A importância da vacinação e o novo calendário de 2025

A importância da vacinação e o novo calendário de 2025

A vacinação é um dos maiores marcos da história da saúde pública. Responsável por erradicar doenças, reduzir internações e salvar milhões de vidas todos os anos, ela representa muito mais do que uma medida preventiva individual — é um compromisso com a saúde coletiva.

Com o avanço da ciência e a constante vigilância epidemiológica, os calendários de vacinação precisam ser atualizados para atender às demandas de cada contexto.

Em 2025, o Ministério da Saúde anunciou mudanças importantes no Calendário Nacional de Vacinação, e a Semana Mundial da Imunização vem reforçar, mais uma vez, o quanto essa prática salva vidas — desde os primeiros momentos da vida até a terceira idade.

Por que a vacinação é tão importante?

A vacina é uma das tecnologias mais eficazes, seguras e acessíveis para a prevenção de doenças infecciosas.

Sua importância se estende por diversos aspectos:

  • Redução de hospitalizações e óbitos:
    Doenças como poliomielite, sarampo, rubéola, meningite e hepatite A,  já foram causas de mortes em larga escala no passado. Com a vacinação, não apenas sua ocorrência caiu drasticamente, como as formas graves também diminuíram.
  • Custo-efetividade
    A vacinação é um dos investimentos mais eficazes do ponto de vista econômico. Afinal, prevenir é sempre mais barato — e mais seguro — do que tratar!
  • Proteção individual e coletiva:
    Ao vacinar-se, a pessoa se protege e também protege quem está ao seu redor, especialmente aqueles que não podem receber determinadas vacinas por questões médicas.
  • Prevenção de doenças emergentes e reemergentes
    Em um mundo globalizado, com constante movimentação de pessoas e mudanças ambientais, o risco de surtos e pandemias é real.
    A vacinação é uma barreira científica fundamental contra essas ameaças. E um exemplo recente foi a pandemia da COVID-19.

Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação 2025

Com base em evidências científicas e estudos recentes, o Ministério da Saúde promoveu ajustes relevantes:

  • COVID-19:
    O imunizante segue no calendário com recomendações específicas por faixa etária e grupos de risco.
    A medida reforça que a COVID-19 continua sendo uma preocupação de saúde pública e que a proteção precisa ser mantida.
  • Influenza:
    Agora faz parte do calendário para crianças entre 6 meses e 5 anos, além de gestantes, idosos e outros grupos prioritários.
    É sempre bom lembrar que a gripe pode ter complicações graves — e a vacina é essencial para evitá-las.
  • Rotavírus:
    Houve ampliação da faixa etária para administração das doses:
    1ª dose: entre 2 meses até 11 meses e 29 dias
    2ª dose: até 23 meses e 29 dias
    O objetivo é garantir proteção contra essa importante causa de diarreia grave em bebês.
  • Poliomielite:
    A dose de reforço com a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) foi substituída por uma dose da vacina inativada (VIP) aos 15 meses.
    Essa mudança busca eliminar o uso da VOPb no Brasil, alinhando o país à estratégia global de erradicação da pólio.

Semana Mundial da Imunização 2025
24 a 30 de abril | Tema: “Imunização para todos é humanamente possível”

Promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a campanha de 2025 reforça o acesso igualitário à imunização em todas as fases da vida.

A ideia é clara: todas as pessoas, em todos os lugares, devem ter acesso à vacinação — um direito humano fundamental e uma ferramenta indispensável para sistemas de saúde resilientes.

A OMS ainda alerta que mais de 25 milhões de crianças deixaram de receber vacinas essenciais nos últimos anos, especialmente durante a pandemia. Recuperar essa cobertura é uma prioridade global.

E o papel dos laboratórios nisso tudo?

Os laboratórios clínicos também são protagonistas nesse cenário. Eles são fundamentais para:

  • Confirmar diagnósticos de doenças imunopreveníveis.
  • Realizar triagens sorológicas.
  • Monitorar a resposta imunológica pós-vacinação.
  • Garantir dados epidemiológicos confiáveis.

Investir em testes de alta qualidade, automatizados e precisos — como os oferecidos pela Labtest Virtue — é contribuir diretamente com estratégias de imunização mais eficazes.

Ou seja, em um cenário de avanços tecnológicos, novos desafios sanitários e maior acesso à informação, vacinar-se continua sendo um gesto de responsabilidade e cuidado — consigo mesmo e com os outros.

As mudanças no calendário de 2025 mostram que a ciência segue atenta e em movimento, e a Semana Mundial da Imunização nos convida a refletir: Como posso contribuir para um futuro mais saudável e justo para todos?

A resposta pode começar com uma simples pergunta ao médico ou uma visita ao posto de saúde mais próximo. Porque vacinar é um ato de esperança. E de humanidade.

Referência:
– Blog da
Labtest

Meningite Bacteriana: Qual a importância do diagnóstico e da diferenciação do agente causador?

Meningite Bacteriana: Qual a importância do diagnóstico e da diferenciação do agente causador?

As meningites bacterianas são infecções agudas responsáveis por muitas mortes e sequelas neurológicas. A bactéria Neisseria meningitidis, também chamada de meningococo, possui grande importância epidemiológica, porque apresentam risco constante de epidemias e elevados índices de morbimortalidade. Contudo, com os avanços terapêuticos e as medidas de suporte avançado reduziram a letalidade, que varia hoje de 5 a 20%. Portanto, é de fundamental importância o diagnóstico e o tratamento precoce.

OS DESAFIOS DO DIAGNÓSTICO CLÍNICO

Meningite significa inflamação das meninges, que são as camadas protetoras que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, ou por processos não-infecciosos, como lesões e tumores. No entanto, as formas mais frequentes são a meningite viral e bacteriana, que concentram também os casos mais graves e com maior taxa de mortalidade. Por isso ambas são consideradas uma importante questão de saúde pública, devido à sua capacidade de ocasionar surtos.

Os sintomas das duas formas são muito parecidos: síndrome febril com sinais neurológicos, muitas vezes confundidas com uma gripe. No caso da doença meningocócica, os pacientes podem desenvolver síndrome febril hemorrágica, e serem confundidos, por exemplo, com um quadro de dengue.

Nos casos virais os sintomas se desenvolvem mais lentamente e sem tanta severidade, e não há um tratamento específico, já que a doença costuma desaparecer sozinha após algumas semanas, assim como acontece com outras viroses. Por outro lado, a bacteriana progride muito rápido e pode ser fatal se não for tratada rapidamente. Por isso o tratamento tardio pode resultar em sequelas como danos cerebrais, perda da audição e visão e até mesmo a amputação de membros.

No controle da doença bacteriana, a medida mais eficaz não está relacionada a terapêutica, mas à prevenção, o uso das vacinas, especificamente contra o Haemophilus influenzae B. A eficácia é inquestionável. Além disso, sabe-se que qualquer bactéria pode causar meningite num indivíduo susceptível. Mas Haemophilus influenzae tipo B, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae(pneumococo) são os agentes responsáveis por aproximadamente 95% dos casos.

A IMPORTÂNCIA DA DIFERENCIAÇÃO DO AGENTE CAUSADOR

As medidas de tratamento são diferentes para cada tipo da meningite, por isso saber se a causa é bacteriana é muito importante, uma vez que determina a gravidade da doença assim como o tratamento adequado.

O diagnóstico laboratorial da meningite bacteriana é realizado através do estudo do líquido cefalorraquidiano LCR (líquor), sangue, bem como raspado de lesões petequiais, característica na doença meningocócica.

O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor. No entanto, nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.

Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite são:

  • Exame quimiocitológico do líquor
  • Bacterioscopia direta(líquor e outro fluídos)
  • Cultura (líquor, sangue, petéquias)
  • Contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro)
  • Aglutinação pelo látex (líquor e soro)

As metodologias mais utilizadas para a diferenciação do agente etiológico são os exames bacterioscópico direto (método de Gram) e o crescimento em meio de cultura, sendo essa considerada padrão ouro. Entretanto, a dificuldade reside na sensibilidade de ambos os métodos, a qual pode variar de 60 a 85% no exame direto e de 70 a 85% na cultura. Além da visualização direta da bactéria, pode-se pesquisar a presença de antígenos bacterianos mais comuns através de prova do látex. Este método, alia ao mesmo tempo rapidez e grande sensibilidade, utiliza partículas de látex marcadas com anticorpos bacterianos específicos, que ao contato com uma amostra de LCR contendo antígeno bacteriano reage com aglutinação visível a olho nu.

Análise LCR

Tabela: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009.

O PRÓXIMO PASSO: DIAGNÓSTICO MOLECULAR PARA MENINGITE

Hoje sabemos que, com o avanço da medicina, os novos conhecimentos sobre fisiopatologia, o surgimento de novos antibióticos e a crescente resistência bacteriana têm como resultado mudanças no diagnóstico e tratamento de várias doenças.

Assim, neste cenário, os exames laboratoriais por biologia molecular são importantes aliados do tratamento médico: por meio da técnica de PCR (Reação em cadeia da Polimerase), identificam por meio do material genético os agentes causadores da meningite e outras doenças infecciosas, oferecendo resultados mais rápidos e com alta sensibilidade e especificidade. Além disso, os painéis multiplex ainda possibilitam a detecção de diversos patógenos simultaneamente em um único teste, com uma única amostra.

Fonte: Kasvi