Celebrado anualmente em 26 de abril, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é uma iniciativa das entidades representativas de cardiologia, para conscientizar e informar a população sobre a importância dos cuidados com o coração.

A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma doença cardiovascular que atinge 35% da população brasileira, segundo o Dr. Celso Amoedo, cardiologista do Hospital do Coração (HCor). Trata-se de uma doença crônica caracterizada pela elevação da pressão sanguínea nas artérias, com valores iguais ou que ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9), obrigando o coração a fazer mais esforço para distribuir o sangue pelo corpo.

Responsável por 80% das ocorrências de derrame cerebral e 60% dos casos de ataques cardíacos registrados no país, a taxa de mortalidade dos problemas cardiovasculares é responsável por aproximadamente 400 mil óbitos por ano no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Ações governamentais no combate à hipertensão arterial

O consumo excessivo de sódio, que também está presente no sal de cozinha, é um dos principais influenciadores no desenvolvimento da hipertensão arterial e de outras doenças crônicas como as cardiovasculares e renais. De acordo com o Ministério da Saúde, o consumo de sal do brasileiro excede em quase duas vezes o limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco gramas por dia. A média nacional é de 9,3 gramas.

Entre as iniciativas governamentais para ajudar a população a ter uma alimentação mais equilibrada e controlar a hipertensão arterial, o Ministério da Saúde mantém desde 2017 a plataforma Saúde Brasil, a fim de divulgar informações para a população brasileira sobre a adoção de práticas para a promoção da saúde. Todos os conteúdos e serviços são firmados em quatro pilares: EU QUERO Parar de fumar, EU QUERO Ter peso saudável, EU QUERO Me alimentar melhor e EU QUERO Me exercitar.

O livro “Alimentos Regionais Brasileiros” elaborado pela Secretaria de Atenção à Saúde do MS, em sua 2º edição de 2015, destaca a imensa variedade de alimentos no país, orienta práticas culinárias e estimula a valorização da cultura alimentar brasileira. Também o “Guia Alimentar para a População Brasileira”, de mesma autoria, traz orientações sobre os cuidados e caminhos para alcançar uma alimentação saudável e balanceada.

Em 2011, o Ministério da Saúde, em conjunto com as diferentes associações que representam os produtores de alimentos industrializados, assinou um termo de compromisso intitulado de “Plano de Redução de Sódio em Alimentos Processados“, cujo objetivo envolve a redução da quantidade de sódio consumida diariamente pela população brasileira.

O plano estabelece a assinatura de acordos voluntários entre as indústrias e traça metas bianuais para a redução gradual do teor de sódio em diversas categorias de alimentos. A meta é que até este ano (2020) sejam retirados cerca de 28,5 mil toneladas de sal dos alimentos industrializados. De acordo com o último resultado parcial divulgado pelas entidades em 2017, somente entre 2012 e 2016, foram mais de 17.254 toneladas retiradas.

A ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimento) reforça o comprometimento do setor no plano de redução de sódio, como também em ações que envolvem a redução de gorduras trans e açúcar.

 

Sintomas e causas da hipertensão arterial

A doença pode acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos, mas a maioria dos problemas é herdada pelo histórico familiar em 90% dos casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

No entanto, além da genética, há diversos fatores ambientais e comportamentais de vida que podem desencadear o desenvolvimento da pressão alta, como: tabagismo, alcoolismo, obesidade, estresse, consumo elevado de sal, altos níveis de colesterol e sedentarismo.

Geralmente, a hipertensão arterial é silenciosa, fazendo com que a manifestação dos sintomas apareça somente quando há uma elevação significativa da pressão. Entre os sintomas da doença, estão:

– Dores no peito;
– Dor de cabeça;
– Tontura;
– Zumbido no ouvido;
– Fraqueza;
– Visão embaçada;
– Sangramento nasal;
– Tontura;
– Falta de ar.

Apesar da doença atingir a todos, a incidência de pressão alta é maior em pessoas negras, em diabéticos e com idade avançada, por isso é importante monitorar regularmente a pressão arterial.

Dicas de prevenção para evitar a pressão alta

A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser controlada por meio de hábitos alimentares mais saudáveis, assim como a prática de atividades físicas regulares. É o que revelam as conclusões dos mais recentes estudos e diretrizes nacionais e internacionais avaliadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

De acordo com a entidade, o tratamento da pressão alta e o controle dos principais fatores de risco para o coração, como controlar os níveis de colesterol, evitar o estresse, praticar exercícios e ter uma alimentação mais saudável, reduzem as doenças cardiovasculares em até 80%.

Além dos medicamentos disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no programa Farmácia Popular, sob prescrição médica e apresentação de documento de identidade e CPF, a pessoa hipertensa pode adotar um estilo de vida mais saudável:

– Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
– Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos;
– Praticar atividade física regular;
– Aproveitar momentos de lazer;
– Abandonar o tabagismo;
– Moderar o consumo de álcool;
– Evitar alimentos gordurosos;
– Controlar a diabetes.

Os hipertensos, assim como os demais portadores de doenças crônicas, pertencem ao grupo de risco suscetível a complicações se acometidos com a COVID-19. Para esclarecer dúvidas sobre hipertensão durante a pandemia, a SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO (SBH) mantém um canal exclusivo de comunicação: [email protected]

Neste Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, ressaltamos, mais uma vez, que o cuidado com a VIDA é o nosso bem maior e os profissionais e organizações de saúde são os responsáveis por conduzir o tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, assim como disseminar as boas práticas de cuidado com a saúde e a alimentação.

Tem alguma dúvida ou sugestão sobre o assunto? Comente e contribua para ampliarmos os conteúdos dos nossos posts! Consulte também nossas publicações e assine a nossa newsletter para acompanhar as novidades.

Fonte: Labtest