por CenterLab | mar 2, 2020 | Informativos
Danilo Feliciano de Moraes, filho do ex-lateral direito e capitão da Seleção Brasileira Cafu, sofreu um infarto aos 30 anos de idade, enquanto jogava bola com os familiares na sua residência em São Paulo, em setembro de 2019. Outro episódio triste no mesmo ano foi o de Tales Costa, modelo de 25 anos, que teve um mal súbito enquanto desfilava na passarela da 47ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW).
Ambos os casos chamam a atenção por um motivo em comum: a idade precoce dos garotos. Segundo o Ministério da Saúde, desde 2013 houve no Brasil um aumento de 13% no número de infarto entre adultos com até 30 anos de idade.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) aponta as doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação como principais causas de morte no Brasil, sendo responsáveis por mais de 30% dos óbitos registrados. A cada um minuto e meio, uma pessoa morre em decorrência de problemas cardiovasculares.
Neste artigo, você entenderá do que se trata, quais os motivos, sintomas e, por fim, a importância dos biomarcadores para o diagnóstico do infarto agudo do miocárdio.
O que é um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)?
O miocárdio é o músculo do coração responsável pelo processo de contração e relaxamento e auxilia o processo de bombeamento do sangue para o nosso corpo.
O infarto agudo do miocárdio ocorre quando as células do músculo morrem devido à falta de fluxo sanguíneo em decorrência da obstrução de algumas artérias que alimentam o miocárdio.
Como a artéria está obstruída, o sangue não consegue chegar até o músculo e pode ocorrer o IAM. Os sintomas nos jovens são mais proeminentes e diferentes daqueles apresentados pela população mais velha, como dores no peito, com ou sem irradiação para os membros superiores, suor frio, falta de ar ou náusea.
As causas que levam os jovens a desenvolver doenças cardíacas estão vinculadas com o sedentarismo, estresse, diabetes, tabagismo, entre outras. Por isso, a importância de ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas.
Entenda quais são os biomarcadores para o diagnóstico do infarto agudo do miocárdio
Os biomarcadores cardíacos são macromoléculas, proteínas ou enzimas, que auxiliam no diagnóstico de diversas doenças cardíacas, incluindo o infarto agudo do miocárdio. Saiba mais sobre alguns destes biomarcadores e qual a relevância no diagnóstico:
A enzima creatina quinase (CK) e sua fração MB (CK-MB)
A enzima creatina quinase e sua fração MB (CK e CK-MB) são biomarcadores estabelecidos dentro da comunidade médica para o diagnóstico do IAM. A CK possui duas subunidades B e M (Brain e Muscle, respectivamente) e é responsável por regular a produção e o uso dos íons fosfato (PO42-) nos tecidos que se contraem.
A CK-MB é denominada miocárdica e os ensaios podem dosar sua atividade ou sua concentração. O teste que determina a concentração é chamado de CK-MB massa.
Esses testes são sensíveis e confiáveis. A atividade da CK-MB aumenta entre 4 e 6 horas, após a lesão do músculo cardíaco, com um pico em torno de 18 horas depois do infarto. Os níveis normais serão restabelecidos em 48 horas. Portanto, trata-se de um biomarcador de “meia vida curta”, explica a especialista de produtos da Labtest, Bárbara de Morais.
Troponinas (TnI, TnT e TnC)
As troponinas são complexos de proteínas que auxiliam o processo de regulação de interação entre actina e miosina, que participam do processo de contração muscular.
As troponinas têm três subunidades: Troponina I (TnI), Troponina T (TnT) e Troponina C (TnC) e são classificadas desta forma, dependendo ao que estão ligadas. Normalmente, estão ausentes na corrente sanguínea, sendo encontradas apenas no tecido cardíaco. Quando ocorre a lesão, as troponinas são liberadas para a corrente sanguínea e podem ser detectadas.
As Troponinas I e T têm relevância para o diagnóstico do infarto agudo do miocárdio, sendo consideradas biomarcadores cardíacos, uma vez que possuem sequência de aminoácidos específicos para o músculo cardíaco.
A TnI e a TnT podem ser detectadas em cerca de 2 a 4 horas após o início da lesão, com pico em torno de 12 horas e podem permanecer elevadas por dias. São “padrão ouro” e consideradas como marcadores tardios.
“Os produtos que dosam ambas podem ser qualitativos ou quantitativos. Entre os quantitativos, tem-se os que são considerados ultrassensíveis e capazes de detectar quantidades pequenas desses dois analíticos na amostra”, complementa Bárbara.
Mioglobina
O terceiro biomarcador é a mioglobina, uma metaloproteína com núcleo porfirínico de ferro, semelhante à hemoglobina, cuja função é realizar o transporte intracelular de oxigênio.
É uma proteína presente no citoplasma, que está localizado entre o núcleo e a membrana celular, responsável pela captura do oxigênio e por levá-lo às mitocôndrias, auxiliando no processo de respiração celular.
A concentração da mioglobina se eleva entre 1 e 2 horas após a isquemia, o pico ocorre entre 6 e 9 horas e as concentrações se normalizam entre 12 e 24 horas. “Portanto, é considerado um marcador precoce”, destaca Bárbara.

Outros biomarcadores
Além do biomarcadores mencionados, outros também são relevantes para o diagnóstico do IAM, como o hormônio BNP e o D-dímero. O hormônio peptídeo naurético cerebral (BNP) é um excelente marcador de estresse mecânico e sua dosagem auxilia na avaliação da disfunção ventricular sistólica esquerda. Já o D-dímero é um fragmento de proteína resultante do processo de coagulação e níveis elevados deste analito estão associados ao aumento de risco de IAM.
Recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomenda que o diagnóstico não seja feito com apenas um marcador, mas com pelo menos dois. Um que seja precoce (mioglobina e CK-MB) e um tardio (CK-MB e troponinas).
“Os biomarcadores cardíacos são importantes para auxiliar no diagnóstico do infarto agudo do miocárdio. A escolha do biomarcador mais adequado deve ser considerada de acordo com o tempo de aparecimento ou elevação da sua atividade ou concentração na corrente sanguínea”, afirma Bárbara.
“É importante realizar o diagnóstico de maneira adequada. O resultado precoce possibilita que as medidas médicas sejam efetivas, evitando sequelas graves que possam comprometer a qualidade de vida do paciente e a evolução do quadro para o óbito”, finaliza Bárbara.
Fonte:Labtest
por CenterLab | mar 2, 2020 | Informativos
Especialista aponta que defasagem antiga em tabelas de remuneração de serviços na área de saúde pública e ainda a falta de coordenação e gerenciamento obrigam a que se reduza o atendimento ao SUS por questão de sobrevivência. Roberto Madid é Diretor Executivo no Setor de Saúde com 32 anos de atuação no segmento, com passagens por banco de sangue, hospitais públicos e privados, santas casas, medicina diagnóstica, operadoras de saúde e cooperativas médicas. Atualmente participa de vários conselhos de administração e está à frente do projeto Unique Medical Center em Maringá/PR. Para ele, o futuro depende de gerenciamento competente e coordenado e foco na Atenção Primária.
Por: Regina Prado
Labornews – Nos últimos cinco anos, 3 milhões de pessoas perderam seus planos de saúde no Brasil. Em grande parte devido ao desemprego, já que 70% dos planos são empresariais, e em outros casos por opção, devido ao aumento das anuidades, bem acima da inflação, e ainda pela novidade da coparticipação nos custos do tratamento. Sem uma perspectiva concreta de mudanças a médio prazo no volume de desempregados no país, por exemplo, como o setor de saúde deveria se organizar para receber esta nova demanda no SUS?
Madid – A saúde pública nunca foi priorizada como deveria em nenhum dos últimos governos no Brasil. A divisão em hospitais federalizados, estaduais e municipais é muito prejudicial para organização do sistema atual. A divisão de verbas, que já é escassa, fica injusta e desigual. A atuação não é ordenada e priorizada. Falta gestão em todos os níveis da administração pública de saúde do país. Governança e compliance zero. A preocupação sempre foi direcionada para parte técnica e médica de atuação e muito pouco na estratégia de organização, gestão e administração do modelo de saúde. Com a retomada da economia que se vislumbra com a nova gestão do país, com os indicadores econômicos apontando crescimento, o número de beneficiários na saúde suplementar deve crescer na mesma medida pois é diretamente proporcional ao volume de empregados. Acredito que devemos fechar 2020 com acréscimo entre 750 mil a 1 milhão de novos beneficiários, mesmo porque as operadoras estão modelando e oferecendo produtos mais acessíveis.
Lab – Segundo especialistas, a segmentação entre setores público e privado (24% da população ainda é coberta por planos de saúde), sem uma coordenação estabelecida, pode comprometer a qualidade do atendimento em saúde no país. A parceria com as Organizações Sociais de Saúde (OSS) é uma boa alternativa para o SUS? Segundo a legislação, elas podem “quarteirizar” o serviço prestado. Como pode ser avaliada a qualidade deste trabalho?
Madid – Por que existe a quarteirização? Exatamente pela ineficiência da gestão pública. Gastar mais para contratar empresas para que façam o que o ente público não faz. É um círculo vicioso e que abre margens para má aplicação do recurso público. A tendência é aumentar a abrangência do setor de saúde suplementar pela ineficiência do setor público. Não sou contra OSS, mas não é isso que vai resolver o problema. Se fizermos uma peneira fina nas centenas que existem, acredito que poucas realmente tem expertise, experiência e capacidade técnica comprovada. Muitas foram criadas para fins e “objetivos específicos”.
Lab – Como foi sua experiência na superintendência da Santa Casa de Campo Grande (MS)? Já há alguns anos vemos as enormes dificuldades econômicas de hospitais filantrópicos em todo o país. Por que é difícil equilibrar estas finanças?
Madid – Fomos contratados para um projeto de “turnaround” no intuito de equilibrar as contas da entidade. Fizemos. O problema é que o ente público não cumpre o acordado. Não paga em dia, ou simplesmente não paga. Em Campo Grande/MS veja o histórico político: estiveram presos governador e dois prefeitos, fora vários deputados federais e estaduais denunciados e respondendo a processos, e isso apenas nos últimos cinco anos. As Santas Casas são essenciais para manter de pé o atendimento à população carente no país. Apesar disso, são muito mal remuneradas pelos serviços de complexidade que prestam. A conta não fecha. Os valores não são reajustados há mais de quinze anos! Na sua grande maioria estão em situação financeira desesperadora. Não adianta novas linhas de crédito como faz o governo atual. É necessário remunerar condizentemente pelos serviços prestados.
Lab – Segundo recente artigo de Leandro Fonseca da Silva, Diretor-Presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), “mais de 50% do total despendido no país com saúde é feito por entes privados, sendo que 52,8% dos gastos privados realizados por meio de operadoras de planos de saúde. Esse padrão é diferente dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por exemplo, nos quais a despesa pública com saúde, em média, é de 73,4%”. Com estes dados em mãos, o que o Brasil deve reformular para otimizar os gastos aplicados na saúde?
Madid – O Brasil gasta pouco com saúde e gasta mal. A proporção reflete a pouca abrangência que o serviço público tem. O setor suplementar vem crescendo cada vez mais e continuará assim. O nosso atual modelo de saúde pública é reativo e não proativo e preventivo.
Lab – Como o senhor avalia as demandas do setor de análises clínicas, que tem a remuneração pelo SUS defasada em mais de duas décadas de prestação de serviços?
Madid – A remuneração do SUS não sustenta nenhum dos players do segmento. A remuneração está defasada não apenas para análises clínicas, mas para tudo. Quem depende ser remunerado pelo sistema SUS não consegue sobreviver. Na maioria dos casos reduz o atendimento ao SUS para menor proporção possível e passa a atender convênios e particulares para poder equilibrar suas contas.
Fonte: Labornews
05 DE FEVEREIRO DE 2020
por CenterLab | mar 2, 2020 | Informativos
Os dados são alarmantes: em Minas Gerais, a chuva está próxima de atingir o triplo da média e já deixou 59 mortos com mais de 53 mil pessoas fora de casa, somente em 2020. No Espírito Santo a chuva já deixou mais de 12 mil pessoas fora de casa em 27 municípios, com 23 cidades em alerta máximo e 10 mortes registradas.
Outro estado afetado pela chuva é São Paulo, que está em estado de atenção para alagamentos segundo a prefeitura de São Paulo.
Temporais e chuvas de grande volume acumulado (acima de 100mm em 24 horas) estão sendo observados, também, nos últimos dias em vários estados da região Norte do Brasil.
Temporais mais recentes ocorreram no Pará e no Amazonas. Entre 9hs do dia 27/01/2020 e 9hs do dia 28/01/2020, foram registrados 91,2mm sobre Manaus e 107mm em Tefé, no Amazonas. Entre os dias 26 e 27 de janeiro, no estado do Pará foram registrados 103,4mm sobre Rondon do Pará, 88,6mm em Paragominas e 81,4mm em Novo Repartimento.
Janeiro de 2020 foi o janeiro mais chuvoso em Manaus em 24 anos, desde 1996, quando janeiro acumulou 571,3mm.
Já não basta todos os problemas decorrentes da chuva nas cidades, o aumento do volume de chuva, enchentes e inundações, eleva o número de casos de Leptospirose.
Durante esse período, a urina dos ratos e de outros animais (boi, porco, cavalo, cabra e ovelhas) mistura-se à água e à lama. A bactéria do gênero Leptospira penetra no corpo humano pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e também pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama contaminada.
A leptospirose é uma doença infecciosa febril que provoca impactos sociais e econômicos negativos. A doença apresenta elevada incidência, alto custo hospitalar, perdas de dias de trabalho, além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves.
O período de incubação da doença dura, em média, de 5 a 14 dias. Em alguns casos, pode ser assintomática. Quando ocorre, os sintomas podem ser confundidos com sinais da gripe ou dengue, como febre, mal-estar, dores de cabeça e muscular.
Os sintomas, em geral, desaparecem após 3 ou 4 dias da manifestação. Dependendo do caso, porém, a doença pode evoluir para a Síndrome de Weil, uma forma grave. Nessa fase, as taxas de mortalidade são elevadas.
Por apresentar sintomas semelhantes à gripe, dengue, malária e hepatite, o diagnóstico diferencial para confirmação do quadro é de extrema importância.
Fonte: Eco Diagnóstica
por CenterLab | mar 2, 2020 | Informativos
Apesar de ameaçar uma em cada cinco pessoas do mundo, a maioria das metas para 2020 acordadadas na Declaração de Londres em 2012 seguem inalcançadas.
No primeiro dia mundial de combate às doenças tropicais negligenciadas, em 30 de janeiro, decidiu-se um esforço de mais de 200 organizações ao redor do mundo para impulsionar esforços e investimentos para esse tema. As DTNs são doenças relacionadas à pobreza e afetam mais de 1,6 bilhão de pessoas no mundo. São 20 doenças listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose, hanseníase, dengue e chikungunya que estão no planeta há centenas de anos, mas seguem sem controle e sem alternativas terapêuticas satisfatórias.
Dessa forma, algumas das metas da Declaração de Londres como a erradicação da dracunculíase – doença do verme-da-guiné, o controle da hanseníase, da doença de Chagas e esquistossomose até 2020 não serão alcançadas neste ano. A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), parceira do primeiro Dia Mundial contra DTNs, alerta que no Brasil a hanseníase não está sendo percebida e, por consequência, diagnosticada e notificada.
Segundo Claudio Salgado, presidente da entidade, o país deve ter de 3 a 5 vezes mais casos da doença. É alto o índice de diagnóstico tardio, sequelas incapacitantes e afastamentos temporários ou permanentes do trabalho por hanseníase. “É preciso ensinar nas universidades, capacitar profissionais da atenção básica à saúde, esclarecer a população e trabalhar fortemente contra o preconceito”, alerta. Segundo ele, ações como o Dia Mundial contra DTNs são importantíssimas neste cenário.
Fonte:Labornews
05 DE FEVEREIRO DE 2020
por CenterLab | fev 28, 2020 | Informativos
Para a complementação de um diagnóstico, ou acompanhamento da evolução de uma doença, o médico tem à sua disposição o apoio do laboratório clínico que pode determinar a concentração ou a presença de um grande número de analitos. Os analitos de interesse são identificados ou medidos nas amostras dos pacientes utilizando sistemas analíticos constituídos por reagentes e instrumentos.
Os resultados das análises realizadas no laboratório podem ser qualitativos, semiquantitativos e quantitativos. Esses últimos requerem calibração e são provenientes de métodos analíticos que devem atender aos limites especificados de exatidão para que tenham utilidade médica.
O procedimento de calibração deve ser estabelecido considerando as características de desempenho inerentes a cada sistema de medição. A quantidade e a concentração dos calibradores devem ser definidas visando à obtenção da calibração com o menor custo sem comprometimento da exatidão do resultado.
Técnicas e atividades operacionais que se destinam a monitorar um processo e eliminar as causas de desempenho insatisfatório em todas as etapas do ciclo da qualidade. Compreende o estudo de todos os erros e procedimentos utilizados para reconhecê-los e minimizá-los. No laboratório clínico o controle (soro controle) desempenha o papel de aferidor da qualidade e confiabilidade dos resultados obtidos.
Como em todo processo analítico existe uma variação esperada que não pode ser eliminada totalmente, devemos procurar manter esta variação dentro de valores pré-estabelecidos por critérios baseados nos diversos sistemas analíticos, em dados clínicos e estudos estatísticos.
CALIBRADOR
Durante o desenvolvimento de um sistema analítico, a preocupação com a sensibilidade é de importância fundamental para se determinar com exatidão, concentrações do analito na região de maior interesse médico, os chamados níveis de decisão.
O estabelecimento de um intervalo operacional visando minimizar as repetições do teste em amostras com concentrações acima do limite superior do intervalo de referência, também deve ser priorizado.
Assim sendo, o sistema analítico deve ter a sensibilidade ajustada convenientemente para atender a necessidade da aplicação. De um modo geral, a imprecisão da medição ao longo do intervalo operacional varia de maneira inversa a intensidade da resposta do sistema.
Em relação à resposta frente à concentração do analito na amostra, os sistemas de medição quantitativos utilizados no laboratório clínico são caracterizados durante seu desenvolvimento como: Lineares e Não Lineares (Figura 1).

Fig.1-Gráfico representativo de resposta linear dentro do intervalo operacional especificado (linha azul) e de resposta não linear (linha verde).
Sistemas analíticos Não Lineares são aqueles que, no intervalo operacional especificado, não respondem de modo proporcional à concentração do analito na amostra.
São caracterizados como Lineares os sistemas analíticos que, no intervalo operacional especificado, respondem de modo proporcional à concentração do analito na amostra.
Para se obter a calibração, determina-se a resposta do sistema para amostras com concentrações conhecidas do analito, denominadas padrões ou calibradores. O correto número de calibradores é definido em função da resposta do sistema.
Devido à característica da resposta frente a diferentes concentrações do analito, estes sistemas analíticos são obrigatoriamente calibrados através do ensaio de quatro a seis níveis de calibradores. Portanto, alterar a quantidade ou a concentração dos calibradores estabelecidos para o procedimento de calibração pode comprometer a exatidão do sistema.
Sistemas analíticos Lineares
Por responderem de modo proporcional à concentração do analito na amostra, as respostas do sistema para apenas duas diferentes concentrações do analito são suficientes para a obtenção da calibração. A utilização de dois calibradores com significativa diferença de concentração entre si melhora a exatidão e diminui a variabilidade entre calibrações.
Assim sendo, a calibração pode ser obtida através da medição da resposta do sistema para um calibrador com concentração do analito igual a zero (água, NaCl 150 mmol/L ou apenas o(s) reagente(s)) e outro calibrador com concentração do analito situada na região de menor imprecisão do sistema. Considerando que a imprecisão do sistema varia de modo inverso a sua resposta, a concentração do analito para o calibrador de valor diferente de zero deve se situar na região intermediária do sistema operacional.
Este procedimento de calibração vem sendo utilizado com sucesso no Laboratório de Controle da Qualidade da Labtest, obtendo-se menor variabilidade entre diferentes calibrações.
A Labtest está recomendando utilizar o CALIBRA H como calibrador diferente de zero para a calibração de seus produtos que fornecem resposta linear. Com a aplicação do CALIBRA H, são evitados os efeitos indesejáveis da maior imprecisão da medição encontrada na região de menor intensidade da resposta do sistema.
A adoção do calibrador CALIBRA H, além de facilitar o trabalho durante o procedimento de calibração, possibilita redução de custos de aquisição e minimiza o trabalho de reconstituição e fracionamento em alíquotas.
CONTROLE DE QUALIDADE
Técnicas e atividades operacionais que se destinam a monitorar um processo e eliminar as causas de desempenho insatisfatório em todas as etapas do ciclo da qualidade. Compreende o estudo de todos os erros e procedimentos utilizados para reconhecê-los e minimizá-los.
No laboratório clínico o controle (soro controle) desempenha o papel de aferidor da qualidade e confiabilidade dos resultados obtidos.
Como em todo processo analítico existe uma variação esperada que não pode ser eliminada totalmente, devemos procurar manter esta variação dentro de valores pré-estabelecidos por critérios baseados nos diversos sistemas analíticos, em dados clínicos e estudos estatísticos.
O Controle da Qualidade compreende também o registro de todas as ações realizadas. Um sistema de Controle da Qualidade quando corretamente aplicado, proporciona:
1- Meios de medir e comparar a imprecisão de métodos, material de medição e instrumentos de trabalho.
2- Indicação de inexatidão por introdução de erros sistemáticos.
3- Detecção de erros aleatórios.
4- Registro contínuo, visível e permanente dos resultados e ações.
5- Indicação das medidas corretivas e preventivas a serem tomadas, quando um resultado aparece fora de controle.
A finalidade do Controle da Qualidade é implementar a precisão metodológica e mantê-la continuamente, visando com isto aprimorar a exatidão dos métodos. A figura abaixo mostra as diversas situações encontradas ao avaliar uma metodologia em um laboratório clínico:

RECONSTITUIÇÃO E ARMAZENAMENTO

A CENTERLAB tem disponível para o seu laboratório todos os calibradores e controles, faça uma consulta com o representante de sua região e tire suas dúvidas.