DLI – Dia Livre de Impostos

DLI – Dia Livre de Impostos

O Dia Livre de Impostos nasceu para manifestar a insatisfação do brasileiro com a tributação abusiva que limita o poder de consumo da população, além de servir de freio para o crescimento econômico do país.

Para você ter uma noção: Em um ranking de 30 países, o Brasil é o 14º que mais arrecada imposto. E está em último como país que melhor retorna o dinheiro para a população.

O brasileiro trabalha em média 153 dias (5 meses) por ano só para pagar impostos. Apenas nos setores de Maquiagem e Eletrônicos as cargas tributárias são de 58% e 43%, respectivamente.

No Dia Livre de Impostos os lojistas participantes vão comercializar seus produtos com descontos no valor que normalmente é consumido por taxas de tributação.

A proposta do DLI é promover uma data de conscientização para a população sobre as altas cargas tributárias pagas no país. E como forma de materializar essa conscientização, todos os lojistas participantes comercializam produtos ou serviços isentos de impostos, arcando eles mesmos com os impostos descontados nesse dia.

Assim conscientizamos os consumidores quanto ao real impacto dos impostos em suas vidas e aumentamos o seu poder de consumo por um dia.

 

https://www.dialivredeimpostos.com.br/#sobre-o-dli

Analise de Talassemias Com Celltac ES

Análise de Talassemias Com Celltac Es MEK-7300

RDW-SD: Um parâmetro potencial para identificação de anemias.
Department of Clinical Laboratory, The University of Tokyo Hospital

A talassemia é uma doença sangüínea ou hemoglobinopatia, que é hematologicamente classificada como anemia hipocrômica microcítica com maior incidencia nos povos do mediterrâneo, que originaram grandes contingentes de imigrantes para o Brasil. Talassemia e anemia ferropriva têm sintomas clínicos semelhantes. Assim,  uma identificação mais rápida ajudaria o médico em seu diagnóstico. O analisador de hematologia Celltac Es MEK-7300 da Nihon Kohden possui o parâmetro RDW-SD. Um parametro eficaz para auxiliar nesse diagnóstico, aliado ao uso de duas agulhas que distribuem a amostra em suas respectivas camaras, reduzindo o arraste Carry Over, tornando seus resultados mais precisos.

Verificamos a eficácia do parâmetro RDW-SD do Celltac Es MEK-7300 como um parâmetro potencial para identificação de anemia, comparando contagens de células sanguíneas relacionadas com RBC e histogramas para talassemia e anemia ferropriva.

Então, encontramos diferença significativa no RDW-SD de pacientes com talassemia e anemia ferropriva enquanto o RDW-CV e histogramas não mostram diferenças significativas.

Para o rastreio de talassemia, o RDW-SD do Celltac Es MEK-7300 efetivamente fornece dados eficazes para um diagnóstico preciso do médico. Como mostrado no Gráfico.

Análise de Talassemias Com Celltac Es MEK-7300

BrCAST – Versão brasileira do European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing

BrCAST – Versão brasileira do European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing

Centernews_115

BrCAST
A Centerlab em parceria com a Laborclin entende que muito além de nossos objetivos comerciais, possuímos a missão e a responsabilidade de compartilhar conhecimento técnico e científico, ajudando a melhor promover a saúde pública no país.

Em 14 de dezembro de 2018, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 64 de 11/12/2018 que “Determina aos laboratórios de rede pública e rede privada, de todas as Unidades Federadas, a utilização das normas de interpretação para os testes de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA), tendo como base os documentos da versão brasileira do European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing, o BrCAST”.

Segundo o documento, a medida foi tomada devido à necessidade de padronização da interpretação dos testes de sensibilidade aos antimicrobianos nos laboratórios clínicos e de pesquisa, assim como fortalecer a rede laboratorial, melhorando a qualidade dos resultados para uma melhor vigilância epidemiológica e clínica. Tais ações ajudariam adequadamente a prescrição de medicamentos, bem como auxiliariam as medidas de prevenção e controle para impedir a disseminação de doenças infecto-contagiosas.

O BrCAST é um comitê designado conjuntamente pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasileira de Microbiologia e Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial. Os
objetivos principais são representar o Brasil nas instituições que atuem ativamente na padronização de testes de sensibilidade aos antimicrobianos e buscar um consenso internacional e/ou harmonização com o European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EuCAST) e o Clinicas and Laboratory Standart Institute (CLSI).

O Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos tem como objetivos ser um guia na escolha da terapia racional, garantir a eficácia microbiana quando a sensibilidade não pode ser prevista, e fornecer dados epidemiológicos.

Os documentos do BrCAST disponíveis, gratuitos e em português incluem Tabelas de Pontos de Corte, Tabelas de Controle de Qualidade, Manual de Disco Difusão, Guia de Leitura e Lista para implantação. O prazo para os laboratórios se adequarem à metodologia BrCAST é de 12 meses, contados a partir da data de publicação desta Portaria.

Para iniciar a implantação é necessário:
– identificar o método a ser utilizado (manual , automação, etc);
– encontrar documentos necessários – para isto acessar brcast.org.br;
– conferir os materiais necessários;
– comparar os documentos, BrCAST X CLSI para facilitar adequação.

As principais modificações presentes neste novo padrão de antibiogramas consistem em:
– Alteração do tipo de ágar para a leitura do TSA em microrganismos fastidiosos. O CLSI indica a utilização do ágar Mueller
Hinton com 5% de sangue de carneiro, já o BrCAST padroniza a utilização de Mueller Hinton com 5% de sangue de cavalo e
20mg/L β-NAD.
– Alteração da concentração de dez antibióticos utilizados, como mostra a tabela abaixo.

BrCAST

– Incubação:
Inverter a placa e incubar em até15 minutos após a aplicação dos discos;
Incubação: 35±1ºC; 16-20h; Atmosfera normal;
Exceção 1 –Glicopeptídeos para Enterococcussp. – realizar leitura em 24h;
Exceção 2: Corynebacterium spp, Aerococcus e Kingella. Realizar leitura em 40-44h se crescimento insuficiente;
Exceção 3: Streptococcus spp, Haemophylus spp, Neisseria spp, outros fastidiosos em tensão de CO2 (4-6%).

– Leitura dos halos:
Superfície escura com luz posicionada diretamente sob a placa;
Auxílio de uma régua ou halômetro sobre o fundo da placa;
Meios com sangue – placa aberta – crescimento, não hemólise;
Leitura de oxacilina e vancomicina para Staphylococcus spp. e vancomicina para Enterococcus spp. deve ser feita sob uma luz transmitida.
– Apenas o CLSI define como Sensível dose dependente (SDD), para aquelas concentrações dependentes do regime de dose.
O BrCAST define a Área de Incerteza Técnica (AIT). Esta área corresponde a um valor de CIM e/ou intervalo de halo de inibição onde a categorização é incerta. Repetir o teste ou usar método alternativo (se houver dúvida quanto ao resultado). Modificar categoria se houver opções terapêuticas disponíveis ( com observação no laudo).


Método de Disco difusão

Temos ampla linha dos Discos de Antibiótico, bem como todos os meios de cultura indispensáveis para seus exames. Consulte-nos!

Produtos

 

Referências:
Brazilian Committee on Antimicrobial Susceptibily Testing, BRCast. Orientações do EUCast/BRCast para a detecção de mecanismos de resistência e resistências específicas de importância clínica e/ou epidemiológica. Versão 2.0. Junho de 2017.

Quantificação de DNA: o que pode influenciar na qualidade da amostra

Quantificação de DNA: o que pode influenciar na qualidade da amostra

Em reações PCR faz-se necessário trabalhar com DNA de boa qualidade. E conhecer a eficiência de cada processo na análise de DNA, tais como a extração, quantificação e purificação do DNA. É necessário extrair o DNA intacto para não quebrar as ligações, já que são estas as responsáveis pela informação genética. Qualquer que seja a técnica a utilizada, a qualidade nos processos envolvidos é fundamental.

Interferentes na extração de DNA e RNA

Diversos tipos de amostras podem ser utilizadas para a extração, desde sangue até um único fio de cabelo. Entretanto, a amostra também irá determinar a qualidade do material extraído.

A quantidade de DNA purificado depende do tipo de amostra e do número de células presentes que pode variar, por exemplo, conforme a idade do paciente e seu estado de saúde e também devido as condições de transporte, armazenamento e idade das amostras. O volume utilizado é um fator muito importante.

Amostras frescas e congeladas de sangue terão um rendimento diferente. Amostras de sangue estocadas a 4°C por alguns dias ou congelado por semanas, podem ainda permitir isolamento de DNA. Porém, o rendimento e a qualidade do DNA podem diminuir devido ao armazenamento prolongado nestas condições. Certamente a qualidade e o rendimento de amostras se sangue fresco serão bem maiores do que amostras de sangue congeladas por anos.

Existem diversos kits para extração de DNA e RNA disponíveis no mercado, mas é imprescindível escolher qual é o kit ideal para atender ao que você necessita. É preciso levar em consideração a otimização do rendimento e a degradação do DNA ou RNA durante a extração, a sua eficiência em termos de custo, tempo e simplicidade da metodologia. Além disso, há a preocupação com componentes de baixo risco para o usuário, gerando ainda o mínimo possível de resíduos perigosos.

Passos para realizar a Extração e Purificação de DNA

Alguns procedimentos básicos são realizados para isolar e purificar o DNA. São eles:

-Etapa de Lise – o primeiro passo consiste em realizar a lise (quebra) da célula para expor o DNA.
– Ligação – uma membrana de sílica retém e concentra o DNA.
– Etapa de Lavagem – quebrar e emulsionar a gordura e as proteínas que formam a membrana da célula. Isto normalmente é feito utilizando soluções detergentes e por centrifugação. As etapas de lavagem removem estes resíduos contaminantes, restando apenas a membrana com o DNA.
– Etapa de Eluição – por fim ocorre a liberação dos ácidos nucléicos (DNA/ RNA) da membrana. Isto proporciona o DNA purificado pronto para ser utilizado em diferentes aplicações.

Informativo_07

 

A extração de DNA e/ou RNA é o primeiro passo para a execução de diferentes procedimentos na Biologia Molecular. A escolha dos melhores produtos para essa etapa é fundamental para a qualidade final do diagnóstico.

Quantificação e Pureza do DNA

A quantificação envolve a estimativa da concentração do DNA obtida, que depende do tipo e quantidade de amostra disponível. Dentre os métodos disponíveis para quantificação tem-se a eletroforese em gel de agarose, que permite a resolução de ácidos nucléicos, um método comparativo, a utilização do fluorímetro, um equipamento que trabalha com alterações nas características de fluorescência na presença de DNA, um método quantitativo; e a espectrofotometria, realizada por medição da quantidade de luz absorvida pelo DNA.

Quantificação de DNA em eletroforese em gel de agarose

A análise das bandas do gel, que correspondem a moléculas de DNA, é realizada aplicando-se também no gel dois tipos de soluções padrão, dependendo do objetivo da análise, que pode ser:

– Quantificar e avaliar a integridade do DNA proveniente das técnicas de extração;
– Estimar o tamanho das moléculas das bandas nos géis por comparação com soluções com fragmentos de DNA de tamanho conhecido, chamados de marcadores de peso molecular.

Nas extrações podem-se obter grandes moléculas, que incluem cromossomos inteiros ou cromossomos fragmentados. Amostras de boa qualidade formam bandas íntegras, enquanto amostras degradadas ou com presença de moléculas de RNA apresentam rastros ao longo do gel. A quantificação é feita pela comparação entre a intensidade da fluorescência das amostras extraídas com uma solução de DNA de concentração conhecida.

Quantificação de DNA por espectrofotometria

É capaz de determinar as concentrações médias dos ácidos nucléicos DNA ou RNA presentes em uma amostra, bem como sua pureza. A quantificação de DNA por espectrofotometria é realizada por medição da quantidade de luz absorvida pelo DNA em solução no comprimento de onda de 260 nm. Quanto maior for a absorção de luz nesse comprimento de onda, maior a concentração de DNA na solução. Assim, sabendo que o valor de absorbância (A) de 1,0 corresponde a uma concentração de 50 µg de DNA (fita dupla) por mililitro (mL), é possível calcular a concentração do DNA obtido das amostras.

É comum que as amostras de ácido nucleico sejam contaminadas com outras moléculas (proteínas, compostos orgânicos, outros). O benefício secundário da utilização de análise por espectrofotometria é a capacidade de determinar a pureza da amostra usando o cálculo de 260 nm: 280 nm. Valores entre 1,4 e 2,0 indicam pureza adequada das extrações de DNA, enquanto valores abaixo de 1,4 podem significar a presença de proteínas ou outros contaminantes.

Informativo_07

 

Quantificação de DNA por fluorimetria

Também conhecida como espectrofluorimetria é outro tipo de espectroscopia eletromagnética que analisa a luz emitida pelas moléculas fluorogênicas. Um método alternativo para avaliar a concentração de DNA e RNA é marcar a amostra com um marcador fluorescente, que é um corante fluorescente usado para medir a intensidade dos corantes que se ligam a ácidos nucléicos e fluorescem seletivamente quando ligados (por exemplo, brometo de etídio). Este método é útil para casos em que a concentração é muito baixa para avaliar com precisão pela espectrofotometria e nos casos em que os contaminantes que absorvem a 260 nm impossibilitam a quantificação exata por esse método. O benefício da quantificação de fluorescência de DNA e RNA é a melhor sensibilidade sobre a análise espectrofotométrica. Embora, esse aumento na sensibilidade acarrete o custo de um preço mais alto por amostra e um processo demorado de preparação da amostra.

Outras contaminações também devem ser observadas durante o isolamento do DNA:

– Contaminação por fenóis – isto pode se expressar pela coloração marrom ou muito escura do DNA.
– Contaminação por polissacáridos – a amostra de DNA surge com um aspecto gelatinoso e excessivamente viscoso.
– DNA degradado – isto pode ocorrer pela contaminação das DNAses, por quebra mecânica durante a extração com clorofórmico ou por contaminação com RNA. É visível pelo DNA apresentar um arraste vertical no gel.

Fonte e imagens: Kasvi

 

Preparo de soluções em laboratório: concentração, fator de diluição e diluição seriada

Preparo de soluções em laboratório: concentração, fator de diluição e diluição seriada

O preparo e a diluição de soluções fazem parte da rotina de qualquer laboratório. Independente de qual seja o seu experimento ou análise, um dos primeiros passos será realizar a preparação de reagentes.

A maioria dos laboratórios possuem as soluções armazenadas em uma concentração mais alta, seja por conveniência ou para evitar a contaminação. Por isso, fazem as diluições de acordo com a demanda e necessidade para determinado experimento.

Vale destacar que existem muitas maneiras de expressar a concentração de uma solução e por isso é tão importante a padronização de medidas. A obtenção de resultados confiáveis exige que se conheça os conceitos fundamentais, indispensáveis para qualquer procedimento analítico.

Soluto, Solvente, Diluição e Concentração

Entender e usar os termos apropriados é essencial e há vários deles usados em associação com soluções. Muitos desses você já conhece, outros podem ser novos, mas igualmente importantes. Listamos abaixo alguns mais usados:

-Solução química: é a mistura homogênea formada por dois componentes, o soluto e o solvente.
– Soluto: é a substância que se dissolve em uma solução.
– Solvente: é a substância na qual o soluto será dissolvido para formação de um novo produto.
– Diluição: é a adição de solvente em uma solução, que diminui a concentração do soluto.
– Concentração: é utilizada para fazer a relação entre a quantidade de soluto e a quantidade de solvente em uma solução.
– Solução estoque: solução concentrada. Pode ser armazenada e diluída conforme necessário, fornecendo soluções de menor concentração.

Por exemplo, ao adicionar uma colher de sal em um copo com água, o sal é o soluto e a água é o solvente. A mistura desses dois componentes forma a solução. A solução diluída terá menor quantidade de sal, enquanto a solução concentrada terá uma quantidade relativamente maior.

O método para medir o soluto e o solvente depende da unidade de concentração desejada.

Expressões da concentração de uma solução

Mais comumente, a concentração de uma solução é expressa em solução percentual, molaridade e molalidade. Ao calcular os fatores de diluição, é importante que as unidades de volume e concentração permaneçam iguais.

De acordo com a IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada) e o Sistema Internacional de Unidades (SI), a “quantidade de matéria” é expressa em mol, independente da entidade a que se refere, átomos, íons ou moléculas. Assim, a maneira mais prática de expressar a concentração é a molaridade.

Molaridade

Molaridade é a concentração de “quantidade de matéria” de uma solução, em outras palavras número de mols por litro de solução. Um mol de uma substância é igual a seu peso molecular em gramas. É possível determinar o peso molecular a partir da tabela periódica. Por exemplo, para o cloreto de sódio (NaCl) Na=22,98 e Cl=35,45 então o peso molecular dessa substância é 58,43.

A concentração em molaridade é a concentração atualmente mais utilizada nos centros de pesquisas e nas indústrias, por ser utilizada mundialmente, facilitando as informações entre laboratórios nacionais e internacionais.

M = Número de mol do soluto /  volume da solução (L)

Molalidade

Molalidade representa a quantidade de soluto em mol por 1 kg de solvente. É, muitas vezes, confundida com molaridade. A molalidade é sempre expressa em termos de quantidade de matéria por massa. A expressão utilizada para molalidade é mol por quilograma (mol/kg).

 Porcentagem

As soluções em porcentagem são baseadas em 100 ml de solução ou, ocasionalmente, 100 g (partes por cem). A maioria das soluções serão em gramas de soluto por 100 ml de solução (peso/volume). Existem também as porcentagens em peso de soluto por 100 g de solução (peso/peso) e de volume do soluto por volume da solução (volume/volume).

% em massa = (massa do soluto / massa da solução) x 100%

% em volume = (volume do soluto / volume da solução) x 100%

% em massa/volume = (massa do soluto/ volume da solução) x 100%

Fator de diluição

Diluição refere-se ao processo de preparar uma solução de menor concentração a partir de concentrações mais altas. Assim, o volume da solução de interesse é combinado com o volume de solvente adequado, alcançando a concentração que se deseja. Portanto, o fator de diluição é o número total de volumes em que o seu material será dissolvido.

As soluções de diluição são um processo necessário no laboratório, pois as soluções de estoque são frequentemente compradas e armazenadas em formas muito concentradas.

Para que as soluções possam ser usadas (numa titulação, por exemplo), elas devem ser precisamente diluídas, obtendo uma concentração conhecida e menor.

Para fazer uma diluição, você adiciona uma pequena quantidade de uma solução estoque a uma quantidade de solvente. A solução resultante contém a quantidade de soluto originalmente retirada da solução estoque, dispersa em um volume maior.

Para calcular o valor de diluição é preciso usar a fórmula:

C1 x V1 = C2  x V2

C1= concentração antes da diluição (solução estoque)
V1= volume antes da diluição
C2= concentração após a diluição (nova solução)
V2= volume após a diluição
*Ao calcular os fatores de diluição, é importante que as unidades de volume e concentração sejam as mesmas.

A quantidade de solvente a ser adicionada é igual a V2-V1.

O fator de diluição é frequentemente expresso usando expoentes, 1: 100 (10-2) 1:1000 (10-3) e assim por diante.

Diluições seriadas

Uma diluição seriada é uma técnica na qual se realizam várias diluições progressivas. Inicia com a solução mais concentrada chegando a soluções menos concentradas, amplificando o fator de diluição rapidamente.

A fonte do material de diluição (soluto) para cada etapa é proveniente do material diluído da etapa anterior. Em uma diluição em série, o fator de diluição total é o produto dos fatores de diluição em cada etapa. Assim, se você tiver uma diluição 1/2, seu fator de diluição é 2, todas as diluições seguintes serão multiplicadas por 2.

Para ter 1 mL de solução, como no exemplo abaixo, você terá a adição de 0,1 ml do concentrado mais 0,9 mL do diluente.

Diluições em série são usadas para criar com precisão soluções extremamente diluídas, bem como soluções para experimentos que exigem uma curva de concentração com uma escala exponencial ou logarítmica.

A técnica é útil quando há escassez do volume do concentrado ou do diluente, havendo necessidade de minimizar seu uso, ou quando há necessidade de diversas diluições, por exemplo, na determinação de um título ou na contagem de microrganismos.

Informativo_07
Imagem retirada do site da Kasvi

Fonte:  KASVI

Apenas 20% da indústria farmacêutica é digitalmente madura

Apenas 20% da indústria farmacêutica é digitalmente madura

São Paulo — A indústria farmacêutica está a todo vapor fazendo a sua transformação digital em suas operações. Apesar dos avanços, apenas 20% das companhias podem ser consideradas digitalmente maduras, de acordo com estudo da Deloitte em parceria com o MIT Sloan Management Review, obtido com exclusividade pela revista EXAME.

A pesquisa aponta ainda que essa virada digital é prioridade para 58% das empresas e 79% esperam fazer um investimento significativo em iniciativas digitais nos próximos cinco anos.

A diferença entre uma companhia digitalmente madura e uma que ainda está em um estágio inicial de transformação é que a mais evoluída usa uma gama maior de ferramentas digitais e possui mais manejo para alterar rotas, caso seja necessário.

Além disso, tende a incentivar mais as trocas de experiências entre áreas distintas e até com outros negócios, como hospitais e planos de saúde, além de médicos e pacientes, o que acaba trazendo resultados melhores no longo prazo.

Embora o digital seja uma prioridade para mais da metade das empresas entrevistadas pelo MIT e pela Deloitte, há companhias que ainda encontram empecilhos pelo caminho, tais como a falta de uma visão clara, liderança inadequada e financiamento limitado.

Não à toa, mais de três quartos dos entrevistados (78%) disseram que suas organizações precisam encontrar novos líderes para ter sucesso na era digital. Apenas 20% afirmaram que suas companhias estão desenvolvendo líderes que possuem os recursos necessários para implementar essa transformação.

“As empresas da indústria farmacêutica precisam enfrentar bravamente os riscos, em vez de deixar que as preocupações atrasem seus esforços de transformação”, afirma Enrico De Vettori, sócio-líder para Life Science e Healthcare da Deloitte.

Fonte: Exame

Exames Especiais

Exames Especiais

Centernews_114

As glicoproteínas são proteínas plasmáticas simples unidas a carboidratos. Formadoras de muco nos tecidos e nas secreções, elas também intervêm como componentes de ligamentos, tendões e cartilagens. Dentre estas um conjunto de proteínas são denominadas “proteínas de fase aguda”, que são aquelas cujo sua concentração aumenta ou diminui em resposta a um estímulo inflamatório. Grande parte destas proteínas executa funções específicas o que as torna muito importantes durante o processo inflamatório.

Mucoproteínas

As mucoproteínas são uma fração de glicoproteínas solúveis e fazem parte do conjunto das “proteínas de fase aguda”. O aumento das mucoproteínas ocorre em vários processos inflamatórios sépticos ou assépticos, agudos ou crônicos e ainda localizados ou sistêmicos, por exemplo: neoplasia, tuberculose, diabetes mellitus, cirrose hepática, psoríase, gota entre outras. Apesar de sua dosagem seriada ser utilizada com certo sucesso para acompanhar a resposta ao tratamento, a falta de especificidade limita muito o seu uso em termos de diagnóstico. Importante ressaltar que não existe correlação entre os níveis séricos de mucoproteínas, proteína C-reativa e antiestreptolisina.

Alfa-1-Glicoproteína Ácida (AGP)
A AGP é uma proteína plasmática sintetizada no fígado, sendo a principal constituinte das mucoproteínas. Também faz parte do conjunto de “proteínas de fase aguda” e apresenta concentração significativamente elevada na vigência de processos inflamatórios. Apesar de ser uma das proteínas mais extensamente estudadas, sua função biológica permanece obscura, constituindo em um achado não relacionado a qualquer doença específica. Logo os níveis de AGP não são úteis para o diagnóstico etiológico do processo inflamatório, porém auxilia no monitoramento da evolução do processo ou na resposta ao tratamento.

Sua concentração plasmática está geralmente elevada após 12 horas de instalado o processo inflamatório. Elevadas concentrações tem sido observadas em diversas condições, tais como: infecções agudas, artrite reumatoide, lúpus
eritematoso sistêmico, infarto agudo do miocárdio, cirurgia, traumatismos, neoplasias, queimaduras e insuficiência cardíaca congestiva. Baixas concentrações são observadas na gravidez e durante o tratamento com estrógeno.

Substituição da dosagem de mucoproteínas por alfa-1-glicoproteína ácida
A quantificação das mucoproteínas pelo método de Winzler não é citada em publicações internacionais há mais de duas décadas, tendo sido substituída amplamente pela quantificação da alfa-1-glicoproteína ácida (AGP) em países de primeiro mundo.

Diversas fontes de possível variação analítica estão relacionadas à determinação de mucoproteínas pelo método de Winzler, as quais podem ser alocadas conforme a fase do procedimento metodológico, ilustrado na figura abaixo:

 

Centernews_114

 

Na fase de separação, o processo é temperatura dependente, sendo crítica a concentração do ácido perclórico, sua adição lenta e sob agitação à amostra de soro. Na fase de processamento, a qualidade do papel filtro utilizado é determinante, bem como a concentração do ácido fosfotúngstico e a força de centrifugação empregada na precipitação e sedimentação da mucoproteína. Na colorimetria, o cromógeno é dependente do pH alcalino do meio e, por conseguinte, da remoção do ácido utilizado na fase anterior.

A dosagem de AGP por imunoturbidimetria está disponível para uso nos laboratórios clínicos há cerca de três décadas, e vários laboratórios introduziram este ensaio em suas rotinas em substituição à quantificação das Mucoproteínas. Entre as vantagens dessa metodologia, podem ser citadas: menor tempo de análise, especificidade, reprodutibilidade, precisão e capacidade de automação do procedimento, ocasionando em resultados mais confiáveis.

Proteína C reativa (PCR)
A PCR é uma das proteínas de fase aguda induzidas por citocinas, cujos níveis aumentam durante uma resposta geral e inespecífica a infecções e processos inflamatórios não infecciosos. As concentrações de PCR são normalmente baixas no sangue de indivíduos saudáveis; 99% da população têm níveis abaixo de 10mg/L. Esse limiar é frequentemente excedido dentro de 4 a 8 horas após um evento inflamatório agudo, com valores de PCR atingindo aproximadamente 20 a 500mg/L. Como níveis elevados de PCR estão sempre associados a alterações patológicas, o ensaio de PCR fornece informações para o diagnóstico, terapia e monitoramento de doenças inflamatórias.

Substituição do PCR Látex pela Turbidimetria
Atualmente, existem diferentes métodos biológicos de medição para PCR. Os métodos mais conhecidos são: o qualitativo de aglutinação em látex e o quantitativo como a turbidimetria e a nefelometria. A turbidimetria é o método que utiliza os mesmos princípios aplicados na espectrofotometria clássica, e por isso, pode ser adaptada em qualquer equipamento de bioquímica automatizado. Dessa forma, é possível adicionar aos parâmetros bioquímicos de rotina, como glicose e colesterol, dosagens de proteínas específicas como a PCR. Esta pode ser considerada uma grande vantagem da turbidimetria em relação à nefelometria, visto que, a nefelometria requer um equipamento específico, e que nem sempre este se encontra disponível em laboratórios clínicos. Portanto, a utilização da turbidimetria para quantificar níveis de PCR torna possível o acompanhamento de processos inflamatórios de maneira mais precisa, rápida e prática.

Procalcitonina (PCT) – Novidade no controle da infecção sistêmica
A procalcitonina (PCT) é uma proteína precursora do hormônio calcitonina. É produzida pelas células parafoliculares (células C) da tiróide e pelas células neuroendócrinas do pulmão e intestino. O nível de PCT aumenta rapidamente após uma infecção bacteriana com consequências sistêmicas, atingindo seu nível máximo em 24 a 48 horas após a sepse. Em indivíduos saudáveis, as concentrações plasmáticas de PCT estão abaixo de 0.05 ng/mL, mas podem aumentar até 1.000 ng/mL em pacientes com sepse grave ou choque séptico.

Estudos diversos têm demonstrado que as concentrações de procalcitonina decaem rapidamente no processo de recuperação das infecções bacterianas. Dessa forma, tal composto tem sido considerado um biomarcador acurado para avaliar a resposta do hospedeiro, assim como um adjunto aos parâmetros clínicos tradicionais e de diagnóstico, auxiliando no monitoramento e manejo terapêutico de pacientes com infecções sistêmicas possíveis.

Alguns ensaios clínicos têm descrito a redução significativa da exposição de indivíduos a antimicrobianos quando a procalcitonina foi utilizada para guiar decisões quanto ao início da antibioticoterapia em pacientes de baixo risco e durante o tratamento de pacientes com alto risco, apesar dos resultados dos diferentes ensaios clínicos não terem sido avaliados em conjunto.

– AGP TURBIQUEST REF 356-1/38 ML LABTEST – COD. 99652

AGP Turbiquest
– PROCALCITONINA QUANTITATIVO 25 TESTES FINECARE WONDFO FIA – CÓD.: 01910

PROCALCITONINA QUANTITATIVO

– PCT PROCALCITONINA KIT C/10 TESTES PARA F-LINE ECO FIA – CÓD. 02353

PCT PROCALCITONINA
– PCR TURBIQUEST PLUS REF. 331-1/50 1X50 ML LABTEST – CÓD. 06405
PCR TURBIQUEST PLUS  

Referências:

– Picheth et al. Mucoproteína versus alfa-1-glicoproteína ácida. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial.
– Rio de Janeiro, v. 38, n. 2, p. 87-91, 2002.
– Instruções de uso Labtest. AGP Turbiquest. Ref. 356.
– Instruções de uso Labtest. Mucoproteínas. Ref. 20.
– Turbidimetria- Látex PCR – Wama diagnóstica, disponível em:
<https://www.wamadiagnostica.com.br/noticias/turbidimetria-latex-pcr/> acesso em 08/03/2019.

SP registra seis mortes por febre amarela em 2019

SP registra seis mortes por febre amarela em 2019

O estado de São Paulo registrou 12 casos e seis mortes por febre amarela em janeiro de 2019. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde na tarde desta terça-feira (22). Ainda de acordo com a pasta, outros 32 casos estão em investigação.

O governo diz que está que está intensificando as ações nos municípios do Vale do Ribeira, região de maior incidência da doença.

A região concentra os 12 casos confirmados de febre amarela neste ano, dos quais seis evoluíram para óbitos. O balanço é de 21 de janeiro, segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE).

As vítimas se infectaram nos municípios de Eldorado (9 casos, 4 mortes); Jacupiranga (1 morte); Iporanga (1 morte) e Cananeia (1 caso).

Dos confirmados, 83,3% das vítimas são homens, com idade média de 45 anos e trabalhadores rurais – perfil tradicional registrado no país, aponta o governo estadual.

Para organizar os fluxos assistenciais, a pasta definiu um protocolo para que os casos suspeitos da doença sejam direcionados ao Hospital Regional do Vale do Ribeira, em Pariquera-Açu, referência em média e alta complexidade, onde o paciente passará por exames laboratoriais e poderá ser regulado a outros serviços SUS, caso necessário.

Em 2018, foram confirmados 502 casos contraídos em várias regiões do estado, e 175 óbitos. O período de maior índice de contaminação da doença ocorre de dezembro a maio. No último mês do ano passado, foram confirmados três casos, com duas mortes na região do Vale do Ribeira.

O governo afirma que a cobertura vacinal contra a febre amarela, em todo o estado, é de 65%, em média, com variações entre as regiões.

Capital

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, em 2018 foram registrados 107 casos importados da doença, dos quais 22 evoluíram para óbito. Em 2019, até o último dia 10 de janeiro, não foi confirmado nenhum caso de febre amarela na cidade.

Outros 13 casos autóctones (adquiridos no município) foram confirmados, sendo que seis evoluíram para óbito.

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), informa que a cobertura vacinal de febre amarela no município de São Paulo é de 76,03%, de acordo com dados provisórios até 17 de janeiro de 2019.

O número equivale a mais de 8,8 milhões de pessoas imunizadas contra a doença. A meta da SMS é atingir 95% de cobertura em todo o município.

A pasta afirma que tem realizado diversas estratégias para ampliar a vacinação. Dentre elas, a realização de dias de mobilização contra a febre amarela, a abertura de unidades em alguns finais de semana, busca ativa de pessoas não vacinadas, a disponibilização de postos volantes em shoppings, terminais urbanos e rodoviários, parques, estações de metrô e trem, entre outras medidas.

Vacinação

Todos os paulistas devem se vacinar contra a febre amarela, caso ainda não estejam imunizados. Moradores de qualquer região de São Paulo precisam se prevenir contra a doença, sobretudo aqueles que residem ou visitam áreas com vegetação densa.

A vacina, que está disponível na rotina dos postos da rede pública de saúde, deve ser tomada dez dias antes de viagens e/ou deslocamentos a áreas de mata para proteção efetiva.

A vacina é indicada para pessoas a partir dos 9 meses de idade. Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os pacientes portadores de HIV positivo e transplantados.

Não há indicação de imunização para gestantes, mulheres amamentando crianças com até 6 meses de idade e imunodeprimidos como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide).

Desde 2016, a Secretaria intensificou as ações de enfrentamento da febre amarela no Estado, por meio de monitoramento dos corredores ecológicos, vigilância epidemiológica e vacinação.

Além do reforço nas estratégias em locais que convencionalmente estavam no mapa de imunização, as áreas com indicação da vacina foram gradativamente ampliadas.

Fonte: G1

ELETRÓLITOS: A importância da determinação do sódio e potássio no diagnóstico

Os eletrólitos têm um papel importante na manutenção da homeostase no organismo. Nos mamíferos, os líquidos e eletrólitos estão distribuídos nos compartimentos intra e extracelular, cuja manutenção de volume e composição, é essencial para processos metabólicos fundamentais à vida, como a distribuição normal de água e a pressão osmótica das células.

Os eletrólitos sódio (Na+) e potássio (K+):

Considerando os fluídos corporais, o sódio (Na+) é o principal cátion extracelular, o potássio (K+) é o principal cátion intracelular. Ambos têm papel fundamental na manutenção da homeostase e equilíbrio eletrolítico no organismo.

As concentrações de Na+ e K+ são mantidas pela bomba Na-K ATPase das membranas plasmáticas, a qual transporta de forma ativa o Na+ para o exterior das células e K+ para o interior.  As diferenças na composição entre o líquido intra e o extracelular são mantidas ativamente pela membrana celular, que é semipermeável (totalmente permeável à água e seletiva para outras substâncias como os íons). Como a água se difunde livremente através da barreira celular, seu movimento é determinado pelas alterações na concentração dos eletrólitos osmoticamente ativos (principalmente o sódio e o potássio) de cada lado da membrana. Pequenas variações na concentração destes íons podem provocar graves danos à saúde.

Neste contexto, a determinação dos eletrólitos é uma das mais importantes na clínica laboratorial, pois é através do controle de seus níveis que são mantidos a distribuição normal de água e pressão osmótica das células. A medição destes parâmetros, associados ao quadro clínico do paciente, auxilia o médico no diagnóstico e tratamento de diversas condições. São demandados em exames de rotina hospitalar e emergências.

Métodos utilizados na determinação:

Fotômetro de chama: princípio baseia-se na espectrometria atômica. Consiste na diluição da amostra com solução específica e utiliza-se equipamento dedicado, no qual são aspiradas as amostras e exposta à chama, promovendo a liberação de energia que são medidas em comprimentos de onda específicos ao eletrólito mensurado.

Eletrodos Íons Seletivos (ISE): princípio baseia-se na potenciometria. Consiste em equipamento ou módulo dedicado com uso de eletrodos específicos aos eletrólitos, por onde as amostras passam e são medidas as diferenças de potenciais.

Enzimático: princípio baseia-se na reação enzimática. Consiste na medição realizada nos analisadores bioquímicos (fotometria), os quais disponibilizem comprimento de onda específico, com controle da temperatura de reação e tempo (monitoramento da cinética).

Fonte: Labtest

Conselho de Medicina Regulamenta atendimentos Online no Brasil

Conselho de Medicina Regulamenta atendimentos Online no Brasil

De acordo com um texto publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no último domingo (03), os médicos brasileiros estão autorizados a realizar consultas online, telecirurgias e telediagnósticos, entre outras formas de atendimento médico à distância. A nova Resolução (nº 2.227/18) estabelece a telemedicina como o exercício médico mediado por tecnologias que podem ser realizadas em tempo real (síncrona) ou off-line (assíncrona).

A nova norma, que substitui a de 2002, entra em vigor três meses após a data de sua publicação. Segundo o CFM, autarquia que regula a prática médica no Brasil, ela “abre portas à integralidade do Sistema Único de Saúde (SUS) para milhões de brasileiros, atualmente vítimas da negligência assistencial”. Segundo Carlos Vitas, presidente do Conselho, a medida beneficia aqueles que residem no interior do Brasil, em lugares que nem sempre os médicos estão dispostos a chegar, mas também favorece os grandes centros, onde a demanda por atendimentos médicos em geral é bastante elevada.

 Consultas online, telediagnóstico e telecirurgias

A resolução estabelece a teleconsulta como a consulta médica remota, mediada por tecnologias, com médico e paciente em diferentes espaços geográficos. Entretanto, o primeiro contato deve ser presencial, com exceção de pacientes que residem em comunidades geograficamente remotas, como florestas e plataformas de petróleo. Esses, por sua vez, podem participar de consultas virtuais, desde que estejam acompanhados por um profissional da saúde.

O texto assegura ao paciente a garantia da confidencialidade das informações registradas nos dispositivos digitais, para que não haja vazamento de informações trocadas entre médico e paciente. Além disso, será necessária a concordância e autorização do paciente, ou seu representante legal, sobre a transmissão ou gravação das suas imagens e dados.

Desse modo, o consentimento do paciente deve ser por escrito e assinado. Para garantir a segurança das informações, os dados e imagens dos pacientes deverão trafegar por meio de uma infraestrutura que assegure a “guarda, manuseio, integridade, veracidade, confidencialidade, privacidade e sigilo profissional das informações”.

A emissão de laudo ou parecer de exames, por meio de gráficos, imagens e dados enviados pela internet, é definida como telediagnóstico, que deve ser realizado por médico com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) na área relacionada ao procedimento. A teleinterconsulta ocorre quando há troca de informações e opiniões entre médicos, com ou sem a presença do paciente, para auxílio diagnóstico ou terapêutico, clínico ou cirúrgico. É muito comum, por exemplo, quando um médico de família e comunidade precisa ouvir a opinião de outro especialista sobre determinado problema do paciente.

Na telecirurgia, o procedimento é feito por um robô, manipulado por um médico que está em outro local. A Resolução do CFM estabelece, no entanto, que o procedimento deve ser realizado em locais com infraestrutura adequada e que, além do cirurgião remoto, um cirurgião local deve acompanhar o procedimento para realizar, se necessário, a manipulação instrumental.

A teleconferência de ato cirúrgico, por videotransmissão síncrona – ou seja, on-line -, também é permitida, desde que o grupo receptor das imagens, dados e áudios seja formado por médicos. A teletriagem médica ocorre quando o médico faz uma avaliação, à distância, dos sintomas para a definição e direcionamento do paciente ao tipo adequado de assistência necessária.

Já a teleorientação vai permitir a declaração de saúde para a contratação ou adesão a plano de saúde. Na teleconsultoria, médicos, gestores e profissionais de saúde poderão trocar informações sobre procedimentos e ações de saúde. Por fim, o telemonitoramento, muito comum em casas de repouso para idosos, vai permitir que um médico avalie as condições de saúde dos residentes.

Para o relator da resolução, uma das diferenças entre a regulamentação brasileira e a dos Estados Unidos ou da União Europeia, onde já existem normas para este tipo de atendimento, é a rigidez para com a segurança das informações. Segundo a norma do CFM, cabe ao médico preservar todos os dados trocados por imagem, texto ou áudio entre médicos, pacientes e profissionais de saúde.

Fonte: Labtest