Instituto Adolfo Lutz confirmou dois casos da nova variante do coronavírus em SP, com origem no Reino Unido.
O Instituto Adolfo Lutz, referência em São Paulo, confirmou dois casos da nova variante do coronavírus no Brasil. Outros dois brasileiros com suspeita, no entanto, foram descartados. E agora? O vírus é mais agressivo? Veja abaixo 5 perguntas e respostas sobre que se sabe até o momento.
1. O que é uma mutação?
Uma mutação é uma mudança que ocorre de forma aleatória no material genético. No caso do Sars CoV-2, o novo coronavírus, ela ocorre no RNA, fita única que carrega as “informações” do vírus. Essas alterações ocorrem com frequência e não necessariamente deixam o vírus mais forte ou mais transmissível. Por isso, pesquisadores acompanham o caminho das transmissões e fazem um mapeamento do material genético no decorrer da pandemia, uma forma de monitorar as versões que realmente merecem atenção.
2. Como se chama e onde surgiu a nova variante do novo coronavírus?
A variante é chamada de B.1.1.7 e já foi registrada em pelo menos outros 17 países. Ela surgiu no Reino Unido, onde já representa mais de 50% dos novos casos diagnosticados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Estudo publicado em dezembro descreve que os primeiros dois casos foram detectados na cidade de Kent e em Londres, em 20 e 21 de setembro, respectivamente.
3. A mutação do novo coronavírus deixou ele mais agressivo?
Por enquanto, não há comprovação de que o vírus esteja mais forte ou cause uma versão mais grave da Covid-19. Os cientistas apontam apenas que as trocas genéticas afetaram a maneira como o vírus se fixa nas células humanas.
“O fato de ela [nova versão do coronavírus] não ser mais patogênica não significa que não vá aumentar o número de pessoas doentes. Quando você tem mais gente infectada, acaba levando a um número maior de pessoas doentes. Sim, ela pode causar bastante estrago. A gente precisa estar atento. E as pessoas precisam entender que todo mundo tem que ter mais cuidado agora”. disse Ester Sabino, coordenado pela diretora do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, uma das especialistas que sequenciou a nova variante encontrada no Brasil.
4. A mutação do novo coronavírus deixou ele mais transmissível?
Sim. Estudo médico divulgado no final de dezembro aponta que a nova versão é entre 50% a 74% mais contagiosa. Por isso, é importante manter as medidas de isolamento, usar máscara e manter a constante higienização das mãos.
Um pouco antes da pesquisa, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já havia falado sobre uma transmissão 70% maior. As autoridades britânicas haviam informado à OMS que a nova cepa é entre 40% e 70% mais transmissível. Mais estudos deverão ser apresentados para confirmar a taxa exata, mas, de qualquer forma, a cepa é consideravelmente mais transmissível.
5. As vacinas devem funcionar para essa nova variante?
Por enquanto, de acordo com a OMS, ainda não há informação suficiente para determinar se a nova variante afetará a eficácia das vacinas, afirmando que pesquisas estão em andamento.
Fonte: G1