Estudo indica que tipo sanguíneo pode determinar gravidade da covid-19

Estudo indica que tipo sanguíneo pode determinar gravidade da covid-19

Pessoas com o sangue tipo A têm mais chances de enfrentarem formas graves da doença, segundo pesquisadores.

Uma análise do genoma de mais de 1.600 pacientes graves com covid-19 e 2.205 pessoas saudáveis ​​da Itália e da Espanha constatou que aqueles com uma variante de gene que codifica para o sangue tipo A tinham 50% mais chances de ter a forma crítica da doença e precisar de suporte de oxigênio.

O estudo, feito por pesquisadores alemães da Universidade de Kiel, é o segundo a identificar no genoma humano traços de DNA que podem predispor as pessoas a complicações causadas pelo novo coronavírus. A primeira vez que isso foi observado foi na China. Os pesquisadores descobriram uma raiz genética comum compartilhada por muitas dessas pessoas com sangue tipo A.

O sangue tipo O, por outro lado, estava associado a uma menor probabilidade de doença grave.

Os pesquisadores não sabem explicar a razão dessa variante genética que leva ao sangue tipo A tornar alguém mais suscetível ao coronavírus, mas eles suspeitam que isso possa ter relação com o sistema imunológico.

Muitas vezes, diante de uma ameça como uma infecção, pode acontecer uma reação exagerada do sistema de defesa, causando o que é conhecida como tempestade de citocina. Esse é um dos principais motivos que leva os pacientes com covid-19 a óbito.

Essa relação ainda não está clara para os pesquisadores, que disseram que novas investigações são necessárias.

Sintomas da covid-19

Os sinais e sintomas da covid-19 incluem tosse, cansaço, dificuldade para respirar, dor de garganta e febre. É muito semelhante com qualquer outra virose respiratória, como gripe, influenza, resfriado, só que os sintomas tendem a ser mais graves, podendo evoluir para insuficiência respiratória aguda, que é quando o paciente precisa de ajuda de ventilação mecânica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também cita os seguintes sinais incomuns observados em pacientes com o novo coronavírus:

– Dor de cabeça que não melhora com os analgésicos comuns;
– Congestão nasal;
– Dor de garganta;
– Diarreia;
– Perda de paladar ou olfato;
– Náuseas;
– Calafrios.

Fonte: Catraca Livre

Meios Cromogênicos: a próxima geração de meios de cultura

Meios Cromogênicos: a próxima geração de meios de cultura

Foto retirada do site da Kasvi

Os meios cromogênicos foram desenvolvidos para oferecer métodos mais rápidos e precisos para a detecção de patógenos com alta especificidade de forma mais simples e eficiente. Seu princípio está relacionado à utilização de substratos cromogênicos (reação de cor) característicos para cada patógeno, que são liberados após a hidrólise.

Isto é especialmente importante em casos de cultura polimicrobianas. O grande diferencial para esse tipo de cultura é a possibilidade da inclusão de agentes seletivos que impedem o crescimento e interferência de microrganismos não-alvo. A maioria dos meios cromogênicos é, portanto, seletiva e diferencial. Cada organismo é então identificado através de uma cor específica, determinando facilmente as colônias.

O resultado é exato e distinto. O cultivo pode ser observado e distinguível a olho nu por sua diferenciação baseado em cores. Além de permitir a detecção mais rápida de microrganismos específicos em relação aos meios de cultura tradicionais, têm maior sensibilidade e ainda podem reduzir a necessidade de outros testes complementares, exigidos nos meios de cultura tradicionais, como subculturas e confirmação, encurtando o prazo na identificação dos patógenos. Por isso os resultados são mais rápidos ajudando na prevenção da disseminação de infecções.

VANTAGENS:

– Resultados rápidos: em apenas 24 horas é possível fazer a interpretação visual dos resultados no meio de cultura;
– Fácil identificação: colônias distintas e facilmente reconhecíveis pela coloração específica;
– Custo-benefício: possibilita a identificação de diferentes bactérias na mesma placa;
– Protocolo simples: inoculado diretamente da amostra ou do caldo de enriquecimento específico;
– Maior seletividade: ampla variedade para uma infinidade de microrganismos;
– Alta detecção: capaz de detectar bactérias mesmo em concentrações muito baixas;
– Maior produtividade: reduz a necessidade de testes complementares;
– Ampla gama de produtos: análises clínicas, resistência antimicrobiana, análises microbiológicas nas indústrias de cosméticos, alimentos e qualidade da água.
Um estudo prospectivo em pacientes cirúrgicos de UTI, mostrou que 38% de 29 pacientes desenvolveram infecção após colonização. A colonização pode ser demonstrada por análise de 3 ou mais amostras, coletadas do mesmo local ou de sítios diferentes, do mesmo paciente, em dias consecutivos.

A amostra, após o processamento, poderá ser usada para isolamento do agente etiológico. Para tanto, deverá ser semeada em movimentos de estrias (zig-zag) sobre a superfície de meios sólidos de cultura.

Fonte: Kasvi

Descubra as Tendências dos laboratórios de análises Clínicas no “Novo Normal”

Descubra as Tendências dos laboratórios de análises Clínicas no “Novo Normal”

O cenário da medicina laboratorial está sofrendo mudanças em função da pandemia do SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Os laboratórios tiveram que se adaptar ao que está sendo chamado de “novo normal”.

Cuidados diários relacionados à biossegurança foram introduzidos em todos os serviços essenciais, o que impactou também na rotina dos laboratórios, a fim de evitar a transmissão e o avanço da COVID-19. Esse assunto foi abordado no artigo: “Biossegurança aplicada aos laboratórios durante a pandemia da COVID-19”.

Para colaborar com o estudo de novas práticas, a Dra. Waldirene Nicioli, diretora da Examinare e gestora da Organização Feminina de Análises Clínicas (OFAC), e Dra. Ana Kênila Frota, especialista em análises clínicas da Biodiagnósticos, apresentam neste artigo algumas soluções para mitigar os impactos da pandemia nos laboratórios, que se configuram como tendência neste “novo normal”.

Mudanças provocadas pela COVID-19 nos laboratórios

Alguns estudos apontam que o SARS-CoV-2 pode sobreviver em superfícies por vários dias. Em vista disso, os laboratórios precisam tomar cuidado para evitar a contaminação de equipamentos, pacientes e profissionais. Com a pandemia, os laboratórios tiveram que adotar um plano de contingência para combater a COVID-19, além de seguir as recomendações dos órgãos governamentais e representativos.

Entre as mudanças adotadas pelos laboratórios está a segregação de pacientes que apresentam sintomas respiratórios, disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) diferentes dos utilizados normalmente, aumento da frequência de descontaminação nos ambientes sociais e cuidados na distância mínima entre os clientes. No entanto, outros tipos de serviços, antes disponibilizados por conveniência, passaram a ser solicitados com mais frequência, como as coletas de exames domiciliares e em drive thru, conforme observado pelas especialistas.

“Com a pandemia, conseguimos dar um atendimento mais personalizado e privado, como coletas domiciliares ou em drive thru. Nas coletas domiciliares, atendemos todo o protocolo de segurança, como a proteção de sapatos. Fazemos os agendamentos, com dia e hora marcada, deixando assim o paciente muito mais satisfeito em relação à comodidade, conforto e segurança. Houve também uma mudança no comportamento do paciente, que antes vinha buscar o resultado impresso, mas hoje já prefere acessar o site ou solicitar o envio por WhatsApp”, explica Waldirene.

“Organizamos o fluxo de saída de veículos, a fim de atender os clientes nos horários previamente agendados, para a coleta domiciliar e empresarial, por meio do nosso serviço biomóvel. Neste período oportuno, também implantamos o serviço de drive thru para coleta de sangue. Para esta modalidade de atendimento, criamos o canal direto de agendamento, onde o cliente faz todo o processo de cadastro por WhatsApp e só conferimos a identidade do paciente, que assina os protocolos internos no momento que precede a coleta”, relata Ana Kênila.

Desafios a serem superados pelos laboratórios

O cenário atual exige que os processos laboratoriais sejam muito bem administrados para que os atendimentos sejam realizados de forma eficiente e os efeitos da pandemia sejam mitigados. Os desafios a serem superados pelos laboratórios estão ligados à adaptação a essa nova realidade, mas sem se esquecer das outras doenças que necessitam da realização de exames e demandam procedimentos clínicos.

“Tivemos alteração da demanda e do fluxo para o atendimento de pacientes, mas é preciso lembrar que a população continua adoecendo, pois as demais doenças não desapareceram. Os pacientes precisam de atendimento, tratamento e acompanhamento adequado. Portanto, seguimos funcionando, mas com ajustes essenciais”, explica a gestora da OFAC.

No entanto, há outro tipo de desafio inerente a todos, inclusive à comunidade científica, que trabalha para descobrir como o vírus age no organismo humano, como observou a especialista em análises clínicas.

“Nossos questionamentos são os mesmos do que os de muitos pacientes e profissionais de saúde. Neste momento, temos que nos atualizar a toda novidade científica e informar de maneira clara ao paciente, conforme o que dispomos em literatura. O desafio tem sido entender o comportamento do novo coronavírus, o

reflexo dele no sistema imune e proporcionar ao cliente o máximo de qualidade no diagnóstico com exames sorológicos”, acrescenta Ana Kênila.

Popularização dos termos e as informações falsas

O acesso à informação está cada vez mais democratizado, possibilitando que as pessoas se interessem pelos acontecimentos e comecem a estudá-los. “É muito comum, principalmente em doenças crônicas, os pacientes procurarem informações sobre sua patologia. Hoje, o acesso a elas está muito fácil e extremamente rápido”, explica Waldirene.

Alguns termos ficaram cada vez mais frequentes em jornais, programas de televisão e redes sociais, por exemplo: assintomático, EPI, grupo de risco, pandemia, período de incubação, entre outros. “À medida que se tornam mais conhecidos pela população e são inseridos no vocabulário, facilitam no momento de esclarecer um resultado, laudo ou sintoma”, explica a gestora.

A internet é uma das principais responsáveis por levar esse conhecimento, tornando os pacientes mais exigentes quanto aos serviços prestados. Sobretudo, a gestora alerta sobre a disseminação de notícias falsas. “As informações nem sempre são fidedignas.”

Para combater tais informações, as instituições de saúde têm o compromisso de esclarecer os questionamentos vindos dos pacientes, ajudando, por exemplo, a orientar qual o melhor teste a ser feito. “Todo o contato ou informação que chegue à população deve ser informativo e claro. Os pedidos de exames para detecção do vírus ou sorologia para a COVID-19 são, na maioria das vezes, por solicitação própria. No momento do atendimento ao cliente para o agendamento do seu exame, devemos, enquanto instituição de saúde, informar o melhor teste ou momento para a coleta de amostras para realizar os exames. Dúvidas surgem até mesmo por parte da equipe e precisam ser sanadas, para que a informação chegue de forma completa ao cliente”, observa Ana Kênila.

Perspectiva dos laboratórios 

Os efeitos causados pela pandemia da COVID-19 são notórios na vida social e econômica em proporções planetárias. A população continua sendo acometida por diversas doenças, incluindo pacientes portadores de doenças crônicas, que requerem exames laboratoriais tanto para diagnóstico quanto para monitoramento. Assim, os serviços prestados pelos laboratórios se tornam ainda mais indispensáveis.

“A grande questão é como atender a este novo formato de coleta e se adaptar a essa nova realidade de procedimentos. O planejamento neste momento é tão importante quanto a capacidade de adaptação. Precisamos ser capazes de analisar e criar ações para os possíveis distintos cenários, desde os mais otimistas aos mais pessimistas”, explica Waldirene.

Não é possível prever quais serão os problemas a serem enfrentados, mas o cenário atual pode servir como lição. Caso surjam novos surtos, os laboratórios estarão mais preparados para esse enfrentamento. “Qual será a situação do laboratório, após a pandemia, ninguém pode dizer efetivamente, mas é fato que as ações tomadas durante a crise determinarão a visibilidade (positiva ou não) do negócio”, finaliza a gestora da OFAC.

Fonte: Labtest

Sobreviventes de coronavírus estão sob risco de ‘estresse pós-traumático’, advertem médicos

Sobreviventes de coronavírus estão sob risco de ‘estresse pós-traumático’, advertem médicos

Médicos alertam que os pacientes que estiveram em hospitais em situação grave devido ao coronavírus precisam ser examinadas com urgência quanto a transtorno de estresse pós-traumático.

Um grupo de especialistas em traumas gerados pela covid-19 (Covid Trauma Response Working Group), liderado pela University College London e envolvendo especialistas da Inglaterra, disse que aqueles que estiveram em terapia intensiva correm maior risco.

Especialistas disseram que é necessário fazer exames regulares, os chamados check ups, durante pelo menos um ano.

O grupo de trabalho destacou uma pesquisa que mostra que 30% dos pacientes que tiveram doenças graves durante surtos de doenças infecciosas no passado desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. Problemas de depressão e ansiedade também eram comuns, segundo a pesquisa.

No Brasil, a Fiocruz estima que neste ano mais de 300 mil pessoas foram hospitalizadas por causa de doenças respiratórias graves.

‘Era como estar no inferno’

No Reino Unido, Tracy é uma das muitas pessoas que ficaram com cicatrizes psicológicas de sua experiência com o coronavírus. Ela foi internada em março no Hospital Whittington, em Londres, e passou mais de três semanas lá, sendo uma delas em terapia intensiva.

“Era como estar no inferno. Vi pessoas morrendo, pessoas com a vida sendo sugadas. Todos os funcionários usam máscaras e tudo que você vê eram os olhos. Era muito solitário e assustador.”

Desde que recebeu alta em abril, a mulher de 59 anos está enfrentando dificuldade para dormir por causa do pensamento de que vai morrer. E também relata ter flashbacks, ou seja, recordar sensações do passado.

Ela agora está recebendo ajuda psicológica. “Tem sido muito difícil. Fisicamente, estou muito cansada. Estou começando a me recuperar, mas o lado mental é muito difícil de lidar.”

“Eu tenho uma boa rede de apoio de familiares e amigos e sou uma pessoa positiva – e estou lutando. Acho que deve ter muita gente em uma situação semelhante, se não pior.”

Apoio aos pacientes

Michael Bloomfield, que é psiquiatra da University College London e faz parte do grupo de trabalho que estuda os traumas gerados pela covid-19, disse que os pacientes hospitalizados enfrentam uma experiência “muito assustadora e invasiva” e, juntamente com as complicações a longo prazo, estão em risco de enfrentar dificuldades na saúde mental relacionadas ao estresse.

 

Bloomfield disse que a característica única da pandemia, que deixa os pacientes isolados da família enquanto estão no hospital, também pode agravar os problemas.

 

“Precisamos garantir o apoio a esses pacientes. Se você não oferecer esses serviços de forma consistente, poderá ter consequências no longo prazo.”

Fonte: BBC

A importância de se observar o efeito matriz em calibradores e controles

A importância de se observar o efeito matriz em calibradores e controles

Calibradores, padrões e controles são empregados em processos analíticos. Os primeiros transferem exatidão ao sistema e são utilizados para designar um valor numérico ao analito de interesse em amostras com valores desconhecidos, através das leituras ou respostas analíticas encontradas. Já os controles são empregados para avaliar a confiabilidade do processo analítico, tanto no que se refere à exatidão quanto à precisão, e é uma maneira de monitorar o desempenho do sistema analítico dentro do processo de Controle de Qualidade.

Um grande salto no desenvolvimento desses materiais foi a possibilidade de produzi-los em matrizes proteicas. Observou-se que preparações em matrizes aquosas não eram adequadas para sistemas automáticos. Isto ocorre, principalmente, devido a um efeito denominado efeito matriz.

A matriz é o meio físico-químico no qual os analitos de interesse estão dispersos. Identificou-se que os mesmos analitos, em diferentes matrizes, podem apresentar respostas analíticas distintas. Desta forma, para reduzir este efeito no sistema analítico, padrões, calibradores e controles devem ter uma matriz o mais semelhante possível à matriz das amostras a serem avaliadas.

Fonte: Labtest