por CenterLab | abr 11, 2025 | Uncategorized
Autor: Pedro Thadeu Rocha Salles
O hemograma automatizado é um exame simples, acessível e amplamente utilizado nas análises clínicas. Apesar de sua execução ser relativamente fácil, ele fornece informações valiosas sobre o estado geral de saúde do paciente. Graças à ampla variedade de parâmetros avaliados, é possível estabelecer diversas relações e correlações, permitindo uma interpretação mais abrangente dos resultados.
Nesse contexto, pesquisadores têm investigado novos marcadores inflamatórios derivados de parâmetros já presentes no laudo do hemograma, como a razão neutrófilo-linfócito (NLR neutrophil-to-lymphocyte ratio).
O NLR é calculado pela divisão entre o número de neutrófilos e o número de linfócitos presentes no sangue. Em situações inflamatórias, a própria fisiologia da inflamação provoca danos celulares que resultam em um aumento mais expressivo na contagem de neutrófilos em relação aos linfócitos. Os neutrófilos desempenham um papel central nesse processo, sendo responsáveis pela fagocitose de células necróticas e de agentes infecciosos.
Estudos recentes indicam que o NLR pode contribuir para o diagnóstico de diversas doenças inflamatórias. No entanto, devido à natureza inespecífica das células envolvidas, esse marcador não apresenta especificidade para nenhuma patologia em particular, limitando-se a fornecer informações relevantes sobre o estado inflamatório geral do organismo em exames de rotina.
Nalbant et al. (2019) conduziram um estudo sobre a relevância do NLR no diagnóstico da COVID-19 e observaram que pacientes com NLR ≥ 2,4 apresentavam uma probabilidade 20,5 vezes maior de estarem infectados, em comparação com aqueles cuja NLR era ≤ 2,4. Esses achados indicam que o NLR é um parâmetro promissor e independente na avaliação de pacientes com COVID-19, podendo contribuir para o diagnóstico precoce da doença.
Teixeira et al. (2024) revisaram dados de pacientes com metástases ósseas em ossos longos, correlacionando os marcadores NLR e PLR (platelet-to-lymphocyte ratio) com a incidência de complicações e com as taxas de sobrevida pós-operatória. Os autores observaram que níveis elevados de NLR e PLR estão associados a uma menor sobrevida em pacientes submetidos a tratamento cirúrgico para metástase óssea, especialmente após os três primeiros meses do pós-operatório.
Tokgoz et al. (2013) investigaram a relação entre a razão neutrófilos-linfócitos (NLR) e a mortalidade em curto prazo em casos de acidente vascular cerebral agudo, concluindo que a NLR é um preditor significativo de mortalidade. Uma NLR elevada no momento da admissão pode ser um fator relevante na definição do tratamento clínico.
Embora o NLR seja um marcador simples e acessível, ele deve ser interpretado em conjunto com outros achados clínicos e laboratoriais, pois fatores como estresse, uso de medicamentos e outras condições médicas podem influenciar seus valores.
Em resumo, o NLR é uma ferramenta útil na prática clínica para avaliar o estado inflamatório e imunológico dos pacientes, contribuindo para o diagnóstico e o prognóstico de diversas doenças.
Pensando em inovação e eficiência, a Centerlab, em parceria com a Nihon Kohden, trouxe ao Brasil o que há de mais avançado no mercado japonês em soluções para diagnóstico clínico. Um dos destaques é o lançamento do Celltac Alpha Plus (MEK-1305), um analisador hematológico com diferencial de 3 partes e capacidade para realizar a análise da velocidade de hemossedimentação (VHS), fornecendo resultados em apenas 2 minutos por meio da tecnologia CiRHEX, sem a necessidade de tubos ou reagentes adicionais.
Além disso, o equipamento já inclui o cálculo automático do NLR integrado à liberação de resultados, tornando-se uma ferramenta poderosa no auxílio ao diagnóstico de condições inflamatórias dois grandes diferenciais que se somam à análise do hemograma de 3 partes.
Figura 1: Celltac Alpha Plus (MEK-1305)

REFERÊNCIAS:
Nalbant A, Kaya T, Varim C, Yaylaci S, Tamer A, Cinemre H. Can the neutrophil/lymphocyte ratio (NLR) have a role in the diagnosis of coronavirus 2019 disease (COVID-19)?. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2020Jun;66(6):746–51. Available from: https://doi.org/10.1590/1806-9282.66.6.746
Martins EC, Silveira L da F, Viegas K, Beck AD, Fioravantti G, Cremonese RV, et al.. Razão neutrófilo-linfócito no diagnóstico precoce de sepse em unidade de terapia intensiva: um estudo de caso-controle. Rev bras ter intensiva [Internet]. 2019Jan;31(1):64–70. Available from: https://doi.org/10.5935/0103-507X.20190010
Santos HO, Izidoro LFM. Neutrophil-Lymphocyte Ratio in Cardiovascular Disease Risk Assessment. Int J Cardiovasc Sci [Internet]. 2018Sep;31(5):532–7. Available from: https://doi.org/10.5935/2359-4802.20180038
PASQUALOTO, L. B. et al. Avaliação das razões neutrófilo-linfócito (NLR), neutrófilo-plaqueta (NPR) e plaqueta-linfócito (PLR) em pacientes pediátricos com ou sem trombocitopenia imune primária (PTI). Hematology, Transfusion and Cell Therapy, v. 46, supl. 4, p. S547–S548, 2024. DOI: https://doi.org/10.1016/j.htct.2024.09.918
Teixeira MS, Ribas CAPM, Franck CL, Tabushi FI, Teixeira AVR, Mello GJP, Carmo AB da C, Santos CEO dos, Nascimento-Filho GO do, Collaço LM. NEUTROPHIL-LYMPHOCYTE RATIO (NLR) E PLATELET-LYMPHOCYTE RATIO (PLR) PODEM SER INDICADORES DE PROGNÓSTICO PARA COMPLICAÇÕES OPERATÓRIAS E SOBREVIDA EM METÁSTASES ÓSSEAS? [Internet]. SciELO Preprints. 2024 [citado 8º de abril de 2025]. Disponível em: https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/preprint/view/8885
TOKGOZ, Serhat et al. Neutrophil lymphocyte ratio as a predictor of stroke. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases, v. 22, n. 7, p. 1169–1174, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2013.01.011. Acesso em: 8 abr. 2025.
por CenterLab | mar 25, 2025 | Uncategorized
Autora: Jessyca Silva
Imagine um diagnóstico rápido, preciso e ao alcance das mãos. Com os avanços da tecnologia médica, os testes Point-of-Care (POC) revolucionam a forma como os profissionais de saúde tomam decisões, permitindo intervenções mais ágeis e eficazes.
Os testes POC são caracterizados por sua capacidade de fornecer resultados rápidos e precisos no local de atendimento, sem a necessidade de enviar amostras para laboratórios externos. Isso significa que os profissionais podem tomar decisões sobre as intervenções imediatas, reduzindo o tempo de espera e promovendo uma assistência mais eficiente, personalizada e centrada no paciente.
Dentre as metodologias disponíveis para testes POC, neste boletim abordaremos a imunofluorescência direta.
Baseia-se em uma técnica de imunoensaio de fluorescência em amostras de sangue total, soro e plasma humanos, utilizando um antígeno marcado com fluorescência que se liga aos anticorpos IgM/IgG formando assim os complexos imunológicos. A imunofluorecência direta é mais adequada para análises rápidas e simples de antígenos conhecidos, nas quais um único marcador é suficiente.

Fonte: https://www.scielo.br/j/abd/a/MTFwJfDtGwdGSpRgjWG4wty/?
Diferente de outras metodologias, como ELISA ou imunocromatografia, a imunofluorescência direta oferece maior sensibilidade e especificidade, permitindo a detecção de biomarcadores em níveis mais baixos. Além disso, sua aplicação em testes rápidos viabiliza um diagnóstico precoce e mais confiável.
O equipamento Finecare permite a realização de testes por imunofluorescência e conta com uma vasta lista de marcadores que podem ser analisados.
– Inflamatório: Procalcitonina, PCR, (hsPCR+PCR);
– Coagulação: One Step D-Dímero, D-Dímero;
– Cardíaco: One Step NT-pro Bnp, NT-pro-BNP, BNP, Troponina I, CK-MB massa, Troponina I**, CK-MB massa**, Mioglobina**, Mioglobina, One Step TroponinaT;
– Tumoral: AFP, PSA Total, CEA, PSA Livre;
– Metabólito: HbA1c;
– Renal: Cistatina C, NGAL, Microalbumina;
– Doenças Infecciosas: SARS-CoV-2 IgM/IgG, SARS-CoV-2 Antígeno, SARS-CoV Anticorpo RBD;
– Ósseo: Vitamina D;
– Hormônios: β-HCG, FSH, LH;
– Hormônios: T3, T4, TSH, Cortisol.
Além de oferecer resultados ágeis e facilitar o acesso ao diagnóstico, essa tecnologia requer pequenas quantidades de amostra, melhora a qualidade do atendimento e proporciona maior precisão no monitoramento da condição clínica do paciente.
A Centerlab, comprometida com a inovação e a excelência diagnóstica, disponibiliza os analisadores Finecare, que combinam tecnologia de ponta e precisão nos testes Point of Care.
Finecare FIA Meter II Plus SE

Finecare FIA Meter Plus

Imagine um diagnóstico rápido, preciso e ao alcance das mãos. Com os avanços da tecnologia médica, os testes Point-of-Care (POC) revolucionam a forma como os profissionais de saúde tomam decisões, permitindo intervenções mais ágeis e eficazes.
A seguir, compartilhamos um relato de um de nossos clientes que adquiriram recentemente nossos equipamentos. Este depoimento reflete sua experiência óbvia com os produtos e a maneira como eles têm impacto
positivo em suas operações. Agradecemos à CLÍNICA EM FORMA – ESTÉTICA E SAÚDE INTEGRATIVA pela confiança e pelo feedback sincero, que nos incentiva a continuar oferecendo soluções de alta qualidade no apoio ao diagnóstico.
A inovação na saúde integrativa já é uma realidade! Há algum tempo, eu buscava um equipamento que atendesse às minhas necessidades dentro da consulta farmacêutica, proporcionando praticidade, agilidade e segurança nos resultados — tanto para mim quanto para o paciente.
Com a implementação do Finecare Plus, os benefícios foram muito além da praticidade e agilidade. Houve uma valorização significativa da consulta, um direcionamento mais preciso e adequado para a abordagem a ser seguida com o paciente, além de um aumento no faturamento. Isso ocorreu tanto pela realização dos exames diretamente na clínica quanto pela adesão mais rápida e segura dos pacientes aos tratamentos propostos.
Além disso, as terapias injetáveis passaram a ser aplicadas de forma mais eficaz, baseadas nos resultados dos exames, o que possibilitou diagnósticos mais completos e personalizados. Com essa evolução, clínicas e profissionais da saúde podem oferecer atendimentos mais assertivos, promovendo uma experiência de cuidado mais humanizada.
A tendência é que a saúde integrativa continue crescendo, tornando-se cada vez mais acessível e essencial para quem busca bem-estar de forma abrangente e inovadora.
Dra Maiara Rodrigues
Farmacêutica Integrativa e Esteta
Especialista em fisiologia Hormonal e Metabolica
Mestre em Medicina estética
Membro do Grupo Técnico de farmacêuticos estetas do CRF-ES
Referências:
– https://www.scielo.br/j/abd/a/MTFwJfDtGwdGSpRgjWG4wty/?format=pdf, acesso em 11/03/2025.
A ciência por trás dos testes rápidos: como eles são desenvolvidos e validados, acessado em 12/03/2025 https://celer.ind.br/blog/
Valéria Aoki, Joaquim X. Sousa Jr, Lígia M. I. Fukumori, Alexandre M. Périgo, Elder L. Freitas, Zilda N. P. Oliveira, Imunofluorescência direta e indireta – Direct and indirect immunofluorescence, acessado em 12/03/2025 https://www.scielo.br/j/abd/a/MTFwJfDtGwdGSpRgjWG4wty/?format=pdf
TELELAB; Diagnóstico de Hepatites Virais: Aula 2 – Testes Rápidos; Ministério da Saúde; Secretaria de vigilância em saúde; Universidade Federal de Santa Catarina, acesso em 12/03/2025 https://qualitr.paginas.ufsc.br/files/2018/08/manual_tecnico_hepatites_08_2018_web.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n° 302, de 13 de outubro de 2005 Dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento de Laboratórios Clínicos. Acesso em 12/03/2025
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/5919009/RDC_302_2005_COMP.pdf/bf588e7a-b943-4334-aa70-c0ea690bc79f. Dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento de Laboratórios Clínicos. Acesso em 12/03/2025 .
por CenterLab | jul 17, 2024 | Uncategorized
Para entregar um resultado laboratorial preciso e confiável, um laboratório clínico deve implementar um sistema adequado de gerenciamento de qualidade. Cerca de 60% dos erros laboratoriais ocorrem na fase pré-analítica, e em nenhuma outra área do laboratório o pré-analítico é tão crítico quanto na hemostasia. Nesse informativo iremos discorrer sobre os erros e suas implicações nos variados processos pré-analíticos (Coleta, Manuseio, Transporte e Preparo).
Condições pré-analíticas que afetam os testes de coagulação:
Preparo do Paciente:
– Exercício físico: A alteração da coagulação e da fibrinólise depende da intensidade do exercício;
A atividade moderada pode aumentar a agregação plaquetária, aumento de níveis de serotonina plasmática e beta tireoglobulina. Aumento de até 2,5x de Fator VIII, Von Willebrand e Ristocetina.
– Stress emocional: Aumenta os níveis de Fator VIII, Von Willebrand, Ristocetina, Fibrinogênio e Tempo de Protrombina.
– Níveis hormonais: A gestação é um estado pró-trombótico, aumenta os níveis de Fator VIII, Von Willebrand e a Proteína S total e livre é diminuída de 2 a 3 vezes. No ciclo menstrual o fibrinogênio diminui no período menstrual e aumenta na fase lútea. Menopausa aumenta os níveis de vários fatores, principalmente fator VIII e fibrinogênio.
– Variação circadiana: Na manhã tem maiores níveis de agregação plaquetária, atividade de fator VIII, níveis de Proteína C e Proteína S. A tarde a antitrombina atinge o valor máximo.
– Medicamentos: Além da conhecida warfarina que altera principalmente o TP, hoje com avanço dos medicamentos anticoagulantes temos a nova geração abaixo.

Cuidados com a coleta:
– Garroteamento: Fonte considerável de variabilidade e alterações nas proteínas plasmáticas da coagulação e agregação plaquetária. Garroteamento de 1-3 minutos leva a diferenças significativas em todos os testes de rotina da coagulação, principalmente tempo de protrombina, fibrinogênio e Dimero D.
– Sequência dos tubos: As amostras devem ser colhidas de maneira a preservar a integridade das proteínas, enzimas e cofatores. A punção traumática acarreta a liberação de tromboplastina tecidual e ativação plaquetária, encurtando o TP e TTPA, consumo do fibrinogênio e outros fatores. Deve se observar a sequência dos tubos de coleta, volume de preenchimento dos tubos de citrato de sódio 3,2 % (proporção 9/1).
– Homogeneização: Inverter suavemente os tubos entre 4 e 8 vezes, a homogeneização excessiva pode causar hemólise e agregação plaquetária.

Preparo da amostra
ꞏ Transporte: As amostras devem ser enviadas o mais rápido possível para o laboratório e podem ser transportadas nas seguintes condições:
1.Sangue total (citrato de sódio);
2. Centrifugadas, porém mantidas em tubo primário;
3.Centrifugadas e aliquotadas.
As amostras em tubo primário sem centrifugação ou centrifugadas devem ser mantidas tampadas e em temperatura ambiente. Amostras em sangue total não devem ser refrigeradas, armazenadas em gelo ou banho de gelo. O transporte não deve ultrapassar 1 hora, deve ser feito em temperatura ambiente com os tubos na posição vertical. Para transporte externo, congelar logo após a separação do plasma e transportar em container com gelo seco.
– Centrifugação: Padronizar a velocidade de centrifugação em 1500 G, centrifugar os tubos fechados e em temperatura ambiente por 15 minutos.
– Amostras congeladas: Descongelar a 37° por 5 a 10 minutos, não descongelar em temperatura ambiente nem em geladeira. Homogeneizar adequadamente após descongelamento.
– Manipulação: Utilizar somente material plástico.
– Armazenamento: Após a centrifugação o plasma pode permanecer no tubo primário ou pode ser aliquotado para tubo secundário. No preparo das alíquotas, tomar cuidado para não aspirar a camada onde se encontram os leucócitos e plaquetas. Durante o armazenamento os tubos devem permanecer tampados.
Amostra Ideal
– Coleta atraumática e com garroteamento mínimo;
– Volume de preenchimento adequado;
– Homogeneização adequada com o anticoagulante;
– Transporte de amostra em temperatura ambiente;
– Centrifugação em até 1hora após a coleta.
A Centerlab possui linha completa de Coagulação com equipamentos e reagentes de primeira linha. Além de contar com a melhor rede de assessores científicos capacitados a orientar o analista sobre as boas práticas de execução dos testes em hemostasia.
Elite Pro
Metodologia: Ótico Nefelométrico;
Velocidade: 175 TP/hora; 110 TTPA/hora;
Capacidade: 40 amostras, 22 reagentes (14 ambiente, 8 refrigerados).
ACL TOP350
Metodologia: Ótico LED
Velocidade 110 TP/hora; 110 TTPA/hora
Capacidade: 40 amostras (4 racks), 26 Reagentes refrigerados
HIL: Detecção de Hemólise, Icterícia e Lipemia
Detecção de coágulos e amostra insuficiente.
Referências:
– M.Blomback. J Tromb Haemost 2007; 5: 855-8
– CLSI: www.clsi.org – Clinical and Laboratory Stantards Institute
– Testes de Hemostasia: Documento H21 – A5 – 2008, Coleta Transporte, processamento e Armazenamento de Amostra
– 2005: Anvisa – Resolução da Diretoria Colegiada RDC302