VHS

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Desde a Grécia Antiga, há mais de 2.000 anos, foi observada a relação entre a sedimentação das células vermelhas e o fibrinogênio. Para os gregos, a taxa de sedimentação eritrocitária era uma maneira de detectar certos “maus humores orgânicos”. Posteriormente, no início deste século, o teste da velocidade de sedimentação das hemácias (VHS) foi idealizado para auxiliar no diagnóstico da gravidez, sendo posteriormente empregado como indicador de doenças inflamatórias ou infecciosas e até mesmo da condição geral de saúde ou doença.

A padronização desta técnica foi feita em 1920 por Westergren, considerada como padrão-ouro, e foi recomendada pelo Internacional Comitee for Standardization in Hematology de 1973 e referenciado no último conselho internacional de padronização em Hematologia em 1993.

A metodologia proposta por Westergren consiste em colocar o sangue venoso anticoagulado com citrato de sódio a 3,8% (relação 4:1) em um tubo de vidro graduado, 200 mm de comprimento e 2,5mm de diâmetro interno. O tubo é preenchido até a marca zero e deixado na posição vertical por uma hora. A VHS expressa em mm/h será à distância do menisco até o topo da coluna de eritrócitos.

Vários interferentes podem afetar o resultado da VHS como a quantidade e o tipo de anticoagulante usado, produzindo tanto resultados falsamente elevados como falsamente diminuídos, levando à dificuldade interpretativa deste exame. A fundamentação do procedimento se baseia no fato de que a sedimentação eritrocitária depende da agregação das hemácias e da formação de rouleaux. Os eritrócitos possuem carga eletronegativa, por isso repelem-se uns aosoutros, impedindo, durante certo tempo, a agregação e a queda consequente do agregado. Várias proteínas de fase aguda se encontram suspensas no plasma, construindo os coloides eletropositivos, sobretudo o fibrinogênio e globulinas. O aumento da concentração dessas frações proteicas neutraliza as cargas elétricas das membranas dos eritrócitos, rompendo o equilíbrio e assim o agregado globular se deposita. Por esta razão o fenômeno, da formação dos agregados globulares, ocorre paralelamente ao da eritrossedimentação e todas as causas que favorecem, auxiliam igualmente o outro. Baseando-se em tais fatos presume-se que qualquer componente do plasma que afete direta ou indiretamente o grau de agregação dos eritrócitos altera a VHS.

Pode-se citar, por exemplo, que a resposta inflamatória ao dano tecidual inclui alterações na concentração de proteínas plasmáticas, especialmente aumento de fibrinogênio proteína amiloide (SAA) e proteína C-reativa (PCR) e baixa da albumina. Essas alterações ocorrem em inflamações agudas, fases ativas de inflamações crônicas e como consequência de trauma espera-se, nesta situação, um aumento da VHS. É útil na avaliação da resposta ao tratamento de doenças como artrite temporal, polimialgia reumática, febre reumática, artrite reumatoide, Lúpus Eritematoso Sistêmico, tuberculose e endocardite. Entretanto, a presença de VHS normal não exclui doença ativa.

Em processos agudos, pode levar dias para ter valores elevados e estes permanecem por algumas semanas após resolução. Os valores normais aumentam com a idade e inúmeros outros fatores, como gravidez e anemias.Elevações leves a moderadas devem ser interpretadas com cautela nestas situações. Valores muito elevados podem serencontrados em indivíduos com neoplasia maligna, linfoma, carcinoma de colo e mama, doenças hematológicas, doenças do colágeno, doenças renais, infecções graves, cirrose, artrite de grandes células ou polimialgia reumática.

Valores de referência
Os valores de referência da VHS, de acordo com sexo e idade, atualmente utilizados estão listados na Tabela 1.

 

Tabela 1

 

Fatores que influenciam a VHS
Na Tabela 2 estão relacionados fatores capazes de influenciar a VHS. Alguns erros analíticos podem acelerar aVHS levando a resultados falso-positivos. A inclinação do tubo provoca uma separação do plasma e das hemácias, o que promove a formação de rouleaux e aumento da sedimentação. Uma inclinação de apenas 3º pode provocar aumento de até 30% na VHS. Outros fatores, como uma concentração de anticoagulante maior que a recomendada e temperatura ambiente elevada (>25ºC), também aumentam a VHS. O uso de medicamentos, especialmente heparina e contraceptivos orais, é, também, capaz de aumentar a VHS.

Os valores da VHS são mais altos no sexo feminino, o que pode ser explicado, em parte, pelos valores de hematócrito mais baixos nas mulheres e por diferenças hormonais. Há um aumento de VHS de cerca de 0,85mm/h a cada cinco anos de acréscimo na idade. Esta elevação pode estar relacionada ao aumento do fibrinogênio com o avançar da idade. Por outro lado pode ser decorrente da maior prevalência de doenças ocultas em pacientes idosos. Por este motivo, alguns autores recomendam que não se devem utilizar valores de referência maiores para esta faixa etária.

Tabela 2

 

O aumento da VHS na gravidez parece estar relacionado ao aumento do fibrinogênio e à maior prevalência de anemia durante este período. Recentemente, foram sugeridos valores de referência para a VHS em grávidas saudáveis de acordo com o período gestacional e a presença, ou não, de anemia (Tabela 3).

Tabela 3

 

Dentre as condições que aumentam a VHS estão processos de diferentes causas, como doenças malignas, infecções de qualquer natureza, doenças inflamatórias, e várias outras listadas na Tabela 2. A grande variedade de doenças que alteram a VHS em diferentes níveis demonstra o quanto este exame é inespecífico. Na anemia, a sedimentação das hemácias fica facilitada pela redução do número de hemácias em relação ao volume de plasma. Desta forma, em condições associadas à anemia moderada ou grave, a VHS apresenta utilidade bastante limitada.

Vários fatores são capazes de diminuir a VHS (Tabela 2). Dentre os erros analíticos que podem reduzir a VHS levando a resultados falso-negativos, destacam-se a temperatura ambiente mais baixa que a recomendada (<20ºC) e o atraso na realização do teste. O uso de medicamentos como antiinflamatórios não hormonais em altas doses e corticosteróides também diminui a VHS. Este fato tem maior relevância quando o teste é utilizado para verificar a atividade de doenças inflamatórias do tecido conjuntivo, nas quais estes medicamentos são usados com freqüência. O aumento do hematócrito, como na policitemia, dificulta a sedimentação das hemácias. A presença de hemácias falciformes, na drepanocitose, impede a formação de rouleaux. Em ambos os casos, a VHS estará diminuída. A hipofibrinogenemia hereditária primária e a coagulação intravascular disseminada estão entre as enfermidades que reduzem a VHS devido à redução do fibrinogênio. No entanto, valores baixos de VHS apresentam pouco ou nenhum valor diagnóstico.

A Centerlab comercializa o Sistema VSG Aberto Vacuette:
O sistema consiste em tubos VSG (velocidade de sedimentação globular) contém uma solução tamponada de citrato trissódico 3,2% (0.109 mol/L), na proporção de 1 parte de solução de citrato para 4 partes de sangue; Pipeta graduada com adaptador de borracha e Estante VSG sem escala.

Portanto a metodologia utilizada pela Greiner é a Westergren (tradicional), a qual foi padronizada há muitos anos e possui valores de referência específicos.

Tubo Vacuette

 

Referências:
– MERISIO,P.R.; ALFF, F. A. Comparativo das técnicas do exame de velocidade de hemossedimentação (VHS) descrita por Westergren com citrato e a usual com EDTA, NewsLab, ed 120, p. 76-81, 2013. BUCK, A.; VELASQUEZ, P. G.; DÜSMAN, E. Análise comparativa das diferentes diluições para avaliação da velocidade de hemossedimentação-vhs. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v. 15, n. 3, p. 213-218, set./dez. 201
– HACHEM, R. H. et al. Velocidade de hemossedimentação (VHS) sem diluição: metodologia confiável? Visão Acadêmica, Curitiba, v.11, n.2, Jul. – Dez./2010.
– COLLARES,G.B.; VIDIGAL,P.G. Recomendações para o uso da velocidade de hemossedimentação. Rev Med Minas Gerais 2004;14(1):52-7.
– Instruções de uso Tubos de VSG para coleta de sangue Vacuette – Greiner bio-one.

Velocidade de Sedimentação Globular

Velocidade de Sedimentação Globular

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Velocidade de Sedimentação Globular
Há mais de nove décadas os laboratórios de análises clínicas tem realizado o exame de Velocidade de Sedimentação Globular (VSG). Utilizada na prática médica com poucas indicações precisas, mas auxiliar nas atividades inflamatórias ou infecciosas e acompanhamento de doenças graves.

A técnica utilizada para análise da velocidade de sedimentação globular foi padronizada em 1920 por Westergren, e foi recomendada pelo Internacional Comitee for Standartization in Hematology de 1973 e referenciado no conselho internacional de padronização em hematologia em 1993. A metodologia proposta por Westergren consiste em colocar o sangue venoso anticoagulado com citrato de sódio a 3,8% (relação 4:1 em um tubo de vidro graduado, com 200 mm de comprimento e 2,5mm de diâmetro interno). O tubo é preenchido até a marca zero e deixado na posição vertical por uma hora. A VSG expressa em mm/h será à distância do menisco até o topo da coluna de eritrócitos.

No entanto nos anos seguintes, os laboratórios também passaram a realizar a técnica de formas diferentes, utilizando outros tipos de anticoagulante, ou sendo diluído com soro fisiológico.

A maioria dos laboratórios realizam o exame de VSG utilizando sague colhido em EDTA sem diluição, não se tratando da metodologia de Westergren, e acabam por permanecer com uma técnica da qual não há respaldo técnico e referência literária. Ao realizar o exame com sangue colhido em EDTA sem diluição (técnica usual), a tendência é que as hemácias sedimentem mais rápido, já que as hemácias estão mais próximas devido à ausência de diluição.

Diversos estudos já foram realizados demonstrando diferenças significativas entre os testes com diluição e os testes sem diluição para determinar a velocidade de hemossedimentação. Esses resultados demonstram que o método com a utilização de citrato de sódio tende a ter maior sensibilidade em demonstrar processos inflamatórios, e possuem melhor performance de diagnóstico e controle de doenças inflamatórias crônicas. As “adaptações”, como a não diluição do sangue (utilizar apenas o tubo de EDTA), podem influenciar a sensibilidade do teste, principalmente em valores acima dos limites de referência. Portanto o método alternativo não deve ser usado na rotina laboratorial.

Intervalo de Referência:

Tabela_01

Tabela_02

Tabela_03

 

É evidente que os diferentes anticoagulantes interferem na hemossedimentação, porém é importante que seja ressaltado que os valores de referência foram criados com o uso de citrato de sódio e que não existem testes comparativos para estipular valores de referência para a técnica usual com EDTA sem diluição.

Sistema VSG Aberto Vacuette:
O sistema consiste em tubos VSG (velocidade de sedimentação globular) contém uma solução tamponada de citrato trissódico 3,2% (0.109 mol/L), na proporção de 1 parte de solução de citrato para 4 partes de sangue; Pipeta graduada com adaptador de borracha e Estante VSG sem escala.

Portanto a metodologia utilizada pela Greiner é a Westergren (tradicional), a qual foi padronizada há muitos anos e possui valores de referência específicos.

KIT VSG – PIPETA E TUBO VSG CX/200 VACUETTE

 

Referências:
– MERISIO,P.R.; ALFF, F. A. Comparativo das técnicas do exame de velocidade de hemossedimentação (VHS) descrita por Westergren com citrato e a usual com EDTA, NewsLab, ed 120, p. 76-81, 2013. BUCK, A.; VELASQUEZ, P. G.; DÜSMAN, E. Análise comparativa das diferentes diluições para avaliação da velocidade de hemossedimentação-vhs. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v. 15, n. 3, p. 213-218, set./dez. 2011.

– HACHEM, R. H. et al. Velocidade de hemossedimentação (VHS) sem diluição: metodologia confiável? Visão Acadêmica, Curitiba, v.11, n.2, Jul. – Dez./2010.

– COLLARES,G.B.; VIDIGAL,P.G. Recomendações para o uso da velocidade de hemossedimentação. Rev Med Minas Gerais 2004;14(1):52-7.

– Instruções de uso Tubos de VSG para coleta de sangue Vacuette – Greiner bio-one.

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