por CenterLab | dez 5, 2022 | Informativos
Prevenção de acidentes por material perfurocortante no laboratório clínico
No setor de saúde, acidentes provocados por materiais perfurocortantes é a maior causa da transmissão de doenças infecciosas, sendo os acidentes causados por agulhas os de maior risco. Mais de 50% de todos os casos registrados são relativos à equipe de enfermagem, seguidos por médicos e equipe de laboratório. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que dos 35 milhões de profissionais da saúde em todo o mundo, quase 3 milhões passam por exposições percutâneas a patógenos sanguíneos a cada ano. Dois milhões dessas exposições são ao Vírus da Hepatite B (HBV), 0,9 milhões ao Vírus da Hepatite C (HCV) e 170.000 ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esses acidentes podem potencialmente resultar em 15.000 infecções por HCV, 70.000 por HBV e 1000 por HIV. Além disso, sabe-se ainda que as punções acidentais por agulha transmitem outros tipos de patógenos sanguíneos, incluindo vírus, bactérias, fungos e outros micro-organismos responsáveis por doenças como difteria, gonorreia, herpes, malária, sífilis, tuberculose, etc.
A OMS observa que a maioria desses acidentes dentro do ambiente de saúde, é passiva de prevenção. A prevenção requer dentre outros a proteção pessoal para a equipe, incluindo dispositivos de segurança na agulha, sendo que no Brasil está de acordo com a Norma Regulamentadora NR32 que tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral e pela PORTARIA N.° 939, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2008, que deverá ser assegurado ao profissional de saúde o uso de dispositivos de segurança acoplados nos perfurocortantes pelas instituições a partir de 18 de Novembro de 2010, tento o prazo de 2 anos para adequação a partir da data de publicação desta Portaria.
Os profissionais da saúde não percebem e não acreditam no perigo ocupacional de contrair infecções transmitidas pelo sangue, devido a sua exposição diária a ele e a outros fluídos corporais. O risco de infecção depende do predomínio dessas doenças na população de pacientes com os quais lidam, e ainda, da natureza e frequência das exposições. Punções acidentais por agulhas, em que a pele foi rompida, implicam altos riscos de transmitir infecções.
Pesquisa feita com 75 hospitais no Reino Unido em 2009 revelou em quais momentos o acidente acontece (figura 1), e quais os profissionais que estavam envolvidos no mesmo, observando-se a coleta de sangue como um dos principais procedimentos de risco: Para prevenir acidentes, agulhas, seringas e dispositivos médicos devem ser manuseados com cautela. Agulhas não devem nunca serem re-encapadas, re-utilizadas, entortadas propositalmente, quebradas com a mão, compartilhadas, reesterilizadas, removidas de uma seringa descartável ou mesmo adaptadores para coleta de sangue a vácuo. Depois de usadas, as agulhas devem ser descartadas em descartadores para perfurocortante claramente identificados e resistentes á perfuração, para o transporte aos locais de descarte. A OSHA, Occupational Safety and Health Administration dos Estados Unidos, define “objetos perfurocortantes com dispositivos de segurança que protegem contra acidentes” como: um objeto perfurocortante sem agulha ou um dispositivo com agulha, utilizado para coleta de sangue, acessando uma veia ou artéria, ou administrando medicamentos ou outros fluídos, com um dispositivo de segurança acoplado que reduza efetivamente o risco de um acidente ocupacional. Esta categoria de dispositivos abrange um amplo conjunto de produtos médicos que incorporam dispositivos de segurança que reduzem a chance de acidentes envolvendo objetos perfurocortantes. Esses recursos de segurança incluem travas ou tampas que protegem os materiais perfurocortantes, superfícies ou pontos retráteis, capas de proteção, tubos capilares plásticos etc.

Hoje as agulhas hipodérmicas devem possuir dispositivos de segurança (figura 2a) para evitar acidentes com o profissional de saúde. Etambém, novas recomendações do CLSI onde seringa e agulha são usadas para coletar sangue, preconizam o uso de um dispositivo de transferência (Figura 2b). Trata-se de um adaptador de coleta de sangue a vácuo, com agulha distal acoplada para a transferência do sangue da seringa diretamente para o tubo (figura 2c), sem a necessidade de manuseio do sangue e abertura do tubo (NCCLS/CLSI H3- A6, Vol.27 No26, Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipuncture; Approved Standard – Sixth edition, 2007). Existem ainda seringas com dispositivos de segurança acoplados que, além de prevenir o acidente perfurocortante, também evita a reutilização da seringa com a quebra do êmbolo, após o procedimento técnico (figura 2d).

Dispositivos de segurança em coleta de sangue a vácuo (figura 3): O dispositivo de segurança deve ser parte integral da agulha; Fornecer uma cobertura/tampa/superfície rígida que permita que as mãos permaneçam atrás do elemento perfurante ou cortante.

Procedimento de coleta usando agulha para coleta de sangue a vácuo (figura 4), com dispositivo de segurança: Nos casos de pacientes com acessos difíceis, deve-se utilizar escalpes, por possuírem agulhas mais compactas que proporcionam maior mobilidade e facilidade no manuseio pelo flebotomista e os mesmos também devem conter estes dispositivos de segurança:

Abaixo (figura 5 e 6) dois exemplos de dispositivos acoplados em escalpes:


Lancetas para punção digital e de calcanhar têm dispositivos de segurança que podem ser passivos (figura7) ou ativos (figura 8):


Escalpes com Trava de Segurança VACUETTE® – A trava de segurança com mecanismo manual permite total controle no momento da retirada do dispositivo, pois a agulha desliza delicadamente junto a cânula de proteção e um clique audível confirma que a trava foi acionada. O escalpe possui uma antecâmara pela qual é possível visualizar o fluxo sanguíneo assim que a punção é realizada. O resultado é mais segurança para o profissional e paciente cada vez mais satisfeito.

REFERENCIAS
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR E SERVIÇOS DE SAÚDE. Prevenção de Acidentes por Material Perfurocortante. Gestão da Fase Analítica: Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial. Disponível em: http://www.sbrafh.org.br/site/public/temp/4f7baaa733121.pdf. Acesso em: 12/01/2022.
GREINER BIO-ONE. Disponível em: https://www.gbo.com/pt-br/. Acesso em 12/01/2022
por CenterLab | out 5, 2022 | Informativos
O TAP (RNI) e o TTPA são exames que se destacam entre os inúmeros testes laboratoriais para análise da hemostasia, pois através deles é possível avaliar as vias extrínseca e intrínseca da coagulação.
O coagulograma (grupo de exames para análise da hemostasia) é solicitado principalmente antes de cirurgias, para que seja avaliado o risco do paciente sofrer hemorragias durante o procedimento. No entanto, também pode ser solicitado pelo médico em outras situações, como: Risco de trombose, picada de animais peçonhentos e no acompanhamento de pessoas que fazem uso de anticoagulantes como Heparina e Varfarina.
Embora alguns dos exames para análise da hemostasia possam ser realizados manualmente ou com uso de aparelhos semiautomáticos, a automação total nessa área vem se tornando cada vez mais importante. Além de melhorar a qualidade, no que se diz respeito à precisão e velocidade dos resultados, outros pontos vêm se tornando cada vez mais essenciais na rotina laboratorial, tais como: aumento da capacidade operacional, menor volume de amostra a ser coletada, eliminação de atividades desnecessárias e a combinação das atividades em processos únicos. Todas essas melhorias contribuem muito para simplificação e padronização dos processos laboratoriais.
Existem condições do paciente que podem interferir tecnicamente na realização dos testes de hemostasia bem como na interpretação dos resultados, dentre elas pode-se citar a dieta alimentar, atividade física, influência hormonal, variação circadiana, medicamentos e estresse mental.
Ainda sobre condições que podem interferir nos resultados dos exames de hemostasia, é importante elucidar sobre influências pré-analíticas tais como: uso inadequado do material de coleta, proporção sangue/anticoagulante não respeitada, homogeneização da amostra, lipemia, icterícia, hemólise entre outras.
Coleta da amostra
O anticoagulante apropriado para a maioria dos testes de hemostasia é o citrato de sódio dihidratado 3,2% ou 0.109M na proporção de 1:9 (anticoagulante:sangue). Observar o volume correto de sangue nos tubos após a coleta, a maioria dos tubos tem marcas indicado o volume mínimo e máximo de sangue.

Ordem da coleta
Estudos demonstram que os resultados do tempo de protrombina (TAP), International Normalized Ratio (RNI), e o tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) não sofrem interferência se avaliados no primeiro tubo coletado, sem a necessidade da coleta prévia de um tubo de descarte. Esses estudos não comprovaram a hipótese de que amostras para os ensaios rotineiros de coagulação deveriam ser obtidas após a coleta do tubo de descarte. No entanto, se na solicitação houver necessidade da coleta de um tubo de descarte antes do tubo de citrato, se este for o primeiro tubo, para evitar interferências da tromboplastina tecidual.
Ao realizar a coleta com sistema de escalpe, sendo o tubo para testes de coagulação o primeiro a ser coletado, deve-se utilizar o tubo de descarte. O uso do tubo de descarte tem por finalidade preencher o espaço “morto” do escalpe, para garantir a proporção adequada do anticoagulante em relação ao sangue total. Para fins de descarte, utilize um tubo para coagulação ou sem qualquer aditivo.
Sequência de coleta para tubos plásticos pela CLSI H3-A6
1. Frascos para hemocultura;
2. Tubos com citrato de sódio (tampa azul);
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador para obtenção de soro (tampa amarela e/ou vermelha);
4. Tubos com heparina (tampa verde);
5. Tubos com EDTA (tampa roxa);
6. Tubos com fluoreto/EDTA (tampa cinza).
Diante desse cenário, a Centerlab em parceria com a Werfen apresenta uma revolução nos testes de hemostasia.
Os sistemas ACL TOP Family Série 50 oferecem o gerenciamento de automação e qualidade mais avançado em testes de hemostase. Ideal para testes de hemostasia de rotina e especialidade, incluindo ensaios de coagulação, cromogênicos e imunológicos em laboratórios clínicos de médio a alto volume.
Automação do analisador
– Reagentes com código de barras;
– Monitoramento onboard contínuo de estabilidade dos reagentes;
– Execução automática de frequência QC.
– Capacidade de repetição e de testes reflexivos;
– Relatório totalmente automatizado de ensaios de fatores com paralelismo;
– Auto-verificação e upload dos resultados;
– Trabalha com tubo fechado perfurando a tampa (modelos CTS).
Operação Contínua
– Carregamento e descarregamento contínuos de amostras e reagentes através de racks sem interrupção de sistema;
– Carregamento de cuveta e eliminação de resíduos ininterruptos.
Manutenção Simples
– Manutenção diária, solicitada pelo sistema, em menos de 5 minutos;
– Notificação de “manutenção em atraso” para alertar o usuário;
– Solução de problemas e diagnósticos de instrumento remotos via web em tempo real (opcional).
Parada programada rápida
– Até 360 TP/h;
– Resultados de TP em standby dentro de aproximadamente 3 minutos;
– Amostras carregadas em qualquer rack, em qualquer posição, a qualquer momento, incluindo STAT
Verificação automatizada pré-analítica de integridade de amostra
– Detecta interferência de Hemólise, Icterícia e Lipemia (HIL);
– Valores que ultrapassam o limite específico do ensaio são sinalizados;
– Pré-configurado para limites pré-validados com personalização opcional;
– Detecta problemas com volume de amostra do tubo;
ꞏSinaliza aspiração anormal de amostra, solicitando ao usuário que verifique a curva de formação de coágulos.
Ferramentas avançadas de suporte para acreditação e qualidade
– O conjunto mais abrangente de ferramentas de rastreamento de auditoria disponível;
– Informação disponível de hora, data e operador para todas as funções e atividades do analisador;
– Manutenção, controle de qualidade, calibração e relatório de temperatura;
– Relatórios de auditoria abrangentes e seguros com um clique.
Verdadeira Padronização
Todos os modelos oferecem resultados de mesma qualidade, portfólio de reagentes abrangente, software intuitivo, recursos e usabilidade, além das mesmas verificações pré-analíticas automatizadas para desempenho e flexibilidade superiores em todo o processo de teste.
Completamente padronizado para automação e qualidade avançadas
Ideal para laboratórios de médio e grande volumes, incluindo sistemas de automação laboratoriais integrados – ensaios de rotina e de testes especiais.

Referências:
– Laboratório de Hemostasia – Gestão da fase pré-analítica: Minimizando erros – Ministério da Saúde.
– Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso – 2. ed. Barueri, SP : Editora Manole, 2010
– Exames Laboratoriais para Análise da Hemostasia
– Portal educação. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/exames-laboratoriais-para-analise-da-hemostasia/11334> acesso em 22/07/2019.
– Folder ACL Top –Família série 50. Werfen Medical.
– Avaliação laboratorial da hemostasia. Dayse Maria Lourenço. Tratado de hematologia. Cap. 60. Pág 583-590.
– Automação Laboratorial em Coagulação. Centerlab News – informativo técnico-científico. Nº 109. Setembro 2018.
– https://newslab.com.br/conheca-o-que-ha-de-mais-novo-e-eficiente-no-segmento-pre-analitico/ (Acesso 22/10).
por CenterLab | ago 11, 2022 | Informativos
Uma das áreas mais importantes de um laboratório clínico é o setor de bioquímica, onde são realizadas diversas pesquisas de analitos relacionados aos processos metabólicos que ocorrem em um ser vivo. Em outras palavras, no setor de bioquímica, é onde se mede as alterações normais e patológicas em amostras de sangue, urina e outros fluidos corporais.
Os principais exames bioqúmicos são: Glicose, colesterol total e frações, triglicérides, ácido úrico, uréia, creatinina, proteínas, enzimas, exames de função hepática, função cardíaca entre outros.
Para essas dosagens, normalmente são utilizados equipamentos automatizados que proporcionam elevado grau de precisão, trazendo maior segurança aos resultados. Nesses equipamentos são inseridas amostras obtidas em tubo primário com identificação por código de barras onde é possível selecionar automaticamente os exames a serem realizados.
O controle da utilização de kits reagentes na execução dos exames é uma prática importante para o dia a dia de um laboratório, favorecendo uma melhor gestão de insumos e rastreabilidade de tudo que envolve a realização do exame.
Por se tratar do setor que realiza a maior quantidade de exames, o setor de bioquímica necessita de equipamentos que tenham uma capacidade produtiva compatível com a necessidade do laboratório, com paradas programadas de menor tempo possível, além de um baixo consumo de água. Proporcionando assim uma maior produtividade dos profissionais do setor, visto que ficam menos tempo manuseando os aparelhos, focando nas atividades mais necessárias de intervenção técnica.
Nesse sentido, a Centerlab juntamente com a Thermo Fisher Scientific apresenta o Indiko Plus. Analisador bioquímico de bancada com acesso randômico, totalmente automatizado, para laboratórios de qualquer tamanho, oferecendo máxima facilidade de uso, confiabilidade e melhor custo-benefício para testes de química clínica especializada.

Mais de 5000 analisadores químicos, executando na plataforma confiável Indiko, já foram instalados ao redor do mundo e todos eles foram fabricados em Vantaa, na Finlândia. O centro de excelência da Thermo Fisher Scientific em Vantaa é uma potência da alta tecnologia, conhecido pela avançada instrumentação IVD e pelas soluções em automatização laboratorial. O centro está em conformidade com os requisitos da FDA, ISO e de várias instituições internacionais.
Conveniência no gerenciamento de amostras e reagentes
– Carregamento de qualquer mistura de cubetas de amostra e tubos primários com código de barras;
– Três racks de amostras diferentes disponíveis;
– Monitoramento em tempo real do uso e data de validade do reagente;
– Calibração total e rastreabilidade de lote.
Fonte de luz Xenon livre de manutenção
A fonte de luz dos analisadores não oferece apenas uma rápida medição: ela também possui uma longa duração incrível, reduzindo os custos relativos a tempos de inatividade e troca de lâmpadas.

Referências:
– Folder Indiko Reagents PT – D22204-01-brPT 092021.
– Folder Indiko Analyzers PT D22203-01-brPT 102021
por CenterLab | jul 5, 2022 | Informativos
Plaquetas são fragmentos celulares anucleados derivados de grandes células multinucleadas situadas na medula óssea (megacariócitos). Sua sobrevida no sangue periférico é de 7 a 10 dias. Estima-se que entre 2.000 a 5.000 novas plaquetas sejam produzidas por cada megacariócito. Em condições fisiológicas, o pool plaquetário é distribuído em dois compartimentos: 2/3 no sangue periférico e 1/3 no baço.
Após injúria vascular, as plaquetas são responsáveis pelo controle do extravasamento sanguíneo formando o tampão plaquetário, sendo fundamentais no processo de hemostasia primária (adesão vascular, agregação plaquetária, secreção de moléculas e reparação tecidual).
Elas contêm grânulos em seu interior que armazenam importantes substâncias pró e anticoagulantes.
A plaquetopenia é definida como a redução na contagem plaquetária a valores inferiores a 150.000/mm3.
Achados clínicos
Muitos pacientes com plaquetopenia podem ser assintomáticos, e a alteração laboratorial pode ser apenas um achado após avaliação de rotina. De modo geral, indivíduos com contagem de plaquetas acima de 50×109/L não apresentam sangramentos espontâneos.
As manifestações hemorrágicas características na plaquetopenia ocorrem em território cutaneomucoso. Pode ser observado púrpuras, petéquias, equimoses superficiais, menorragia, epistaxes e mais raramente sangramento do trato gastrintestinal e hemorragia conjuntival. Diferente de pacientes com distúrbios da coagulação, que cursam com sangramentos profundos.
Avaliação laboratorial
Inicia-se com a contagem plaquetária automatizada e confirmação posterior por meio da contagem manual de plaquetas em amostras com EDTA e citrato de sódio. Deve-se excluir pseudoplaquetopenia e avaliar a morfologia plaquetária e dos outros componentes celulares do sangue por análise da distensão de sangue periférico.
O exame da medula óssea é útil na avaliação da plaquetopoiese, pois revela alterações no número e na morfologia dos megacariócitos.
Pseudotrombocitopenia
Na avaliação do paciente com plaquetopenia, devemos descartar a possibilidade de pseudoplaquetopenia, sendo essa, uma condição não patológica em que a contagem plaquetária está falsamente reduzida. É reconhecida pela análise das plaquetas na distensão do sangue periférico.
Na maioria dos casos, ocorre pela ação do anticoagulante EDTA (ácido tetra-acético etilenodiamina), levando a uma aglutinação plaquetária. Estudos demonstram uma incidência de 1 em cada 1.000 hemogramas. Uma estratégia para a obtenção da contagem real de plaquetas é a coleta da amostra em frasco com um anticoagulante alternativo, como o citrato de sódio ou heparina. A manutenção da amostra em temperatura de 37ºC também pode reduzir a formação de agregados de plaquetas em alguns casos. A pseudoplaquetopenia também pode ser secundária à presença de plaquetas gigantes, observadas em algumas trombocitopenias hereditárias, e de macroplaquetas e evidenciada em parâmetros como P-LCR e P-LCC que representa o percentual de plaquetas grandes e a contagem absoluta nos analisadores mais modernos.
Plaquetograma e os índices plaquetários
A evolução da automação laboratorial com destaque para hematologia introduziu na rotina diversos parâmetros relacionados às plaquetas, que apesar de já serem disponibilizados pela maioria dos contadores hematológicos de última geração, ainda são pouco compreendidas e pouco utilizadas tanto na prática médica como laboratorial.
Esses parâmetros compõem o chamado Plaquetograma e compreende de três índices:
1 – Plaquetócrito (PCT): indica a razão do volume total da plaqueta no histograma para o volume de sangue total aspirado.
2 – Amplitude de variação do tamanho das plaquetas (PDW – Platelet Distribution Width) – indica a variação do tamanho das plaquetas no histograma. Esse parâmetro indica a anisoplaquetose, sendo importante ferramenta para distinguir uma trombocitopenia por destruição (PDW aumentado) de uma situação de diminuição de produção (PDW normal ou diminuído).
3 – Volume plaquetário médio (VPM) – indica a média do volume (tamanho) de plaquetas no histograma, sendo representada no pico do histograma de plaquetas. O VPM apresenta uma correlação inversa com a contagem de plaquetas e representa um importante marcador para a atividade e função plaquetárias, sendo muito importante na avaliação de diversas desordens clínicas de origem hematológica ou não, tais como diabetes mellitus, infarto agudo do miocárdio, leucemia linfoide aguda, leucemia mieloide aguda entre outras doenças onco-hematológicas, bem como na avaliação da resposta medular.

4 – P-LCR e P-LCC: Além dos parâmetros acima convencionais os equipamentos Celltac-G e G+ (modelos MEK-9100 e MEK-9200) liberam dois parâmetros plaquetários adicionais o P-LCR e P-LCC que representa o percentual de plaquetas grandes e a contagem absoluta. Sendo utilizados em conjunto com os parâmetros VPM e PDW para auxiliar na investigação clínica.
Automação Laboratorial no Plaquetograma
Como a contagem manual de plaquetas é bem subjetiva e trabalhosa surgiu a necessidade de contagens mais precisas e rápidas, através da metodologia automatizadas como a impedância.

A impedância foi inicialmente descrita por Wallace Coulter em 1956. Esse método depende dos glóbulos vermelhos que são pobres condutores de eletricidade, enquanto, o diluente (solução eletrolítica) é um bom condutor; essa diferença forma a estrutura desse sistema de contagem. Dois eletrodos mergulhados separadamente por uma abertura de contagem que permite que cada partícula passe pelo orifício gerando pulsos de acordo com o volume e quantidade celular. Esses pulsos são amplificados e contabilizados em um volume de sangue, gerando os demais parâmetros a partir de histogramas e cálculos. Por esse métodosão contados eritrócitos e as plaquetas e global de leucócitos.
Ao realizar a análise de uma amostra no equipamento por impedância, podem ocorrer interferências inerentes a metodologia, como:
– A célula pode não passar no centro da abertura de contagem;
– Depois de passar pela abertura de contagem, algumas células podem retornar ao orifício devido ao fluxo natural do líquido;
– Várias células podem passar pela abertura de contagem ao mesmo tempo.
Tecnologia Exclusiva Nihon Kohden
Pensando nessas possíveis falhas e aprimorando a tecnologia de impedância descrita por Coulter em 1956, a Nihon Kohden desenvolveu a tecnologia exclusiva DynaHelix Flow que elimina todas essas interferências. O DynaHelix Flow é a integração entre “Sheath Flow” e “Swirl Flow”.
O Sheath Flow (figura 2 – setas azuis) produz um fluxo hidráulico estável para direcionar as células à abertura de contagem fazendo com que as células se alinhem em uma fileira única no centro da abertura e passem uma a uma, gerando os pulsos.

Enquanto Swirl Flow (figura 3 – espiral azul) evita totalmente o risco de recontagem das células, por realizar um fluxo contínuo após a contagem das células, evitando o retorno e recontagem celular, melhorando muito a precisão.

Essa tecnologia proporciona contagem mais precisas e exatas, principalmente para amostras com valores baixos.
Além disso nos contadores hematologicos Celltac ES (MEK-7300) podemos definir parâmetros para recontagem automática de plaquetas quando o aparelho detecta que a amostra apresenta valores diminuidos, confirmando assim o resultado.
A Centerlab em parceria com empresa Japonesa Nihon Kodhen tem o prazer de disponibilizar ao alcance do seu laboratório essas tecnologias exclusivas utilizadas em todo o mundo e porque não no seu laboratório?
Consulte-nos para esclarecimentos e dúvidas sobre os equipamentos. Toda equipe Centerlab estará a sua disposição. Será umprazer levar essa tecnologia até o seu laboratório.
Importante: Esse boletim tem o caráter informativo e não deve ser utilizado para interpretação de resultados e manejo clínico.
Referências:
– https://www.nihonkohden.com/
– https://br.nihonkohden.com/pt-br/innovativetechnologies/dynascatter_laser/three_new_improvements_in_dynascatter_laser.html
– https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2081/doencas_plaquetarias_doenca_de_von_willebrand_e_hemofilia.htm?_mobile=off
– https://br.nihonkohden.com/pt-br/products/invitrodiagnostics/invitrodiagnostics/automatedbloodcellcounters/mek7300.html
por CenterLab | jun 18, 2022 | Novidades
Varíola dos macacos – Monkeypox
A varíola dos macacos é uma doença infecciosa causada pelo vírus da varíola dos macacos que afeta seres humanos e outros animais. Os sintomas iniciais são febre, dores de cabeça, dores musculares, aumento de volume dos gânglios linfáticos e fadiga. Posteriormente formam-se erupções cutâneas, que começam por ser vermelhas e planas e mais tarde se convertem em bolhas com pus e crostas. O intervalo de tempo entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas é de cerca de 10 dias. A duração dos sintomas é geralmente de duas a quatro semanas.
O vírus da varíola dos macacos é um vírus do género ortopoxvírus. A doença pode ser transmitida durante o manuseio de carne de animais selvagens, por uma mordedura de animal, por fluidos corporais, por objetos contaminados ou pelo contacto próximo com uma pessoa infetada. Apesar do nome, parece ser mais comum em roedores do que em primatas. O diagnóstico pode ser confirmado pela presença de ADN do vírus numa das lesões.
O vírus tem dois clados genéticos distintos: o da África Ocidental, associado a sintomas mais ligeiros e a uma taxa de letalidade inferior a 1%, e o clado da África Central, associado a uma taxa de letalidade de até 11%.
Foi identificada pela primeira vez em 1958 entre macacos de laboratório. Os primeiros casos registados em seres humanos ocorreram em 1970 na República Democrática do Congo. Em 2003, ocorreu um surto nos Estados Unidos, com origem numa loja de animais onde eram vendidos roedores importados do Gana. Em 2022, ocorreu um surto com início no Reino Unido, onde foram detectados os primeiros casos de transmissão comunitária da doença fora de África.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADola_dos_macacos
Atualmente os exames para detecção da Varíola do Macaco são feitos por PCR com amostras das lesões desencadeadas pela infecção.
Em breve teremos o Teste para Detecção de Antígeno Ag do Monkeypoxvirus por imunoensaio de fluorescência.
