Suspensão do tempo de sangramento

Suspensão do tempo de sangramento

O teste tempo de sangramento (TS) deixou de fazer parte do coagulograma na rotina do Fleury

Publicado em 17 de julho de 2019

Desde o começo de fevereiro de 2018, o Fleury deixou de realizar o teste tempo de sangramento (TS) como parte do coagulograma. Contudo, o conjunto de exames para avaliação da coagulação foi mantido no portfólio, o que inclui a contagem de plaquetas, o tempo de protrombina e o tempo de tromboplastina parcial ativada.

Originalmente introduzido como uma ferramenta para avaliação da função plaquetária, o TS parou de ser feito em inúmeros países, a exemplo dos Estados Unidos, devido a dificuldades associadas à sua padronização, à sua baixa sensibilidade e especificidade, a interferências relacionadas à habilidade do técnico que o executa e à pouca reprodutibilidade do teste, de forma que seus resultados não expressam, necessariamente, o risco hemorrágico do indivíduo. Ademais, condições inerentes ao próprio paciente, como redução do número de plaquetas funcionalmente ativas e uso de medicamentos, podem interferir na função plaquetária.

Causas: Doenças do colágeno.
Comentários: Síndrome de Ehlers Dantos.

Causas: Trombocitopenias.
Comentários: Contagens plaquetárias inferiores a 50.000/mm³ podem interferir no resultado do teste.

Causas: Trombopatias.
Comentários: Trombopatias congênitas e algumas condições adquiridas, como paraproteinemias, uremia, doenças mieloproliferativas e síndrome mielodisplásica, podem causar defeitos na função plaquetária e prolongar o TS.

Causas: Doença de von Willebrand (DVW).
Comentários: Na DVW, o TS pode ou não estar prolongado. Dessa forma, o teste não é mais recomendado para diagnóstico.

Causas: Anemia grave.
Comentários: Pacientes com anemia apresentam mudanças na distribuição das plaquetas e, portanto, menor interação dessas células com o endotélio.

Causas: Hipofibrinogenemia.
Comentários: O fibrinogênio é essencial para que ocorra a agregação plaquetária e, portanto, indivíduos com deficiência desse fator apresentam prolongamento do TS.

Causas: Medicamentos.
Comentários: Clopidogrel, ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não esteroidais podem prolongar o TS. Entretanto, o teste não é capaz de predizer o risco de sangramento perioperatório de pacientes em uso dessas medicações.

Uma vez que não existe um exame para substituir o TS na avaliação pré-cirúrgica do risco hemorrágico, a investigação adicional do paciente deve ser direcionada pela história pessoal e familiar de sangramento, podendo contemplar desde testes de agregação plaquetária, quando há suspeita de plaquetopenias hereditárias, até métodos que avaliam a função das plaquetas, como o PFA-100, na hipótese de alteração medicamentosa ou de doença de von Willebrand.

Fonte: Fleury

Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) estão em alta no Brasil

Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) estão em alta no Brasil

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) são contabilizados todos os dias no mundo mais de 1 milhão de casos de IST curáveis entre pessoas de 15 a 49 anos.

As IST estão em alta no Brasil e a sífilis é o caso mais alarmante com aumento da taxa de 59.1 casos/100 mil habitantes em 2017 para 75.8 casos/100 mil habitantes em 2018.

As hepatites virais, doenças altamente perigosas, também estão em alta. De 2008 até 2018 foram registrados quase 633 mil casos no país, sendo que somente em 2018 foram 43 mil casos.

Para HIV, de 2010 a 2018 o Brasil teve aumento de 21% no número de casos novos, enquanto o resto do planeta teve queda de 16%.

De acordo com especialista, a principal razão para esse aumento está ligada ao fato das doenças serem silenciosas e não apresentarem sinais e sintomas por meses ou anos, somado a diminuição no uso de preservativos, o baixo nível de conhecimento sobre educação sexual e baixa adesão na cobertura vacinal para as doenças que podem ser prevenidas.

As IST são causadas por mais de 30 vírus e bactérias e transmitidas, principalmente, por relação sexual com uma pessoa infectada. Também podem ser passadas de mãe para criança durante gestação, parto ou amamentação. Essas doenças podem provocar, além das conhecidas lesões nos órgãos genitais, câncer, complicações na gravidez e no pato, aborto, infertilidade, problemas neurológicos, cardiovasculares e até a morte. Podem, também, deixar sequelas emocionais e sociais.

Outro fator preocupante é que essas doenças deixam os pacientes mais vulneráveis a adquirir o HIV. Exima-se que a chance de infecção eleva em até 18 vezes.

 

Fonte: Eco Diagnóstica

Sífilis

A situação da sífilis no Brasil não é diferente da de outros países. O número de casos da infecção é preocupante e precisa ser controlada.

A taxa de detecção aumentou de 59,1 casos por 100.000 habitantes, de 2017, para 75,8 casos em 2018. Ano passado, a taxa de detecção de sífilis em gestantes foi de 21,4/1.000 nascidos vivos, a taxa de incidência de sífilis congênita foi de 9,0/1.000 nascidos vivos a e taxa de mortalidade por sífilis congênita foi de 8,2/100.000 nascidos vivos.

Mapa Sífilis Foto Site da Eco Diagnóstica

Como é possível o aumento de uma doença tão antiga, de diagnóstico tão fácil e tratamento barato? Como é possível que uma infecção facilmente detectável, cujo tratamento é simples atingir um número grande de pessoas e crianças no Brasil?

Em 2018, foram notificados 158.051 casos de sífilis adquirida, 62.599 casos de sífilis em gestantes, 26.219 casos de sífilis congênita com 241 óbitos por sífilis congênita.

De 2017 para 2018, houve aumento de 5,2% no número de notificações de sífilis congênita no Brasil. Em 2018, houve 25.889 (98,4%) casos de sífilis congênita em neonatos (até 28 dias de vida), dos quais 25.456 (96,8%) foram diagnosticados na primeira semana de vida.

É possível detectar a doença com um teste rápido de sangue. No caso de mulheres grávidas, se o tratamento for seguido no início, as chances de infecção do bebê são mínimas.

Um obstáculo ao tratamento adequado da sífilis é a resistência dos homens em relação ao tema, negando-se a comparecer às consultas para receber tanto o diagnóstico quanto o tratamento adequado. Para que a doença seja erradicada com sucesso, mesmo em gestantes, precisam ser medicados tanto a mulher quanto todos os seus parceiros sexuais.

Outros dois entraves significativos: o primeiro é que se houver atrasos longos nas doses do tratamento ele se torna ineficaz. O segundo é que, se a mulher voltar a praticar sexo inseguro com um parceiro infectado, voltará a contrair a sífilis.

Nos últimos dez anos, no Brasil, o coeficiente de mortalidade infantil por sífilis passou de 1,9/100.000 nascidos vivos em 2008 para 8,2 em 2018. Em 2017, o coeficiente de mortalidade foi de 7,6/100.000 nascidos vivos, o que representa um aumento de 8,5% em relação a 2018.

A sífilis pode ser transmitida ao bebê a partir da 9ª semana de gravidez, embora a transmissão seja mais frequente entre a 16ª e a 28ª semanas.

Os efeitos em bebês são ainda mais catastróficos: malformações, microcefalia, comprometimento do sistema nervoso, sequelas na visão, nos músculos, coração e fígado, até aborto ou morte ao nascer.

Nas orientações para a prevenção, a recomendação é que no caso de mulheres grávidas, o exame para sífilis seja realizado antes de engravidar, como parte das consultas de rotina. Assim como o pré-natal do parceiro.

Fonte: Eco Diagnóstica

Segurança e acurácia nos testes rápidos laboratoriais para glicose

Por Cristina Sanches

Os testes laboratoriais remotos (TLRs), também chamados de point-of-care testing (POCT), são uma forma de ampliar o atendimento à população que traz benefícios quando aplicados de forma adequada. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 302/2005 – Regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – define os TLRs como exames realizados por meio de equipamento situado fisicamente fora da área de um laboratório clínico e que devem ser gerenciados por laboratórios de análises clínicas. Especialistas ressaltam que é necessária fiscalização para que a segurança do paciente não seja colocada em risco pela emissão de resultados equivocados que possam impactar o diagnóstico, o monitoramento de doenças e a indicação de tratamento adequado ao paciente.

Segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML),  a maior parte dos erros nesse tipo de exame ocorre na fase analítica, daí a necessidade de serem realizados por pessoal treinado, com comprovação de validação metodológica e do uso de controles de qualidade. De acordo com a SBPC/ML, os equipamentos e insumos são, em geral, portáteis e de utilização simples e rápida.

As duas vantagens mais evidentes dos testes laboratoriais remotos são a redução do tempo de tomada de decisão, em virtude da obtenção de um resultado mais rápido; e a possibilidade de levar o teste ao local de atenção do paciente (domicílio, postos de saúde, localidades remotas, veículos paramédicos, locais de desastres e/ou pandemias), possibilitando a realização de exames em populações que não têm acesso a um laboratório clínico e/ou realizar exames laboratoriais.

Existem diversos tipos de testes rápidos disponíveis no mercado, mas um dos mais comuns é o de glicose capilar. “Em especial, os TRLs de glicose auxiliam no rastreio de diabetes (identificando portadores de diabetes nas suas fases precoces e/ou em pacientes assintomáticos), auxiliam os pacientes portadores de diabetes no ajuste das drogas hipoglicemiantes, e no ambiente hospitalar identificam alterações no nível de glicose que necessitam de atenção/correção”, explica Fábio Sodré, presidente regional da SBPC/ML na Bahia.

Para a equipe do Fleury Medicina e Saúde*, uma vantagem importante destes testes está no fato de que, no mesmo momento da consulta, o médico pode ter um resultado em tempo real, bem como avaliar o histórico evolutivo das glicemias realizadas pelo paciente no intervalo das consultas, fato que contribui para agilizar a avaliação médica e garantir maior segurança no seguimento do paciente diabético.

No ambiente hospitalar, a monitorização da glicemia capilar utilizando dispositivos TLR pode ser considerada como parte da avaliação dos sinais vitais, juntamente com a medida da pressão arterial, temperatura, frequência cardíaca e respiratória, sendo também componente vital no cuidado ao paciente crítico em ambientes como terapia intensiva, pronto-socorro e durante procedimentos cirúrgicos, inclusive nos pacientes não diabéticos.

Capacitação e treinamento

O principal desafio no uso dos TLRs, segundo Sodré, está em garantir que seus resultados sejam confiáveis. “Esta garantia passa pelo treinamento dos usuários dos equipamentos, seleção adequada de equipamentos para a finalidade do uso, realização de testes de controle de qualidade, correto registro e comunicação dos resultados.”  Em geral, explica ele, estes testes são realizados pela equipe de enfermagem, que nem sempre tem a expertise sobre os processos analíticos, pré-analíticos e pós-analíticos, logo os treinamentos são necessários.

“É preciso haver todo um processo de educação continuada. Na prática, face à rotatividade do pessoal de enfermagem, é recomendado que no treinamento introdutório da equipe de enfermagem tenha um momento específico para orientar estes profissionais quanto ao correto uso dos glicosímetros. Outros treinamentos devem ser programados no processo de educação continuada. A utilização de um sistema de gerenciamento automatizado, por exemplo, permite identificar os usuários que tenham problemas recorrentes para que possam ser retreinados. É recomendado que periodicamente os usuários sejam retreinados, mesmo aqueles que não apresentem erros detectados pelo sistema de gerenciamento.”

Assim como o programa de treinamento, o processo de coleta e análise do material também é de responsabilidade do laboratório clínico. Gustavo Campana, diretor médico da Dasa, explica que todas as coletas seguem padrões de gestão e de qualidade, e as análises de resultados seguem as mesmas regras da coleta tradicional. “A análise é realizada no local onde o paciente está, sem necessidade de transporte para o laboratório. Para ter um exemplo da abrangência, existem protocolos de point of care dentro de ambulâncias, mas esse processo é pouco utilizado no Brasil.” A amostra de sangue capilar (para os testes rápidos de glicose) não necessita de preparo pré-analítico, fato que permite o processamento em regiões com infraestrutura elétrica e hidráulica deficientes.

Existem duas maneiras pelas quais o laboratório pode gerenciar o teste: a manual e a automatizada. A primeira, mais trabalhosa e complexa, requer que os dados de rastreabilidade sejam anotados manualmente em planilhas. “Logo, é necessário que sejam elaboradas planilhas para que o usuário faça as anotações dos dados referentes aos materiais utilizados, testes de controle de qualidade e calibração, resultados obtidos e dados do paciente e do operador, além da data e hora da realização do teste”, explica Sodré.

A forma mais segura e rastreável para realizar os testes de glicemia, explica ele, é com a utilização de equipamentos com conectividade a um sistema de gerenciamento do teste. “Neste sistema, é possível cadastrar os usuários habilitados a operar o equipamento, identificar o material utilizado em relação ao seu lote de fabricação, identificar o paciente pela pulseira de código de barras,  garantir a realização e adequação dos testes de controles de qualidade, registrar automaticamente os resultados dos testes do paciente, além de informar os resultados críticos identificados.”

A participação do laboratório para garantir que os testes sejam efetuados da maneira adequada começa na seleção dos equipamentos, e segue com a elaboração dos documentos obrigatórios, treinamento dos operadores e definição do processo de educação permanente, definição da sistemática de registros de resultados provisórios, liberação de laudos e comunicação de resultados críticos, além da análise dos controles de qualidade.

Atualmente, estão disponíveis no mercado dispositivos de teste laboratorial remoto específicos para uso hospitalar, os quais permitem a conexão direta com o sistema de informação laboratorial (LIS) e/ou com o sistema de informação hospitalar (HIS), permitindo a rastreabilidade de todo o processo de execução do exame.

Custo ainda é alto

A principal finalidade dos TLRs é a melhoria dos desfechos clínicos dos pacientes, maior satisfação dos mesmos e melhor uso de recursos do sistema de saúde. Sodré diz que os TLRs são, geralmente, mais caros, quando seu custo direto é comparado com o custo dos testes clássicos. “Neste ponto, é necessário enfatizar que isto é real quando a comparação do custo é feita de forma direta para a execução da dosagem. Porém, quando um TLR é usado corretamente, ele tem o potencial de reduzir o custo do sistema, podendo diminuir o tempo de permanência dos pacientes nas unidades de emergência ou hospitais; acelerar tratamentos e condutas que reduzam o dano ao paciente, evitando incapacidades futuras; e contraindicar procedimentos desnecessários.”

Mas vale ressaltar que o TLR, como qualquer outro teste laboratorial, não deve ser usado caso não agregue valor ao sistema. Isto acontece principalmente quando ele é mal indicado, repetido desnecessariamente e/ou quando seu resultado não é confiável. O teste laboratorial remoto para glicose, por exemplo, não deve ser utilizado para fins de diagnóstico de diabetes.

Um dos principais cuidados, segundo Sodré, para garantir a confiabilidade na adoção destes testes, é ter claras as indicações para as quais o teste tem potencial de agregar valor ao sistema de saúde.

Como assegurar a qualidade do exame

Campana, da Dasa, explica que existem diferentes tecnologias e metodologias para TLR. Depende do tipo de exame e do responsável pela análise. “Entre as metodologias de testes rápidos há heterogeneidade de performance, e alguns exames precisam ser repetidos no laboratório. São exames que precisam de resposta rápida e, a depender do exame e do resultado, recomenda-se que o paciente repita o exame no laboratório, normalmente para acompanhamento e definição de conduta. Entretanto, a escolha pela abordagem é sempre do médico solicitante.”

Para garantir que os resultados dos testes rápidos sejam compatíveis ao de testes realizados em laboratórios, o fabricante das tiras reagentes e do dispositivo que realiza a medição deve garantir a acurácia do equipamento seguindo as especificações analíticas determinadas por organismos internacionais, fato que garante a qualidade do resultado obtido no equipamento de TLR para glicose e comparável ao método laboratorial.

Conforme explica a equipe de especialistas do Fleury, segundo o documento ISO 15197:2013, a avaliação mínima deve ser realizada com 100 indivíduos diferentes tomando medidas duplicadas de cada um dos três lotes de reagentes. Para a acurácia analítica, requer que 95% dos resultados estejam dentro do intervalo:

– Os resultados do glicosímetro devem atingir os critérios de acurácia de ± 15 mg/dL dos valores obtidos no laboratório em concentrações de glicemia < 100 mg/dL;

– Os resultados do glicosímetro devem atingir os critérios de acurácia de ± 15% dos valores obtidos em laboratório em concentrações de glicemia ≥ 100 mg/dL.

Para a precisão, o critério de aceitação é que o método apresente um coeficiente de variação menor ou igual a 5%.

Já segundo o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), a acurácia analítica requer que:

– 95% das glicemias pelo glicosímetro, quando comparadas com o método laboratorial de referência, precisam estar dentro de uma faixa de ± 12 mg/dL, para concentrações de glicemia < 100 mg/dL, e dentro de uma faixa de ± 12,5%, para os valores de concentração de glicemia ≥ 100 mg/dL.

– 98% dos resultados individuais do glicosímetro devem atender ao critério anterior de precisão, segundo o qual a glicemia pelo glicosímetro pode diferir em ± 15 mg/dL em valores < 75 mg/dL, quando comparada com o teste laboratorial de referência, e até ± 20%, para valores ≥ 75 mg/dL.

Em relação à qualidade e acurácia dos resultados, Sodré destaca o processo de gerenciamento automatizado dos controles de qualidade. “Como os testes laboratoriais remotos, em especial para glicemia capilar, são realizados pela equipe de enfermagem, a obrigatoriedade de realizar os controles internos de qualidade e sua análise automática facilita muito a garantia da qualidade, pois o gerenciamento automatizado permite a programação do bloqueio dos equipamentos caso o controle interno de qualidade não tenha sido realizado na periodicidade indicada e/ou esteja fora da faixa aceitável.

Caso não haja uma integração entre a gestão dos testes rápidos e os sistemas laboratoriais, podem ocorrer problemas de gestão da qualidade, de gerenciamento de insumos e de assessoria médica. Segundo a equipe do Fleury, a ausência do laboratório na gestão dos testes remotos dificulta a identificação de possíveis erros analíticos e retarda a implantação de ações para eliminar suas causas. “O laboratório possui a experiência para realizar a validação, controle interno e externo, avaliação dos resultados e de interferentes, bem como a forma como monitorar os possíveis desvios nas fases pré-analítica, analítica e pós-analítica.”

Entre os problemas mais comuns, o mais frequente é a baixa confiabilidade nos resultados e/ou indicação inadequada para a realização do exame. “Nestes cenários, o TLR não agrega nenhum valor ao sistema, de fato ele apenas eleva o custo. Já o problema mais grave que pode acontecer é um desfecho clínico negativo secundário a uma indicação desnecessária de tratamento, procedimento e/ou uma outra tomada de decisão equivocada a partir de um resultado errôneo de um TLR”, ressalta Sodré.

* Dr. Álvaro Pulchinelli Jr; Dr. Gustavo Loureiro e Dr. Nairo Sumita – assessores médicos em bioquímica clínica do Fleury Medicina e Saúde, e Dra. Katia Regina César, coordenadora Técnica de Controle de Qualidade e Point of Care do Fleury Medicina e Saúde.

Fonte: Labnetwork

Európio na Fluorescência

EURÓPIO (Eu) é um elemento químico que faz parte dos lantanídeos na Tabela Periódica e possui número atômico 63. Considerando as propriedades ópticas, o Európio é utilizado como marcador de proteínas e aminoácidos. Em sua forma de íon, apresenta grande número de níveis de energia e proporciona emissões desde o infravermelho até o ultravioleta.

O EURÓPIO possui faixas DISTINTAS de excitação (333nm) e emissão (613nm), sem sobreposição das curvas, gerando um resultado mais acurado (preciso) quando é utilizado como molécula imunofluorescente.

Gráfico 01

A grande maioria das partículas fluorescentes possuem uma faixa de excitação e emissão em comprimentos de onda próximos, o que pode ocasionar erros devido a sobreposição das curvas.

Gráfico 02

Outra característica importante do EURÓPIO é a sua “life time” de aproximadamente 0.5 milissegundos, que é de 10 a 100 vezes maior do que a maioria dos fluoróforos. Desta forma, ele evita a interferência não específica nas leituras e proporciona resultados mais específicos.

Gráfico 03

 

Todos os testes da Linha F-Line da ECO Diagnóstica utilizam o sistema de imunoensaio fluorescente a base de EURÓPIO para medições quantitativas e qualitativas.

Fonte: Eco Diagnóstica

Controles e Calibradores: Conheça a importância desses materiais para um laboratório de Análises Clínicas

Controles e Calibradores: Conheça a importância desses materiais para um laboratório de Análises Clínicas

Imagem retirada do site da Labtest

Fundamentais para a gestão da qualidade da fase analítica nos laboratórios de análises clínicas, esses materiais também garantem credibilidade e confiabilidade nos procedimentos e exames realizados

O uso de equipamentos e produtos de qualidade são fatores que garantem os bons resultados de um laboratório de análises clínicas. Contudo, a performance dos sistemas utilizados deve ser constantemente medida e corrigida, para que o resultado do exame não contenha erro inaceitável. É por isso que existem os calibradores e os controles de qualidade, que são materiais usados para aferição e monitoramento desses atributos.

O calibrador, também chamado de padrão, é usado para transferir exatidão ao sistema analítico, ou seja, para ajustar a medição dos parâmetros para o mais próximo do valor real. Já os materiais de controle são usados no monitoramento da estabilidade do sistema analítico, avaliando a precisão e indicando necessidade de troca de reagentes, calibração, manutenção corretiva etc.

“O calibrador ou padrão possui uma quantidade conhecida de um determinado analito e essa quantidade é informada ao equipamento para que ele a use como referência. Ao calibrar um equipamento com este material, ele faz uma relação entre a quantidade informada previamente e a medição que ele obteve durante a calibração. A partir desses dados, ele calcula os resultados das amostras de controle e amostras de pacientes fazendo uma relação entre eles. Por exemplo, quando calibramos o parâmetro Glicose, usamos um padrão ou calibrador que possui quantidade conhecida do analito. O sistema armazena essa referência e a utiliza para calcular os resultados dos exames que são feitos após a calibração” explica Cristiano Cambraia, da equipe de Pós-Vendas da Labtest.

A diferença entre padrão e calibrador está relacionada à sua composição. O padrão geralmente é uma solução aquosa (matriz não proteica) e é específico para apenas um parâmetro. O calibrador possui uma matriz proteica e pode ser utilizado para calibrar um ou mais parâmetros. “Geralmente, os padrões são usados em equipamentos manuais ou semiautomáticos. Já os calibradores com matriz proteica são mais utilizados nos equipamentos automatizados e para calibração de enzimas em equipamentos semiautomáticos“, define Cambraia.

Materiais de Controle

Enquanto os calibradores atuam para ajustar o sistema, os controles têm a função de monitorar o sistema e avaliar a sua estabilidade. Esses materiais são comercializados na forma liofilizada e/ou prontos para uso. Os erros durante a sua preparação e armazenamento devem ser minimizados a partir do uso de água reagente, pipetas calibradas e armazenamento adequado para a obtenção dos parâmetros com maior exatidão.

As diferenças entre calibradores e controles estão, portanto, associadas a suas aplicações e todos os materiais devem ser apropriados para o método analítico a ser adotado.

É recomendado que os laboratórios utilizem o controle interno da qualidade em sua rotina e participem de um programa de avaliação externa da qualidade, onde será possível comparar a sua performance com outros laboratórios que utilizam os mesmos sistemas de análise.

Fonte: Labtest