Teste molecular rápido apoia o diagnóstico do coronavírus

Teste molecular rápido apoia o diagnóstico do coronavírus

Já passa de 361 o número de mortos por coronavírus na China, com mais de 17,2 mil casos confirmados naquele país. No Brasil, cresce o temor de uma epidemia e já há 16 casos suspeitos sendo avaliados, em 6 estados. Os números mudam a cada instante. Este novo vírus pertence a uma cepa desconhecida do coronavírus, uma família de patógenos que abrange desde simples resfriados até a Sars (síndrome respiratória aguda grave), que causou centenas de mortes na China entre 2002 e 2003.

O contágio ocorre pelo ar e os sintomas incluem infecções das vias aéreas superiores, semelhantes ao resfriado (coriza, febre e dificuldade respiratória), até pneumonia e insuficiência respiratória grave. Enquanto não há casos confirmados no Brasil, cresce a importância de tomar os cuidados para evitar a transmissão e, sobretudo, de obter o diagnóstico rápido, imprescindível para diminuir a letalidade das doenças, especialmente neste caso, em que o vírus pode causar quadros muito graves. Nesse sentido, os testes moleculares de diagnóstico rápido, que indicam o resultado em até uma hora, são um trunfo para a equipe médica tomar as melhores decisões para o paciente.

Diagnóstico rápido salva vidas ? Seguindo este conceito, a bioMérieux, líder mundial em diagnóstico in vitro, disponibiliza no Brasil a tecnologia do Diagnóstico Sindrômico com FilmArray, sistema exclusivo capaz de detectar, em apenas uma hora, dezenas de microrganismos, vírus, bactérias, fungos e protozoários, entre eles os causadores da Sepse, do H1N1 e de diversas doenças respiratórias e gastrointestinais, além de sepse, meningite e encefalite.

O FilmArray Respiratory Panel, por exemplo, abrange 20 vírus e bactérias respiratórias. Isso significa que, ao fazer uma varredura nesses patógenos, que normalmente infectam o trato respiratório superior, o sistema irá indicar se a infecção investigada é causada por algum deles. Neste caso, uma coinfecção com o novo coronavírus seria muito improvável, o que já indica, por exclusão, alternativas de tratamento para a equipe médica.

Na hipótese de o resultado ser negativo para qualquer um deles, se o paciente apresenta sintomas de infecção do trato respiratório, aí a probabilidade de coronavírus aumenta consideravelmente. Neste momento de alto estresse e ansiedade com o risco do novo coronavírus, a utilização de testes sindrômicos, que podem identificar até mais do que 20 patógenos dentre os mais comuns causadores das ITRs é uma importante aliada, mesmo sem o poder de identificar especificamente o novo coronavírus.

A tecnologia, que já está sendo utilizada no País, foi desenvolvida pela BioFire, empresa do grupo bioMérieux. O equipamento tem aprovação dos órgãos competentes – ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no Brasil, e FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos. A abordagem sindrômica com a tecnologia FilmArray é um agrupamento amplo, baseado em sintomas, de prováveis patógenos em um único teste molecular rápido que maximiza a chance de obtenção da resposta correta em um período de tempo clinicamente relevante. A disponibilidade dos testes FilmArray levam a resultados mais rápidos, melhorando a administração de antimicrobianos e antivirais, detecção e rastreabilidade de surtos e investigação de patógenos desconhecidos.

Fonte: Labornews
Publicado em: 05/02/2020

A efetividade dos testes laboratoriais e a correta interpretação dos resultados dependem da qualidade da amostra colhida. A padronização do manejo da amostra como um todo é a forma de garantir segurança, confiabilidade e qualidade nos resultados das análises.

Existem numerosos fatores que podem levar a erros nos resultados dos exames laboratoriais e que podem afetar a interpretação das condições clínicas dos animais. Eles devem ser considerados sempre que o resultado do exame não fizer sentido ou não tiver correlação com o estado clínico do animal. Esses fatores podem ser classificados em erros pré-analíticos e analíticos. Os erros préanalíticos são os mais comuns e podem ocorrer devido a numerosos problemas relacionados com a coleta e o manuseio da amostra. Os erros analíticos são os que ocorrem na metodologia do exame e devem-se à interferência de uma substância ou de um fenômeno na amostra ou algum problema no desempenho do método do exame.

Variáveis pré-analíticas que podem interferir nos resultados dos exames
– Condição da coleta (Difícil ou tranquila);
– Prática de atividade física:
– Elevam os níveis de lactato, amônia, creatinoquinase, ALT, AST, fósforo, fosfatase ácida, creatinina, ácido úrico;
– Albumina, glicose, ferro e sódio sofrem redução;
– Concentrações totais de leucócitos e de todos os tipos de leucócitos (com exceção das formas jovens) sofrem aumento;
– Trombocitose e policitemia (ou eritrocitose) também são esperadas.
– Animal sob estresse (agressividade, medo, ou outras alterações no comportamento do animal no momento da coleta influem no resultado do exame).
– Garroteamento prolongado:
– Hemólise;
– Hemoconcentração e infiltração de sangue para os tecidos, gerando valores falsamente elevados para todos analitos, além da alteração do volume celular.
– Dieta e tempo de jejum não respeitados:
– No jejum não respeitado pode ocorrer lipemia;
– No jejum prolongado podem-se ter alterações na bilirrubina, proteína total, ácido úrico entre outros, gerando assim resultados alterados.

A importância da lipemia na medicina veterinária
Durante a rotina em uma clínica ou hospital veterinário, é comum que os exames sejam realizados no momento da consulta. Por isso, o jejum necessário para alguns exames nem sempre é seguido à risca. Quando as amostras são coletadas após a alimentação do animal, por exemplo, sem o jejum mínimo de 12 horas, pode ocorrer a lipemia.

Os distúrbios lipídicos (dislipidemias) são relativamente comuns na Medicina Veterinária, principalmente em cães. Normalmente, os animais que apresentam dislipidemias não desenvolvem sinais clínicos e o diagnóstico, muitas vezes, ocorre acidentalmente durante os exames laboratoriais de rotina.

Como definição, os distúrbios lipídicos podem ser classificados como hiperlipidemia e lipemia, que podem estar ou não associadas. A

hiperlipidemia ocorre quando há aumento na concentração de triglicérides (hipertrigliceridemia), colesterol (hipercolesterolemia) ou de ambos. Esta pode ou não desencadear a lipemia, que é definida como o aumento visível da turbidez do soro ou plasma, que adquire aspecto leitoso e, normalmente, ocorre quando a concentração de triglicérides é superior a 200 mg/dL. A lipemia, por influenciar na turbidez da amostra de soro ou plasma, é um importante interferente nos exames bioquímicos, comprometendo a confiabilidade dos resultados.

A importância da lipemia na medicina veterinária

Causas
As causas de hiperlipidemias e que podem resultar em lipemia, são classificadas como: hiperlipidemia pós-prandial, hiperlipidemias primárias e secundárias.

Causas de Lipemia em cães e gatos

Hiperlipidemia pós-prandial
A hiperlipidemia pós-prandial ocorre devido ao aumento transitório de triglicerídeos na forma de pico entre 6 e 8 horas e, com isso, ojejum recomendável para essas espécies é de 12 a 15 horas. No entanto, o jejum muitas vezes não é praticado por que a coleta de sangue para o diagnóstico laboratorial normalmente não é planejada sendo realizada durante a consulta veterinária, o que faz com que a hiperlipidemia pós-prandial seja considerada a principal causa de lipemia em cães e gatos. Em ruminantes, devido ao fato da digestão ruminal ser um processo contínuo, esses animais não apresentam oscilações pós-prandiais, não sendo necessário o jejum.

Interferência nos exames bioquímicos:
Os exames bioquímicos são normalmente realizados pela mensuração da absorbância por método espectrofotométrico, que é a medição da luz absorvida, em um ou mais comprimentos de onda, pelo meio reacional. A turbidez decorrente da lipemia influencia drasticamente na absorção da luz, por isso não é recomendável realizar os exames com amostras de soro ou plasma lipêmicos. O efeito da lipemia na mensuração de AST (aspartato aminotransferase) em uma amostra de cão está demonstrado na Tabela 2. O soro lipêmico apresentou atividade de AST abaixo do intervalo de referência da espécie (13 – 52 U/L), mas, após a remoção física da lipemia através da centrifugação em elevada rotação (14.000 rpm), o resultado obtido é quase 5 vezes superior ao intervalo de referência. A mensuração do AST é um importante indicador de doença hepática nos animais e o erro no resultado poderia comprometer o diagnóstico pelo médico veterinário.

EFEITO DA LIPEMIA NA MENSURAÇÃO DE ASTEM AMOSTRA DE CÃO

A Labtest Diagnóstica desenvolveu no Centro de Desenvolvimento, Inovação, Ciência e Tecnologia (CDICT) o DelipVET Ref.1020, que é um produto inédito no mercado veterinário e que remove a lipemia dos soros de cães e gatos, garantindo resultados confiáveis nos exames bioquímicos e evitando a necessidade de recoleta.

O DelipVET Ref. 1020 é um reagente para o pré-tratamento de amostras lipêmicas que atua agregando as lipoproteínas pelo método de aglutinação. Após a adição do DelipVET Ref. 1020 ao soro lipêmico, o soro é centrifugado a 4.500 rpm, rotação já utilizada rotineiramente nos laboratórios. Após a centrifugação, é visualizada a formação de um sobrenadante sólido, tornando o soro límpido.

O pré-tratamento com o DelipVET foi capaz de reduzir drasticamente a concentração de triglicérides no soro, que é visualizada pela redução da turbidez do soro quando comparado ao soro lipêmico. O resultado de AST foi similar ao soro centrifugado, demonstrando a eficiência do produto em remover a lipemia das amostras e garantir resultados bioquímicos confiáveis, sem a necessidade de utilização de centrífugas específicas.

EFICIÊNCIA NA REMOÇÃO DA LIPEMIA PELO DELIPVET REF. 1020

DELIPVET

Remoção da lipemia em soros de cães e gatos.
Aumento da confiabilidade dos exames bioquímicos!

– Produto inédito no mercado veterinário;
– Evita o procedimento de recoleta de sangue, normalmente estressante aos animais;
– Líquido estável e pronto para uso;
– Protocolo de simples operação;
– Os volumes podem ser modificados proporcionalmente sem  prejuízo de desempenho.

Delipvet

 

Referências:
– Parreira IM & Buzin EJWK. Realização de colheita de sangue em felinos domésticos: dificuldades e soluções. Enciclopédia biosfera, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.8, N.14; p. – 2012.
– Tecsa Laboratórios. Manual de Coletas Pet – V.02 – Set/2017.
– Labtest. Infovet Labtest – a importância da lipemia na medicina veterinária. N°3. Out/2019.
– Labtest. Delipvet – Pré tratamento de amostras lipêmicas. Out/2019.

Amostras para a Biologia Molecular: Boas Práticas na Coleta e Preparo

O uso de métodos moleculares não dependem do isolamento ou crescimento do patógeno ou da detecção de uma resposta imune contra o agente. E sim, da informação genética contida nas amostras. Por isso, o diagnóstico molecular está avançando muito na investigação de doenças infecciosas, genéticas e oncológicas.

O que permitiu esse crescimento foi, principalmente, a expansão do conhecimento sobre os genomas dos vírus, bactérias e fungos aliados aos avanços na bioinformática, que permitiram análises das sequências de ácidos nucléicos para encontrar as melhores regiões para diagnóstico.

Dentre as técnicas descritas na literatura, uma de maior destaque é a reação em cadeia da polimerase (polymerase chain reaction, PCR). Essa técnica é utilizada para a amplificação seletiva de determinada região de uma molécula-alvo de DNA, na qual apenas uma única molécula de DNA pode servir de molde para amplificação produzir milhares de cópias.

Apesar da sensibilidade da PCR ser o diferencial da técnica, alguns fatores podem comprometer o resultado. A contaminação é uma preocupação frequente. As moléculas de DNA previamente amplificadas em outras reações (amplicons) são as que representam as maiores ameaças de contaminação. Por esse motivo, é imprescindível adotar práticas que assegurem sua eficiência e confiabilidade dos resultados, principalmente quando empregada para fins de diagnóstico. A qualidade e a quantidade dos ácidos nucleicos extraídos são bastante afetadas pela coleta da amostra, por seu manuseio e transporte e pela escolha do método de extração. Assim, torna-se relevante entender as possíveis causas de erro, na fase pré-analítica, mais frequentes no diagnóstico molecular.

Amostras de sangue e aspirado de medula óssea

Estudos apontam que a heparina e o heme são potentes inibidores da reação em cadeia da polimerase (PCR), dessa forma os anticoagulantes recomendados para essas amostras são os ácidos etilenodiaminotetracético (EDTA) e citrato dextrose (ACD).

O sangue total é estável a temperatura ambiente por 24 horas para análise de DNA e até oito dias, quando resfriado (2-8°C). Para análise de RNA celular, o sangue deve ser coletado com aditivo estabilizador. A saber, coleta e armazenamento de sangue total sem estabilizador não são recomendados para análise de transcrição genética, em função da indução e da degradação de RNA que ocorre ex vivo.

A medula óssea deve ser coletada utilizando-se uma seringa com EDTA, e a equipe responsável pelo processamento deve ser avisada assim que a amostra chegar ao laboratório. Para extração de DNA, o aspirado de medula óssea pode ser armazenado temporariamente por até 72 horas a 2-8°C antes do processamento. No entanto, caso seja necessário armazenar por tempo superior a esse, devem-se remover os eritrócitos e congelar a amostra a -20°C (com validade de vários meses).

Atenção: a remoção dos eritrócitos pode liberar heme e inibir a reação de PCR

AMOSTRA DE LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR)

Amostras de LCR devem ser transportadas a 2-8°C para análise de DNA. Caso não possam ser processadas imediatamente, elas podem ser congeladas (a -20°C ou inferior) para pesquisa de vírus de DNA (HSV, CMV e VZV).

AMOSTRA DE LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Imagem retirada do site da Kasvi. Notícia publicada em: 

Para análise de RNA (incluindo vírus de RNA, como os enterovírus), a amostra deve ser colocada em banho com gelo triturado e o RNA extraído em até quatro horas da coleta. Se não for possível, deve-se remover possível contaminação com eritrócitos e congelar a amostra, transportando-a com gelo seco.

AMOSTRA DE LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR)

Imagem retirada do site da Kasvi. Notícia publicada em: 
AMOSTRAS DE ESCARRO

O escarro para análise de DNA deve ser coletado em frasco estéril e transportado ao laboratório à temperatura ambiente, caso demore até 30 minutos; caso contrário, deve ser refrigerado. O DNA no escarro pode ser estável por até um ano quando congelado a -70° C. Alguns protocolos de extração de DNA utilizam a concentração do escarro para aumentar a sensibilidade da pesquisa de agentes infecciosos, e as recomendações do fabricante devem ser seguidas nesses casos.

Fonte: Site da Kasvi. Publicado em: 20.dez.2019

Exame Ginecológico: conceito, importância e método

A citologia cervicovaginal é utilizada principalmente para detectar alterações nas células do colo do útero. O exame Papanicolau (conhecido também como citopatológico de colo uterino, Pap test, citopatológico) é um exame ginecológico e trata-se de um método simples e relativamente econômico que fornece uma valiosa informação clínica sobre a mulher no decorrer de grande parte da sua vida.

Uma pequena amostra de células é recolhida a partir da superfície do colo do útero. Em seguida a amostra é espalhada sobre uma lâmina de vidro e enviada a um laboratório para análise. As células são examinadas para identificar anomalias que podem apontar infecções vaginais ou uterinas e também o câncer cervical.

HISTÓRICO DO EXAME PAPANICOLAU
Em 1924, George Papanicolau, investigador interessado na endocrinologia do ciclo menstrual, observou que as células neoplásicas derivadas do colo do útero podiam ser observadas em um esfregaço vaginal. Em 1941, ele publicou os primeiros resultados de detecção de células neoplásicas em esfregaço vaginais em um grupo de pacientes com tumores malignos do colo do útero e endométrio, algumas das quais sem suspeita clínica. Em 1947, um ginecologista canadense, J. Ernest Ayre, documentou que uma amostra obtida diretamente do colo do útero com espátula de madeira em um exame ginecológico era mais eficiente e fácil de examinar que um esfregaço vaginal. Pouco depois da introdução do teste, observa-se que as mudanças neoplásicas confinadas ao epitélio podiam ser identificadas nas amostras citológicas.

Partindo do pressuposto de que o tratamento dessas lesões pré-cancerígenas poderia evitar o desenvolvimento de câncer invasor, o do exame ginecológico para teste de Papanicolau foi considerado a ferramenta fundamental na detecção e na prevenção do câncer do colo do útero.

Quais problemas são identificados pelo exame Papanicolau?
Esse exame é feito para identificar alterações nas células do colo do útero. Encontrar essas mudanças e tratá-las irá reduzir muito as chances de desenvolver câncer cervical. Vale ressaltar que o exame não é feito para detectar o câncer do colo do útero, mas detectar lesões pré-cancerosas. Quando células anormais são identificadas o médico pode tomar medidas para descobrir a causa dessas alterações e tratar a doença antes que evolua para um câncer.

Existe alguma preparação antes do Exame Ginecológico?
Devem ser seguidas algumas orientações para que não ocorra nenhuma interferência no resultado:

– Não utilizar duchas ou medicamentos vaginais durante 48h antes da coleta;
– Evitar relações sexuais durante 48h antes da coleta;
– Não fazer o exame no período menstrual – a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citológico. Aguardar o 5° dia após o término.

Como deve ser realizado o exame ginecológico para o teste de Papanicolau?
O exame de citologia cérvico-vaginal é constituído por diversas etapas, incluindo a coleta da amostra citológica, a fixação do material biológico, a identificação do material e o encami- nhamento ao laboratório para processamento técnico, avaliação microscópica, conclusão diagnóstica e emissão de laudo.

Materiais necessários para a coleta:
– Espátula de Ayres;
– Escova cervical;
– Espéculo vaginal;
– Lâminas de vidro;
– Fixador celular (spray ou álcool a 95%);
– Recipiente apropriado para o transporte das lâminas.

Na primeira etapa do exame ginecológico o espéculo deve ser colocado até o fundo da cavidade vaginal. Uma vez introduzido e aberto identifica-se o colo uterino, avalia-se pregueamento e mucosa vaginal, secreções e outras alterações que possam ocorrer.

Realizar o raspado da parede lateral da vagina em seu terço superior com a parte arredondada da espátula de Ayre. O material coletado deve ser estendido em toda a extensão da lâmina de vidro de maneira uniforme e imediatamente fixado.

Para a coleta na ectocérvice, encaixar a ponta mais longa da espátula de Ayre no orifício externo do colo, apoiando firmemente, fazendo uma raspagem na mucosa ectocervical em movimento rotatório de 360°.

Para a coleta endocervical, introduzir a escova cervical no orifício cervical e recolher o material, girando-a delicadamente a 360°. Realizar a fixação celular imediatamente após a confecção do esfregaço.

Acondicionar a lâmina em recipiente de transporte adequado e identificado com o nome completo da paciente e a data da coleta.

cervico vaginal

Esquema representativo de coleta cérvico-vaginal
– A Posicionamento do braço alongado da espátula de Ayre no orifício externo do colo e rotação de 360°.
– B Introdução da escova no canal endocervical e rotação de 360°.
– C Raspagem do fundo de saco com a extremidade arredondada da espátula de Ayre.
– D Raspagem do terço superior da parede lateral da vagina com a extremidade arredondada da espátula de Ayre.

A coleta da amostra
A coleta no exame ginecológico , apesar de simples, deve ser sistematizada, pois influencia diretamente a eficácia do rastreamento das alterações celulares.Processamento e rastreamento
Após a coleta da amostra cérvico-vaginal, as etapas de processamento que ocorrem dentro do laboratório de citologia podem ser didaticamente divididas em três fases: pré-analítica, analítica pós-analítica.

Fase Pré-Analítica
Inclui as etapas de recepção do material, conferência das identificações da amostra, cadastramento e processamento técnico. Qualquer inconformidade nos dados resultará em erros que dificultarão ou impossibilitarão as etapas seguintes.

Fase Analítica
Consiste na microscopia para leitura da lâmina, interpretação dos quadros citológicos, discussão, revisão de casos e diagnóstico.

Fase Pós-Analítica
Caracterizada por ações realizadas após a interpretação da lâmina, a digitação do laudo, a conferência e o encaminhamento às pacientes ou aos consultórios. A exigência legal de arquivamento de lâminas é de 5 anos para exames negativos, sendo indeterminada para exames positivos e suspeitos.

Fonte: Site da Kasvi. Publicado em: 

A influência do fator de coagulação PAI-1 nos quadros de trombofilia na gestação

A influência do fator de coagulação PAI-1 nos quadros de trombofilia na gestação

A trombofilia é uma condição que causa alteração na coagulação sanguínea provocando a formação de trombos (coágulos). A formação desses trombos no interior das veias profundas, em geral nas pernas, aumenta o risco de obstrução dos vasos podendo causar uma doença grave chamada trombose. Para facilitar o entendimento, esta doença é inversamente proporcional a hemofilia, em que o organismo da pessoa não consegue coagular o sangue.

Trombofilias podem ser hereditárias ou adquiridas (obesidade, o tabagismo, o diabetes, a pressão alta e o uso de anticoncepcionais são fatores de risco) e pode afetar tanto homens quanto mulheres. Porém, é na gravidez que muitas mulheres descobrem a predisposição à trombofilia em decorrência de uma série de complicações na gestação.

DETECÇÃO MOLECULAR DAS PRINCIPAIS MUTAÇÕES RELACIONADAS ÀS TROMBOFILIAS

Estudos apontam que mais de 60% da predisposição à trombose sejam atribuídos a fatores genéticos. As trombofilias atingem cerca de 15% da população com a pré-disposição. O diagnóstico molecular detecta as mutações genéticas mais comuns relacionadas a trombose e permite estruturar um programa de aconselhamento genético e orientação familiar para determinar com precisão a condição genética da doença (hereditária ou adquirida). Uma das mutações detectadas no exame é um polimorfismo na região promotora do gene PAI-1 conhecido como 4G/5G.

O PAI -1 (inibidor do ativador de plasminogênio tipo 1) contribui no controle da coagulação sanguínea. Pode ser secretada em diferentes tecidos como: endotélio vascular, fígado e pelo tecido adiposo. Uma elevada atividade e concentração de PAI – 1 reduz a atividade fibrinolítica, o que se associa ao aumento no risco de doenças cardiovasculares e da trombose. O polimorfismo 4G/5G é uma variação comum do gene do PAI-1 que está relacionado com a concentração plasmática do PAI-1. O alelo 4G leva a maiores concentrações de PAI-1, aumentando a coagulação; enquanto o alelo 5G resulta em menores níveis de PAI-1 circulantes.

PAI-1 NA GESTAÇÃO

A gestação é um estado com complexa interação metabólica e enzimática presente no processo de coagulação. Durante a gravidez o estado de “hipercoagulabilidade” do sangue materno é para auxiliar na contração uterina e no controle da hemorragia pós-parto. É por isso que muitas mulheres portadoras de trombofilia descobrem a doença após alguma complicação na gestação. A ação do PAI-1 pode causar trombose e induzir à insuficiência placentária, impedindo o desenvolvimento fetal ocasionando abortos recorrentes, óbito fetal, descolamento prematuro de placenta, eclâmpsia precoce, entre outras complicações. Isso ocorre em especial quando relacionados a mulheres com polimorfismo do alelo 4G/4G, o qual parece responder em até 47% de aumento do PAI-1 quando comparado a outros alelos (4G/5G e 5G/5G).

Infelizmente, o exame que detecta a condição só é feito depois de dois ou três abortos, causando sofrimento para a mulher e sua família. Muitas delas não sabem que possuem tendência de desenvolver a trombofilia, a grande vantagem do diagnóstico molecular é a prevenção de todos esses efeitos na família, principalmente na mãe. Os dados do exame disponibilizam informações importantes quanto às características da doença, riscos de recorrência, modalidades de transmissão genética e diagnóstico pré e pós-natal.

ESTOU GRÁVIDA E TENHO TROMBOFILIA. QUE CUIDADOS DEVO TOMAR?

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Imagem retirada do site da kasvi

Fonte: Site da Kasvi