por CenterLab | ago 21, 2019 | Informativos
Doença inflamatória intestinal (DII), que inclui doença de Crohn e colite ulcerativa, é uma condição recidivante caracterizada por inflamação crônica em vários locais do trato GI, que resulta em diarreia e dor abdominal.
A inflamação resulta de resposta imunitária celular na mucosa gastrointestinal. A etiologia precisa é desconhecida, mas evidências sugerem que a flora intestinal normal desencadeia uma reação imune anormal em pacientes com predisposição genética multifatorial (talvez envolvendo barreiras epiteliais anormais e defesas imunes da mucosa). Não se identificou qualquer fator dietético, ambiental ou infeccioso. A reação imune envolve a liberação dos mediadores inflamatórios, incluindo citocinas, interleucinas e FNT.
Embora a doença de Crohn e a colite ulcerativa sejam similares, elas podem ser diferenciadas em muitos casos ( Diferenciação entre doença de Crohn e colite ulcerativa). Cerca de 10% dos casos de colite não são inicialmente distinguíveis e são denominados não classificados; se um espécime patológico cirúrgico não pode ser classificado, ele é chamado de colite indeterminada. O termo colite se aplica somente às doenças inflamatórias do cólon (p. ex., colite ulcerativa, granulomatosa, isquêmica, por radiação e infecciosa). A colite espástica (mucosa) é um termo inadequado aplicado a uma doença funcional, síndrome do intestino irritável.
A doença intestinal inflamatória afeta pessoas de todas as idades, mas em geral começa antes dos 30 anos, com pico de incidência dos 14 aos 24 anos. A DII pode apresentar outro pico menor aos 50 e 70 anos de idade; entretanto, esse pico tardio pode incluir alguns casos de colite isquêmica.
A DII é mais comum na população do norte da Europa e de origem anglo-saxônica e é 2 a 4 vezes mais comum em judeus asquenazes do que não judeus brancos. A incidência é baixa na Europa central e do sul e ainda mais baixa na América do Sul, Ásia e África. Entretanto, a incidência vem aumentando em negros e latino-americanos que vivem na América do Norte. Ambos os sexos são igualmente afetados. Parentes de primeiro grau dos pacientes com DII têm um risco 4 a 20 vezes maior; seu risco absoluto pode chegar a 7%. A tendência familiar é muito maior na doença de Crohn do que na colite ulcerativa. Várias mutações gênicas conferem um risco maior da doença de Crohn (e algumas possivelmente relacionadas à colite ulcerativa) foram identificadas.
O tabagismo parece contribuir para o desenvolvimento e a exacerbação da doença de Crohn, mas diminui o risco de colite ulcerativa. A apendicectomia realizada para tratar a apendicite também parece diminuir o risco de colite ulcerativa. Os AINE podem exacerbar a DII. Contraceptivos orais podem aumentar o risco de doença de Crohn. Alguns dados sugerem que a doença perinatal e a utilização de antibióticos na infância podem estar associados a um maior risco de DII.
Por razões pouco claras, as pessoas com melhor nível socioeconômico podem ter um maior risco de doença de Crohn.
Manifestações extraintestinais
Doença de Crohn e colite ulcerativa afetam outros órgãos além do intestino. A maioria das manifestações extraintestinais é mais comum na colite ulcerativa e colite de Crohn do que nos casos de doença de Crohn limitada ao intestino delgado. As manifestações extraintestinais da DII são caracterizadas de três maneiras:
1. Doenças que em geral acompanham (i.e., vêm e vão) surtos de DII: essas doenças incluem artrite periférica, episclerite, estomatite aftosa e eritema nodoso. A artrite tende a envolver grandes articulações e ser migratória e intermitente. Uma ou mais doenças concomitantes aparecem em mais de um terço dos pacientes hospitalizados com DII.
2. Doenças que claramente estão associadas com DII, mas aparecem de modo independente da atividade da DII: essas doenças incluem espondilite anquilosante, sacroileíte, uveítepioderma gangrenoso e colangite esclerosante primária. A espondilite anquilosante é mais comum nos pacientes com DII com antígeno HLA-B27. A maioria dos pacientes com envolvimento da coluna ou do sacroilíaco tem evidência de uveíte e vice-versa. A colangite esclerosante primária, que é um fator de risco de câncer do trato biliar, está fortemente associada à colite ulcerativa ou colite de Crohn. A colangite pode aparecer antes ou concomitantemente com doença intestinal ou mesmo 20 anos depois da colectomia. A doença hepática (p. ex., esteatose hepática, hepatite autoimune, pericolangite e cirrose) aparece em 3 a 5% dos pacientes, embora alterações mínimas da função hepática sejam mais comuns. Algumas dessas condições (p. ex., colangite esclerosante primária) podem preceder a DII em muitos anos e, quando diagnosticadas, devem ser seguidas de investigação imediata para eventual DII associada.
3. Doenças que são consequências da fisiologia intestinal rompida: essas doenças ocorrem principalmente na doença de Crohn grave do intestino delgado. A má absorção pode ser secundária a ressecções ileais extensas, causando deficiências de vitaminas solúveis em gordura, vitamina B12 ou minerais, resultando em anemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, distúrbios de coagulação e desmineralização óssea. Em crianças, má absorção retarda o crescimento e desenvolvimento. Outras alterações incluem cálculos urinários secundários ao excesso de absorção do oxalato da dieta, hidroureter e hidronefrose secundários à compressão pelo processo inflamatório intestinal, cálculos biliares secundários à falha de reabsorção de sais biliares pelo íleo inflamado e amiloidose secundária ao longo processo inflamatório e supurativo.
Fonte: Eco Diagnóstica
por CenterLab | ago 20, 2019 | Informativos
As meningites bacterianas são infecções agudas responsáveis por muitas mortes e sequelas neurológicas. A bactéria Neisseria meningitidis, também chamada de meningococo, possui grande importância epidemiológica, porque apresentam risco constante de epidemias e elevados índices de morbimortalidade. Contudo, com os avanços terapêuticos e as medidas de suporte avançado reduziram a letalidade, que varia hoje de 5 a 20%. Portanto, é de fundamental importância o diagnóstico e o tratamento precoce.
OS DESAFIOS DO DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Meningite significa inflamação das meninges, que são as camadas protetoras que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, ou por processos não-infecciosos, como lesões e tumores. No entanto, as formas mais frequentes são a meningite viral e bacteriana, que concentram também os casos mais graves e com maior taxa de mortalidade. Por isso ambas são consideradas uma importante questão de saúde pública, devido à sua capacidade de ocasionar surtos.
Os sintomas das duas formas são muito parecidos: síndrome febril com sinais neurológicos, muitas vezes confundidas com uma gripe. No caso da doença meningocócica, os pacientes podem desenvolver síndrome febril hemorrágica, e serem confundidos, por exemplo, com um quadro de dengue.
Nos casos virais os sintomas se desenvolvem mais lentamente e sem tanta severidade, e não há um tratamento específico, já que a doença costuma desaparecer sozinha após algumas semanas, assim como acontece com outras viroses. Por outro lado, a bacteriana progride muito rápido e pode ser fatal se não for tratada rapidamente. Por isso o tratamento tardio pode resultar em sequelas como danos cerebrais, perda da audição e visão e até mesmo a amputação de membros.
No controle da doença bacteriana, a medida mais eficaz não está relacionada a terapêutica, mas à prevenção, o uso das vacinas, especificamente contra o Haemophilus influenzae B. A eficácia é inquestionável. Além disso, sabe-se que qualquer bactéria pode causar meningite num indivíduo susceptível. Mas Haemophilus influenzae tipo B, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae(pneumococo) são os agentes responsáveis por aproximadamente 95% dos casos.
A IMPORTÂNCIA DA DIFERENCIAÇÃO DO AGENTE CAUSADOR
As medidas de tratamento são diferentes para cada tipo da meningite, por isso saber se a causa é bacteriana é muito importante, uma vez que determina a gravidade da doença assim como o tratamento adequado.
O diagnóstico laboratorial da meningite bacteriana é realizado através do estudo do líquido cefalorraquidiano LCR (líquor), sangue, bem como raspado de lesões petequiais, característica na doença meningocócica.
O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor. No entanto, nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.
Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite são:
- Exame quimiocitológico do líquor
- Bacterioscopia direta(líquor e outro fluídos)
- Cultura (líquor, sangue, petéquias)
- Contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro)
- Aglutinação pelo látex (líquor e soro)
As metodologias mais utilizadas para a diferenciação do agente etiológico são os exames bacterioscópico direto (método de Gram) e o crescimento em meio de cultura, sendo essa considerada padrão ouro. Entretanto, a dificuldade reside na sensibilidade de ambos os métodos, a qual pode variar de 60 a 85% no exame direto e de 70 a 85% na cultura. Além da visualização direta da bactéria, pode-se pesquisar a presença de antígenos bacterianos mais comuns através de prova do látex. Este método, alia ao mesmo tempo rapidez e grande sensibilidade, utiliza partículas de látex marcadas com anticorpos bacterianos específicos, que ao contato com uma amostra de LCR contendo antígeno bacteriano reage com aglutinação visível a olho nu.

Tabela: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009.
O PRÓXIMO PASSO: DIAGNÓSTICO MOLECULAR PARA MENINGITE
Hoje sabemos que, com o avanço da medicina, os novos conhecimentos sobre fisiopatologia, o surgimento de novos antibióticos e a crescente resistência bacteriana têm como resultado mudanças no diagnóstico e tratamento de várias doenças.
Assim, neste cenário, os exames laboratoriais por biologia molecular são importantes aliados do tratamento médico: por meio da técnica de PCR (Reação em cadeia da Polimerase), identificam por meio do material genético os agentes causadores da meningite e outras doenças infecciosas, oferecendo resultados mais rápidos e com alta sensibilidade e especificidade. Além disso, os painéis multiplex ainda possibilitam a detecção de diversos patógenos simultaneamente em um único teste, com uma única amostra.
Fonte: Kasvi
por CenterLab | jul 30, 2019 | Informativos

Analisadores Bioquímicos e Turbidimétricos Labtest: Soluções sob medida para o seu negócio
A maior evolução da tecnologia na medicina laboratorial ocorreu na etapa analítica. A maioria dos equipamentos analíticos iniciou com desenhos de ensaios em cubetas, geralmente dispostos em um fluxo contínuo. A necessidade da implementação de diferentes detectores de sinais e da adsorção de moléculas trouxe ao mercado novas gerações de equipamentos.
A exigência de altos padrões de qualidade e a expectativa dos clientes em relação aos serviços prestados tem sido fatores motivadores para que seja implementada a automação de um processo analítico na parte operacional, destacamos fatores internos como a pressão relacionada aos colaboradores e outros associados a planejamento da capacidade de produção, por meio da eliminação de atividades desnecessárias e da combinação das atividades em processos únicos, buscando a simplificação e a padronização dos processos.
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Há mais de 45 anos no mercado, a Labtest é a maior indústria brasileira do segmento de diagnóstico in vitro. Fundada em 1971, a empresa é marcada pelo pioneirismo e pela inovação científica na industria de diagnostico in vitro (IVD), iniciando suas atividades com desenvolvimento, industrialização e comercialização da linha de bioquímica. A Labtest é comprometida com o rigor metodológico, científico e reconhecida nacional e internacionalmente pela sua excelência na produção de conhecimento, capacidade de inovação, respeito ao cliente, posicionamento ético e constante aprimoramento de seu sistema de qualidade.
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A politica de qualidade da empresa consiste em garantir o constante aprimoramento de seu sistema. Buscando excelência global ,obedecendo a rígidos requisitos técnicos nacionais e internacionais, a empresa possui as principais certificações do seu segmento que adquiriu nos seus mais de 40 anos de história.
Linha de analisadores bioquímicos e turbidimétricos
A Centerlab em parceria com a Labtest tem a grande satisfação de disponibilizar um excelentes equipamentos que aliam alta produtividade e baixo consumo de reagentes, aumentando a eficiência na rotina laboratorial. A partir da necessidade de prover soluções especificas para os diversos laboratórios clínicos, novos analisadores foram disponibilizados ao mercado.


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Referências: – Folder Labtest – Bioquímica e Turbidimetria _Audmax Evolution – junho 2019
– Site: Labtest _www.labtes.com.br
por CenterLab | jul 26, 2019 | Informativos
O grande desafio para o controle da clamídia está justamente no seu diagnóstico, porque pessoas infectadas geralmente não apresentam sintomas. Cerca de 50% dos homens e até 70% das mulheres são assintomáticas. Esse cenário dificulta o reconhecimento da doença e o seu tratamento logo no estágio inicial. Mas mesmo sem manifestar nenhum sinal visível, pode haver sérias consequências principalmente a longo prazo.
CLAMÍDIA: O QUE É?
A clamídia é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, transmitida através do contato sexual direto. Afetam, sobretudo, adolescentes e adultos jovens sexualmente ativos. Segundo a Organização Mundial da Saúde é a mais comum de todas as ISTs bacterianas, apresentando 131 milhões de novos casos todos os anos. No Brasil, estima-se que haja uma incidência anual de 2 milhões de novos casos/ano.
Nem todas as pessoas contaminadas com clamídia apresentam sintomas, podendo a infecção passar despercebida por muitos anos. Os pacientes assintomáticos com clamídia tornam-se fontes de contaminação permanentes. Os altos números de casos se devem, principalmente, a quem transmite não saber que está contaminado e quem se contaminou não saber de quem pegou.
COMPLICAÇÕES
Apesar de ocasionarem infecções curáveis, como a endocervicite, nas mulheres, e a uretrite, nos homens, essas doenças podem causar complicações graves quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente. A principal complicação da infecção por clamídia nas mulheres é a progressão da bactéria em direção ao útero, trompas e ovários, pois pode provocar a doença inflamatória pélvica (DIP). Assim como sequelas subsequentes como gravidez ectópica e a infertilidade. Além disso, estudos sugerem que a infecção por C. trachomatis é um fator de risco independente para o desenvolvimento de câncer de colo do útero. Além de aumentar o risco de aquisição e de transmissão do HIV em até dez vezes.
Os homens podem desenvolver complicações como inflamação da próstata (prostatite) ou inflamação nos testículos (orquiepididimite), impedindo a passagem de espermatozoides, como também a possibilidade da infertilidade.
Outra grande preocupação é o risco da transmissão da mãe para o bebê durante o parto normal. O recém-nascido pode desenvolver infecção ocular (conjuntivite) ou pulmonar (pneumonia). Cerca de um terço dos neonatos expostos ao patógeno durante o parto podem ser afetados. Na mãe, a infecção pode provocar aborto, parto precoce ou até mesmo a morte neonatal.
SINTOMAS DA CLAMÍDIA
Quando presentes, os sintomas mais comuns nas mulheres são:
– Corrimento amarelado ou claro;
– Sangramento espontâneo ou durante as relações sexuais;
– Dor ao urinar, durante as relações sexuais ou no baixo ventre (pé da barriga).
E nos homens, os sintomas mais comuns são:
– Ardência ao urinar;
– Corrimento uretral com a presença de pus;
– Dor nos testículos.
AS DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO DA CLAMÍDIA
Sabe-se que 35% a 50% das mulheres infectadas com C. trachomatis são coinfectadas com N. gonorrhoeae, o que torna esse cenário ainda mais preocupante. Uma vez que ambas, na sua maioria, são assintomática e, na presença de sintomas, pode haver sobreposição das síndromes clínicas.
Diante disso, o diagnóstico clínico é pouco sensível em tais casos, o que implica necessariamente a confirmação diagnóstica por métodos laboratoriais. Existem várias técnicas como a cultura, a imunofluorescência direta (IFD), imunofluorescência indireta (IFI) e o ensaio imunoenzimático (EIA ou ELISA).
O ensaio imunoenzimático é recomendado para estudos epidemiológicos e infecções sistêmicas, como pneumonia em recém-nascidos, LGV, salpingites, epididimites, infertilidade, gravidez ectópica, onde os títulos de anticorpo IgG são frequentemente elevados. Não é recomendada para o diagnóstico de infecções urogenitais por causa da frequência de exposição aos sorotipos da C. trachomatis e pela ocorrência de reações cruzadas com outras espécies, especialmente a C. pneumoniae, tornando difícil valorizar determinações de anticorpo em uma única amostra.
A técnica considerada como padrão-ouro é a cultura, porém exige uma infraestrutura maior do laboratório, por exigir cuidados especiais com a amostra. A vantagem da cultura é a baixa probabilidade de contaminação e a preservação do microrganismo para estudos adicionais, como o teste de suscetibilidade à terapia antimicrobiana e genotipagem.
Atualmente, a metodologia mais precisa é o diagnóstico molecular. Muito conhecida e utilizada na investigação do HPV, a biologia molecular ganha espaço para ajudar na análise de agentes que ocasionam infecções urogenitais, muitas delas consideradas infecções sexualmente transmissíveis. Dentre elas, a infecção por Chlamydia trachomatis.
São mais completos em termos de sensibilidade e especificidade por permitirem a identificação do agente infeccioso em amostras com baixa concentração do patógeno, sem risco de resultados falso-positivos. Além de alguns testes moleculares detectarem em uma única amostra, diferentes patógenos causadores das principais ISTs.
Fonte: Kasvi
por CenterLab | jul 18, 2019 | Informativos
Imagem site da Kasvi
A biópsia é um procedimento muito comum na prática médica, no entanto, ainda existe uma ampla parcela de pacientes que nutre certo temor a respeito do exame por ser uma prática pouco entendida por grande parte da população. Ao contrário do que a maioria acredita, a solicitação de uma biópsia nem sempre significa suspeita de câncer.
A biópsia é indicada tanto em enfermidades simples, como as verrugas, como nas mais graves, como o câncer. Mas também pode ajudar no diagnóstico de doenças infecciosas, determinando o agente causal. Em doenças autoimunes, ajuda a confirmar ou informar as alterações esperadas em órgãos ou tecidos. Uma biópsia também pode ajudar a avaliar a gravidade da lesão e a evolução do tratamento. Em lesões de malignidade suspeita ou confirmada, ajuda a estabelecer o grau histológico de neoplasia e a determinar a natureza, taxa de crescimento e agressividade do tumor, ajudando a elaborar o plano do tratamento e a prever o prognóstico da doença.
COMO É FEITA A BIÓPSIA?
Em geral as biópsias são realizadas sem necessidade de internação. Uma biópsia bem-feita começa com uma adequada coleta do material. O profissional deve escolher a melhor área da lesão a ser coletada, a extensão correta de coleta e o material a ser colhido. O material colhido deverá ser conservado em solução de formol e posteriormente enviado a um laboratório de patologia, para avaliação e emissão de um laudo histopatológico.
PREPARO DA AMOSTRA:

Imagem site da Kasvi
1 – Começa-se por colocar o tecido num fixador que evitará qualquer deterioração. Depois, a amostra será desidratada e embebida em parafina para que se preservem as células e a estrutura.
2 – Quando o tecido já está incorporado, corta-se o bloco de parafina com o tecido embebido em fatias mais finas do que uma fração de um cabelo humano. Estas fatias finas são colocadas numa lâmina de vidro, retira-se a parafina do tecido e, depois, utilizam-se corantes diferentes para identificar as estruturas celulares distintas e suas características especiais.
3 – No diagnóstico da patologia o processo de coloração inicial designa-se por hematoxilina & eosina (H&E) – e permite corar diferentes células e estruturas tornando-as visíveis ao microscópio. O patologista pode, assim, detectar o crescimento irregular das células e determinar o próximo passo do tratamento.
Na maior parte dos casos é possível obter um diagnóstico somente com a coloração H&E, mas há casos em que são necessárias colorações especiais. Estas colorações especiais podem detectar, por exemplo, certas quantidades de proteínas que indicam a probabilidade de um doente responder a determinados tratamentos.
Os prazos necessários para que se possa produzir esses laudos variam de acordo com o tipo de lesão, do material a ser analisado e o procedimento técnico adotado. O prazo médio oscila entre sete e quatorze dias, podendo chegar a um mês em casos de exames mais sofisticados.
TIPOS DE BIÓPSIA
O tipo de biópsia a ser realizado depende do tipo de lesão, do órgão a ser estudado, da hipótese diagnóstica e de condições pessoais do paciente:
– Biópsias externas: Quando feitas em lesões superficiais, geralmente salientes na pele ou mucosas.
– Biópsias interna: Feitas por incisão ou punção às cegas ou guiadas por ultrassonografia ou por endoscopia.
– Biópsias extemporânea ou perioperatórias: Feitas durante uma cirurgia.
– Biópsias incisionais: Quando é retirada apenas uma parte da lesão.
– Biópsias excisionais: Quando é retirada a lesão inteira.
– Biópsias por aspiração: Quando o material a ser examinado é aspirado por uma seringa ou instrumento semelhante. Este tipo de biópsia se divide em dois tipos:
Punção e aspiração com agulha fina (PAAF): Esta punção retira células e líquidos de tumores, com frequência de glândulas como a tireoide ou a mama. Este exame é rápido e não é muito doloroso, podendo ser realizado sem anestesia. A desvantagem deste tipo de biópsia é que por ser uma agulha fina, pouco material pode ser recolhido e a precisão é baixa.
Punção e aspiração com agulha grossa (PAAG): Diferente da anterior, este tipo de punção utiliza uma agulha mais grossa, capaz de remover pedaços de mais de 1 cm. É usada anestesia local para a inserção da agulha e de três a seis amostras glandulares são retiradas para precisão do diagnóstico.
– Biópsia Líquida: O recente interesse por ácidos nucleicos do sangue abriu novas áreas de investigação e possibilidades para o diagnóstico molecular. Em oncologia, alterações genéticas derivadas de tumor, alterações epigenéticas e ácidos nucleicos virais são encontrados no plasma/soro de pacientes com câncer. Esses achados têm importantes implicações para a detecção, o monitoramento e o prognóstico de muitos tipos de cânceres. A caracterização molecular do tumor de um paciente para orientar as decisões de tratamento é cada vez mais aplicada em cuidados clínicos e pode ter um impacto significativo no resultado da doença.
A medicina personalizada para pacientes com câncer visa adequar as melhores opções de tratamento para o indivíduo no momento do diagnóstico e durante o tratamento. Uma dessas abordagens é feita por meio da biopsia líquida, na qual a composição genética do tumor pode ser avaliada pela amostra de biofluidos. As biopsias líquidas têm o potencial de ajudar os oncologistas a rastrearem a doença, estratificar os pacientes para adoção do melhor tratamento e monitorar a resposta à terapêutica e os mecanismos de resistência no tumor. Sua natureza não invasiva permite repetir a amostragem para monitorar a quantificação ou a ausência do DNA tumoral ao longo do tempo, sem a necessidade de uma biopsia tecidual.
Fonte: Site Kasvi