Doença antiga, a Tuberculose ainda é um desafio a ser vencido pelo mundo

A pandemia de Covid-19 tem revirado o mundo de ponta cabeça há quase dois anos e é inegável que ela trouxe, também, vários avanços na área da saúde. Em menos de um ano, foi desenvolvida uma vacina e, atualmente, já existem medicamentos aprovados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o tratamento da doença em caráter emergencial. No entanto, a velocidade para combater a pandemia atrasou muitas ações importantes em curso, estabelecidas entre a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organizações das Nações Unidas (ONU).

A OMS e a ONU se uniram entre os anos de 2014 e 2015 para construir os chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Dentre essas metas, há um comprometimento em acabar com a tuberculose (TB) até o ano de 2030, pois a doença é tratável e curável.

A estratégia adotada pela OMS para pôr fim à TB visa uma redução em 90% das mortes e de 80% na taxa de incidência até 2030, em comparação com a linha de base de 2015. No entanto, a Stop TB Partnership, organização vinculada à OMS, expôs um dado alarmante que mostra que 12 meses de COVID-19 eliminaram 12 anos de progresso na luta global contra a TB. Além da queda mundial no diagnóstico e tratamento da doença, os dados indicam que as pessoas coinfectadas com TB e COVID-19 têm mortalidade três vezes maior do que as pessoas infectadas apenas com tuberculose.

Embora a doença exista desde a época dos faraós, a única vacina aprovada tem 100 anos e não funciona totalmente, especialmente em adultos. Antes da COVID-19, a TB era a doença infecciosa mais letal, com cerca de 4000 mortes diárias. O Brasil está entre os países que possuem as mais altas cargas de tuberculose, sendo integrante de um grupo composto de 30 nações que são responsáveis por aproximadamente 90% dos casos registrados em todo planeta.

O tema do Dia Mundial da TB em 2021 – “O tempo está passando”- fez alusão ao atraso no cumprimento dos compromissos assumidos por líderes globais para a erradicação da TB até 2030.

Tuberculose (TB)

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Na maioria dos casos, afeta os pulmões, embora possa comprometer outros órgãos e/ou sistemas, principalmente em pacientes com problemas imunológicos.

A TB é transmitida pela fala, espirro ou tosse de pacientes infectados que lançam no ar partículas em forma de aerossóis com a presença de bacilos. Em média, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar uma média de 10 a 15 pessoas. Diferente do que se pensa, não há risco no compartilhamento de talheres, copos, roupas, lençóis etc.

Uma vez iniciado o tratamento, que tem duração de seis meses, a capacidade de transmissão é reduzida após 15 dias. Complementa essa etapa a adoção de medidas de controle como cobrir a boca com o braço ou lenço ao tossir e manter o ambiente bem ventilado e com luz natural, visto que o bacilo é sensível à luz solar e a circulação do ar dispersa as partículas infectantes do ambiente.

Anualmente, são registrados 70 mil novos casos no Brasil, com 4,5 mil mortes nesse intervalo. A TB também está relacionada a problemas sociais que comprometem a qualidade de vida. Prova disso é que entre os grupos mais vulneráveis estão os indígenas, com 3 vezes mais chance de pegar a doença. Para os detentos e demais privados de liberdade, esse risco é 28 vezes maior. Em pessoas que vivem com HIV/Aids, é 25 vezes maior e entre a população em situação de risco, 56 vezes maior.

Sintomas

O principal sintoma de Tuberculose Pulmonar é a tosse com sangue ou crônica, por um período de três semanas ou mais. Outros sinais que devem ser observados são: dor no peito, febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento não intencional severo, cansaço e fadiga.

Caso a pessoa apresente os sintomas, é preciso procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação clínica e realização de exames.

Diagnóstico

O diagnóstico de Tuberculose inclui exames laboratoriais como baciloscopia, teste rápido molecular para tuberculose e cultura para micobactéria. O resultado por cultivo da micobactéria pode levar até oito semanas, pois o bacilo apresenta um crescimento lento. O exame complementar é o Raio X do tórax, que deve ser realizado em todas as pessoas com suspeita da doença.

Fonte: Celer