos tratos digestivo e urinário, bucal e vaginal.

Atualmente existem cerca de duzentas leveduras do gênero Candida, no entanto, pouco mais de 20 espécies são nocivas ao homem.

O principal fator do desenvolvimento de infecções por essa levedura, ocorre pelo rompimento do equilíbrio parasita-hospedeiro, desencadeado por alterações na barreira tecidual, alterações na microbiota autóctone e pelo comprometimento do sistema imunológico. Em enfermidades graves associadas a permanência prolongada em hospitais, há uma ocorrência maior no rompimento desse equilíbrio.

Procedimentos cirúrgicos de grande complexidade que levam a imunodepressão, perda de integridade das barreiras naturais pelo uso prolongado de cateteres, múltiplos procedimentos invasivos, terapia antibiótica prolongada, AIDS, neoplasias e quimioterapia são alguns dos fatores que contribuem para o aumento alarmante das infecções fúngicas nas unidades de terapia intensiva.

Infecções causadas por Candida spp
As infecções causadas por leveduras do gênero Candida dependendo do local da lesão, podem ser classificadas de duas formas distintas: candidíase superficial ou de mucosa e candidíase profunda ou sistêmica.

Candidíase superficial é a infecção mais comum dentre as candidíases, acometendo a pele e mucosas, e normalmente é causada por C. albicans, que é a espécie comensal mais comum encontrada na boca, vagina e trato gastrointestinal de indivíduos saudáveis.

Candidíase sistêmica acontece preferencialmente em pacientes com a imunidade comprometida, onde o microrganismo se dissemina através do sangue, e pode se instalar em órgãos vitais como cérebro, coração e rins. Por isso está relacionada com altas taxas de mortalidade.

Espécies como C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei, e C. glabrata, são consideradas emergentes, e têm surgido como causadoras de infecções invasivas nosocomiais, principalmente em pacientes internados em UTIs.

Em 2019 outra espécie, a Candida auris, despertou a atenção de diversas entidades pelo mundo. É um microrganismo de baixa virulência, que causa sintomas apenas em pessoas hospitalizadas. A maioria dos pacientes fazem quadro de sepse, com febre, hipotensão e apresentou resistência a antibióticos. A mortalidade por complicações é menor que a Candida albicans, mas a grande característica é de apresentar resistência fúngica e de ter difícil diagnóstico, principalmente por laboratórios que não estão acostumados.

Cultura de Amostras Biológicas para Isolamentos de Fungos
Frente a estas condições recomenda-se a monitoração com exames micológicos em amostras biológicas dos pacientes, tais como, sangue, escarro, pontas de cateteres intravasculares, líquido peritoneal e urina. Culturas positivas para leveduras podem significar apenas colonização, mas podem conduzir à doença invasiva subsequente.

Um estudo prospectivo em pacientes cirúrgicos de UTI, mostrou que 38% de 29 pacientes desenvolveram infecção após colonização. A colonização pode ser demonstrada por análise de 3 ou mais amostras, coletadas do mesmo local ou de sítios diferentes, do mesmo paciente, em dias consecutivos.

A amostra, após o processamento, poderá ser usada para isolamento do agente etiológico. Para tanto, deverá ser semeada em movimentos de estrias (zig-zag) sobre a superfície de meios sólidos de cultura.

Meios de Cultura
O meio de cultura pode ser selecionado segundo: tipo de amostra e agente etiológico, conforme a suspeita clínica.

Para isolamento de fungos a partir de qualquer tipo de amostra, devem ser utilizados meios não seletivos, que permitam crescimento de fungos patogênicos e bolores de crescimento rápido (< de 7dias). Estes fungos, apesar de serem contaminantes de meio ambiente, podem ser agentes de micoses em pacientes suscetíveis, ou seja, são potencialmente oportunistas.

O meio usado em laboratório de micologia é o Agar Sabouraud Dextrose (ASD), ou ágar Sabouraud. Em regra, usa-se um antibiótico para impedir o crescimento de bactérias que possam prejudicar o isolamento de fungos. O cloranfenicol é o mais indicado, pois resiste à autoclavação. Pode ser colocado tanto no ASD como em outros meios de cultura para fungos para enriquecer esses meios para isolar o fungo.

Meios ditos seletivos para fungos patogênicos, contém cicloheximida que inibe parcialmente, ou totalmente, fungos anemófilos. Estes meios são indicados para cultivo de materiais coletados de lesões com suspeita de dermatofitose, para aumentar a sensibilidade no isolamento de dermatófitos. Mas, deve-se ressaltar que esta substância poderá inibir o isolamento de fungos oportunistas, como Aspergillus sp, além de Histoplasma capsulatum na fase leveduriforme e certas leveduras patogênicas dos gêneros Candida Cryptococcus.

Existem meios presuntivos que indicam presença de certos grupos de fungos ou determinados gêneros, como por ex., ágar contendo compostos fenólicos para Cryptococcus sp (ágar contendo sementes de niger ou Guizzotia abssinica), ou ágar especial para dermatófitos (Dermatophyte Test Medium). Existem ainda, meios presuntivos, por reação enzimática e colorimétrica, de espécies de Candida spp (Candida Medium, ChromAgar, Biggy Agar, etc). São meios mais caros que ASD e, além disso, sua maior aplicação é no isolamento primário de leveduras, a partir de amostras biológicas muito contaminadas, tais como: secreção vaginal, fezes e urina. A identificação, no entanto, é feita somente, após análise morfológica e fisiológica.

Para isolamento ou subcultivo de dermatófitos recomenda-se o ágar batata, encontrado no comércio, sob forma desidratada, para aumentar a esporulação e facilitar a identificação do gênero e espécie do fungo. Para fungos dimórficos, de crescimento lento (> 15 dias), recomenda-se o uso de meios enriquecidos como o Agar Infusão de Cérebro Coração (BHI) para obtenção, em menor tempo, de culturas melhor desenvolvidas. Pode ser acrescido de 5 a 10% de sangue de carneiro e de antibióticos (de preferência, cloranfenicol ou penicilina e estreptomicina).

Fonte: Kasvi

Importância dos Testes Rápidos para Covid-19 na atenção primária à saúde

Importância dos Testes Rápidos para Covid-19 na atenção primária à saúde

O COVID-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). O período de incubação varia de 2 a 14 dias, sendo de 5 dias em média. Os sintomas surgem após esse período e geralmente persistem por 5 a 7 dias. Após sete dias, começa o período de maior transmissibilidade, isto é, quando é maior o risco das pessoas passarem o vírus a outras pessoas.

Os principais sintomas da doença incluem febre, tosse e dificuldade respiratória. O quadro clínico nos pacientes mais graves assemelha-se mais a um quadro de pneumonia do que a uma gripe. Durante a epidemia, quando se tem transmissão comunitária do vírus, a identificação rápida dos pacientes com quadro de síndrome gripal, na atenção primária à saúde, e posterior isolamento, são medidas importantes para conter a disseminação.

Casos mais graves devem ser identificados pelo médico, estabilizados e encaminhados para centros de referência. Os exames diagnósticos, incluindo os testes rápidos, podem desempenhar um papel fundamental no processo de triagem e diagnóstico, em que pacientes infectados com coronavírus e diversas outras infecções respiratórias virais, podem se presentar concomitantemente, apresentando quadro semelhante de síndrome gripal.

O processo imunológico de resposta ao coronavírus

Para entender a diferença entre os diversos testes disponíveis, é preciso compreender a história natural da COVID-19, observando a resposta imunológica (Figura 1). Após infecção pelo vírus, a carga viral no organismo aumenta rapidamente em poucos dias. Mas o paciente pode permanecer assintomático, pois ainda está no período de incubação. O vírus permanece incubado durante dias.

Após 2 a 14 dias de incubação, surgem os primeiros sintomas, como febre alta (acima de 37, 8 graus) e tosse seca. Esses sintomas duram em torno de 1 semana e o maior risco de complicações respiratórias, como pneumonia, ocorre entre 8 a 9 dias. A partir desse período, o organismo inicia a produção de anticorpos, a fim de combater e, na maioria dos casos, vencer a infecção. A concentração sanguínea de IgG e IgM cresce rapidamente a partir de 8 a 9 dias da infecção.

Teste rápido para detecção de anticorpos

Testes rápidos que detectam a presença de IgG e IgM não são adequados para a fase aguda da doença, pois é alta a probabilidade
de falso negativo. Segundo alguns estudos, a eficácia de 100% se dá somente a partir de 10 dias da provável infecção. Com 7 dias, a sensibilidade é de até 80%. Antes disso, o paciente com COVID-19 ainda não produz anticorpos e o teste rápido pode apresentar um resultado negativo para
IgM ou IgG, levando o paciente a retornar para sua residência com alto risco de disseminação. Portanto, para termos segurança diante de um resultado “Negativo”, os testes rápidos de IgG e IgM são adequados somente a partir de 9/10 dias da provável infecção. Importante lembrar que as especificidades destes testes são muito altas, com poucas chances de reação cruzada com outras doenças respiratórias.

A grande preocupação com os testes sorológicos por imunocromatografia são as informações incompletas que estão circulando, devido ao pânico gerado pela doença. Os fabricantes devem ter responsabilidade e indicar, de maneira clara, a real efetividade (sensibilidade) do uso desses testes sorológicos. Um falso negativo pode ser um grande problema para a própria população. Além disso, as associações de classe, como SBAC e SBPC, devem se posicionar e criar um protocolo de usabilidade de todos os testes rápidos no Brasil, além de uma validação de eficácia em um laboratório de referência, comprovando as informações contidas nas instruções de uso de cada kit.

Diagnóstico rápido para detecção de antígeno (Ag) do Covid-19

O diagnóstico rápido que detecta a presença de antígeno é útil na fase aguda da doença, desafogando as filas nos hospitais e auxiliando nas tomadas de decisões imediatas, como o isolamento do paciente positivo até o recebimento do teste confirmatório. Como forma de screening, o teste para detecção de Ag é uma ferramenta mais útil do que a detecção de IgM e IgG, por ter uma janela de detecção menor (em torno de 5 dias da
infecção), o que é ponto chave no combate de qualquer epidemia.

Importante ressaltar que um resultado positivo no teste rápido de detecção do Ag, indica presença do SARS-CoV-2, mas é necessário ser confirmado em laboratórios de referência, normalmente através da técnica PCR-RT.

Diagnóstico diferencial de outras doenças respiratórias

Testes rápidos para outras doenças respiratórias podem ser úteis para descartar o Covid-19. Doenças como influenza, vírus sincicial
respiratório (RSV), Adenovírus ou mesmo faringite estreptocócica têm sintomas que podem ser confundidos com COVID-19. Assim, o
médico precisa descartar essas condições para um diagnóstico correto. Vale lembrar que com a chegada do inverno no Brasil, a incidência de doenças respiratórias vai aumentar e outros vírus irão circular com maior força.

O mundo ideal, sem dúvidas, seria o uso de painéis multiplex respiratórios (já existentes no mercado) por Biologia Molecular, mas sabemos que, ainda, não é a realidade do Brasil por vários motivos: alto custo, demora no resultado e áreas remotas onde o envio do swab pode comprometer a pesquisa do vírus, dando falso negativo.

Por isso, os testes de pesquisa de antígenos de outras doenças respiratórias, sejam por imunocromatografia, fluorescência ou biologia molecular, devem ser considerados e colocados na linha de frente, também para o combate a COVID-19.

Fonte: Labornews

WhatsApp vira meio de atendimento para 65% dos médicos brasileiros

WhatsApp vira meio de atendimento para 65% dos médicos brasileiros

Uma pesquisa da Associação Paulista de Medicina (APM) revela que 65% dos médicos se comunicam com pacientes e seus familiares via aplicativos de mensageria após o horário de atendimento clínico. O estudo entrevistou por meio de questionário online 2,2 mil médicos brasileiros de 55 especialidades, entre os dias 3 e 17 de fevereiro de 2020. A análise da APM coloca os apps como WhatsApp à frente de ligação por voz (17%) e e-mail (5,5%) e daqueles que não usam nada (11%).

Dos médicos que usam os apps para se comunicar, 58,5% trocam mensagens diariamente com seus pacientes; 25%, algumas vezes na semana; 9,5%, raramente; e 7,5 nunca usam.

Segundo Jefferson Gomes Fernandes, presidente do conselho curador do Global Summit Telemedicine & Digital Health (evento organizado pela APM), o resultado demonstra que o médico brasileiro faz a telemedicina mesmo sem sua regulação apropriada.

“Se formos olhar friamente, a telemedicina é praticada pelos médicos. Respondendo o paciente por WhatsApp ou tirando dúvida de uma imagem do paciente, isso é telemedicina”, disse Fernandes. “No mundo real, a sociedade está mais à frente do que a regulamentação de conselho”.

Telemedicina

A telemedicina é um dos principais temas de discussão entre os médicos no Brasil atualmente. O Conselho Federal de Medicina (CFM) revogou em 2018 uma atualização da regulação (227) deste tipo de serviço, que prevê atendimento médico assistido à distância por meios eletrônicos.

Um dos pontos da atualização é a permissão de cobrança por atendimento via meios eletrônicos, algo que atualmente é proibido pela regulação do CFM. Contudo, 1% dos médicos disseram à pesquisa que fazem cobrança por atendimento via apps e 12,5% cobram junto com o valor da consulta. Por sua vez, 63% dos profissionais não cobram para atender esses pacientes.

Enquanto a nova regulação está sob consulta pública e análise do CFM, os médicos seguem a regra de telemedicina de 2002; uma regra “atrasada” e de uma época que “não tinha redes sociais ou smartphones”, como lembra Antonio Carlos Endrigo, diretor de tecnologia da APM e presidente da comissão organizadora do Global Summit Telemedicine & Digital Health.

Endrigo compartilhou o desconhecimento que a maioria dos médicos (66%) têm sobre a telemedicina, demonstrado nas respostas dos médicos: “Eles não têm um conceito geral sobre a telemedicina. Mas é algo que fazemos desde o começo da discussão. A APM liderou a conversa e foi muito criticada. Agora temos mais informação (para compartilhar). A medicina 4.0 tem mudado muito as opiniões dos médicos a favor”.

Um exemplo de mudança da visão de parte da classe médica é o aumento de dez pontos percentuais entre aqueles que desejam uma telemedicina regulamentada, de 54% para 64%, comparada com a pesquisa do ano passado. Atualmente, 27% dos médicos querem que a teleconsulta seja extinguida e 9% preferem manter a regulação de 2002.

Dados

Outro ponto abordado pela APM na pesquisa é a proteção de dados pessoais dos pacientes. Dos respondentes, 62% disseram que usam armazenamento de dados dos atendidos contra 38% que não usam. Neste cenário, Endrigo mostrou-se preocupado com a entrada da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no setor de saúde. “O setor de saúde, de uma maneira geral, não está preparado para a lei que deve entrar em agosto. Tanto médicos como estabelecimentos de saúde não estão preparados para isso”, disse o especialista.

Fonte:Mobile time

Em tempos de Coronavírus, Brasil entra em alerta com novo surto de dengue

Em tempos de Coronavírus, Brasil entra em alerta com novo surto de dengue

Mesmo com a atenção de todo o planeta voltada para o novo Coronavírus, o Brasil ainda luta contra um antigo inimigo, registrando novamente números preocupantes de dengue. Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado neste mês de março pelo Ministério da Saúde, o país retornou à zona endêmica, registrando mais de 131 mil novos casos prováveis em 2020, entre eles dezenas de óbitos.

Causada pelo arbovírus, a dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos fêmea das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus. Com período médio de incubação de 5 a 6 dias. As manifestações clínicas da doença são caracterizadas por febre alta (39°C a 40°C), de início abrupto, seguido de sintomas como cefaleia, mialgia, prostração náuseas, vômitos e prurido cutâneo. A doença se manifesta ainda nas formas hemorrágicas, as mais graves, capazes de causar: gengivorragia, petéquias e equimoses, gastroenterorragia, choque e, até mesmo, a morte.

Neste contexto, diversos testes e metodologias foram empregados para auxiliar na precisão do diagnóstico clínico e no tratamento dos pacientes. O Diagnósticos do Brasil (DB), principal laboratório exclusivo de apoio do país, dispõe de três metodologias para a identificação da enfermidade. “O diagnóstico mais rápido é o NS1, considerado atualmente como um marcador de infecção aguda pelo vírus da dengue antes do aparecimento dos anticorpos das classes IgM e IgG, permitindo detecção precoce do vírus, 24 horas após o início dos sintomas, além de ser encontrado nas infecções primárias e secundárias”, explica

Deivis Paludo, gerente de relacionamento do DB. Outra metodologia utilizada pelo laboratório funciona por meio da detecção de anticorpos IgG e IgM sorologia, com o Método Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA). “Atualmente, os testes captam os quatro sorotipos, e devem ser solicitados a partir do sexto dia do início dos sintomas. A detecção desses anticorpos pode ser útil na diferenciação entre infecções primárias e secundárias”, conta Deivis.

Fechando o diagnóstico dispomos do uso de métodos moleculares que são uma das principais ferramentas para o diagnóstico da dengue no Brasil. Devido a sua alta sensibilidade e especificidade, a técnica diminui o risco de resultados falso-positivos ou falso-negativos, além de contribuir muito, por sua importância nos estudos epidemiológicos, para o entendimento da distribuição da infecção dentro das populações. “Disponibilizamos ainda a detecção específica do vírus da Dengue por PCR, (Reação de Polimerase em Cadeia, biologia molecular), que pode ser realizada de forma precoce, identificando diretamente as partículas virais circulantes.

Hoje temos dois exames por essa metodologia, um para fazer a Detecção do vírus e outro que além da detectar consegueespecificar qual dos 4 tipos de vírus da Dengue (DEN- 1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) está infectando o paciente em questão”, completa Deivis Paludo. Cada uma das metodologias usadas é primordial no decorrer da evolução da doença (Infecção inicial, fase aguda, cicatriz sorológica e reinfecção), assim conseguimos fornecer suporte total para que o médico consiga fechar rapidamente a diagnóstico, alinhado a dados clínicos, e com melhora no suporte e tratamento de seus pacientes.

Fonte: Labornews