Cuidados pré analíticos em hemostasia

Cuidados pré analíticos em hemostasia

Para entregar um resultado laboratorial preciso e confiável, um laboratório clínico deve implementar um sistema adequado de gerenciamento de qualidade. Cerca de 60% dos erros laboratoriais ocorrem na fase pré-analítica, e em nenhuma outra área do laboratório o pré-analítico é tão crítico quanto na hemostasia. Nesse informativo iremos discorrer sobre os erros e suas implicações nos variados processos pré-analíticos (Coleta, Manuseio, Transporte e Preparo).

Condições pré-analíticas que afetam os testes de coagulação:

Preparo do Paciente:
– Exercício físico: A alteração da coagulação e da fibrinólise depende da intensidade do exercício;
A atividade moderada pode aumentar a agregação plaquetária, aumento de níveis de serotonina plasmática e beta tireoglobulina. Aumento de até 2,5x de Fator VIII, Von Willebrand e Ristocetina.

– Stress emocional: Aumenta os níveis de Fator VIII, Von Willebrand, Ristocetina, Fibrinogênio e Tempo de Protrombina.

– Níveis hormonais:
A gestação é um estado pró-trombótico, aumenta os níveis de Fator VIII, Von Willebrand e a Proteína S total e livre é diminuída de 2 a 3 vezes. No ciclo menstrual o fibrinogênio diminui no período menstrual e aumenta na fase lútea. Menopausa aumenta os níveis de vários fatores, principalmente fator VIII e fibrinogênio.

– Variação circadiana:
Na manhã tem maiores níveis de agregação plaquetária, atividade de fator VIII, níveis de Proteína C e Proteína S. A tarde a antitrombina atinge o valor máximo.

– Medicamentos:
Além da conhecida warfarina que altera principalmente o TP, hoje com avanço dos medicamentos anticoagulantes temos a nova geração abaixo.

Cuidados com a coleta:
– Garroteamento: Fonte considerável de variabilidade e alterações nas proteínas plasmáticas da coagulação e agregação plaquetária. Garroteamento de 1-3 minutos leva a diferenças significativas em todos os testes de rotina da coagulação, principalmente tempo de protrombina, fibrinogênio e Dimero D.
– Sequência dos tubos: As amostras devem ser colhidas de maneira a preservar a integridade das proteínas, enzimas e cofatores. A punção traumática acarreta a liberação de tromboplastina tecidual e ativação plaquetária, encurtando o TP e TTPA, consumo do fibrinogênio e outros fatores. Deve se observar a sequência dos tubos de coleta, volume de preenchimento dos tubos de citrato de sódio 3,2 % (proporção 9/1).

Homogeneização: Inverter suavemente os tubos entre 4 e 8 vezes, a homogeneização excessiva pode causar hemólise e agregação plaquetária.

Preparo da amostra
ꞏ Transporte: As amostras devem ser enviadas o mais rápido possível para o laboratório e podem ser transportadas nas seguintes condições:
1.Sangue total (citrato de sódio);
2. Centrifugadas, porém mantidas em tubo primário;
3.Centrifugadas e aliquotadas.

As amostras em tubo primário sem centrifugação ou centrifugadas devem ser mantidas tampadas e em temperatura ambiente. Amostras em sangue total não devem ser refrigeradas, armazenadas em gelo ou banho de gelo. O transporte não deve ultrapassar 1 hora, deve ser feito em temperatura ambiente com os tubos na posição vertical. Para transporte externo, congelar logo após a separação do plasma e transportar em container com gelo seco.

– Centrifugação: Padronizar a velocidade de centrifugação em 1500 G, centrifugar os tubos fechados e em temperatura ambiente por 15 minutos.

– Amostras congeladas: Descongelar a 37° por 5 a 10 minutos, não descongelar em temperatura ambiente nem em geladeira. Homogeneizar adequadamente após descongelamento.

– Manipulação: Utilizar somente material plástico.

– Armazenamento: Após a centrifugação o plasma pode permanecer no tubo primário ou pode ser aliquotado para tubo secundário. No preparo das alíquotas, tomar cuidado para não aspirar a camada onde se encontram os leucócitos e plaquetas. Durante o armazenamento os tubos devem permanecer tampados.

Amostra Ideal
– Coleta atraumática e com garroteamento mínimo;
– Volume de preenchimento adequado;
– Homogeneização adequada com o anticoagulante;
– Transporte de amostra em temperatura ambiente;
– Centrifugação em até 1hora após a coleta.

A Centerlab possui linha completa de Coagulação com equipamentos e reagentes de primeira linha. Além de contar com a melhor rede de assessores científicos capacitados a orientar o analista sobre as boas práticas de execução dos testes em hemostasia.

Elite Pro
Metodologia: Ótico Nefelométrico;
Velocidade: 175 TP/hora; 110 TTPA/hora;
Capacidade: 40 amostras, 22 reagentes (14 ambiente, 8 refrigerados).

ACL TOP350
Metodologia: Ótico LED
Velocidade 110 TP/hora; 110 TTPA/hora
Capacidade: 40 amostras (4 racks), 26 Reagentes refrigerados
HIL: Detecção de Hemólise, Icterícia e Lipemia
Detecção de coágulos e amostra insuficiente.
Referências:
– M.Blomback. J Tromb Haemost 2007; 5: 855-8
– CLSI: www.clsi.org – Clinical and Laboratory Stantards Institute
– Testes de Hemostasia: Documento H21 – A5 – 2008, Coleta Transporte, processamento e Armazenamento de Amostra
– 2005: Anvisa – Resolução da Diretoria Colegiada RDC302

AV400 – Greiner

AV400 – Greiner

Av400 – Greiner

AV400

A coleta de sangue é um dos procedimentos clínicos mais comuns para a realização de exames com diversas finalidades na área médica. Porém, apesar de corriqueiro, e aparentemente simples, a combinação de conhecimento técnico, equipamentos de qualidade e atenção dos profissionais na execução do processo, são essenciais para garantir a confiabilidade dos resultados e a integridade dos pacientes.

Dores, hematomas ou até perfuração de artérias, são alguns exemplos de complicações que podem ocorrer devido a falhas durante a coleta, muitas vezes, causadas pela dificuldade de visualizar os vasos sanguíneos em pacientes que possuem acessos não muito aparentes, como idosos e crianças, causando desconforto e estresse adicionais ao paciente, além do tempo prolongado em demasiadas tentativas.

Essas intercorrências podem gerar a recoleta de uma amostra, que é definida por uma nova punção para a retirada de sangue, depois que a primeira coleta não foi eficaz, por diversos motivos, como coagulação, hemólise e fibrina. Estes problemas acontecem no momento da coleta, pela dificuldade inerente à situação do paciente, e segundo estudos, a recoleta é uma das principais causas de perca de pacientes no laboratório.

Felizmente, existe uma solução para aliviar essa frustração, estresse e desconforto. O Greiner Bio-One AV400, é um scanner vascular que projeta a vasculatura do paciente na superfície da pele. Um aparelho versátil e diferenciado pela sua tecnologia de última geração, que oferece diversos benefícios aos médicos, enfermeiros, flebotomistas e pacientes.

O scanner vascular Greiner Bio-One AV400 utiliza luz infravermelha, que através da absorção da hemoglobina, detecta veias subcutâneas e projeta-as com a máxima definição na superfície da pele em tempo real. O modo inverso destaca ainda mais as veias pequenas, que podem ser visualizadas tanto escurecidas como iluminadas. Intuitivo para o usuário, o dispositivo faz a projeção a partir de qualquer ângulo que seja posicionado, de 10 a 45 centímetros acima da pele, e assim, possibilita avaliar e definir o melhor acesso em menos de um minuto, sendo que localiza veias com até 10 mm de profundidade.

Eficaz e prático para quaisquer procedimentos em que a visualização das veias é necessária, o AV400 pode ser utilizado desde a coleta de sangue, infusão de quimioterápicos e contraste em pacientes oncológicos até em tratamentos faciais de dermatologia, estética ou mesmo vasculares. Com o dispositivo, o profissional consegue conferir visualmente a permeabilidade da veia, a fim de evitar válvulas e bifurcações, sendo também muito importante em cirurgias e procedimentos estéticos onde as veias precisam ser evitadas.

 

AV400

O design ergonômico facilita sua higienização, podendo ser ensacado para o uso isolado. Não requer calibração, manutenção de rotina ou preventiva, pois está permanentemente alinhado. Não precisa estar conectado a uma tomada elétrica por ser alimentado pela bateria interna de longa duração e aprovado para operação contínua, sendo que sua recarga é rápida quando não estiver em uso. Portátil e leve, pesa apenas 277 gramas, é pequeno o suficiente para ser transportado nos bolsos de jalecos e uniformes tradicionais. Converte-se facilmente no modo “mãos livres“ com o uso de suportes opcionais móveis ou fixos, para um único profissional conseguir realizar o procedimento.

O AV400, não substitui ou minimiza a importância do conhecimento técnico do profissional da saúde, mas trata-se de uma tecnologia simples que auxilia na localização dessas veias de difícil acesso e que, com certeza, traz mais tranquilidade aos pacientes que ficam menos sujeitos aos riscos e a dor de uma falha no procedimento de coleta de sangue ou aplicação de medicamentos.

Laboratórios, Hospitais, Clínicas de Estética, Bancos de Sangue, dentre diversas instituições de saúde tem escolhido o Greiner Bio-One AV400 como ferramenta essencial para incorporar ao seu padrão de atendimento, proporcionando satisfação para seus pacientes.

Benefícios:
– É portátil;
– Projeta as veias em tempo real e com máxima definição;
– Contém luz infravermelha que possibilita a visualização perfeita independente do ângulo;
– Possui modo inverso: destaca ainda mais as veias pequenas, que podem ser visualizadas tanto escurecidas como iluminadas;
– Localiza veias até 10 mm de profundidade.

Confira as vantagens:


Vantagens_AV400

 

Referências:
– http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320090814145042.pdf (Acesso 22/10);
-https://www.gbo.com/pt_BR/novidades-e-eventos/noticias/ultimas-noticias/news-detail/news/detail/News/av400-umaparelhounico- diversas-possibilidades.html (Acesso 22/10);
– https://newslab.com.br/conheca-o-que-ha-de-mais-novo-e-eficiente-no-segmento-pre-analitico/ (Acesso 22/10).

Exames Especiais

Exames Especiais

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As glicoproteínas são proteínas plasmáticas simples unidas a carboidratos. Formadoras de muco nos tecidos e nas secreções, elas também intervêm como componentes de ligamentos, tendões e cartilagens. Dentre estas um conjunto de proteínas são denominadas “proteínas de fase aguda”, que são aquelas cujo sua concentração aumenta ou diminui em resposta a um estímulo inflamatório. Grande parte destas proteínas executa funções específicas o que as torna muito importantes durante o processo inflamatório.

Mucoproteínas

As mucoproteínas são uma fração de glicoproteínas solúveis e fazem parte do conjunto das “proteínas de fase aguda”. O aumento das mucoproteínas ocorre em vários processos inflamatórios sépticos ou assépticos, agudos ou crônicos e ainda localizados ou sistêmicos, por exemplo: neoplasia, tuberculose, diabetes mellitus, cirrose hepática, psoríase, gota entre outras. Apesar de sua dosagem seriada ser utilizada com certo sucesso para acompanhar a resposta ao tratamento, a falta de especificidade limita muito o seu uso em termos de diagnóstico. Importante ressaltar que não existe correlação entre os níveis séricos de mucoproteínas, proteína C-reativa e antiestreptolisina.

Alfa-1-Glicoproteína Ácida (AGP)
A AGP é uma proteína plasmática sintetizada no fígado, sendo a principal constituinte das mucoproteínas. Também faz parte do conjunto de “proteínas de fase aguda” e apresenta concentração significativamente elevada na vigência de processos inflamatórios. Apesar de ser uma das proteínas mais extensamente estudadas, sua função biológica permanece obscura, constituindo em um achado não relacionado a qualquer doença específica. Logo os níveis de AGP não são úteis para o diagnóstico etiológico do processo inflamatório, porém auxilia no monitoramento da evolução do processo ou na resposta ao tratamento.

Sua concentração plasmática está geralmente elevada após 12 horas de instalado o processo inflamatório. Elevadas concentrações tem sido observadas em diversas condições, tais como: infecções agudas, artrite reumatoide, lúpus
eritematoso sistêmico, infarto agudo do miocárdio, cirurgia, traumatismos, neoplasias, queimaduras e insuficiência cardíaca congestiva. Baixas concentrações são observadas na gravidez e durante o tratamento com estrógeno.

Substituição da dosagem de mucoproteínas por alfa-1-glicoproteína ácida
A quantificação das mucoproteínas pelo método de Winzler não é citada em publicações internacionais há mais de duas décadas, tendo sido substituída amplamente pela quantificação da alfa-1-glicoproteína ácida (AGP) em países de primeiro mundo.

Diversas fontes de possível variação analítica estão relacionadas à determinação de mucoproteínas pelo método de Winzler, as quais podem ser alocadas conforme a fase do procedimento metodológico, ilustrado na figura abaixo:

 

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Na fase de separação, o processo é temperatura dependente, sendo crítica a concentração do ácido perclórico, sua adição lenta e sob agitação à amostra de soro. Na fase de processamento, a qualidade do papel filtro utilizado é determinante, bem como a concentração do ácido fosfotúngstico e a força de centrifugação empregada na precipitação e sedimentação da mucoproteína. Na colorimetria, o cromógeno é dependente do pH alcalino do meio e, por conseguinte, da remoção do ácido utilizado na fase anterior.

A dosagem de AGP por imunoturbidimetria está disponível para uso nos laboratórios clínicos há cerca de três décadas, e vários laboratórios introduziram este ensaio em suas rotinas em substituição à quantificação das Mucoproteínas. Entre as vantagens dessa metodologia, podem ser citadas: menor tempo de análise, especificidade, reprodutibilidade, precisão e capacidade de automação do procedimento, ocasionando em resultados mais confiáveis.

Proteína C reativa (PCR)
A PCR é uma das proteínas de fase aguda induzidas por citocinas, cujos níveis aumentam durante uma resposta geral e inespecífica a infecções e processos inflamatórios não infecciosos. As concentrações de PCR são normalmente baixas no sangue de indivíduos saudáveis; 99% da população têm níveis abaixo de 10mg/L. Esse limiar é frequentemente excedido dentro de 4 a 8 horas após um evento inflamatório agudo, com valores de PCR atingindo aproximadamente 20 a 500mg/L. Como níveis elevados de PCR estão sempre associados a alterações patológicas, o ensaio de PCR fornece informações para o diagnóstico, terapia e monitoramento de doenças inflamatórias.

Substituição do PCR Látex pela Turbidimetria
Atualmente, existem diferentes métodos biológicos de medição para PCR. Os métodos mais conhecidos são: o qualitativo de aglutinação em látex e o quantitativo como a turbidimetria e a nefelometria. A turbidimetria é o método que utiliza os mesmos princípios aplicados na espectrofotometria clássica, e por isso, pode ser adaptada em qualquer equipamento de bioquímica automatizado. Dessa forma, é possível adicionar aos parâmetros bioquímicos de rotina, como glicose e colesterol, dosagens de proteínas específicas como a PCR. Esta pode ser considerada uma grande vantagem da turbidimetria em relação à nefelometria, visto que, a nefelometria requer um equipamento específico, e que nem sempre este se encontra disponível em laboratórios clínicos. Portanto, a utilização da turbidimetria para quantificar níveis de PCR torna possível o acompanhamento de processos inflamatórios de maneira mais precisa, rápida e prática.

Procalcitonina (PCT) – Novidade no controle da infecção sistêmica
A procalcitonina (PCT) é uma proteína precursora do hormônio calcitonina. É produzida pelas células parafoliculares (células C) da tiróide e pelas células neuroendócrinas do pulmão e intestino. O nível de PCT aumenta rapidamente após uma infecção bacteriana com consequências sistêmicas, atingindo seu nível máximo em 24 a 48 horas após a sepse. Em indivíduos saudáveis, as concentrações plasmáticas de PCT estão abaixo de 0.05 ng/mL, mas podem aumentar até 1.000 ng/mL em pacientes com sepse grave ou choque séptico.

Estudos diversos têm demonstrado que as concentrações de procalcitonina decaem rapidamente no processo de recuperação das infecções bacterianas. Dessa forma, tal composto tem sido considerado um biomarcador acurado para avaliar a resposta do hospedeiro, assim como um adjunto aos parâmetros clínicos tradicionais e de diagnóstico, auxiliando no monitoramento e manejo terapêutico de pacientes com infecções sistêmicas possíveis.

Alguns ensaios clínicos têm descrito a redução significativa da exposição de indivíduos a antimicrobianos quando a procalcitonina foi utilizada para guiar decisões quanto ao início da antibioticoterapia em pacientes de baixo risco e durante o tratamento de pacientes com alto risco, apesar dos resultados dos diferentes ensaios clínicos não terem sido avaliados em conjunto.

– AGP TURBIQUEST REF 356-1/38 ML LABTEST – COD. 99652

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– PROCALCITONINA QUANTITATIVO 25 TESTES FINECARE WONDFO FIA – CÓD.: 01910

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– PCT PROCALCITONINA KIT C/10 TESTES PARA F-LINE ECO FIA – CÓD. 02353

PCT PROCALCITONINA
– PCR TURBIQUEST PLUS REF. 331-1/50 1X50 ML LABTEST – CÓD. 06405
PCR TURBIQUEST PLUS  

Referências:

– Picheth et al. Mucoproteína versus alfa-1-glicoproteína ácida. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial.
– Rio de Janeiro, v. 38, n. 2, p. 87-91, 2002.
– Instruções de uso Labtest. AGP Turbiquest. Ref. 356.
– Instruções de uso Labtest. Mucoproteínas. Ref. 20.
– Turbidimetria- Látex PCR – Wama diagnóstica, disponível em:
<https://www.wamadiagnostica.com.br/noticias/turbidimetria-latex-pcr/> acesso em 08/03/2019.