Resistência Microbiana e Inovações na Detecção Precoce

Resistência Microbiana e Inovações na Detecção Precoce

A resistência aos antimicrobianos é considerada um dos desafios aos sistemas de saúde atuais. Estima-se que 700 mil mortes sejam causadas anualmente pela resistência aos antimicrobianos. De acordo com essas análises e sem a mudança de abordagem no âmbito geral para conter esse problema, estimasse que até 2050 esse número possa superar as mortes por decorrência do câncer.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Resistência aos antimicrobianos como a “capacidade de um microorganismo impedir a atuação de um antimicrobiano”. Tornando o tratamento ineficaz, e as infecções persistentes e até incuráveis. Em 2019 a OMS apontou o tema como a quinta ameaça à saúde global.

Segundo a OMS, para evitar que isso ocorra, precisamos investir em múltiplas frentes, como por exemplo: medidas de prevenções pela lavagem correta das mãos e aplicações de vacinas (quando houver), pesquisa e produção de medicamentos mais eficazes, testes rápidos para identificar o agente infeccioso como forma de impedir prescrições desnecessárias e ainda alertar a população sobre os perigos da automedicação e de interromper o tratamento ao primeiro sinal de melhora.

No Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), aproximadamente 25% das infecções registradas são causadas por microorganimos multirresistentes, ou seja, aqueles que se tornam imunes à ação dos antimicrobianos.

AS BACTÉRIAS:
As bactérias de forma bem simples podem ser descritas como: organismos unicelulares e procarióticos (não possui membrana nuclear), ou seja, o material genético fica disperso no citoplasma sendo composto por DNA de cadeia única e circular em dupla hélice e podem apresentar estruturas como membrana plasmática, cápsulas, esporos, parede celular, flagelos além dos plasmídeos, segue ao lado, figura ilustrativa.

 

Bactéria

 

SUPERBACTÉRIAS:
As “Superbactérias” ou bactérias multirresistentes são as bactérias que possuem resistência a vários antibióticos, fato esse que dificulta o tratamento das infecções. Esse mecanismo de resistência bacteriana pode ocorrer por diversas formas os principais são:

– Alteração na permeabilidade da membrana bacteriana;
– Alteração no sitio de atuação do antibiótico;
– Bomba de efluxo: bombeamento ativo do antibiótico para o exterior do citoplasma;
– Produção de enzimas que eliminam os antibióticos, esses mecanismo destaca-se como sendo a estratégia mais frequente observadas nas superbactérias, por esse modo trataremos com destaque esse mecanismo a seguir.

Com frequência bactérias utilizam mais de uma estratégia para evitar a ação dos antimicrobianos; assim, a ação conjunta de múltiplos mecanismos pode produzir um aumento acentuado da resistência aos antimicrobianos.

 

Mecanismos de resistência bacteriana

 

ANTIBIOTICOS E CLASSIFICAÇÃO:
Os antibióticos podem ser definidos de uma forma bem geral como compostos naturais – quando produzidos por fungos ou bactérias – ou sintéticos que são capazes de interferir no crescimento bacteriano (bacterostáticos) ou causar a morte dos mesmos (bactericidas).

Os antibióticos de origem natural e seus derivados semi-sintéticos compreendem a maioria dos antibióticos de uso clínico e podem ser classificados em β-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, cabapeninas, oxapeninas e monobactamas), as tetraciclinas, os aminoglicosídeos, macrolídeos, peptídicos cíclicos (glicopeptídeos, lipodepsipeptídeos), estreptograminas, entre outros (lincosaminas, clorafenicol, rifamicinas etc). Os de origem sintética são classificados em sulfonamidas, fluoroquinolonas e oxazolidinonas

MECANISMO RESISTÊNCIA ENZIMÁTICA:
O mecanismo de resistência bacteriano mais importante e frequente é a degradação do antimicrobiano por enzimas. As β- lactamases hidrolisam a ligação amida do anel beta-lactâmico, destruindo, assim o sítio de ligação. São descritas numerosas β- lactamases diferentes. Essas enzimas são codificadas em cromossomos ou sítios extracromossômicos através de plasmídeos ou transposons, podendo ser produzidas de modo constitutivo ou ser induzido.

Nas bactérias Gram-negativas, o papel das β-lactamases na resistência é complexo e extenso. Verifica-se a presença de quantidades abundantes de enzimas; muitas delas inativam vários antimicrobianos β-lactâmicos, e os genes que codificam essas β- lactamases estão sujeitos a mutações que expandem a atividade enzimática e que são transferidos de modo relativamente fácil. Além disso, as β-lactamases de bactérias Gram-negativas são secretadas no espaço periplasmático, aonde atuam em conjunto com a barreira de permeabilidade da parede celular externa, produzindo resistências clinicamente significativas a antimicrobianos.

– β-lactamases de espectro estendio (ESBLs):
São enzimas que hidrolisam a maioria dos β-lactâmicos poupando apenas as cefaminas (como cefoxitina) e carbapenêmicos. A epidemiologia de ESBLs entre Enterobacteriaceae mudou recentemente com a disseminação difundida de enzimas do tipo CTX-Ms nas espécies de Escherichia coli. Em qualquer lugar do mundo, a CTX-Ms representa a maioria das ESBLs, a ponto de sua difusão ser qualificada como pandêmica. Eles estão igualmente isolados em ambientes comunitários e hospitalares e parecem ser endêmicos em instituição de cuidados de longo prazo. A crescente prevalência de ESBLs no ambiente da comunidade cria um problema sem precedentes.

– Carbapenemases:
São enzimas capazes de hidrolisar todos os β-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, aztreonam, carbapenêmicos), classe de antimicrobianos mais diversificada e largamente utilizada. Ressaltando ainda, que nestes casos, aminoglicosídeos e fluoroquinolonas apresentam, muitas vezes, sensibilidade diminuída, deixando a antibioticoterapia bastante reduzida.

Dentre essas carbapenemases, a β-lactamases KPC (classe A) espalhou-se pelo mundo na década de 2000. Depois disto, também se tem observado a expansão das metalo-β-lactamases (MBL) do tipo IMP, VIM e NDM (Classe B), bem como das OXA-48 (Classe D). Estas são principalmente detectadas em ambientes hospitalares e são responsáveis pela maior parte das infeções nasocomiais e causam um grande problema em termos de saúde global, especialmente pelo fato da sua presença ser difícil de detectar. Lembrando que a identificação dessa enzima interfere diretamente no tratamento do paciente.

Em decorrência desse grande problema de saúde publica e preocupação com os pacientes a Laborclin em parceria com a Centerlab tem a satisfação de apresentar a todos nossos clientes, parceiros e profissionais de saúde uma grande inovação no diagnóstico dessas enzimas através dos testes NG-CARBA 5, MCR e CTX-M.

Tratam-se de testes Imunogromatográficos com detecção dessas enzimas a partir da colônia bactéria ou hemoculturas com resultados em 15 minutos e com excelente correlação ao PCR (Reação de Polimerase em Cadeia), com pouca necessidade de treinamento, não sendo necessária a utilização de equipamentos e eliminando custos de manutenção. Além disso os kits estáveis à temperatura ambiente.

Teste Imunogromatográficos

 

Nosso intuito com esse informativo é alertar aos profissionais de saúde e hospitais apresentando inovações e tecnologias disponíveis para um diagnóstico preciso, rápido e eficaz auxiliando assim o tratamento dos pacientes. Para se aprofundar nos estudos recomendamos uma leitura mais ampla e completa dos tópicos em questão.

Referências:
– https://www.laborclin.com.br/wp-content/uploads/2019/10/646001-NG-TEST-CARBA-5-KIT-20T.pdf
– https://www.laborclin.com.br/wp-content/uploads/2019/12/646005-%E2%80%93-NG-TEST-CTX-M-%E2%80%93-KIT-20T.pdf
– https://www.laborclin.com.br/wp-content/uploads/2019/12/646002-NG-TEST-CTX-M-MULTI-KIT-20T.pdf
– https://www.laborclin.com.br/wp-content/uploads/2019/09/NG_CARBA.pdf
– https://www.youtube.com/watch?v=oicMSk4dmsk
– https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/outubro/22/18_Tatiana_Estrela.pdf
– https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5664:folha-informativa-resistencia-aos-antibioticos&Itemid=812
– http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422010000300035
– https://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9rias
– http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/UuBDHbHjev9rGKV_2013-6-21-11-52-49.pdf
– http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/mec_enzimatico.htm
– http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Noticias_ACET/noticia_1_carbapenemases.pdf

Mitos e verdades sobre os exames laboratoriais

A SBPC/ML, Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial,  apresentou uma relação de Mitos e Verdades sobre os Exames Laboratoriais, com a finalidade de esclarecer dúvidas e desfazer equívocos de pacientes e profissionais de saúde sobre a realização desses exames e a importância dos laboratórios clínicos na cadeia de assistência à saúde.

Será que você também acredita em alguns deles? Confira a lista.

Exames Laboratoriais: Mitos e Verdades

1. OS EXAMES LABORATORIAIS SÃO RESPONSÁVEIS POR GRANDE PARTE DO DESPERDÍCIO DOS GASTOS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE.

Verdade: Os resultados de exames laboratoriais apoiam cerca de 70% das decisões médicas. Os gastos com exames laboratoriais representam um percentual muito baixo do total dos custos em saúde: 1,3% na Alemanha e 2,4% nos Estados Unidos.

2. MUITOS EXAMES LABORATORIAIS, QUANDO REALIZADOS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO DA SAÚDE DE UMA PESSOA APARENTEMENTE SAUDÁVEL, APRESENTAM RESULTADOS NORMAIS E, PORTANTO, DESNECESSÁRIOS.

Verdade: Com o advento da medicina preventiva, os exames laboratoriais passaram a ter papel fundamental na avaliação do estado da saúde das pessoas e também na avaliação de risco para diversas doenças, como por exemplo, a dosagem do colesterol total, frações e triglicérides para avaliação do risco cardiovascular. A utilização dos exames com esta finalidade tem grande impacto na detecção precoce e permitem o tratamento muito antes do aparecimento de suas complicações. A prevenção, detecção precoce e o controle das principais doenças crônicas, tais como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias, câncer de próstata, câncer do colo de útero, entre outras, resulta na redução do custo da assistência à saúde e garante uma excelente qualidade de vida às pessoas por um período prolongado de sua vida.

3. OS LABORATÓRIOS CLÍNICOS TÊM INFLUÊNCIA NA QUANTIDADE DE EXAMES SOLICITADOS PELOS MÉDICOS.

Verdade: Os laboratórios clínicos recebem os pacientes com pedidos de exames solicitados pelos médicos e realizam apenas os procedimentos ali descritos. Não têm influência na decisão médica em relação à quantidade ou tipo de exames a serem realizados. No entanto, é inegável o papel relevante do laboratório clínico em disseminar conhecimentos relativos à medicina laboratorial junto à comunidade médica, assim como assessorar o médico, quando solicitado a definir os exames mais adequados para um paciente, para fins de diagnóstico, acompanhamento clínico e também na interpretação dos resultados.

4. DE 35% A 50% DE RESULTADOS DE EXAMES LABORATORIAIS NÃO SÃO RETIRADOS PELOS PACIENTES.

Verdade: Diversos artigos, reportagens e entrevistas publicadas na mídia com essa afirmação não apresentam fontes de referências ou base de dados fidedigna. Muitos resultados — como aqueles que apresentam valores críticos — são comunicados pelos laboratórios diretamente aos médicos. Pacientes recebem resultados por e-mail, telefone, SMS e outros meios; acessam os resultados diretamente no site do laboratório, entre outros recursos. Dados obtidos pela SBPC/ML fornecidos por laboratórios clínicos demonstram que o percentual de exames não retirados é inferior a 5% do total.

5. A REALIZAÇÃO DOS EXAMES É SEMELHANTE EM TODOS OS LABORATÓRIOS CLÍNICOS. A ÚNICA DIFERENÇA PERCEPTÍVEL ESTÁ NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA RECEPÇÃO.

Verdade: Laboratórios que participam de um programa de acreditação da qualidade geram maior segurança aos seus pacientes. Os programas de acreditação têm como foco assegurar a segurança dos pacientes por meio de controles de processos e práticas, tais como a utilização de painéis de indicadores, controles de qualidade e redução de riscos operacionais. Além disso, os laboratórios acreditados também primam pela sua preocupação em oferecer o melhor atendimento na recepção, sempre com foco na segurança do paciente.

6. RESULTADOS DE EXAMES REALIZADOS NO MESMO DIA, EM DIFERENTES LABORATÓRIOS, DEVEM SER TODOS IGUAIS.

Verdade: Os exames laboratoriais são procedimentos de avaliação qualitativa ou quantitativa de determinados analitos que possuem variação conforme a metodologia empregada e podem apresentar resultados divergentes entre diferentes métodos ou diferentes laboratórios. Os resultados representam uma “fotografia” do organismo em um dado momento. O método definido pelo responsável técnico do laboratório deve possuir uma avaliação de seu desempenho diagnóstico (sensibilidade, especificidade, valores preditivos etc.) e analítico (coeficientes de variação, controle interno de qualidade etc.). Os resultados laboratoriais devem ser interpretados em conjunto com os dados clínicos e sempre realizados por profissionais habilitados.

7. A INCORPORAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS NO ROL DE PROCEDIMENTOS E EVENTOS EM SAÚDE DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) E NA TABELA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) É RESPONSÁVEL PELA INSUSTENTABILIDADE DOS SISTEMAS DE SAÚDE.

Verdade: A incorporação de novas tecnologias ao sistema de saúde contribui de forma positiva na assistência à saúde, uma vez que essas tecnologias são importantes para se obter diagnósticos mais precoces, avaliação preditiva etc. As tabelas de cobertura dos sistemas privado e público de saúde representam apenas uma pequena parte dos milhares de tipos de exames laboratoriais disponíveis atualmente. A avaliação de inserção desses novos procedimentos tem se mostrado mais restritiva do que flexível.

8. SÓ É NECESSÁRIO FAZER EXAMES LABORATORIAIS PARA OBTER DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS.

Verdade: Os resultados dos exames laboratoriais também têm outras finalidades além do diagnóstico de doenças. São importantes, por exemplo, para a triagem de doenças e para a definição de seus fatores de riscos.

9. O NÚMERO DE EXAMES PER CAPITA REALIZADOS ANUALMENTE NO BRASIL TEM CRESCIDO DEVIDO À FALTA DE CRITÉRIO EM SUAS SOLICITAÇÕES.

Verdade: Diferentes fatores levam a maior utilização dos exames laboratoriais na prática clínica: envelhecimento da população (pacientes idosos realizam cerca de 3,5 vezes mais exames ao ano quando comparados a adultos jovens), maior prevalência de doenças crônicas (mudança epidemiológica), novas tecnologias disponíveis e advento da medicina preventiva. Existem variações no número de exames solicitados por médicos de diferentes regiões do país, o que se deve a características do setor e não representa desperdício de recursos.

10. ALÉM DO JEJUM, NÃO É NECESSÁRIO MAIS NENHUM PREPARO PARA REALIZAR EXAMES LABORATORIAIS.

Verdade: O jejum pode ser dispensado para diversos tipos de exames laboratoriais, devido ao avanço tecnológico e a estudos científicos que auxiliam na interpretação dos resultados em diferentes estados metabólicos. Alguns medicamentos, exercícios, alimentação e horário são fatores que podem influenciar o resultado dos exames. É recomendado informar-se no laboratório.

Análise laboratorial da Hemostasia

Análise laboratorial da Hemostasia

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Análise laboratorial da Hemostasia

O TAP (RNI) e o TTPA são exames que se destacam entre os inúmeros testes laboratoriais para análise da hemostasia, pois através deles é possível avaliar as vias extrínseca e intrínseca da coagulação.

O coagulograma (grupo de exames para análise da hemostasia) é solicitado principalmente antes de cirurgias, para que seja avaliado o risco do paciente sofrer hemorragias durante o procedimento. No entanto, também pode ser solicitado pelo médico em outras situações, como: Risco de trombose, picada de animais peçonhentos e no acompanhamento de pessoas que fazem uso de anticoagulantes como Heparina e Varfarina.

Embora alguns dos exames para análise da hemostasia possam ser realizados manualmente ou com uso de aparelhos semiautomáticos, a automação total nessa área vem se tornando cada vez mais importante. Além de melhorar a qualidade, no que se diz respeito à precisão e velocidade dos resultados, outros pontos vêm se tornando cada vez mais essenciais na rotina laboratorial, tais como: aumento da capacidade operacional, menor volume de amostra a ser coletada, eliminação de atividades desnecessárias e a combinação das atividades em processos únicos. Todas essas melhorias contribuem muito para simplificação e padronização dos processos laboratoriais.

Existem condições do paciente que podem interferir tecnicamente na realização dos testes de hemostasia bem como na interpretação dos resultados, dentre elas pode-se citar a dieta alimentar, atividade física, influência hormonal, variação circadiana, medicamentos e estresse mental.

Ainda sobre condições que podem interferir nos resultados dos exames de hemostasia, é importante elucidar sobre influências pré-analíticas tais como: uso inadequado do material de coleta, proporção sangue/anticoagulante não respeitada, homogeneização da amostra, lipemia, icterícia, hemólise entre outras.

Coleta da amostra
O anticoagulante apropriado para a maioria dos testes de hemostasia é o citrato de sódio dihidratado 3,2% ou 0.109M na proporção de 1:9 (anticoagulante:sangue). Observar o volume correto de sangue nos tubos após a coleta, a maioria dos tubos tem marcas indicado o volume mínimo e máximo de sangue.

Ordem da coleta
Estudos demonstram que os resultados do tempo de protrombina (TAP), International Normalized Ratio (RNI), e o tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) não sofrem interferência se avaliados no primeiro tubo coletado, sem a necessidade da coleta prévia de um tubo de descarte. Esses estudos não comprovaram a hipótese de que amostras para os ensaios rotineiros de coagulação deveriam ser obtidas após a coleta do tubo de descarte. No entanto, se na solicitação houver fatores de necessário a coleta de um tubo de descarte antes do tubo de citrato, se este for o primeiro tubo, para evitar interferências da tromboplastina tecidual.

Coleta da amostra

Ao realizar a coleta com sistema de escalpe, sendo o tubo para testes de coagulação o primeiro a ser coletado, deve-se utilizar o tubo de descarte. O uso do tubo de descarte tem por finalidade preencher o esp aço “morto” do escalpe, para garantir a proporção adequada do anticoagulante em relação ao sangue total. Para fins de descarte, utilize um tubo para coagulação ou sem qualquer aditivo.

Sequência de coleta para tubos plásticos pela CLSI H3-A6
1. Frascos para hemocultura;
2. Tubos com citrato de sódio (tampa azul);
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador para obtenção de soro (tampa amarela e/ou vermelha);
4. Tubos com heparina (tampa verde);
5. Tubos com EDTA (tampa roxa);
6. Tubos com fluoreto/EDTA (tampa cinza).

Diante desse cenário, a Centerlab em parceria com a Werfen apresenta uma revolução nos testes de hemostasia. Os sistemas ACL TOP Family Série 50 oferecem o gerenciamento de automação e qualidade mais avançado em testes de hemostase. Ideal para testes de hemostasia de rotina e especialidade, incluindo ensaios de coagulação, cromogênicos e imunológicos em laboratórios clínicos de médio a alto volume.

Automação do analisador
– Reagentes com código de barras;
– Monitoramento onboard contínuo de estabilidade dos reagentes;
– Execução automática de frequência QC.
– Capacidade de repetição e de testes reflexivos;
– Relatório totalmente automatizado de ensaios de fatores com paralelismo;
– Auto-verificação e upload dos resultados;
– Trabalha com tubo fechado perfurando a tampa (modelos CTS).

Operação Contínua
– Carregamento e descarregamento contínuos de amostras e reagentes através de racks sem interrupção de sistema;
– Carregamento de cuveta e eliminação de resíduos ininterruptos.

Manutenção Simples
– Manutenção diária, solicitada pelo sistema, em menos de 5 minutos;
– Notificação de “manutenção em atraso” para alertar o usuário;
– Solução de problemas e diagnósticos de instrumento remotos via web em tempo real (opcional).

Parada programada rápida
– Até 360 TP/h;
– Resultados de TP em standby dentro de aproximadamente 3 minutos;
– Amostras carregadas em qualquer rack, em qualquer posição, a qualquer momento, incluindo STAT.

Verificação automatizada pré-analítica de integridade de amostra
– Detecta interferência de Hemólise, Icterícia e Lipemia (HIL);
– Valores que ultrapassam o limite específico do ensaio são sinalizados;
– Pré-configurado para limites pré-validados com personalização opcional;
– Detecta problemas com volume de amostra do tubo;
– Sinaliza aspiração anormal de amostra, solicitando ao usuário que verifique a curva de formação de coágulos.

Ferramentas avançadas de suporte para acreditação e qualidade
– O conjunto mais abrangente de ferramentas de rastreamento de auditoria disponível;
– Informação disponível de hora, data e operador para todas as funções e atividades do analisador;
– Manutenção, controle de qualidade, calibração e relatório de temperatura;
– Relatórios de auditoria abrangentes e seguros com um clique.

Verdadeira Padronização
Todos os modelos oferecem resultados de mesma qualidade, portfólio de reagentes abrangente, software intuitivo, recursos eusabilidade, além das mesmas verificações pré-analíticas automatizadas para desempenho e flexibilidade superiores em todo o processo de teste.

Completamente padronizado para automação e qualidade avançadas

Ideal para laboratórios de médio e grande volumes, incluindo sistemas de automação laboratoriais integrados – ensaios de rotina e de testes especiais.

ACL TOP ACL TOPACL Top 350

 

Referências:
– Laboratório de Hemostasia – Gestão da fase pré-analítica: Minimizando erros – Ministério da Saúde.
– Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso – 2. ed. Barueri, SP : Editora Manole, 2010
– Exames Laboratoriais para Análise da Hemostasia
– Portal educação. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/exames-laboratoriais-para-analise-da-hemostasia/11334> acesso em 22/07/2019.
– Folder ACL Top –Família série 50. Werfen Medical.
– Avaliação laboratorial da hemostasia. Dayse Maria Lourenço. Tratado de hematologia. Cap. 60. Pág 583-590.
– Automação Laboratorial em Coagulação. Centerlab News – informativo técnico-científico. Nº 109. Setembro 2018.
– https://newslab.com.br/conheca-o-que-ha-de-mais-novo-e-eficiente-no-segmento-pre-analitico/ (Acesso 22/10).

AV400 – Greiner

AV400 – Greiner

Av400 – Greiner

AV400

A coleta de sangue é um dos procedimentos clínicos mais comuns para a realização de exames com diversas finalidades na área médica. Porém, apesar de corriqueiro, e aparentemente simples, a combinação de conhecimento técnico, equipamentos de qualidade e atenção dos profissionais na execução do processo, são essenciais para garantir a confiabilidade dos resultados e a integridade dos pacientes.

Dores, hematomas ou até perfuração de artérias, são alguns exemplos de complicações que podem ocorrer devido a falhas durante a coleta, muitas vezes, causadas pela dificuldade de visualizar os vasos sanguíneos em pacientes que possuem acessos não muito aparentes, como idosos e crianças, causando desconforto e estresse adicionais ao paciente, além do tempo prolongado em demasiadas tentativas.

Essas intercorrências podem gerar a recoleta de uma amostra, que é definida por uma nova punção para a retirada de sangue, depois que a primeira coleta não foi eficaz, por diversos motivos, como coagulação, hemólise e fibrina. Estes problemas acontecem no momento da coleta, pela dificuldade inerente à situação do paciente, e segundo estudos, a recoleta é uma das principais causas de perca de pacientes no laboratório.

Felizmente, existe uma solução para aliviar essa frustração, estresse e desconforto. O Greiner Bio-One AV400, é um scanner vascular que projeta a vasculatura do paciente na superfície da pele. Um aparelho versátil e diferenciado pela sua tecnologia de última geração, que oferece diversos benefícios aos médicos, enfermeiros, flebotomistas e pacientes.

O scanner vascular Greiner Bio-One AV400 utiliza luz infravermelha, que através da absorção da hemoglobina, detecta veias subcutâneas e projeta-as com a máxima definição na superfície da pele em tempo real. O modo inverso destaca ainda mais as veias pequenas, que podem ser visualizadas tanto escurecidas como iluminadas. Intuitivo para o usuário, o dispositivo faz a projeção a partir de qualquer ângulo que seja posicionado, de 10 a 45 centímetros acima da pele, e assim, possibilita avaliar e definir o melhor acesso em menos de um minuto, sendo que localiza veias com até 10 mm de profundidade.

Eficaz e prático para quaisquer procedimentos em que a visualização das veias é necessária, o AV400 pode ser utilizado desde a coleta de sangue, infusão de quimioterápicos e contraste em pacientes oncológicos até em tratamentos faciais de dermatologia, estética ou mesmo vasculares. Com o dispositivo, o profissional consegue conferir visualmente a permeabilidade da veia, a fim de evitar válvulas e bifurcações, sendo também muito importante em cirurgias e procedimentos estéticos onde as veias precisam ser evitadas.

 

AV400

O design ergonômico facilita sua higienização, podendo ser ensacado para o uso isolado. Não requer calibração, manutenção de rotina ou preventiva, pois está permanentemente alinhado. Não precisa estar conectado a uma tomada elétrica por ser alimentado pela bateria interna de longa duração e aprovado para operação contínua, sendo que sua recarga é rápida quando não estiver em uso. Portátil e leve, pesa apenas 277 gramas, é pequeno o suficiente para ser transportado nos bolsos de jalecos e uniformes tradicionais. Converte-se facilmente no modo “mãos livres“ com o uso de suportes opcionais móveis ou fixos, para um único profissional conseguir realizar o procedimento.

O AV400, não substitui ou minimiza a importância do conhecimento técnico do profissional da saúde, mas trata-se de uma tecnologia simples que auxilia na localização dessas veias de difícil acesso e que, com certeza, traz mais tranquilidade aos pacientes que ficam menos sujeitos aos riscos e a dor de uma falha no procedimento de coleta de sangue ou aplicação de medicamentos.

Laboratórios, Hospitais, Clínicas de Estética, Bancos de Sangue, dentre diversas instituições de saúde tem escolhido o Greiner Bio-One AV400 como ferramenta essencial para incorporar ao seu padrão de atendimento, proporcionando satisfação para seus pacientes.

Benefícios:
– É portátil;
– Projeta as veias em tempo real e com máxima definição;
– Contém luz infravermelha que possibilita a visualização perfeita independente do ângulo;
– Possui modo inverso: destaca ainda mais as veias pequenas, que podem ser visualizadas tanto escurecidas como iluminadas;
– Localiza veias até 10 mm de profundidade.

Confira as vantagens:


Vantagens_AV400

 

Referências:
– http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320090814145042.pdf (Acesso 22/10);
-https://www.gbo.com/pt_BR/novidades-e-eventos/noticias/ultimas-noticias/news-detail/news/detail/News/av400-umaparelhounico- diversas-possibilidades.html (Acesso 22/10);
– https://newslab.com.br/conheca-o-que-ha-de-mais-novo-e-eficiente-no-segmento-pre-analitico/ (Acesso 22/10).

Internação por causa respiratória em cidade de MG é cinco vezes maior que a média nacional

Internação por causa respiratória em cidade de MG é cinco vezes maior que a média nacional

Monitoramento da qualidade do ar é feito pela própria empresa produtora do aço. FOTO: Laura Marques/CBN

Uma suspeita paira sobre a cidade de Ipatinga, no Vale do Aço de Minas Gerais: a poluição do ar pode estar adoecendo a população. O número de internações por problemas respiratórios no município é quase cinco vezes a média nacional. A presença de indústrias, o tempo seco e a frota de carros são apontados como os fatores que levam a esse problema. E a atuação de uma das maiores produtoras de aço plano do mundo está no centro desse impasse.

POR LAURA MARQUES ([email protected])

O Brasil teve aproximadamente 560 internações a cada 100 mil habitantes no ano passado. Enquanto, na cidade, foram mais de 2 mil e 600 internações. Os dados são do Ministério da Saúde e da prefeitura.

Uma menina de apenas seis meses de idade engrossou essa estatística no início de 2019. O pai contou que a filha precisou ser internada com uma infecção nos pulmões. O homem, que preferiu não se identificar, disse que a criança não era a única nessa situação.

‘Minha filha nem completou um ano e teve bronquiolite. Teve que ser internada. Chegamos no hospital e tinha mais de 40 crianças com o mesmo problema.’

O Ministério Público de Minas Gerais já conduz investigações sobre o caso. A Secretaria Municipal de Saúde aponta que a atuação de indústrias é um fator que pesa no aumento progressivo de internações por doenças respiratórias na cidade. Além do tráfego de veículos e das emissões de outras empresas.

O município abriga uma das principais empresas produtoras de aços planos do mundo, a Usiminas. Uma tese de mestrado do curso de engenharia industrial do Centro Universitário do Leste de Minas identificou os componentes da poluição do ar em Ipatinga, em 2010. O estudo aponta que alguns são provenientes da siderurgia. São substâncias tóxicas que podem provocar danos à saúde, se estiverem em grandes quantidades. Como explica a autora da pesquisa, Viviane Araújo.

‘O estanho, o zinco, o alumínio e o ferro vêm mais da indústria siderúrgica do que de tráfego de veículos. As partículas menores entram no nosso trato respiratório, vão para os nosso alvéolos pulmonares, atrapalham a nossa respiração, causando problemas como aumento da quantidade de mucosa. E faz com que tenhamos as doenças respiratórias que existem’.

Atualmente, os índices de qualidade do ar em Ipatinga são monitorados pela Usiminas e divulgados online pelo governo do Estado. Os medidores mostram os índices de poluentes inaláveis, que são invisíveis a olho nu. Segundo a empresa, todos estão dentro dos limites previstos pela lei estadual.

O biomédico Paulo Naoum, destacou que o poder público precisa analisar o efeito dessas partículas em Ipatinga. No início dos anos 1980, ele foi um dos responsáveis por identificar a relação entre a poluição atmosférica e as mortes de recém-nascidos em Cubatão, cidade de São Paulo que concentra grandes indústrias. O pesquisador explica porque os índices de poluição sozinhos não revelam a realidade da saúde pública.

‘Os burocratas ficam nos enchendo de números e esquecem qual é o problema da população. A sensação dos moradores é que determina porque em algumas regiões que têm alto nível de poluição sob o ponto de vista internacional não acontece nada com a população. Nesses casos o ar acaba dissipando. E em outros, em que o nível está dentro dos padrões, a população está sofrendo porque o ar fica estagnado em cima dela.’

A Usiminas informou que desconhece qualquer estudo que comprove a relação entre suas atividades e o aumento de problemas de saúde da população de Ipatinga. A companhia alega que o monitoramento da qualidade do ar da cidade segue os parâmetros legais, e leva em conta também as emissões de outras empresas e de veículos. A siderúrgica afirma, ainda, que investe em controle ambiental.

Fonte: CBN