Hematologia Veterinária

Hematologia Veterinária

Mercado Veterinário

O Brasil tem hoje a segunda maior população de cães, gatos e aves canoras e ornamentais do mundo, sendo o terceiro maior país em população total de animais de estimação (mais de 140 milhões), de acordo com o relatório da ABINPET (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação).

Com a demanda cada vez maior e com o número de solicitações de hemogramas veterinários em alta, discutiremos a seguir alguns aspectos relevantes para hematologia veterinária.

Hematologia Veterinária

Diante da particularidade de cada espécie animal, alguns aspectos necessitam de atenção. Devemos observar as características oriundas de cada espécie animal, por exemplo, em relação às hemácias devemos observar o tamanho, presença ou ausência de núcleo, espessura da membrana externa (resistência), intensidade de palidez central e formato das hemácias (eritrócitos), mais detalhes na tabela 1 abaixo:

Essas variações acima podem ser encontradas entre as espécies e dentro de uma mesma espécie animal, os cães da raça Poodle tendem a uma macrocitose, enquanto outras, como Akita e Shiba, tendem a ter microcitose.

Já nas analises hematológicas felinas podemos visualizar macroplaquetas e microcoágulos pela grande ativação plaquetária fora do leito vascular e pela maior predisposição à agregação. Tal fato pode resultar em falsa trombocitopenia em alguns equipamentos que realizam a separação incorreta entre hemácias e plaquetas (impedância). Nessa espécie em especial é comum a visualização de inúmeros Corpúsculos de Heinz, gerados pelo aumento dos radicais sulfidrílicos presente nas hemácias desses animais.

 

Diferença importante entre as hemácias
fonte: Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária, MARY ANNA THRALL, capítulo 5, pág. 66, Roca, 2007
* Não aumenta em resposta a anemia
VCM = Volume Corpuscular Médio

Fatores pré-analíticos merecem uma atenção especial, uma vez que cerca de 70% dos erros estão nessa fase. Dentre as principais causas podemos citar: tempo prolongado de garroteamento e inúmeras perfurações, meia-vidamédia das hemácias (dias), lipêmias pela falta de jejum a falta de proporção sangue/anticoagulante. Outro aspecto derelevância é o estresse de algumas espécies no momento da coleta interferindo nos resultados (ex.: felinos).

Equipamentos Hematológicos Veterinários

As análises das amostras veterinárias em equipamentos padronizados para humanos, são responsáveis por resultados errôneos simplesmente por não respeitar as diferenças acima citadas. Dentre os principais erros podemos destacar: a separação inadequada de células, gerando falsa trombocitopenia, lise inadequada de eritrócitos, levando a uma falsa leucocitose ou valores errôneos de hemoglobina e hematócrito, entre outros. Por isso é imprescindível que os equipamentos veterinários disponibilizem perfis que respeitem as diferenças entre as espécies.

As características do sangue dos animais domésticos também podem danificar equipamentos comuns, pois esses equipamentos não foram preparados para amostras veterinárias, que na sua maioria são mais viscosas, com maior concentração de fibrina, maior tendência à agregação plaquetária, rouleaux e microcoágulos, levando a entupimentos frequente e diminuição da vida útil do equipamento.

A associação de fatores como escolha de equipamento e reagentes adequados e de qualidade, pessoal qualificado e especializado, cuidados na fase pré-analítica e diminuição do estresse no momento da coleta são palavras chaves para um resultado com qualidade e representatividade clínica.

A Centerlab em parceria com os melhores fornecedores tem o prazer de apresentar a vocês equipamentos específicos para analises veterinárias eliminando os erros nas analises com equipamentos humanos, são eles:

ANALISADOR HEMATOLÓGICO VETERINÁRIO COM DIFERENCIAL DE 4 PARTES MEK-6550 – NIHON KOHDEN

Realiza até 60 amostras por hora com 21 parâmetros: canino, felino, bovino e equino,13 parâmetros para ratos, camundongos e outros animais.

6 modos de diluição:
– Normal, Alta, Muito Alta, Muito Baixa e Pré-diluição
– Programa de CQ: • Média • Cálculo de CV
– Tela touch screen de fácil operação
– Amostragem automática;
– Preparação e Limpeza automáticas;
– Limpeza automática do bocal de amostragem;
– Fácil manutenção. Remoção automática de coágulos;
– Durável e robusto. Feito em material resistente à oxidação (ferrugem);
– Tratamento automático do fluido de descarte;
– Modo de contagem simples/duplo;
– Possibilidade de instalação de leitor de código de barra;
– Capacidade de interfaceamento unidirecional;
– Possui alarmes eletrônicos para identificação de anormalidades (Flags WBC, RBC e PLT);
– Possui 2 agulhas de diluição (WBC e RBC).
MEK 6550

 

AUD-H VET – Labtest

O Aud-H Vet é um analisador hematológico veterinário de alta tecnologia, que processa amostra animal e fornece resultados altamente precisos e fáceis de avaliar. Um robusto e flexível sistema com características únicas como o microcapilar, homogeneizador de amostras e reagentes on board, além de ser livre de manutenção para o usuário.

– Até 53 amostras/hora;
– 19 parâmetros: WBC, LYM, LYM%, MON, MON%, GRA/NEU*, GRA/ NEU%*, EOS, EOS%, HGB, MCH, MCHC,
RBC, MCV, HCT, RDW%, RDW, PLT, MPV.
– Volume de aspiração: ≤ 125 μL de sangue total ou ≤ 20 μL (micropipeta sem volume morto)

METODOLOGIAS
– Impedância;
– Fotometria para hemoglobina.
SISTEMA DE PIPETAGEM
– Sonda para aspiração de sangue total;
– Adaptação de micropipetas com volume de 20 μL.
SISTEMA DE HOMOGENEIZAÇÃO
– Homogeneizador embutido de amostras para até 6 tubos.

AUD-H


No dia 09 de setembro comemora-se o dia do médico veterinário, aproveitamos esse boletim para parabenizar e 
agradecer esses profissionais que se dedicam em cuidar da saúde dos nossos melhores amigos!

Referencias Bibliográficas:
– Hospital veterinário saúde – Hematologia Veterinária – https://hospitalveterinariosaude.com.br/hematologia-veterinaria/
– Catálogo Nihon Koden (Analisador Hematológico MEK-6550J/K)
– Site Labtest – AUD-H VET
– Infovet Labtes  https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/52321/1595516902Infovet_desafios_da_hematologia_vet.pdf

Descubra as Tendências dos laboratórios de análises Clínicas no “Novo Normal”

Descubra as Tendências dos laboratórios de análises Clínicas no “Novo Normal”

O cenário da medicina laboratorial está sofrendo mudanças em função da pandemia do SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Os laboratórios tiveram que se adaptar ao que está sendo chamado de “novo normal”.

Cuidados diários relacionados à biossegurança foram introduzidos em todos os serviços essenciais, o que impactou também na rotina dos laboratórios, a fim de evitar a transmissão e o avanço da COVID-19. Esse assunto foi abordado no artigo: “Biossegurança aplicada aos laboratórios durante a pandemia da COVID-19”.

Para colaborar com o estudo de novas práticas, a Dra. Waldirene Nicioli, diretora da Examinare e gestora da Organização Feminina de Análises Clínicas (OFAC), e Dra. Ana Kênila Frota, especialista em análises clínicas da Biodiagnósticos, apresentam neste artigo algumas soluções para mitigar os impactos da pandemia nos laboratórios, que se configuram como tendência neste “novo normal”.

Mudanças provocadas pela COVID-19 nos laboratórios

Alguns estudos apontam que o SARS-CoV-2 pode sobreviver em superfícies por vários dias. Em vista disso, os laboratórios precisam tomar cuidado para evitar a contaminação de equipamentos, pacientes e profissionais. Com a pandemia, os laboratórios tiveram que adotar um plano de contingência para combater a COVID-19, além de seguir as recomendações dos órgãos governamentais e representativos.

Entre as mudanças adotadas pelos laboratórios está a segregação de pacientes que apresentam sintomas respiratórios, disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) diferentes dos utilizados normalmente, aumento da frequência de descontaminação nos ambientes sociais e cuidados na distância mínima entre os clientes. No entanto, outros tipos de serviços, antes disponibilizados por conveniência, passaram a ser solicitados com mais frequência, como as coletas de exames domiciliares e em drive thru, conforme observado pelas especialistas.

“Com a pandemia, conseguimos dar um atendimento mais personalizado e privado, como coletas domiciliares ou em drive thru. Nas coletas domiciliares, atendemos todo o protocolo de segurança, como a proteção de sapatos. Fazemos os agendamentos, com dia e hora marcada, deixando assim o paciente muito mais satisfeito em relação à comodidade, conforto e segurança. Houve também uma mudança no comportamento do paciente, que antes vinha buscar o resultado impresso, mas hoje já prefere acessar o site ou solicitar o envio por WhatsApp”, explica Waldirene.

“Organizamos o fluxo de saída de veículos, a fim de atender os clientes nos horários previamente agendados, para a coleta domiciliar e empresarial, por meio do nosso serviço biomóvel. Neste período oportuno, também implantamos o serviço de drive thru para coleta de sangue. Para esta modalidade de atendimento, criamos o canal direto de agendamento, onde o cliente faz todo o processo de cadastro por WhatsApp e só conferimos a identidade do paciente, que assina os protocolos internos no momento que precede a coleta”, relata Ana Kênila.

Desafios a serem superados pelos laboratórios

O cenário atual exige que os processos laboratoriais sejam muito bem administrados para que os atendimentos sejam realizados de forma eficiente e os efeitos da pandemia sejam mitigados. Os desafios a serem superados pelos laboratórios estão ligados à adaptação a essa nova realidade, mas sem se esquecer das outras doenças que necessitam da realização de exames e demandam procedimentos clínicos.

“Tivemos alteração da demanda e do fluxo para o atendimento de pacientes, mas é preciso lembrar que a população continua adoecendo, pois as demais doenças não desapareceram. Os pacientes precisam de atendimento, tratamento e acompanhamento adequado. Portanto, seguimos funcionando, mas com ajustes essenciais”, explica a gestora da OFAC.

No entanto, há outro tipo de desafio inerente a todos, inclusive à comunidade científica, que trabalha para descobrir como o vírus age no organismo humano, como observou a especialista em análises clínicas.

“Nossos questionamentos são os mesmos do que os de muitos pacientes e profissionais de saúde. Neste momento, temos que nos atualizar a toda novidade científica e informar de maneira clara ao paciente, conforme o que dispomos em literatura. O desafio tem sido entender o comportamento do novo coronavírus, o

reflexo dele no sistema imune e proporcionar ao cliente o máximo de qualidade no diagnóstico com exames sorológicos”, acrescenta Ana Kênila.

Popularização dos termos e as informações falsas

O acesso à informação está cada vez mais democratizado, possibilitando que as pessoas se interessem pelos acontecimentos e comecem a estudá-los. “É muito comum, principalmente em doenças crônicas, os pacientes procurarem informações sobre sua patologia. Hoje, o acesso a elas está muito fácil e extremamente rápido”, explica Waldirene.

Alguns termos ficaram cada vez mais frequentes em jornais, programas de televisão e redes sociais, por exemplo: assintomático, EPI, grupo de risco, pandemia, período de incubação, entre outros. “À medida que se tornam mais conhecidos pela população e são inseridos no vocabulário, facilitam no momento de esclarecer um resultado, laudo ou sintoma”, explica a gestora.

A internet é uma das principais responsáveis por levar esse conhecimento, tornando os pacientes mais exigentes quanto aos serviços prestados. Sobretudo, a gestora alerta sobre a disseminação de notícias falsas. “As informações nem sempre são fidedignas.”

Para combater tais informações, as instituições de saúde têm o compromisso de esclarecer os questionamentos vindos dos pacientes, ajudando, por exemplo, a orientar qual o melhor teste a ser feito. “Todo o contato ou informação que chegue à população deve ser informativo e claro. Os pedidos de exames para detecção do vírus ou sorologia para a COVID-19 são, na maioria das vezes, por solicitação própria. No momento do atendimento ao cliente para o agendamento do seu exame, devemos, enquanto instituição de saúde, informar o melhor teste ou momento para a coleta de amostras para realizar os exames. Dúvidas surgem até mesmo por parte da equipe e precisam ser sanadas, para que a informação chegue de forma completa ao cliente”, observa Ana Kênila.

Perspectiva dos laboratórios 

Os efeitos causados pela pandemia da COVID-19 são notórios na vida social e econômica em proporções planetárias. A população continua sendo acometida por diversas doenças, incluindo pacientes portadores de doenças crônicas, que requerem exames laboratoriais tanto para diagnóstico quanto para monitoramento. Assim, os serviços prestados pelos laboratórios se tornam ainda mais indispensáveis.

“A grande questão é como atender a este novo formato de coleta e se adaptar a essa nova realidade de procedimentos. O planejamento neste momento é tão importante quanto a capacidade de adaptação. Precisamos ser capazes de analisar e criar ações para os possíveis distintos cenários, desde os mais otimistas aos mais pessimistas”, explica Waldirene.

Não é possível prever quais serão os problemas a serem enfrentados, mas o cenário atual pode servir como lição. Caso surjam novos surtos, os laboratórios estarão mais preparados para esse enfrentamento. “Qual será a situação do laboratório, após a pandemia, ninguém pode dizer efetivamente, mas é fato que as ações tomadas durante a crise determinarão a visibilidade (positiva ou não) do negócio”, finaliza a gestora da OFAC.

Fonte: Labtest

Controles e Calibradores: Conheça a importância desses materiais para um laboratório de Análises Clínicas

Controles e Calibradores: Conheça a importância desses materiais para um laboratório de Análises Clínicas

Imagem retirada do site da Labtest

Fundamentais para a gestão da qualidade da fase analítica nos laboratórios de análises clínicas, esses materiais também garantem credibilidade e confiabilidade nos procedimentos e exames realizados

O uso de equipamentos e produtos de qualidade são fatores que garantem os bons resultados de um laboratório de análises clínicas. Contudo, a performance dos sistemas utilizados deve ser constantemente medida e corrigida, para que o resultado do exame não contenha erro inaceitável. É por isso que existem os calibradores e os controles de qualidade, que são materiais usados para aferição e monitoramento desses atributos.

O calibrador, também chamado de padrão, é usado para transferir exatidão ao sistema analítico, ou seja, para ajustar a medição dos parâmetros para o mais próximo do valor real. Já os materiais de controle são usados no monitoramento da estabilidade do sistema analítico, avaliando a precisão e indicando necessidade de troca de reagentes, calibração, manutenção corretiva etc.

“O calibrador ou padrão possui uma quantidade conhecida de um determinado analito e essa quantidade é informada ao equipamento para que ele a use como referência. Ao calibrar um equipamento com este material, ele faz uma relação entre a quantidade informada previamente e a medição que ele obteve durante a calibração. A partir desses dados, ele calcula os resultados das amostras de controle e amostras de pacientes fazendo uma relação entre eles. Por exemplo, quando calibramos o parâmetro Glicose, usamos um padrão ou calibrador que possui quantidade conhecida do analito. O sistema armazena essa referência e a utiliza para calcular os resultados dos exames que são feitos após a calibração” explica Cristiano Cambraia, da equipe de Pós-Vendas da Labtest.

A diferença entre padrão e calibrador está relacionada à sua composição. O padrão geralmente é uma solução aquosa (matriz não proteica) e é específico para apenas um parâmetro. O calibrador possui uma matriz proteica e pode ser utilizado para calibrar um ou mais parâmetros. “Geralmente, os padrões são usados em equipamentos manuais ou semiautomáticos. Já os calibradores com matriz proteica são mais utilizados nos equipamentos automatizados e para calibração de enzimas em equipamentos semiautomáticos“, define Cambraia.

Materiais de Controle

Enquanto os calibradores atuam para ajustar o sistema, os controles têm a função de monitorar o sistema e avaliar a sua estabilidade. Esses materiais são comercializados na forma liofilizada e/ou prontos para uso. Os erros durante a sua preparação e armazenamento devem ser minimizados a partir do uso de água reagente, pipetas calibradas e armazenamento adequado para a obtenção dos parâmetros com maior exatidão.

As diferenças entre calibradores e controles estão, portanto, associadas a suas aplicações e todos os materiais devem ser apropriados para o método analítico a ser adotado.

É recomendado que os laboratórios utilizem o controle interno da qualidade em sua rotina e participem de um programa de avaliação externa da qualidade, onde será possível comparar a sua performance com outros laboratórios que utilizam os mesmos sistemas de análise.

Fonte: Labtest