Caracterizada pela elevação de glicose no sangue, a diabetes mellitus causa um conjunto heterogêneo de distúrbios metabólicos. No mundo, existem pelo menos 380 milhões de diabéticos, entre os quais 13 milhões são brasileiros. A tendência é que este número suba nos próximos anos. Informações do Atlas do Diabetes mostraram que, até 2035, a taxa de pessoas com diabetes pode aumentar mais de 150%.
A diabetes pode ocorrer devido a dois fatores: deficiência na secreção ou na ação do hormônio insulina. Este hormônio é produzido pelo pâncreas sua função é permitir a utilização da glicose pelas células para a produção de energia. Quando estas deficiências ocorrem, a glicose se acumula na corrente sanguínea, o que gera o quadro de hiperlipemia podendo assim, desencadear o desenvolvimento da diabetes.
A diabetes tipo 1 é caracterizada pela destruição das células beta, levando usualmente a uma deficiência absoluta de insulina. Já a do tipo 2 é causada por deficiência relativa de insulina, sendo característico dos indivíduos com resistência à insulina.
Para conscientizar o mundo sobre os problemas associados à doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Federação Internacional de Diabetes (IDF) criou, em 1991, o Dia Mundial da Diabetes, celebrado em 14 de novembro.
Diagnóstico precoce é essencial para conter sintomas
A diabetes, sobretudo a do tipo 2, é uma doença silenciosa. Seu desenvolvimento é lento, e os sintomas podem demorar mais tempo para ocorrerem. Trata-se de uma doença incurável, que pode gerar muitas complicações para o paciente.
Isso porque, ao longo dos anos, a hiperglicemia prolongada ocasiona o aparecimento de lesões graves, como cegueira, nefropatia, neuropatia, hipercoagulabilidade, amputação, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Os fatores de causa mais comuns associados à doença são: obesidade, sedentarismo, hereditariedade, hipertensão, entre outros.
O diagnóstico precoce da doença é fundamental para que os sintomas não avancem e gerem grandes prejuízos para os pacientes. Em quadros de pré-diabetes é possível, inclusive, que o quadro seja revertido por completo.
Determinação de glicose e HbA1c
O diagnóstico da diabetes é feito por meio da determinação sanguínea da glicose e HbA1c, ou hemoglobina glicada. Segundo Andreza Belo, pesquisadora pleno da Labtest Diagnóstica, existem níveis pré-estabelecidos de glicose e HbA1c para identificar indivíduos normais, com pré-diabetes e com diabetes.
Os valores indicados pela Associação Americana de Diabetes indicam que o diagnóstico de diabetes é dado pelas seguintes determinações:
- glicemia de jejum alterada (≥ 126 mg/dL)
- glicemia após sobrecarga de glicose ou glicemia ao acaso (≥ 200 mg/dL)
- hemoglobina glicada ou HbA1c (≥ 6,5%)”.
Andreza Belo explica ainda que, além de ser usada no diagnóstico, a HbA1c é utilizada, também, como medida do risco de desenvolvimento das complicações crônicas da diabetes.
“A HbA1c deve ser medida rotineiramente em todos os pacientes com diabetes, por pelo menos duas vezes ao ano. Em pacientes que se submeteram a alterações do esquema terapêutico, ou que não estejam atingindo os objetivos recomendados com o tratamento, deve ser medida quatro vezes ao ano, a cada três meses”, informa.
Fonte: Labtest