Gasometria em tempos de SARS-CoV-2

Gasometria em tempos de SARS-CoV-2

A medicina laboratorial é uma especialidade direcionada à realização de exames complementares no auxílio ao diagnóstico, com impacto nos diferentes estágios da cadeia de saúde: prevenção, diagnóstico, prognóstico e acompanhamento terapêutico.

Estudos revelam que, aproximadamente 70% das decisões médicas se baseiam em resultados de exames laboratoriais, procedimento minimamente invasivo e que constituem uma ferramenta de elevada relação custo/efetividade para se obter informações sobre o estado de saúde do paciente.

Em épocas de pandemia como a que estamos vivendo atualmente pelo SARS-CoV-2, cada vez mais verificamos a importância de se ter um diagnóstico ágil e acima de tudo com qualidade satisfatória para as condutas clínicas, seja no momento do diagnóstico da doença ou mesmo no acompanhamento da evolução dos pacientes.

O SARS-CoV-2 ainda é um vírus muito recente e vários estudos precisam ser realizados para caracterizar melhor a doença, no entanto, sinais e sintomas respiratórios semelhantes a um resfriado são comuns, podendo inclusive evoluir para infecções do trato respiratório inferior, como as pneumonias/síndrome da angustia respiratória aguda (SARA), necessitando de cuidados especiais e cerca de 2/3 dos pacientes podem necessitar de suporte ventilatório.

 

Figura 1

Relatórios inicias mostraram que até 5% dos pacientes infectados podem requerer cuidados em CTI. Embora a mortalidade dos pacientes infectados esteja na faixa de 0,5% a 4%, entre os que necessitam de hospitalização, esse número pode aumentar para 5% a 15% para aqueles que se tornam gravemente doente.

 

Síndromes Clínicas Associadas à Infecção por SARS-CoV-2
– Síndrome da Angustia Respiratória Aguda (SARA):
A Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) é definida, de acordo com a Conferência de Consenso Europeia-Americana, como uma síndrome de insuficiência respiratória de instalação aguda, caracterizada por infiltrado pulmonar bilateral à radiografia de tórax, compatível com edema pulmonar (acúmulo de líquidos no pulmão); hipoxemia grave (insuficiência de oxigênio no sangue), definida como relação PaO2/FIO2 ≤ 200; pressão de oclusão da artéria pulmonar ≤ 18 mmHg ou ausência de sinais clínicos ou ecocardiográficos de hipertensão atrial esquerda; presença de um fator de risco para lesão pulmonar.

Figura 2

Além dos exames de imagem e das alterações clínicas, também são observadas alterações nos valores das gasometrias no pH, pO2, pCO2 e Saturação de Oxigênio (SO2).

– Sepse
Segundo o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS) a sepse pode ser definida como uma síndrome da resposta inflamatória sistémica com disfunção orgânica na presença de infecção presumida ou confirmada. São sinais frequentes de disfunção orgânica: alteração do nível de consciência, oligúria, taquicardia e/ou dispneia, baixa saturação de oxigênio, taquicardia, pulso débil, extremidades frias, coagulopatias, trombocitopenia, acidose, elevação do lactato sérico ou da bilirrubina.

A Gasometria:

A ventilação mecânica é a base do tratamento intensivo da pneumonia causada pelo SARS-CoV-2. Embora seja vital para dar suporte à função respiratória , este tratamento pode também promover danos aos pulmões (Lesão Pulmonar induzida pela Ventilação Mecânica).

O Controle de pH, pO2 e pCO2 e Saturação de Oxigênio (SO2) dos pacientes auxiliam os profissionais de saúde a realizarem as configurações e ajustes adequados aos ventiladores mecânicos.

Existem alguns protocolos de suplementação de Oxigênio (O2) ou brocoespasmos utilizados no manejo de pacientes com suspeita ou confirmação de SARS-CoV-2 como da AMB (Associção Médico Brasileira) em parcerias com AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e ABRAMEDE (Associação Brasileira de Medicina de Emergência) ou ainda Prevent Senior, porém trata-se de condutas medicas importantes e críticas para os pacientes, apenas citaremos sem maiores detalhes.

Neste momento preocupado com a Pandemia enfrentada em todo mundo e principalmente no Brasil a Centerlab em parceria com os mais renomados fornecedores tem o prazer de apresentar tecnologia de ponta para realização de Gasometria: a já renomada Família de equipamento GemPremier da Werfen, bem como os equipamentos de Point of Care da Labtest e Celer Biotecnologia, cada um possuí características peculiares para atender a todas as rotinas.

GemPremier
Celer
Labtest

Referências:
– Atualização da aplicação da Gasometria para uso prognóstico na SARS-CoV-2. Conference Call. Werfen Medical. Abril/2020.
– Lippi G. and Plebani M. Laboratory abnormalities in patients with COVID-19 infection. Clin Chem Med. 24 February 2020.
– Wang et al. Clinical Characteristicsof 138 Hospitalized Patients With 2019 Novel Coronavirus Infected Pneumonia in Wuhan, China. Jama Network. 17 March 2020; Vol323
– https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/13/Diretrizes-COVID-13-4.pdf
– https://static.poder360.com.br/2020/04/protocolo-Prevent-Senior-tratamento-covid-19.pdf
– https://pebmed.com.br/coronavirus-em-terapia-intensiva-orientacoes-de-abordagem-do-covid-19/
– http://www.sbpc.org.br/noticias-e-comunicacao/artigo-analisa-importancia-dos-exames-laboratoriais/
-https://www.saude.gov.br/o-ministro/746-saude-de-a-a-z/46490-novo-coronavirus-o-que-e-causas-sintomas-tratamento-e-prevencao-3

Não programamos o isolamento, mas podemos pensar em como sair melhor dele

Não programamos o isolamento, mas podemos pensar em como sair melhor dele

O coronavírus jogou luz sobre certos hábitos que podemos adotar após o fim do isolamento e que contribuiriam para o emagrecimento e a boa forma física.

Por Antonio Lancha Jr. – 6 Maio 2020, 18h07

Quando a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) começou, não tínhamos ideia da mudança que estava reservada para nossas vidas. Em poucos dias, muitos brasileiros se transformaram em tele-trabalhadores, ou tele-professores, ou tele-alunos. Ou mesmo tele-amigos e tele-familiares. Tudo em nome do distanciamento social, que é realmente importante.

Estamos com essa situação instalada há mais de dois meses — e vendo os europeus começando a programar a saída do isolamento. Para nós, latinos, esse momento representará um desafio acima do comum. Não acredito que o término do isolamento será como fim de uma Copa do Mundo, em que todos saem correndo pelas ruas abraçando os outros. O retorno à normalidade será vagaroso, com eventuais recuos — e compreender isso é a primeira lição que podemos tomar para manejarmos as expectativas e preservarmos o bem-estar mental.

Mas vamos falar da forma física. Há velhos chavões que atribuem a obesidade a um ou outro inimigo. “A culpa é da indústria dos alimentos”; “A culpa é dos almoços fora de casa”; “A culpa é do lanche da cantina da escola”. Em tempos de isolamento, essas situações deixaram de ocorrer para várias pessoas. E mesmo assim elas engordaram.

O interessante é que muita gente reservou tempo para atividades físicas programadas durante o isolamento. Diferentes amigos que seguiram se exercitando me confidenciaram que, ainda assim, viram a barriga se avolumar, o sono piorar de qualidade e por aí vai.

Se esse pessoal está comendo em casa e reservando tempo na agenda para exercícios físicos, onde então se encontram os fatores que determinam o ganho de peso? Sem medo de errar, está na sobra de energia.

Por mais que a gente separe momentos para exercícios programados durante o período de distanciamento social, no restante do dia ficamos sentados, trabalhando em casa. Ou deitados mesmo. Sequer fazemos mais aqueles deslocamentos de casa para o ponto de ônibus ou para a padaria, da mesa do trabalho para a de um restaurante self-service

Nesse sentido, vale se mexer mais em casa, caminhar pela sala enquanto fala no celular, brincar mais com o cachorro, levantar mais para conversar. Ainda assim, é possível que a gente não alcance o grau de movimentação adequado.

Mas esse cenário pelo menos pode servir para que valorizemos mais a movimentação diária. Deixei abaixo alguns aprendizados do período de isolamento que podem contribuir para que, uma vez superado esse momento de crise, você consiga ajustar sua rotina em nome de bons hábitos e da forma física desejada:

1) A atividade física programada é fundamental, mas não resolve todos os nossos problemas. Precisamos estabelecer uma rotina ativa;

2) Realizar deslocamentos frequentes de cinco minutos a cada hora sentada é uma prática mais poderosa do que você imagina;

3) Aproveite os horários das refeições para fazer deslocamentos maiores, que ponham o corpo em movimento;

4) Quando possível, preparar as refeições ajuda a saborear os alimentos, o que torna nosso corpo mais satisfeito com menos comida;

5) Evitar as monotonias alimentares garante o acervo dos nutrientes e a riqueza de sabor, contribuindo para o controle do consumo;

6) Estar presente integralmente nas refeições tornará a experiência única, auxiliando a sensação de saciedade;

Que a gente saia dessa situação com uma versão melhor de nós mesmos.

Fonte: Veja Saúde

O exercício físico mexe profundamente no metabolismo

O exercício físico mexe profundamente no metabolismo

Cientistas se surpreendem com o tamanho da influência do esforço físico nas funções corporais.

Por Theo Ruprecht – Atualizado em 16 Maio 2020, 19h17 – Publicado em 15 Maio 2020, 14h01

Há um mar de minúsculas moléculas que trafegam por nossas veias e artérias, cada qual com suas tarefas. Imagine então quão complicado é compreender o papel das atividades físicas na produção e na interação delas com o organismo. Mas essa missão não assustou pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália.

Em um empreendimento sem precedentes, eles recrutaram 52 soldados e avaliaram aproximadamente 200 substâncias diferentes no sangue de cada um antes e depois de um regime de treinos. “Escolhemos esses voluntários porque eles vivem no mesmo lugar [no quartel], têm os mesmos hábitos de sono, exercem o mesmo trabalho e comem a mesma comida”, explica o cardiologista John O’Sullivan, orientador da investigação.

Em situações controladas como essa, é possível descartar a influência de outros hábitos e verificar a real magnitude do efeito dos exercícios. E, pelo visto, ela é enorme. Segundo a investigação, 80 dias de musculação e práticas aeróbicas interferiram na capacidade de queima de gordura, na saúde dos vasos sanguíneos, na população de bactérias benéficas que habitam o intestino, na regulação de neurotransmissores por trás da sensação de bem-estar…

“Os resultados mostram que as adaptações do metabolismo promovidas pela atividade física são muito mais intensas do que reportado anteriormente”, conclui O’Sullivan.

Múltiplos benefícios

Investigações como essa deixam claro quão inadequado é comparar o potencial do exercício com o de um ou outro medicamento. “A influência da atividade física no metabolismo vai além de só regular a pressão ou só ajudar a emagrecer”, afirma O’Sullivan. “Ela tem um papel central na prevenção de diversas doenças cardiovasculares”, arremata.

Em outras palavras, a ideia de termos um comprimido que reúna todas as vantagens de uma vida ativa não passa de brincadeira. A malhação vem ganhando protagonismo mesmo no tratamento de várias enfermidades. Sabe-se, por exemplo, que mexer o corpo é um dos jeitos mais eficazes de combater a fadiga decorrente do câncer e da quimioterapia, ao mesmo tempo que parece reduzir o risco do surgimento de um segundo tumor lá na frente.

Pois é: para manter o organismo em pleno funcionamento, você precisa sair do sofá.

Fonte: Veja Saúde

Dificuldades que os pacientes com leucemia enfrentam durante a pandemia

Dificuldades que os pacientes com leucemia enfrentam durante a pandemia

Um médico conta como esse câncer no sangue aumenta o risco de complicações por coronavírus e ressalta que abandonar o tratamento é uma péssima ideia

Por Paulo Henrique A. Soares, hematologista* – Atualizado em 25 May 2020, 16h20 – Publicado em 25 May 2020, 10h13

Portadores de cânceres hematológicos, como leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia linfocítica crônica (LLC) estão com dificuldades em ter acesso ao seu tratamento — ou prosseguir com ele — por causa da pandemia de coronavírus.

A leucemia é um dos tipos de câncer de sangue mais conhecidos. Ela surge quando os glóbulos brancos perdem a função de defesa e passam a se reproduzir de maneira descontrolada.

A leucemia mieloide aguda é uma doença agressiva, em que a medula óssea é tomada por células cancerosas, inibindo, entre outras funções, sua habilidade de proteger o organismo contra infecções por bactérias e vírus. Já a leucemia linfoide crônica é a mais comum em pacientes acima de 60 anos. Ela tem progressão lenta e geralmente assintomática no momento do diagnóstico.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2020 a incidência anual por 100 mil habitantes no Brasil será de 10 810 novos casos de leucemia, sendo 5 920 em homens e 4 890 em mulheres.

No presente momento, os pacientes com leucemias e outros cânceres hematológicos enfrentam dificuldades para encontrar leitos de internação e para agendar a sua quimioterapia. Eles também sofrem com a falta de sangue doado nos hospitais. Como há menos pessoas circulando, há menos pessoas doando.

Portadores de leucemias ficam mais propensos a pegar infecções por estarem com déficit de imunidade, o que pode acarretar complicações clínicas maiores. Tal incremento de risco é particularmente evidente em indivíduos com leucemias agudas, pois a agressividade dessas doenças exige quimioterapia intensiva. Isso, por sua vez, tem potencial de agravar temporariamente o déficit de imunidade.

Aqui no Brasil, ele foi aprovado em 2018 pela Anvisa para LLC e, em 2019, para o tratamento da LMA. O venetoclax é o primeiro de uma classe de medicações que seletivamente inibe a proteína BCL-2. Em alguns tipos de câncer no sangue, a proteína BCL-2 impede a morte natural das células (um mecanismo chamado de apoptose). A droga, ao bloquear a proteína BCL-2, restaura esse processo, permitindo a eliminação das células da leucemia.

Por enquanto, o venetoclax não está disponível no SUS, embora seja amplamente prescrito para pacientes atendidos na rede privada. No final de abril de 2020, foi aberta uma consulta pública no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para a avaliação da incorporação pelo SUS do venetoclax em combinação com outras medicações não quimioterápicas (azacitidina ou decitabina) para o tratamento de pacientes recém-diagnosticados com LMA e que não podem receber quimioterapia intensiva. Estamos aguardando a decisão final da Conitec sobre o assunto.

Discutir essas novas terapias durante a pandemia de coronavírus é especialmente relevante. Ora, elas não necessitam que o paciente saia com tanta frequência de casa para fazer o acompanhamento e evitam internações hospitalares. Artigos científicos atuais (veja aqui e aqui) inclusive corroboram essa estratégia de substituição da quimioterapia convencional intensa por novas alternativas com menor potencial de causar efeitos colaterais.

Paralelo a esses avanços, é importante que o paciente não deixe de procurar o médico responsável pelo seu acompanhamento durante o período de isolamento. Abandonar o tratamento pode comprometer o quadro geral de saúde, algo bastante negativo em face de uma pandemia.

Essa recomendação vale para todas as pessoas que estão com tratamento em curso em qualquer tipo de doença hematológica. Já há vários relatos de pacientes que, com medo de sair de casa, abandonaram o acompanhamento médico e tiveram uma significativa piora.

Apesar de estarmos atravessando um período difícil pela pandemia de Covid-19, as outras doenças não desapareceram. É necessário ter atenção redobrada.

*Paulo Henrique Soares é hematologista do Hospital DF Star

Fonte:Veja Saúde

O papel de vitaminas e minerais na imunidade diante do coronavírus

O papel de vitaminas e minerais na imunidade diante do coronavírus

Professora explica como a inclusão de alguns nutrientes em uma dieta equilibrada reforça as defesas do corpo contra infecções como a Covid-19.

Por Dra. Silvia Cozzolino, nutricionista* – Atualizado em 17 May 2020, 10h47 – Publicado em 27 Apr 2020, 13h39

O sistema imunológico é um conjunto de células que tem a função de proteger nosso corpo de qualquer substância ou micro-organismo que não for por ele reconhecido. Nesse sentido, o papel da alimentação é também manter esse sistema atuante, fornecendo a ele os nutrientes capazes de ajudar a modular suas respostas.

Os minerais e as vitaminas fazem parte desse grupo de nutrientes. E, embora ainda não sejam considerados nutrientes em si, os compostos bioativos encontrados nos alimentos, assim como os pré e os probióticos que influenciam a microbiota intestinal, também são elementos que participam da proteção do organismo.

Entre os micronutrientes mais estudados por seu papel no sistema imunológico estão o zinco, o selênio e as vitaminas A, C e D.

Atingir os níveis preconizados dessas substâncias com a dieta é ainda mais desafiador na população idosa, que é justamente o grupo de maior risco para a Covid-19.

Alguns fatores contribuem com isso: consumo de dietas desbalanceadas devido a dificuldades de renda, isolamento e aquisição e preparo da comida; sensação de sede diminuída e menor ingestão de líquidos; próteses dentais mal ajustadas, que dificultam a mastigação; redução na capacidade de digerir os alimentos; diminuição da absorção de minerais e vitaminas pelo organismo…

Todos esses fatores aumentam o risco de esse público em particular sofrer com déficits nutricionais capazes de impactar na imunidade — o que exige um maior olhar da família ou dos cuidadores para a dieta dos idosos.

Os nutrientes aliados da imunidade

Mas não é só quem tem mais de 60 anos que deve dar atenção à escolha dos alimentos e buscar adequar com eles os níveis de micronutrientes. Por isso aponto, a seguir, as vitaminas e os minerais mais estudados por exercerem um papel nas defesas do nosso corpo.

Zinco
É o mineral que possui maior importância para o sistema imune. Em geral, idosos possuem deficiência de zinco, que tantas vezes é observada pela sensação de diminuição do paladar. Ele é encontrado em carnes, frutos do mar como ostras e mariscos, fígado e vísceras, peixes, ovos e cereais integrais. Pessoas que seguem dietas vegetarianas estritas também podem ter carência da substância.

Vitamina A
Entre suas propriedades, ajuda a modular a imunidade. É encontrada na natureza em sua forma ativa pré-formada (o retinol) em alimentos de origem animal, bem como nos seus precursores, os carotenoides, que aparecem em vegetais — o corpo tende a aproveitar melhor a versão de origem animal. As principais fontes de vitamina A são o fígado e os óleos de fígado de peixe. Já os carotenoides se encontram em vegetais de cor alaranjada ou verde escura.

Vitamina D
Famosa por sua ação nos ossos, também tem um papel relevante no sistema imune. A principal forma de obtê-la é pela exposição aos raios solares, que tornam possível sua síntese pela pele. Mas pescados, óleos naturais de fígado de peixes, alimentos fortificados e suplementos podem contribuir para alcançar e manter os níveis ideais. Na Europa, a deficiência da vitamina foi observada em pessoas infectadas pelo novo coronavírus, mas isso já podia ser esperado, uma vez que os pacientes contraíram a doença em pleno inverno, quando há uma diminuição à exposição solar. No entanto, embora o Brasil seja um país tropical e mais quente, sabemos que grande parcela da população não está com concentrações adequadas da vitamina, muito provavelmente devido ao uso do protetor solar.

Selênio
É um mineral de alto poder antioxidante, mas que também tem função imunológica. Participa, portanto, do controle de radicais livres, moléculas que se formam naturalmente, inclusive com a resposta do sistema imune a infecções, mas cujo excesso causa danos em células e nos órgãos. O alimento mais rico em selênio do mundo é a castanha-do-brasil (ou do Pará) — e basta uma unidade (5 gramas) para alcançar a recomendação diária. O teor do mineral na castanha depende da quantidade do elemento no solo de cultivo.

Vitamina C
Importante nutriente antioxidante, é estudada há muito tempo pelo seu possível papel preventivo e terapêutico em doenças como as do sistema respiratório. Entretanto, apesar de muito consumida, ainda não temos dados científicos robustos a respeito desse efeito. Em relação a resfriados comuns e gripes, já foi observado que pode auxiliar reduzindo o tempo de duração dos episódios. Ainda assim, o corpo tira bom proveito da ingestão regular de fontes de vitamina C, caso de acerola, goiaba e frutos cítricos.

Uma palavra sobre a suplementação

Os dados expostos reforçam que uma alimentação balanceada e saudável contribui para a melhor resistência do corpo a infecções, entre elas a Covid-19. Mas isso, claro, não ocorrerá de um dia para o outro. Falamos de um cuidado que deve acontecer na rotina e, se necessário, contar com orientação profissional.

Da mesma forma, diante de uma avaliação por nutricionista ou médico, podemos recomendar a suplementação de minerais e vitaminas, especialmente para os idosos, que têm maior dificuldade de obtê-los via dieta.

* Dra. Silvia Cozzolino é nutricionista, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Comitê Científico e de Administração do ILSI Brasil

Fonte: Veja Saúde

O papel dos testes de anticorpos no combate da pandemia do coronavírus

O papel dos testes de anticorpos no combate da pandemia do coronavírus

Texto: Carlos Eduardo Gouvêa (Presidente executivo da CBDL e Aladdiv) e Letícia Fonseca (Representante da Aladdiv)

COLUNISTA: DR. CARLOS EDUARDO GOUVÊA  – 04 DE MAIO DE 2020

Em plena pandemia do Coronavírus, a única certeza de que temos é de que nada será como antes… Neste sentido, vemos grandes mudanças e quebras de paradigmas, não apenas em relação aos nossos hábitos e costumes, mas principalmente em relação às tecnologias de dispositivos médicos utilizados no combate a esta pandemia: respiradores, EPIs e, claro, diagnóstico in vitro.

 

Aqui no Brasil, em um movimento muito bem recebido por toda a Sociedade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), inovou ao criar a figura de um registro provisório (válido por 1 ano) para os kits de diagnóstico do SARS-CoV-2 (coronavírus), caso a empresa que estivesse submetendo tal pedido não tivesse a totalidade dos documentos que anteriormente seriam necessários. Neste sentido, a Resolução RDC 348/2020 possibilitou que mais de 50 processos fossem analisados e deferidos em cerca de 40 dias de sua existência – fato sem precedentes até então.

 

Além de utilizar o conceito de “reliance” principalmente na questão de certificações de boas práticas de fabricação emitidas pelas autoridades regulatórias reconhecidas como de alto rigor pela ANVISA, ela permitiu a possibilidade de se complementar tais dossiês com estudos feitos com dados da vida real, de tal forma que tais registro se tornassem válidos então para 10 anos.

 

Desta forma, várias tecnologias têm sido liberadas para uso no Brasil, com destaque para os testes rápidos (imunocromatoráficos) e PCR TR, além de várias outras que trarão grande velocidade para o mercado laboratorial, tais como ELISA, quimioluminescência, fluorescência, dentre outras, inclusive de POC (point of care).Tais testes podem ser divididos entre testes moleculares ou de antígenos, para a detecção do vírus ou suas proteínas, na fase inicial, ou então sorológicos, voltados principalmente para a detecção dos anticorpos.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) , pelo menos até o momento, têm se manifestado contrárias à utilização de testes para detecção de antígenos /anticorpos para COVID-19. Tal posição está fundamentada em duas questões: 1. A possibilidade de reação cruzada com outros coronavírus que normalmente estão presentes na comunidade, dificultando a interpretação de resultados . 2. A dinâmica de resposta do organismo humano na produção de anticorpos ainda não ser bem conhecida. Alguns estudos mostram que apenas 40% dos pacientes desenvolvem anticorpos durante os 6 ou 7 primeiros dias após o início dos sintomas .

 

Diante disso, resultados negativos obtidos com o uso de testes sorológicos não seriam ferramentas adequadas para afastar a possibilidade de infecção nos primeiros dias da doença. Resultados positivos devem ser avaliados em conjunto com outros sintomas, uma vez que há a possibilidade de reação cruzada com outros coronavírus. A posição da OMS/OPAS nos leva a refletir sobre a função dos produtos para diagnóstico in vitro (IVD). Esses produtos incluem reagentes, instrumentos e sistemas para testar amostras coletadas do corpo e destinados ao uso em um amplo espectro de aplicações de cuidados de saúde, entre eles a detecção precoce de doenças e condições e a geração de informações médicas relacionadas ao risco que informam a ação clínica.

 

Os produtos IVD disponíveis no mercado detectam o material genético do vírus, por meio de técnicas de biologia molecular (Polimerase Chain Reaction – PCR), detectam a presença de antígenos ou a presença de anticorpos (testes sorológicos). Cada um desses métodos possui características próprias e limitações, sendo necessário utilizar “o teste certo, no paciente certo, no ambiente certo, na hora certa ”. Nesse sentido, com o objetivo de ampliar o acesso da população à testagem para COVID-19, vários países têm estabelecido diretrizes para o uso de testes para detecção de antígenos e para detecção de anticorpos.

 

A estratégia de testagem pode variar, não apenas entre países como dentro do país. Nos Estados Unidos, o Food and Drug Administration (FDA), por meio do procedimento denominado “Emergency Use Authorizations (EUA)” publicou o “Policy for Diagnostic Tests for Coronavirus Disease-2019 during the Public Health Emergency” . De acordo com esse documento, testes sorológicos, destinados à detecção de anticorpos para SARS-CoV-2, que tenham sido validados e notificados ao FDA como EUA, devem conter em suas instruções de uso alertas de que:

 

• O teste não foi revisado pelo FDA • Os resultados negativos não podem excluir a infecção por SARS-CoV-2, particularmente naqueles que estiveram em contato com o vírus. Testes de biologia molecular devem ser considerados para descartar infecção nesses indivíduos.

 

• Os resultados do teste de anticorpos não devem ser usados como única base para diagnosticar ou excluir a infecção por SARS-CoV-2 ou para informar o status da infecção.

 

• Os resultados positivos podem ser causados por infecção passada ou presente por cepas de coronavírus que não sejam SARS-CoV-2, como coronavírus HKU1, NL63, OC43 ou 229E.

 

Além de orientações em instruções de uso, o fabricante deve fornecer, por meio de folhetos informativos direcionados a provedores de serviços de saúde e a pacientes, informações sobre riscos potenciais conhecidos e benefícios do uso de produtos autorizados para uso emergencial. Alertas e recomendações também foram divulgadas pelo FDA em carta direcionada a provedores de serviços de saúde, dentre elas, o FDA orienta que os serviços continuem a utilizar testes sorológicos, desde que cientes de suas limitações .

 

O CDC (Center for Disease Control and Prevention) possui diretrizes sobre quem deve ser testado, mas as decisões sobre a testagem ficam a critério dos departamentos de saúde estaduais e locais e / ou dos clínicos individuais . Outra fonte de consulta é o documento Toolkit Covid-19, uma coleção de recursos compilados e organizados pela AdvaMed para orientar os esforços de mensagens e comunicações. A publicação contempla ações realizadas pela Associação em resposta a crise, com foco na produção e distribuição de dispositivos médicos, entre eles os equipamentos de proteção pessoal, ventiladores e kits diagnósticos.

 

A relação de produtos que receberam EUAs para Covid-19 nos Estados Unidos pode ser consultada no Toollkit Covid-19 . Na Espanha, o “Guía para la utilización de Tests Rápidos de Anticuerpos Para Covid-19” , publicados pelo Ministério da Saúde, orienta sobre o uso de testes rápidos para detecção de COVID-19 dentro e fora de hospitais e em instituições penitenciárias. No Brasil, o “Boletim COE COVID-19 número 12” publicado pelo Ministério da Saúde , contempla informações sobre a vigilância epidemiológicas laboratorial, trazendo o histórico da implantação do diagnóstico de Covid-19 no país, desde suas fases iniciais até o momento atual.

 

O Ministério da Saúde preconiza o uso do teste sorológico para “toda a população que apresentar quadro de síndrome gripal e pertencer a uma das O papel dos testes de anticorpos no combate da pandemia do coronavírus seguintes categorias:

• Profissionais de saúde e segurança em atividade;

 

• Pessoa que resida no mesmo domicílio de um profissional de saúde ou segurança em atividade; • pessoas com idade igual ou superior a 60 anos;

 

• Portadores de condições de saúde crônicas, e

 

• População economicamente ativa.

 

O teste utilizado pelo Ministério da Saúde foi validado pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Osvaldo Cruz e deve ser feito após o sétimo dia do início dos sintomas. Recomendações sobre a interpretação do resultado do teste são trazidas pelo documento, assim como a indicação de alternativas de validação dos testes disponíveis, que valerão como referência, em curso por entidades organizadas no “Programa de Validação de Kits de Diagnóstico para SARS-CoV-2” (SBPC/ML, SBAC, ABRAMED e CBDL).

 

Por fim, concluímos que, apesar das limitações para o uso de testes sorológicos (anticorpos) apontadas pela Organização Mundial de Saúde, esses testes poderão ser decisivos para a tomada de decisões clínicas e epidemiológicas no processo de enfrentamento da pandemia, desde que sua implementação seja bem estabelecida e de forma integrada entre os diferentes atores da Sociedade Civil e Governo. Assim, a atenção dada aos pontos essenciais será a chave do sucesso no combate ao coronavírus: acesso, qualidade, treinamento, testagem ampliada e captação dos dados para uma base epidemiológica.

Fonte: Labornews

Diagnóstico IN VITRO: uma introdução a resposta imunológica

Diagnóstico IN VITRO: uma introdução a resposta imunológica

Foto retirada do site da Labtest

Graciane R. S. Fonseca* e Bárbara P. de Morais**
*Pesquisadora do Centro de Desenvolvimento, Inovação, Ciência e Tecnologia (CDICT)
** Especialista de produtos da Labtest

A ciência da Imunologia está presente na humanidade desde séculos antes de Cristo e deriva do conhecimento de que pessoas sobreviviam a doenças infecciosas comuns do passado e, raramente, padeciam da mesma patologia novamente. Atualmente, o estudo das moléculas, células, órgãos e sistemas responsáveis pelo reconhecimento e trato de materiais estranhos ao corpo humano é chamado de Imunologia. O sistema imune tem como função, além de proteger o corpo de agentes infecciosos, reconhecer e responder a antígenos estranhos e defender o organismo contra o desenvolvimento de tumores.

A primeira linha de defesa: pele e mucosas

Mas não é porque o corpo humano possui um sistema altamente preparado para o combate, que a entrada do patógeno invasor será fácil. Para isso, ele precisará romper a primeira linha de defesa do organismo formada pela pele e mucosas. É nessas superfícies, essencialmente, que ocorre o primeiro contato do patógeno com o corpo.

As secreções também são importantes: o muco aderido à região nasofaríngea retém micro-organismos, que podem ser expelidos por tosse ou espirro. Outras secreções, como as produzidas na eliminação dos resíduos líquidos e sólidos (processo urinário e gastrointestinal), também são importantes na remoção física de potenciais patógenos. Além disso, as lágrimas e a saliva possuem a habilidade física para “lavar” potenciais patógenos e contêm substâncias quimicamente capazes de proteger o organismo, como a lisozima (bactericida) e a Imunoglobulina A (IgA).

A segunda linha de defesa: imunidade natural

Caso o patógeno estranho consiga atravessar a primeira linha de defesa, entrará em ação a imunidade inata (natural), caracterizada por mecanismos não específicos celulares (mastócitos, neutrófilos e macrófagos) e humorais (lisozima, interferon e complementos). Apesar da falta de especificidade, os componentes celulares são essenciais, pois são responsáveis pela imunidade natural contra micro-organismos do ambiente. O componente humoral (fluido) em maior quantidade são as proteínas do complemento, que também conta com lisozimas e interferon, às vezes, chamados de antibióticos naturais. Dá-se o nome de interferon a uma família de proteínas produzidas rapidamente por várias células em resposta a uma infecção viral. Sua função é bloquear a replicação do vírus em outras células.

A terceira linha de defesa: imunidade adquirida

A terceira linha de defesa do organismo é chamada imunidade adaptativa ou adquirida. Ela envolve mecanismos que permitem reconhecer, memorizar e responder a um estímulo específico, um antígeno. Tal imunidade conduz à eliminação do micro-organismo e recuperação da doença, frequentemente, conferindo ao indivíduo uma memória imunológica específica. Essa condição permite que o indivíduo responda mais rápida e efetivamente, quando ocorre uma reinfecção com o mesmo micro-organismo. Assim como a imunidade natural, a imunidade adquirida possui componentes celulares e humorais (fluidos). Seu componente celular majoritário são os linfócitos e seu componente humoral majoritário são os anticorpos.

Os componentes humorais da imunidade adquirida irão mediar a imunidade humoral, definida pelo reconhecimento de substâncias estranhas e subsequente produção de anticorpos contra essas substâncias. A imunidade mediada por anticorpos pode ser adquirida se os anticorpos forem formados pelo indivíduo (imunidade ativa) ou recebidos prontos de outra fonte (imunidade passiva).

Os tipos de imunidade adquirida

A imunidade passiva pode ser adquirida naturalmente pelo feto através da transferência de anticorpos maternos, durante os últimos 3 meses de gestação. Após o nascimento, o leite materno (especialmente o colostro) também é responsável por essa transferência. Contudo, a imunidade adquirida passivamente é temporária e, para ter proteção duradoura, a imunidade ativa do indivíduo deve ocorrer. A imunidade passiva artificial é alcançada pela infusão de soro ou plasma contendo altas concentrações de anticorpos ou linfócitos de um indivíduo ativamente imunizado. A imunidade passiva via anticorpos pré-formados no soro de outro fornece proteção imediata, porém temporária, aos micro-organismos.

A imunidade ativa pode ser adquirida pela exposição e resposta natural a uma infecção (imunidade ativa natural) ou pela injeção intencional de um antígeno no organismo (imunidade ativa artificial). Essa última, denominada vacinação, é um método efetivo de estimular a produção de anticorpos de memória, sem contrair a doença. Já abordamos este tema no artigo Dia Nacional da Vacinação e o perigo das fake news.

O imunógeno utilizado na imunização pode consistir de suspensões de células ou vírus vivos enfraquecidos ou atenuados, células ou vírus mortos, ou substâncias extraídas deles. O material selecionado precisa estimular a produção de anticorpos, sem causar sintomas clínicos da doença, e resultar em uma memória antigênica permanente.

Figura1
Figura 1. Tabela de comparação entre os tipos de imunidade adquirida

 

height=”auto” width=”100%”

Os antígenos e as classes de imunoglobulinas (Ig´s)

Substâncias estranhas podem ser antigênicas, quando sua membrana ou componentes moleculares contém estruturas reconhecidas como estranhas pelo sistema imune. Essas estruturas são chamadas determinantes antigênicos ou epítopos.

Um epítopo, como parte de um antígeno, reage especificamente com um anticorpo ou um receptor do linfócito T. Quimicamente, antígenos ou imunógenos são moléculas orgânicas grandes, geralmente proteínas ou polissacarídeos, raramente lipídeos, ou combinações de outras classes bioquímicas (glicoproteínas, por exemplo).

Os fatores importantes para que uma molécula funcione como antígeno são: baixa degradabilidade, alto peso molecular, estabilidade estrutural, complexidade elevada e, principalmente, ser reconhecida como estranha pelo organismo. Proteínas são excelentes antígenos, devido ao seu elevado peso molecular e a sua complexidade estrutural. Já os lipídeos não são tão bons, pois são relativamente simples e sua estrutura é pouco estável. Contudo, quando ligados a proteínas ou polissacarídeos, podem funcionar como antígenos. Ácidos nucleicos também não são bons antígenos, devido a sua simplicidade, flexibilidade molecular e rápida degradação. Os carboidratos (polissacarídeos) são muito pequenos para funcionar como antígenos.

Já os anticorpos são proteínas específicas classificadas como imunoglobulinas (Ig). Podem ser encontrados no plasma sanguíneo e em vários outros fluidos do corpo (lágrimas, saliva, colostro). Sua função primária na defesa do organismo é se ligar ao antígeno, o que pode ser suficiente para neutralizar toxinas bacterianas e algumas viroses. No caso de antígenos muito grandes (por exemplo, uma bactéria), o anticorpo precisa interagir com outro agente efetivo (por exemplo, complementos), para que a resposta seja ativa.

Nos mamíferos, cinco classes de imunoglobulinas estão presentes: IgM, IgG, IgA, IgD e IgE. A Imunoglobulina M corresponde a 10% do total de Ig’s e é altamente confinada ao espaço intracelular, por ser muito grande. É uma molécula que possui cinco cadeias pesadas individuais, de 65 kDa cada. Seu peso molecular total chega a 900 kDa. Esse anticorpo é produzido prematuramente em uma resposta imunológica, na fase aguda da doença, e está confinado ao sangue. Em humanos, a IgM é encontrada em menores concentrações que a IgG ou a IgA. Sua concentração aparece aumentada em doenças infecciosas, desordens do colágeno ou desordens hematológicas.

A imunoglobulina que está em maior quantidade no soro é a IgG, entre 70 e 75% do total de Ig’s. A IgG se difunde facilmente para o espaço extravascular, neutralizando toxinas e se ligando a micro-organismos nesses espaços. A IgG é produzida mais tardiamente na resposta imunológica, na fase convalescente ou crônica da doença. Quando esses complexos são formados, o sistema complementar é ativado. Além disso, a IgG tem a capacidade de atravessar a placenta. Seu peso molecular é de cerca de 150 kDa e sua concentração aumenta em doenças infecciosas, desordens do colágeno ou desordens hematológicas.

A Imunoglobulina A representa de 15 a 20% do total de Ig’s circulantes. É predominante nas secreções, como lágrimas, saliva, leite e fluidos intestinais e, por isso, tem papel crucial na proteção de superfícies do corpo contra micro-organismos invasores. Além das condições acima, a IgA também pode estar aumentada em doenças do fígado.

A Imunoglobulina D está presente em quantidades muito pequenas no plasma, correspondendo a menos de 1% do total de Ig’s. A IgD é extremamente suscetível a proteólise e é primariamente encontrada na superfície dos linfócitos B em associação com a IgM.

Por fim, a Imunoglobulina E é encontrada em quantidades traço no plasma de indivíduos que não estão sendo parasitados. Seu peso molecular é de 188 kDa. A IgE tem papel crucial na mediação de alguns tipos de reações de hipersensibilidade (alergias) e é geralmente responsável pela imunidade do indivíduo contra parasitas invasores.

Figura 2Figura 2. Esquema representativo da estrutura das Imunoglobulinas

 

Os anticorpos IgG, IgD e IgE ocorrem somente na forma de monômeros. O IgA ocorre tanto na forma monomérica como dimérica e o IgM é encontrado na forma de um pentâmero de cinco subunidades ligadas entre si. As diferenças observadas entre as diferentes classes de anticorpos indicam que eles podem executar diferentes funções. Contudo, a função primária de qualquer anticorpo é se ligar ao seu antígeno específico e assim proteger o organismo.

Referências
– TURGEON M.L. Immunology & Serology in Laboratory Medicine. Elsevier. 2014, 5 edição

– CRUVINEL, Wilson de Melo et al . Sistema imunitário: Parte I. Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos mecanismos moleculares e celulares da resposta inflamatória. Rev. Bras. Reumatol.,  São Paulo ,  v. 50, n. 4, p. 434-447,  Aug.  2010 .   Disponível em  <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042010000400008&lng=en&nrm=iso>. accessado em 30 de Abril.  2020.  https://doi.org/10.1590/S0482-50042010000400008.

– MESQUITA JUNIOR, Danilo et al . Sistema imunitário – parte II: fundamentos da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B. Rev. Bras. Reumatol.,  São Paulo ,  v. 50, n. 5, p. 552-580,  Oct.  2010 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042010000500008&lng=en&nrm=iso>. accessado em 30 de Abril.  2020.  https://doi.org/10.1590/S0482-50042010000500008.

– SOUZA, Alexandre Wagner Silva de et al . Sistema imunitário: parte III. O delicado equilíbrio do sistema imunológico entre os pólos de tolerância e autoimunidade. Rev. Bras. Reumatol.,  São Paulo ,  v. 50, n. 6, p. 665-679,  Dec.  2010 .   Disponível em  <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042010000600007&lng=en&nrm=iso>. accessado em 30 de Abril.  2020.  https://doi.org/10.1590/S0482-50042010000600007.

– ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv.. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

Fonte: Labtest

Prevenção e combate à Hipertensão Arterial

Prevenção e combate à Hipertensão Arterial

Celebrado anualmente em 26 de abril, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é uma iniciativa das entidades representativas de cardiologia, para conscientizar e informar a população sobre a importância dos cuidados com o coração.

A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma doença cardiovascular que atinge 35% da população brasileira, segundo o Dr. Celso Amoedo, cardiologista do Hospital do Coração (HCor). Trata-se de uma doença crônica caracterizada pela elevação da pressão sanguínea nas artérias, com valores iguais ou que ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9), obrigando o coração a fazer mais esforço para distribuir o sangue pelo corpo.

Responsável por 80% das ocorrências de derrame cerebral e 60% dos casos de ataques cardíacos registrados no país, a taxa de mortalidade dos problemas cardiovasculares é responsável por aproximadamente 400 mil óbitos por ano no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Ações governamentais no combate à hipertensão arterial

O consumo excessivo de sódio, que também está presente no sal de cozinha, é um dos principais influenciadores no desenvolvimento da hipertensão arterial e de outras doenças crônicas como as cardiovasculares e renais. De acordo com o Ministério da Saúde, o consumo de sal do brasileiro excede em quase duas vezes o limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco gramas por dia. A média nacional é de 9,3 gramas.

Entre as iniciativas governamentais para ajudar a população a ter uma alimentação mais equilibrada e controlar a hipertensão arterial, o Ministério da Saúde mantém desde 2017 a plataforma Saúde Brasil, a fim de divulgar informações para a população brasileira sobre a adoção de práticas para a promoção da saúde. Todos os conteúdos e serviços são firmados em quatro pilares: EU QUERO Parar de fumar, EU QUERO Ter peso saudável, EU QUERO Me alimentar melhor e EU QUERO Me exercitar.

O livro “Alimentos Regionais Brasileiros” elaborado pela Secretaria de Atenção à Saúde do MS, em sua 2º edição de 2015, destaca a imensa variedade de alimentos no país, orienta práticas culinárias e estimula a valorização da cultura alimentar brasileira. Também o “Guia Alimentar para a População Brasileira”, de mesma autoria, traz orientações sobre os cuidados e caminhos para alcançar uma alimentação saudável e balanceada.

Em 2011, o Ministério da Saúde, em conjunto com as diferentes associações que representam os produtores de alimentos industrializados, assinou um termo de compromisso intitulado de “Plano de Redução de Sódio em Alimentos Processados“, cujo objetivo envolve a redução da quantidade de sódio consumida diariamente pela população brasileira.

O plano estabelece a assinatura de acordos voluntários entre as indústrias e traça metas bianuais para a redução gradual do teor de sódio em diversas categorias de alimentos. A meta é que até este ano (2020) sejam retirados cerca de 28,5 mil toneladas de sal dos alimentos industrializados. De acordo com o último resultado parcial divulgado pelas entidades em 2017, somente entre 2012 e 2016, foram mais de 17.254 toneladas retiradas.

A ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimento) reforça o comprometimento do setor no plano de redução de sódio, como também em ações que envolvem a redução de gorduras trans e açúcar.

 

Sintomas e causas da hipertensão arterial

A doença pode acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos, mas a maioria dos problemas é herdada pelo histórico familiar em 90% dos casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

No entanto, além da genética, há diversos fatores ambientais e comportamentais de vida que podem desencadear o desenvolvimento da pressão alta, como: tabagismo, alcoolismo, obesidade, estresse, consumo elevado de sal, altos níveis de colesterol e sedentarismo.

Geralmente, a hipertensão arterial é silenciosa, fazendo com que a manifestação dos sintomas apareça somente quando há uma elevação significativa da pressão. Entre os sintomas da doença, estão:

– Dores no peito;
– Dor de cabeça;
– Tontura;
– Zumbido no ouvido;
– Fraqueza;
– Visão embaçada;
– Sangramento nasal;
– Tontura;
– Falta de ar.

Apesar da doença atingir a todos, a incidência de pressão alta é maior em pessoas negras, em diabéticos e com idade avançada, por isso é importante monitorar regularmente a pressão arterial.

Dicas de prevenção para evitar a pressão alta

A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser controlada por meio de hábitos alimentares mais saudáveis, assim como a prática de atividades físicas regulares. É o que revelam as conclusões dos mais recentes estudos e diretrizes nacionais e internacionais avaliadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

De acordo com a entidade, o tratamento da pressão alta e o controle dos principais fatores de risco para o coração, como controlar os níveis de colesterol, evitar o estresse, praticar exercícios e ter uma alimentação mais saudável, reduzem as doenças cardiovasculares em até 80%.

Além dos medicamentos disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no programa Farmácia Popular, sob prescrição médica e apresentação de documento de identidade e CPF, a pessoa hipertensa pode adotar um estilo de vida mais saudável:

– Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
– Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos;
– Praticar atividade física regular;
– Aproveitar momentos de lazer;
– Abandonar o tabagismo;
– Moderar o consumo de álcool;
– Evitar alimentos gordurosos;
– Controlar a diabetes.

Os hipertensos, assim como os demais portadores de doenças crônicas, pertencem ao grupo de risco suscetível a complicações se acometidos com a COVID-19. Para esclarecer dúvidas sobre hipertensão durante a pandemia, a SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO (SBH) mantém um canal exclusivo de comunicação: [email protected]

Neste Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, ressaltamos, mais uma vez, que o cuidado com a VIDA é o nosso bem maior e os profissionais e organizações de saúde são os responsáveis por conduzir o tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, assim como disseminar as boas práticas de cuidado com a saúde e a alimentação.

Tem alguma dúvida ou sugestão sobre o assunto? Comente e contribua para ampliarmos os conteúdos dos nossos posts! Consulte também nossas publicações e assine a nossa newsletter para acompanhar as novidades.

Fonte: Labtest

Segurança e saúde no trabalho: Síndrome de Burnout

Segurança e saúde no trabalho: Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional e psíquico provocado por condições desgastantes no ambiente de trabalho. A principal causa da doença é o excesso na rotina profissional que leva à exaustão extrema, estresse e esgotamento físico.

A doença é comum em trabalhadores de áreas que atuam sob pressão e com responsabilidades constantes em que o contato humano é contínuo, como profissionais da área de saúde, segurança, educação e comunicação.

O sentimento de incapacidade é outro motivo que leva os profissionais a desenvolverem a doença, pois não acreditam ter habilidades suficientes para cumprir as tarefas para as quais foram designados.

De acordo com uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR), 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com esse tipo de doença. A Labtest preparou este artigo, com o objetivo de informar os principais aspectos sobre a Síndrome de Burnout e seus sintomas.

Conheça os sintomas da Síndrome de Burnout

O risco do diagnóstico tardio é que a Síndrome de Burnout pode desencadear doenças mais sérias, como a ansiedade e depressão. Esse transtorno está registrado no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) como um dos fatores que afetam o estado mental das pessoas e pelos quais elas costumam procurar os serviços de saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a Síndrome de Burnout como um fenômeno ocupacional, significativo de que a doença está intrinsecamente relacionada com as condições de trabalho.

Em resumo, os sintomas da doença envolvem dores físicas, problemas emocionais ou psicológicos. Confira abaixo o quadro dos sinais e sintomas da Síndrome de Burnout, de acordo com o Ministério da Saúde (MS):

Sintomas

Como a Síndrome de Burnout afeta os profissionais da saúde?

Os profissionais da saúde estão suscetíveis a desenvolver o transtorno, porém os sinais e sintomas podem ser diferentes para cada pessoa, conforme as circunstâncias e condições de trabalho em que está inserida.

A Síndrome de Burnout em profissionais dessa área é o reflexo da inter-relação de três aspectos. Veja abaixo:

– Cansaço emocional: esgotamento profissional ocasionado pelas exigências do trabalho.
– Despersonalização: indiferença e apatia em relação à sociedade, pelo qual o profissional se sente um observador externo de suas próprias experiências.
– Baixa realização pessoal: descontentamento pessoal e profissional.

O diagnóstico da doença é realizado por psicólogo ou psiquiatra, mediante análise clínica do paciente para identificar o transtorno e indicar o tratamento adequado. Para intervir no caso, a utilização de medicamentos, psicoterapia, exercícios físicos e de relaxamento são as práticas recomendadas.

Fonte: Labtest

Meditação ajuda a manter a saúde mental em tempos de coronavírus

Meditação ajuda a manter a saúde mental em tempos de coronavírus

Durante a pandemia de Covid-19, mesmo os mais inexperientes se beneficiam de técnicas simples e sessões de poucos minutos. Veja como começar a meditar.

Tédio, irritação, ansiedade, dificuldade de concentração, medo… Tendo que sair para trabalhar ou ficando isolado em casa, é possível que você já tenha sentido alguma dessas emoções desde que a pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2) chegou ao Brasil. Uma das estratégias para preservar a saúde mental em tempos conturbados como esse é a meditação.

“Ela ajuda a viver no momento presente e a aceitar uma situação onde não há muito o que fazer”, explica Camila Vorkapic, bióloga com pós-doutorado em neurofisiologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). “Isso sem contar o relaxamento e a menor produção de hormônios ligados ao estresse”, completa.

Para obter tais vantagens, contudo, é fundamental adotar uma rotina. A meditação funciona mais ou menos como o exercício físico: você deve treinar com frequência para melhorar sua resistência e seu desempenho.

“Não adianta pensar em efeitos imediatos”, destaca Elisa Kozasa, neurocientista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein que conduz diversos experimentos envolvendo a meditação. Os benefícios surgem ao longo das sessões.

Como começar a meditar durante a pandemia de coronavírus

Existem diversos tipos de meditação, alguns ligados à espiritualidade. Mas as técnicas mais básicas e difundidas ocidentalmente valorizam dois pontos: prestar atenção no corpo e na respiração.

“Uma boa estratégia é fazer exercícios mais breves, de um até três minutos, diariamente”, ensina Marcelo Demarzo, médico especialista em mindfulness — o desenvolvimento da atenção plena — e professor da Universidade Federal de São Paulo. Essas sessões curtinhas podem ser divididas ao longo do dia.

Conforme for ficando confortável, estenda a duração para cinco, dez, 15 minutos. Treinos guiados, disponíveis em aplicativos e sites, auxiliam os iniciantes (falaremos disso mais pra frente). Escolha um ambiente tranquilo da casa, sente-se de maneira confortável e tente realizar as sessões sempre no mesmo horário. A manhã é um bom momento para isso.

“Outra maneira de meditar é fazer pausas durante o dia, especialmente quando estamos mais irritados ou distraídos”, comenta Elisa. “Quando você perceber que está saindo do seu eixo, pare e respire, levante da cadeira e se alongue”, completa.

Técnicas que envolvem a movimentação do corpo, como ioga e tai chi chuan, também ajudam a se concentrar no presente e reduzir o estresse. Só converse com um profissional para executar os gestos direito.

Obstáculos para uma boa prática meditativa

É difícil manter a concentração durante a meditação, ainda mais para quem não tem experiência e está ansioso com a Covid-19, a doença causada pelo coronavírus. Esse desafio é um dos principais motivos para a desistência.

Mas atenção: é normal e até esperado ter pensamentos intrusos durante as tentativas de meditação. “O exercício é justamente reconhecer esses pensamentos e lidar melhor com eles”, comenta Demarzo.

Ao contrário do que se imagina, a mente de quem medita não vira uma tela em branco. “A ideia é identificar o pensamento e deixá-lo ir. Ele é como uma nuvem, que se forma no céu e logo é dissipada”, compara Camila.

Quando sentir que está perdendo o foco, volte-se ao objeto de atenção da prática. Ou seja, concentre-se na respiração, nas sensações do corpo… É um embate constante com o seu cérebro, em especial nas primeiras sessões. Justamente por isso é bacana começar aos poucos, com exercícios respiratórios e sessões curtas, de preferência com orientações de um profissional.

Ah, e vale dizer que a meditação sozinha não faz milagre pelo seu bem-estar mental. “Também é importante manter uma rotina de alimentação e sono, fazer atividades físicas e seguir cultivando as relações, mesmo que à distância”, diz Demarzo.

Fora isso, para acalmar os neurônios, é necessário ainda ajustar sua atitude em relação ao contexto atual. “Eu posso ficar o tempo todo pensando no que não tenho e encarando a minha casa como uma prisão. Mas também posso considerá-la um santuário e aproveitar para refletir sobre a minha vida”, comenta Elisa. “Isso sem perder, claro, a noção da realidade. Sabemos da epidemia, mas podemos focar em aspectos e ações positivas”, continua a neurocientista.

Entretanto, se as tentativas de meditar são frustrantes a ponto de exacerbarem a ansiedade e os pensamentos negativos, vale considerar suporte psicológico profissional. Ele pode ser oferecido à distância por alguns profissionais, convênios e aplicativos.

No mais, sintomas depressivos ou sugestivos de outros transtornos psiquiátricos exigem a avaliação de um profissional. Nesses casos, uma meditação sem orientação pode não ser uma boa.

Sites e aplicativos que ajudam

Existem serviços gratuitos online e instrutores fazendo transmissões ao vivo nas redes sociais. O aplicativo Headspace, com exercícios guiados e progressivos, é um dos mais célebres serviços nesse departamento.

Elisa Kozasa participou da elaboração do aplicativo Meditação Natura, da Natura Cosméticos, com uma jornada de meditação guiada dividida em semanas, que começa do nível mais básico.

Fonte: Abril