por CenterLab | mar 3, 2020 | Informativos
Caracterizada pela elevação de glicose no sangue, a diabetes mellitus causa um conjunto heterogêneo de distúrbios metabólicos. No mundo, existem pelo menos 380 milhões de diabéticos, entre os quais 13 milhões são brasileiros. A tendência é que este número suba nos próximos anos. Informações do Atlas do Diabetes mostraram que, até 2035, a taxa de pessoas com diabetes pode aumentar mais de 150%.
A diabetes pode ocorrer devido a dois fatores: deficiência na secreção ou na ação do hormônio insulina. Este hormônio é produzido pelo pâncreas sua função é permitir a utilização da glicose pelas células para a produção de energia. Quando estas deficiências ocorrem, a glicose se acumula na corrente sanguínea, o que gera o quadro de hiperlipemia podendo assim, desencadear o desenvolvimento da diabetes.
A diabetes tipo 1 é caracterizada pela destruição das células beta, levando usualmente a uma deficiência absoluta de insulina. Já a do tipo 2 é causada por deficiência relativa de insulina, sendo característico dos indivíduos com resistência à insulina.
Para conscientizar o mundo sobre os problemas associados à doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Federação Internacional de Diabetes (IDF) criou, em 1991, o Dia Mundial da Diabetes, celebrado em 14 de novembro.
Diagnóstico precoce é essencial para conter sintomas
A diabetes, sobretudo a do tipo 2, é uma doença silenciosa. Seu desenvolvimento é lento, e os sintomas podem demorar mais tempo para ocorrerem. Trata-se de uma doença incurável, que pode gerar muitas complicações para o paciente.
Isso porque, ao longo dos anos, a hiperglicemia prolongada ocasiona o aparecimento de lesões graves, como cegueira, nefropatia, neuropatia, hipercoagulabilidade, amputação, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Os fatores de causa mais comuns associados à doença são: obesidade, sedentarismo, hereditariedade, hipertensão, entre outros.
O diagnóstico precoce da doença é fundamental para que os sintomas não avancem e gerem grandes prejuízos para os pacientes. Em quadros de pré-diabetes é possível, inclusive, que o quadro seja revertido por completo.
Determinação de glicose e HbA1c
O diagnóstico da diabetes é feito por meio da determinação sanguínea da glicose e HbA1c, ou hemoglobina glicada. Segundo Andreza Belo, pesquisadora pleno da Labtest Diagnóstica, existem níveis pré-estabelecidos de glicose e HbA1c para identificar indivíduos normais, com pré-diabetes e com diabetes.
Os valores indicados pela Associação Americana de Diabetes indicam que o diagnóstico de diabetes é dado pelas seguintes determinações:
- glicemia de jejum alterada (≥ 126 mg/dL)
- glicemia após sobrecarga de glicose ou glicemia ao acaso (≥ 200 mg/dL)
- hemoglobina glicada ou HbA1c (≥ 6,5%)”.
Andreza Belo explica ainda que, além de ser usada no diagnóstico, a HbA1c é utilizada, também, como medida do risco de desenvolvimento das complicações crônicas da diabetes.
“A HbA1c deve ser medida rotineiramente em todos os pacientes com diabetes, por pelo menos duas vezes ao ano. Em pacientes que se submeteram a alterações do esquema terapêutico, ou que não estejam atingindo os objetivos recomendados com o tratamento, deve ser medida quatro vezes ao ano, a cada três meses”, informa.
Fonte: Labtest
por CenterLab | jun 4, 2019 | Informativos
O esfregaço de sangue, também conhecido como distensão sanguínea ou ainda extensão sanguínea, é um teste realizado em hematologia para a contagem e a identificação de anormalidades nas células do sangue. O teste consiste na extensão de uma fina camada de sangue sobre uma lâmina de microscopia que, após corada, é analisada em microscópio.
O esfregaço sanguíneo geralmente é feito quando solicitado o hemograma ao paciente. Seu objetivo principal é analisar a morfologia das células, fornecer informações sobre a estimativa do número de leucócitos e plaquetas, investigar problemas hematológicos, distúrbios encontrados no sangue e eventualmente parasitas, como o Plasmodium, causador da malária.
Um esfregaço de sangue pode fornecer informações importantes sobre o paciente, auxiliando o médico no diagnóstico de doenças relacionadas ao sangue, por exemplo as anemias, e outras condições médicas, tais como infecções.
Apesar dos avanços em hematologia, na área de automação e uso de metodologias moleculares, um teste aparentemente simples como este ainda é indispensável. O primeiro passo para se obter resultados confiáveis é a confecção de um bom esfregaço de sangue e, para tanto, é necessário empregar as técnicas corretas.
Técnica de esfregaço de sangue
O método de preparação para demonstrar melhor os tipos celulares do sangue periférico é o esfregaço de sangue. Uma gota de sangue é colocada diretamente sobre uma lâmina de vidro e espalhada em uma camada fina pela sua superfície. Isso é obtido espalhando-se a gota de sangue com a borda de uma lâmina histológica ao longo de outra lâmina, com o objetivo de produzir uma monocamada de células.
Vamos ao passo a passo para realizar o teste:
- Apoiar a lâmina de microscopia, já com a identificação do paciente, sobre uma superfície limpa. Certificar-se de que a lâmina tem boa qualidade e não está suja ou possui vestígios de gordura, o que pode prejudicar o teste.
- Colocar uma pequena gota de sangue próxima a uma das extremidades da lâmina.
- Com o auxílio de outra lâmina, colocar a gota de sangue em contato com sua borda. Para isso a lâmina extensora deve fazer um movimento para trás tocando a gota com o dorso em um ângulo 45°.
- O sangue da gota irá se espalhar pela borda da lâmina extensora por capilaridade.
- A lâmina deve então deslizar suave e uniformemente sobre a outra, em direção oposta a extremidade em que está a gota de sangue. O sangue será “puxado” pela lâmina.
- Depois de completamente estendido, o sangue forma uma película sobre a lâmina de vidro.
- Deve-se deixar que o esfregaço seque sem nenhuma interferência.
- Seguir para o passo de coloração.

Fonte: KASVI
É necessário esfregar uma lâmina sobre a outra rapidamente, antes que o sangue seque ou coagule. Uma pressão excessiva ou qualquer movimento de parada durante esse processo pode comprometer o esfregaço.
É importante lembrar também que a espessura da película é determinada, em grande parte, pelo ângulo formado entre as lâminas no momento da extensão da gota de sangue. Ângulos maiores que 45°, por exemplo, produzem extensões espessas e curtas, dificultando posteriormente a visualização das células.
COLORAÇÃO DE ESFREGAÇO DE SANGUE
Para a técnica de esfregaço sanguíneo é utilizada uma mistura especial de corantes para tingir todas as células sanguíneas. Existem muitas variações como a coloração de Leishman, Giemsa, Wright ou May-Grünwald. Tratam-se de modificações da coloração a base de corantes Romanovsky.
A denominação confere ao médico russo Dmitri Leonidovich Romanowsky os créditos pelo desenvolvimento do método, em 1891. A mistura de corantes inclui um corante básico e um corante ácido, consistindo basicamente em azul de metileno e eosina Y (ou similar).
A afinidade das estruturas celulares por corantes específicos ou por combinações de corantes dessa mistura proporciona uma visualização diferenciada das células sanguíneas.
OBSERVAÇÃO DA LÂMINA
- Cabeça da lâmina: região imediatamente após o local em que estava a gota sanguínea. Nessa região, com frequência, há aumento do número de leucócitos (principalmente de linfócitos).
- Corpo da lâmina: região intermediária entre cabeça e cauda. É nessa região que os leucócitos, hemácias e plaquetas estão distribuídas de forma mais homogênea. É a área de escolha para a análise qualitativa e quantitativa da distensão sanguínea.
- Cauda da lâmina: região final da distensão sanguínea. Nessa região, há encontro de alguns esferócitos e elevação de monócitos e granulócitos, que podem apresentar maior distorção morfológica.

Fonte: KASVI
APLICAÇÃO DO ESFREGAÇO DE SANGUE
Algumas vezes é possível realizar um diagnóstico definitivo a partir de um esfregaço de sangue. Porém, rotineiramente ele serve como uma indicação/base para que sejam realizados outros testes confirmatórios.
Existem muitas doenças que podem ter efeito sobre o número e tipo de células sanguíneas produzidas, sua função e vida útil. Embora geralmente apenas as células maduras normais sejam liberadas na corrente sanguínea, algumas circunstâncias podem forçar a medula óssea a liberar células imaturas e/ou malformadas no sangue.
O teste de esfregaço pode indicar uma série de deficiências, apontando alterações e anormalidades nessas células sanguíneas. Várias doenças podem ser identificadas como os diversos tipos de anemia, trombositose, malária, leucemia, linfomas ou insuficiência da medula óssea e outras.

Fonte: KASVI