Uma das grandes estratégias para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, já empregada com sucesso por alguns países, é baseada na testagem laboratorial em massa da população. Dessa maneira, conseguimos diagnosticar os indivíduos agudamente infectados (sintomática ou assintomaticamente), auxiliando, assim na tomada de decisão para o imediato isolamento social dos pacientes e de seus contactantes diretos, a fim de interromper o ciclo natural de transmissão da doença.
Atualmente no mercado de diagnóstico existe uma série de testes disponíveis para o diagnóstico da COVID-19, várias dúvidas podem surgir a respeito de qual teste seria o mais adequado e indicado e quais os significados dos termos técnicos utilizados. Trataremos nesse boletim de alguns métodos de diagnóstico para o Covid no atual momento, bem como algumas novidades.
RT-PCR
RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real precedida de transcrição reversa) é considerado a metodologia “padrão-ouro” no diagnóstico da COVID-19, cuja confirmação é obtida através da detecção do RNA do SARS-CoV-2 na amostra analisada.
Por ser um teste que detecta o material genético do vírus, é necessário que o vírus esteja presente no material testado durante a coleta. Com isso a indicação para realização da coleta preferencial é entre o intervalo de 3° e 4° dia até o 10° dia de doença. Trata-se de um teste para determinação da doença ativamente, não sendo útil para diagnosticar casos prévios da doença.
Apesar de ser considerada metodologia “padrão-ouro” para diagnóstico da COVID-19, a técnica de RT-PCR apresenta algumas limitações: o material genético do vírus (RNA) é muito lábil e se degrada facilmente, portanto, a coleta e armazenamento da amostra devem ser realizados de forma adequada para minimizar os erros na fase pré-analitica. Também é importante evitar a contaminação dos materiais utilizados no ensaio com RNAses (enzimas capazes de degradar o RNA). Ainda vale ressaltar que a sensibilidade desse teste depende do tipo de amostra, conforme demonstrado por Wang e colaboradores (Figura 1).
Detecção de Antígenos (Covid-Ag)
Esse teste, assim como o PCR é baseado na detecção de partes do vírus SARS-CoV-2, portanto é indicado para auxiliar no diagnóstico inicial da infeção, não sendo recomendado para diagnóstico de infecção prévia.
Apresenta como principal vantagem a fácil execução do teste, bem como resultado em pouquíssimo tempo (menos de 30 minutos). No entanto o antígeno possui sensibilidade inferior ao RT-PCR, principalmente em indivíduos assintomáticos com cargas virais mais baixas. Já pacientes com carga viral elevada (que costuma ocorrer na fase pré-sintomática, 1-3 dias antes dos sintomas, e na fase sintomática inicial, até o 5°-7° dia da doença) a sensibilidade é superior a 90% quanto comparado ao teste de RT-PCR, por isso a recomendação para realização do teste é entre o 3° e 7° da doença.
De forma geral, esses testes apresentam um bom desempenho analítico quando comparados com o RT-PCR. Apresentam uma sensibilidade menor que o RT-PCR, enquanto sua especificidade é alta, próxima dos 100%, o que faz com que esses ensaios possuam um grande potencial de aplicabilidade clínico-diagnóstica. Sua sensibilidade parece ter uma relação direta com a carga viral do indivíduo, ou seja, na medida em que a carga viral é elevada, sua sensibilidade também aumenta.
A detecção do Antígeno pode ser realizada por metodologias diferentes dentre elas a imunocromatografia (vulgarmente conhecida como “teste rápido”) e a Fluorescência no qual a detecção ocorre após excitação dos anticorpos marcados pelo fluoróforo, apresentando maior sensibilidade e especificidade, além disso, trata-se de um teste automatizado e quantitativo. Dentre as amostras que podem ser utilizadas estão o swab nasofaringe e nasal.
Os ensaios antigênicos podem auxiliar, em conjunto com dados clínico-epidemiológicos e de outros exames complementares, no diagnóstico precoce da Covid-19, bem como na decisão para isolamento social dos casos positivos, já que seu valor preditivo positivo é alto em comunidade de alta prevalência da doença.
Detecção de Anticorpo (Anti-Covid IgG e IgM)
Esses testes são baseados na resposta do organismo a infecção pelo vírus do COVID-19. Após o contato com o vírus o paciente produz uma serie de substâncias na tentativa de conter a infecção, dentre ela estão principalmente os anticorpos (Imunoglobulinas) das classes IgM e IgG, sendo a detecção de IgM associado à exposição recente, enquanto a IgG a uma exposição há mais tempo, porém no caso do COVID-19 isso não é regra, como em outras doenças, ainda são necessários estudos sobre a soro-conversão em pacientes com COVID-19.
Esses anticorpos começam a ser produzidos a partir do 7° dia da doença e passam a ter concentrações detectáveis confiáveis a partir do 14° dia, sendo, portanto indicados principalmente para saber se houve contato com o vírus previamente. Como todo exame sorológico, resultado negativo ou positivo devem ser confirmados por outras metodologias.
Esses testes podem ser realizados por diversas metodologias como fluorescência, quimiluminescência, ELISA e a mais amplamente utilizada Imunocromatografia (“teste rápido”).
A Centerlab há 40 anos no mercado sempre em parceria com os maiores e melhores fornecedores do país possui amplo portfólio de testes para auxiliar no diagnóstico do COVID-19 para as diversas etapas da doença, com a detecção precoce ou infecção prévia da doença. Dentre os testes podemos destacar: PCR-RT, Detecção do Antígeno Viral por Imunocromatografia e Fluorescência e detecção de Anticorpos por Imunocromatografia ou Fluorescência.
Referência:
http://ecodiagnostica.com.br/wp-content/uploads/2020/04/flyer-sars-PCR-042020.pdf
https://pebmed.com.br/covid-19-o-teste-de-antigeno-pode-ser-uma-boa-alternativa-ao-ensaio-molecular-rt-pcr/
https://coronavirus.saude.mg.gov.br/blog/70-pcr-rt-para-coronavirus
http://ecodiagnostica.com.br/wp-content/uploads/2020/04/flyer-covid-Ag.pdf